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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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AS PERSPECTIVAS MICRO E MACRO EM ANÁLISE: DISCUSSÕES
SOBRE A APLICABILIDADE DO CONCEITO DE ESCALAS NAS
PESQUISAS SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PERSPECTIVAS MICRO Y MACRO EN ANÁLISIS: DISCUSIONES
SOBRE LA APLICABILIDAD DEL CONCEPTO DE ESCALA EN
INVESTIGACIÓN SOBRE LA FORMACIÓN DE PROFESORES
MICRO AND MACRO PERSPECTIVES IN ANALYSIS: DISCUSSIONS
ABOUT THE APPLICABILITY OF THE CONCEPT OF SCALE IN
RESEARCH ON TEACHER EDUCATION
Alexandre Shigunov NETO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: shigunov@ifsp.edu.br
André Coelho da SILVA
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: andrecoelho@ifsp.edu.br
Como referenciar este artigo
NETO, A. S.; SILVA, A. C. D. As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a
aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores.
Revista
Hipótese
, Bauru, v. 8, e022005, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
Submetido em
: 09/06/2021
Revisões requeridas em
: 09/08/2021
Aprovado em
: 15/09/2021
Publicado em
: 01/01/2022
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Alexandre Shigunov NETO e André Coelho da SILVA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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RESUMO
: Este estudo pretende realizar discussões iniciais sobre as possibilidades de
utilização do conceito de escala nas pesquisas educacionais, analisando, em especial, as
limitações e potencialidades das perspectivas microssocial e macrossocial na formação de
professores. Os estudos atuais indicam que as pesquisas educacionais se utilizam de uma
perspectiva em detrimento de outra. Acredita-se que, apesar dos diversos desafios ao tentar
articular em um mesmo problema de pesquisa as perspectivas micro e macrossocial, a utilização
das duas perspectivas em conjunto tende a ampliar a compreensão do problema estudado.
PALAVRAS-CHAVE
: Escalas. Pesquisa Educacional. Macrossocial. Microssocial.
RESUMEN
: Este estudio pretende realizar discusiones iniciales sobre las posibilidades de
utilizar el concepto de escala en la investigación educativa, analizando, en particular, las
limitaciones y potencialidades de las perspectivas microsocial y macrosocial en la formación
del profesorado. Los estudios actuales indican que la investigación educativa utiliza una
perspectiva sobre otra. Se cree que a pesar de los diversos desafíos para tratar de articular las
perspectivas micro y macrosocial en un mismo problema de investigación, el uso de ambas
perspectivas en conjunto tiende a ampliar la comprensión del problema estudiado.
PALABRAS CLAVE
: Escalas. Investigacion Educativa. Macrosocial. Microsocial.
ABSTRACT
: This study intends to carry out initial discussions on the possibilities of using the
concept of scale in educational research, analyzing, in particular, the limitations and
potentialities of the microsocial and macrosocial perspectives in teacher education. Current
studies indicate that educational research is used from one perspective at the expense of
another. It is believed that despite the various challenges in trying to articulate the micro and
macrosocial perspectives in the same research problem, the use of the two perspectives together
tends to broaden the understanding of the studied problem.
KEYWORDS
: Scales. Educational Research. Macrosocial. Microsocial.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Rev. Hipótese,
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Introdução
Este estudo pretende realizar discussões sobre as possibilidades de utilização do
conceito de escala nas pesquisas educacionais, analisando, em especial, as limitações e
potencialidades das perspectivas microssocial e macrossocial na formação de professores.
Há diversos trabalhos que questionam qual perspectiva - a microsocial ou a
macrossocial - melhor se adequa às realidades escolares e na análise dos fenômenos
educacionais (LOPES, 2006; COMPIANI, 2007; BRANDÃO, 2001).
Esse é o questionamento que pretendemos responder ao final desta análise.
O conceito de escala, de origem e da utilização predominante nas áreas de conhecimento
da Geografia e da Matemática, tem sido pouco explorado na área educacional (LOPES, 2006;
COMPIANI, 2007; BRANDÃO, 2001). Apesar disso, consideramos que se trata de um
elemento que pode ser explorado em estudos desse gênero, especialmente para se pensar no
alcance de certas problemáticas e em possibilidades de ação.
Com o intuito de alcançarmos o objetivo deste ensaio teórico, faremos inicialmente uma
análise do processo de transformação do conceito de escala. Na sequência, analisaremos as
perspectivas micro e macro na Educação e, por fim, esboçaremos algumas considerações a
respeito delas na formação de professores.
Transformação do conceito de escala
O conceito de escala deriva do latim
scala
e significa uma linha graduada dividida em
partes iguais que indicam a relação das dimensões ou distâncias marcadas sobre um plano com
dimensões ou distâncias reais (CASTRO, 1985).
O conceito de escala é tão antigo quanto o conceito de Geografia. A denominação
escala:
[...] encontra-se de tal modo incorporado ao vocabulário e ao imaginário
geográficos que qualquer discussão a seu respeito parece desprovida de
sentido, ou mesmo de utilidade. Como recurso matemática fundamental da
cartografia, a escala é, e sempre foi, uma fração que indica a relação entre as
medidas do real e aquelas da sua representação gráfica (CASTRO, 1985, p.
117).
Apesar de sua utilização derivar da Geografia, epistemologicamente, a escala tem
ampliado seu leque de aplicação para outras áreas de conhecimento, em virtude de suas
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Alexandre Shigunov NETO e André Coelho da SILVA
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potencialidades na construção de novos conhecimentos:
A palavra escala é frequentemente utilizada para designar uma relação de
proporção entre objetos (ou superfícies) e sua representação em mapas,
maquetes e desenhos, e indica o conjunto infinito de possibilidades de
representação do real, complexo, multifacetado e multidimensional,
constituindo um modo necessário de abordá-lo. A prática de selecionar partes
do real é tão banalizada que oculta a complexidade conceitual que esta mesma
prática apresenta. Como não se trata apenas do tamanho ou de representação
gráfica, é preciso ultrapassar estes limites para enfrentar o desafio
epistemológico que o termo escala e a abordagem necessariamente
fragmentada do real colocam (CASTRO, 1985, p. 129).
A noção de escala inclui tanto a relação como a inseparabilidade entre tamanho e
fenômeno (COMPIANI, 2007).
O conceito de escala tem ampliado suas fronteiras em função das infinidades de
possibilidades de sua aplicação em outras áreas. Desse modo, como afirmado por Castro (1985),
o conceito de escala deixa de ser apenas uma representação Matemática e Geográfica para
tornar-se uma representação de diferentes formas de percepção e concepção do real:
Até aqui, três pressupostos podem então ser estabelecidos: 1) não há escala
mais ou menos válida, a realidade está contida em todas elas; 2) a escala da
percepção é sempre ao nível do fenômeno percebido e concebido. Para a
filosofia este seria o macrofenômeno, aquele que dispensa instrumentos; 3) a
escala não fragmenta o real, apenas permite a sua apreensão (CASTRO, 1985,
p. 132).
No passado, a escala era tida apenas como uma solução para a cartografia e a
representação geográfica. Nas últimas décadas, contudo, a escala começou a ser tida como uma
estratégia de aproximação do real. É cada vez mais evidente que a escala é um problema não
apenas dimensional, mas também, e profundamente, fenomenal, o que implica importantes
consequências no desenvolvimento da ciência moderna (CASTRO, 1985).
A função da ciência é criar teorias/modelos que representem a realidade. Um bom
modelo se aproxima da complexidade do território. A utilização de modelos teóricos direciona
o tipo de coleta de dados e observação. O modelo não equivale à realidade, mas boas
teorias/modelos se aproximam da realidade. O mapeamento do fenômeno é uma representação
que não pode ser confundida com a realidade (COMPIANI, 2007).
Compreendido o processo de transformação do conceito de escalas podemos avançar
para a análise das perspectivas micro e macrossocial na Educação.
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As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
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As perspectivas micro e macro na educação
Brandão (2001) realiza uma análise das perspectivas micro e macrossociais na
interpretação dos fenômenos sociais e defende a necessidade de superar os antagonismos
teórico-metodológicos entre as duas perspectivas no campo da Sociologia da Educação. Para a
autora, no campo das pesquisas educacionais, houve inicialmente uma grande hegemonia dos
estudos de cunho macrossocial que analisavam questões relacionadas a processos globais e que
tinham como foco as funções sociais da escola. Num segundo momento, principalmente a partir
da década de 1980, houve um redirecionamento das pesquisas, que passam da perspectiva
macrossocial para uma análise de cunho microssocial. Tais pesquisas passam a tentar
compreender e possibilitar a aproximação do pesquisador com a realidade investigada e com os
problemas escolares, sendo caracterizadas por metodologias do tipo estudo de caso e
abordagens etnográficas, entre outras metodologias. Brandão (2001, p. 154) expõe a
controvérsia entre as abordagens micro e macrossociais nos seguintes termos:
Uma velha polêmica atravessa a pesquisa em sociologia da educação, a
divergência sobre qual a perspectiva mais compatível com o estudo dos
processos educacionais: a das relações face a face entre os indivíduos
empreendidas pelas análises microssociais, ou das relações entre as estruturas
(imposições) mais gerais da vida social sobre as trocas e situações mais
específicas, tal como se procura alcançar com o recurso às análises
macrossociais.
Portanto, não há consenso na Sociologia da Educação acerca do tipo de perspectiva mais
compatível com os estudos dos processos educacionais: se seria a análise microssocial – uma
análise próxima aos indivíduos; ou a análise macrossocial – uma análise mais panorâmica, de
como os aspectos sociais impactam os indivíduos.
Em sua origem, as pesquisas educacionais tinham o olhar mais macrossocial e
estruturalista, com foco global em detrimento do local. Em contrapartida, atualmente, há o
predomínio do paradigma pós-moderno e a perspectiva microssocial de análise dos fenômenos
sociais, com foco nos sujeitos e seus relacionamentos sociais (D´AMBROSIO; BARBI;
COMPIANI, 2017).
De fato, poucas pesquisas educacionais têm se utilizado de ambas as perspectivas com
o intuito de obterem uma amplitude maior de informações sobre o fenômeno estudado (LOPES,
2006; COMPIANI, 2007; BRANDÃO, 2001; D´AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017).
Paralelamente a isso, Brandão (2001, p. 164) indica que:
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Alexandre Shigunov NETO e André Coelho da SILVA
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É uma ilusão imaginar que a multiplicação de análises microssociais
permitiria uma forma mais adequada de reconstrução das configurações
sociais gerais (estruturais), ou que se poderiam alcançar essas configurações
pela reconstrução diversificada e ampliada das configurações particulares. O
mundo da experiência tem uma capacidade inesgotável de recriar e construir
novas formas de interações e padrões coletivos de valores que se desdobram
em ações significativas complexas no plano individual (interações face a face)
e no plano macrossocial. A arte do pesquisador, ao que nos parece, estaria
exatamente em sua capacidade de escolher o instrumento de análise mais
adequado ao problema de pesquisa que o desafia e às possibilidades empíricas
do campo de investigação em que se coloca.
Tanto para Brandão (2001) quanto para D´Ambrosio, Barbi e Compiani (2017), as
opções teórico-metodológicas devem se ancorar nas necessidades da investigação e não numa
escolha prévia do pesquisador por uma das alternativas:
Muito já se discutiu sobre qual perspectiva de abordagem teóricometodológica
se enquadraria melhor nas pesquisas em educação: se um olhar micro, como
o ressaltado pelos pós-modernos, ou se um olhar macro, como o priorizado
em uma tendência estruturalista. Enquanto o primeiro tem foco de análise as
relações face a face entre os indivíduos, suas ações e trocas sociais, a segunda
prioriza as relações entre as estruturas mais gerais. Inerente a essa dicotomia
existe um problema de fundo: será que são essas estruturas gerais da vida
social que influenciam no comportamento dos indivíduos (determinismo, foco
macrossocial) ou será que as ações e as trocas sociais desses indivíduos
constroem e reconstroem permanentemente a chamada ordem social
(autonomia da ação social, foco microssocial)? (D´AMBROSIO; BARBI;
COMPIANI, 2017, p. 2).
O nível macro escolar trata especificamente das redes, das políticas públicas
educacionais, estatísticas educacionais e sistemas escolares. Já o nível micro escolar analisa,
entre outros aspectos, o cotidiano e a prática escolar, as unidades escolares, a sala de aula, a
organização de conteúdo, as relações professores/alunos e as estratégias de ensino e
aprendizagem.
D´Ambrosio, Barbi e Compiani (2017) discutem o papel das escalas nas pesquisas em
Ensino de Ciências e as potencialidades de se articular diferentes níveis escalares nas pesquisas.
Os autores se propõem a discutir os olhares micro e macrossocial nas pesquisas educacionais.
Tentam mostrar a relevância da relação, do diálogo e do transitar entre as duas perspectivas:
Uma visão heurística também pretende superar tal dualidade, já que se entende
que um dos problemas relacionados à escola local é que a observação do
particular e de seus possíveis efeitos possa ou não ser representativos do
conjunto ao qual pertence. Em uma perspectiva macro, por sua vez, perde-se
uma quantidade enorme de detalhes e de histórias pessoais, que influenciam a
conformação do global (D´AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 3).
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
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Foi o modelo do americano Jeffrey C. Alexander (1987), denominado de “novo
movimento teórico”, que propôs articular a ação (micro) com a estrutura (macro) na análise dos
fenômenos sociais (D´AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017).
Posicionando-se a favor de abordagens que dialoguem entre o macro e o micro,
D´Ambrosio, Barbi e Compiani (2017, p. 4) salientam a dificuldade em estabelecer este diálogo:
É difícil negar a complexidade dos sistemas sociais e educacionais, assim
como é também difícil negar que olhares em diferentes níveis de observação,
incluindo contextos mais amplos e situações mais específicas relacionados a
um mesmo problema ou questões de pesquisas, possam ser muito
enriquecedores. No entanto, essa articulação não é trivial e demanda reflexão.
Apesar da complexidade da utilização das perspectivas micro e macrossocial no âmbito
educacional, é inegável a infinidade de possibilidades geradas e de dados obtidos ao se utilizar
ambas as perspectivas na análise de fenômenos educacionais. O pesquisador que souber
aproveitar os pontos positivos de cada uma das perspectivas poderá ampliar sua visão e análise
sobre os problemas educacionais.
Os assuntos educacionais, incluindo as pesquisas em ensino de ciências, são
de alta complexidade, pois, assim como nas áreas sociais, estão envolvidos
sujeitos inseridos dentro de um contexto mais amplo e intrinsecamente
dinâmico. Pelo fato dos sujeitos, do cotidiano da escola e das práticas nela
encontrada (instância micro), das políticas públicas, das estatísticas
educacionais e do contexto do sistema educacional como um todo (instância
macro) estarem no bojo dessas análises, é de extrema importância que se
ressalte a necessidade de que estas duas instâncias estejam em diálogo nas
investigações (D´AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 6).
Assim como Brandão (2001) e D´Ambrosio, Barbi e Compiani (2017), concordamos
que a opção teórico-metodológica a ser escolhida pelo pesquisador - micro, macro ou híbrida,
deve levar em conta as particularidades de cada investigação. Em outras palavras: não nos
parece pertinente escolher uma dessas perspectivas de forma independente à escolha do objeto
e à definição das necessidades da investigação.
Perspectivas micro e macro educacional nas pesquisas sobre formação de professors
É possível utilizar ambas as perspectivas nos estudos sobre formação de professores?
Acreditamos que sim. E vamos além: consideramos que é viável e fundamental que as
pesquisas da área, quando possível, ampliem sua visão utilizando as perspectivas micro e macro
educacionais, afinal:
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Alexandre Shigunov NETO e André Coelho da SILVA
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[...] ter essa multiplicidade de instâncias, em si, já previne o pesquisador de
cair na ilusão que apenas uma das faces, seja ela micro ou macro, seja capaz
de elucidar de maneira coerente um problema educacional e/ou sociológico
(D´AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 4).
Nesse sentido, concordamos com D´Ambrosio, Barbi e Compiani (2017) na defesa de
que, apesar das dificuldades inerentes ao estabelecimento de um diálogo entre as perspectivas
macro e micro, essa articulação é benéfica e enriquecedora para a análise de problemas
educacionais.
No caso de estudos sobre a formação de professores, a partir de um mapeamento
bibliográfico em três periódicos da área educacional - Revista Brasileira de Educação,
Educação e Pesquisa e Cadernos de Pesquisa - Carvalho e Shigunov Neto (2018) evidenciaram
que do total de 114 artigos encontrados, 60% utilizaram uma perspectiva macro educacional e
40% uma perspectiva micro educacional.
Os resultados de Carvalho e Shigunov Neto (2018) corroboram a consideração de que
os pesquisadores da área educacional costumam estruturar seus estudos ou sob a perspectiva
micro ou sob a perspectiva macro. Dessa forma, acreditamos que tais estudos poderiam ser
ampliados ou até mesmo interrelacionados entre si. Poder-se-ia, com isso, desenvolver
compreensões mais complexas sobre os aspectos associados a determinada questão
educacional.
Considerações finais
Este estudo pretendeu refletir sobre as possibilidades de utilização do conceito de escala
nas pesquisas educacionais, analisando, em especial, as limitações e potencialidades das
perspectivas microssocial e macrossocial na formação de professores.
Nossas análises indicam que, quando viável, a utilização em conjunto de ambas as
perspectivas de análise dos fenômenos e problemas educacionais poderia ser enriquecedora,
pois contribui para o alcance de uma visão mais complexa dos fenômenos e problemas
educacionais.
A partir das discussões realizadas, em síntese, podemos concluir que:
-
As opções teórico-metodológicas devem se ancorar nas necessidades da investigação
e não numa escolha prévia do pesquisador por uma das alternativas.
-
Ambas as perspectivas, micro e macrossocial, possuem potencialidades e limitações
teórico-metodológicas.
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As perspectivas micro e macro em análise: Discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
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-
Nos próximos anos, possivelmente, haverá uma tendência de as pesquisas
educacionais utilizarem em conjunto as duas perspectivas (micro e macro).
-
Há diversos desafios ao se tentar articular no estudo de um problema de pesquisa as
perspectivas micro e macrossocial. Contudo, a adoção dessa perspectiva híbrida tende a
contribuir para a compreensão do problema investigado, inclusive no âmbito das pesquisas
sobre formação de professores.
Desse modo, defendemos a pertinência de que novos estudos possam ser feitos e
publicados para aprofundar as reflexões sobre possíveis contribuições da utilização conjunta
das perspectivas micro e macrossocial na análise de fenômenos educacionais, em específico,
no que se refere à formação de professores.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, J. O novo movimento teórico.
Revista Brasileira de Ciências Sociais
, v. 2,
n. 4, p. 5-28, 1987.
BRANDÃO, Z. A dialética micro/macro na sociologia da educação.
Cadernos de Pesquisa
,
n. 113, p. 153-165, jul. 2001.
CARVALHO, R. A.; SHIGUNOV NETO, A. Panorama da pesquisa sobre formação de
professores no Brasil presente em periódicos da área de educação: análise da produção
acadêmica entre os anos de 2000 e 2016.
Revista Brasileira de Iniciação Científica
, v. 5, p.
106-118, 2018.
CASTRO, I. E. O problema da escala.
In
: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R.
L.
Geografia
: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1985. p. 117-140.
COMPIANI, M. O lugar e as escalas e suas dimensões horizontal e vertical nos trabalhos
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Ciência & Educação
,
v. 13, n. 1, p. 29-45, 2007.
D´AMBROSIO, M.; BARBI, J. S. P.; COMPIANI, M. Em algum lugar no meio: reflexões
sobre as possibilidades oferecidas pelo diálogo entre as perspectivas micro e macro nas
pesquisas em ensino de Ciências.
In
: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 11., 2017, Florianópolis.
Anais [...]
. Florianópolis: UFSC,
2017.
LOPES, A. C. Relações macro/micro na pesquisa em currículo.
Cadernos de Pesquisa
, v. 36,
n. 129, p. 619-635, set./dez. 2006.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Alexandre Shigunov NETO e André Coelho da SILVA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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Sobre os autores
Alexandre Shigunov NETO
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
(PPGECIMAT) -UFN.
André Coelho da SILVA
Doutor em Informática na Educação (UFRGS). Professor do Programa de Pós-Graduação em
Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIMAT) -UFN.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Micro and macro perspectives in analysis: Discussions about the applicability of the concept of scale in research on teacher education
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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MICRO AND MACRO PERSPECTIVES IN ANALYSIS: DISCUSSIONS
ABOUT THE APPLICABILITY OF THE CONCEPT OF SCALE IN
RESEARCH ON TEACHER EDUCATION
AS PERSPECTIVAS MICRO E MACRO EM ANÁLISE: DISCUSSÕES
SOBRE A APLICABILIDADE DO CONCEITO DE ESCALAS NAS
PESQUISAS SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
PERSPECTIVAS MICRO Y MACRO EN ANÁLISIS: DISCUSIONES
SOBRE LA APLICABILIDAD DEL CONCEPTO DE ESCALA EN
INVESTIGACIÓN SOBRE LA FORMACIÓN DE PROFESORES
Alexandre Shigunov NETO
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: shigunov@ifsp.edu.br
André Coelho da SILVA
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: andrecoelho@ifsp.edu.br
How to refer to this article
NETO, A. S.; SILVA, A. C. D. Micro and macro perspectives in analysis: discussions about
the applicability of the concept of scale in research on teacher education.
Revista Hipótese
,
Bauru, v. 8, n. único, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
Submitted
: 09/06/2021
Revisions required
: 09/08/2021
Approved
: 15/09/2021
Published
: 01/01/2022
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Alexandre Shigunov NETO and André Coelho da SILVA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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ABSTRACT
: This study intends to carry out initial discussions on the possibilities of using the
concept of scale in educational research, analyzing, in particular, the limitations and
potentialities of the microsocial and macrosocial perspectives in teacher education. Current
studies indicate that educational research is used from one perspective at the expense of another.
It is believed that despite the various challenges in trying to articulate the micro and macrosocial
perspectives in the same research problem, the use of the two perspectives together tends to
broaden the understanding of the studied problem.
KEYWORDS
: Scales. Educational Research. Macrosocial. Microsocial.
RESUMO
: Este estudo pretende realizar discussões iniciais sobre as possibilidades de
utilização do conceito de escala nas pesquisas educacionais, analisando, em especial, as
limitações e potencialidades das perspectivas microssocial e macrossocial na formação de
professores. Os estudos atuais indicam que as pesquisas educacionais se utilizam de uma
perspectiva em detrimento de outra. Acredita-se que, apesar dos diversos desafios ao tentar
articular em um mesmo problema de pesquisa as perspectivas micro e macrossocial, a
utilização das duas perspectivas em conjunto tende a ampliar a compreensão do problema
estudado.
PALAVRAS-CHAVE
: Escalas. Pesquisa Educacional. Macrossocial. Microssocial.
RESUMEN
: Este estudio pretende realizar discusiones iniciales sobre las posibilidades de
utilizar el concepto de escala en la investigación educativa, analizando, en particular, las
limitaciones y potencialidades de las perspectivas microsocial y macrosocial en la formación
del profesorado. Los estudios actuales indican que la investigación educativa utiliza una
perspectiva sobre otra. Se cree que a pesar de los diversos desafíos para tratar de articular las
perspectivas micro y macrosocial en un mismo problema de investigación, el uso de ambas
perspectivas en conjunto tiende a ampliar la comprensión del problema estudiado.
PALABRAS CLAVE
: Escalas. Investigacion Educativa. Macrosocial. Microsocial.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Micro and macro perspectives in analysis: Discussions about the applicability of the concept of scale in research on teacher education
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
| 3
Introduction
This study aims to conduct discussions on the possibilities of using the concept of scale
in educational research, analyzing, in particular, the limitations and potentialities of microsocial
and macrosocial perspectives in teacher education.
There are several studies that question which perspective - microsocial or macrosocial -
best suits school realities and the analysis of educational phenomena (LOPES, 2006;
COMPIANI, 2007; BRANDÃO, 2001).
This is the question we intend to answer at the end of this analysis.
The concept of scale, origin and predominant use in the areas of knowledge of
Geography and Mathematics, has been little explored in the educational area (LOPES, 2006;
COMPIANI, 2007; BRANDÃO, 2001). Nevertheless, we consider that this is an element that
can be explored in studies of this kind, especially to think about the scope of certain problems
and possibilities of action.
In order to achieve the objective of this theoretical essay, we will initially make an
analysis of the process of transformation of the concept of scale. Next, we will analyze the
micro and macro perspectives in Education and, finally, outline some considerations about them
in teacher education.
Transformation of the concept of scale
The concept of scale derives from the Latin
scala
and means a graduated line divided
into equal parts that indicate the relationship of the dimensions or distances marked on a plane
with real dimensions or distances (CASTRO, 1985).
The concept of scale is as old as the concept of Geography. The name scales:
[...] it is so incorporated into geographical vocabulary and imaginary that any
discussion about it seems devoid of meaning, or even utility. As a fundamental
mathematical resource of cartography, the scale is, and always has been, a
fraction that indicates the relationship between the measurements of the real
and those of its graphic representation (CASTRO, 1985, p. 117, our
translation).
Although its use derives from geography, epistemologically, the scale has expanded its
range of application to other areas of knowledge, due to its potentialities in the construction of
new knowledge:
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Alexandre Shigunov NETO and André Coelho da SILVA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID10
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The word scale is often used to designate a relationship of proportion between
objects (or surfaces) and their representation in maps, models and drawings,
and indicates the infinite set of possibilities of representation of the real,
complex, multifaceted and multidimensional, constituting a necessary way to
approach it. The practice of selecting parts of the real is so trivialized that it
hides the conceptual complexity that this same practice presents. Since it is
not only about size or graphic representation, it is necessary to go beyond these
limits to face the epistemological challenge that the term scale and the
necessarily fragmented approach of the real pose (CASTRO, 1985, p. 129, our
translation).
The notion of scale includes both the relationship and the inseparability between size
and phenomenon (COMPIANI, 2007).
The concept of scale has expanded its borders due to the multitudes of possibilities of
its application in other areas. Thus, as stated by Castro (1985), the concept of scale ceases to be
only a Mathematical and Geographical representation to become a representation of different
forms of perception and conception of the real:
So far, three assumptions can then be established: 1) there is no more or less
valid scale, reality is contained in all of them; 2) the scale of perception is
always at the level of the perceived and conceived phenomenon. For
philosophy this would be the macrophenomenon, the one that dispenses
instruments; 3) the scale does not fragment the real, only allows its
apprehension (CASTRO, 1985, p. 132, our translation).
In the past, the scale was seen only as a solution for cartography and geographical
representation. In recent decades, however, the scale has begun to be seen as a strategy of
approaching the real. It is increasingly evident that scale is not only a dimensional problem, but
also, and deeply, phenomenal, which implies important consequences in the development of
modern science (CASTRO, 1985).
The function of science is to create theories/models that represent reality. A good model
approaches the complexity of the territory. The use of theoretical models directs the type of
data collection and observation. The model is not equivalent to reality, but good theories/models
approach reality. The mapping of the phenomenon is a representation that cannot be confused
with reality (COMPIANI, 2007).
Understood the process of transformation of the concept of scales we can move towards
the analysis of micro and macrosocial perspectives in Education.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Micro and macro perspectives in analysis: Discussions about the applicability of the concept of scale in research on teacher education
Rev. Hipótese,
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The micro and macro perspectives in education
Brandão (2001) analyzes the micro and macrosocial perspectives in the interpretation
of social phenomena and defends the need to overcome the theoretical-methodological
antagonisms between the two perspectives in the field of Sociology of Education. For the
author, in the field of educational research, there was initially a great hegemony of macrosocial
studies that analyzed issues related to global processes and that focused on the social functions
of the school. In a second moment, mainly from the 1980s on, there was a redirection of
research, which goes from the macrosocial perspective to a microsocial analysis. Such studies
begin to try to understand and enable the researcher to approach the investigated reality and
school problems, being characterized by case study methodologies and ethnographic
approaches, among other methodologies. Brandão (2001, p. 154, our translation) exposes the
controversy between micro and macrosocial approaches in the following terms:
An old controversy crosses the research in sociology of education, the
divergence about which perspective is most compatible with the study of
educational processes: that of face-to-face relationships between individuals
undertaken by microsocial analyses, or of the relationships between the more
general structures (impositions) of social life on exchanges and more specific
situations, as it seeks to achieve with the use of macro-social analyses.
Therefore, there is no consensus in sociology of education about the type of perspective
most compatible with the studies of educational processes: whether it would be microsocial
analysis
–
an analysis close to individuals; or macrosocial analysis
–
a more panoramic analysis
of how social aspects impact individuals.
At its origin, educational research had a more macrosocial and structuralist view, with
a global focus to the detriment of the local. On the other hand, currently, there is the
predominance of the postmodern paradigm and the microsocial perspective of analysis of social
phenomena, focusing on the subjects and their social relationships (D
́
AMBROSIO; BARBI;
COMPIANI, 2017).
In fact, few educational studies have been used from both perspectives in order to obtain
a greater range of information about the phenomenon studied (LOPES, 2006; COMPIANI,
2007; BRANDÃO, 2001; D
́
AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017).
Parallel to this, Brandão (2001, p. 164, our translation) indicates that:
It is an illusion to imagine that the multiplication of microsocial analyses
would allow a more appropriate form of reconstruction of the general
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Alexandre Shigunov NETO and André Coelho da SILVA
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(structural) social configurations, or that these configurations could be
achieved by the diversified and expanded reconstruction of the particular
configurations. The world of experience has an inexhaustible ability to
recreate and build new forms of interactions and collective patterns of values
that unfold into complex significant actions at the individual level (face-to-
face interactions) and macrosocial. The researcher's art, it seems to us, would
be exactly in his ability to choose the instrument of analysis most appropriate
to the research problem that challenges him and the empirical possibilities of
the field of research in which he is placed.
For both Brandão (2001) and D
́
Ambrosio, Barbi and Compiani (2017), the theoretical-
methodological options should be anchored in the needs of the research and not in a previous
choice of the researcher for one of the alternatives:
Much has been discussed about which perspective of theoretical
methodological approach would best fit in research in education: whether a
micro look, as highlighted by postmodern, or whether a macro look, such as
the one prioritized in a structuralist trend. While the former focuses on face-
to-face relationships between individuals, their actions and social exchanges,
the second prioritizes the relationships between the more general structures.
Inherent to this dichotomy there is a fundamental problem: are these general
structures of social life that influence the behavior of individuals
(determinism, macrosocial focus) or do the actions and social exchanges of
these individuals permanently build and reconstruct the so-called social order
(autonomy of social action, microsocial focus)? (D
́
AMBROSIO; BARBI;
COMPIANI, 2017, p. 2, our translation).
The macro-school level deals specifically with networks, educational public policies,
educational statistics and school systems. The micro-school level analyzes, among other
aspects, daily life and school practice, school units, the classroom, content organization,
teacher/student relationships and teaching and learning strategies.
D
́
Ambrosio, Barbi and Compiani (2017) discuss the role of scales in research in Science
Teaching and the potentialities of articulating different levels of scaling in research. The authors
propose to discuss the micro and macrosocial perspectives in educational research. They try to
show the relevance of the relationship, dialogue and the transition between the two perspectives:
A heuristic view also intends to overcome this duality, since it is understood
that one of the problems related to the local school is that the observation of
the individual and its possible effects may or may not be representative of the
set to which it belongs. In a macro perspective, in turn, a huge amount of detail
sands and personal stories are lost, which influence the conformation of the
global (D
́
AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 3, our translation).
It was the model of the American Jeffrey C. Alexander (1987), called "new theoretical
movement", who proposed to articulate the action (micro) with the structure (macro) in the
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analysis of social phenomena (D
́
AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017).
Positioning themselves in favor of approaches that dialogue between the macro and the
micro, D
́
Ambrosio, Barbi and Compiani (2017, p. 4, our translation) highlight the difficulty in
establishing this dialogue:
It is difficult to deny the complexity of social and educational systems, just as
it is also difficult to deny that looks at different levels of observation, including
broader contexts and more specific situations related to the same problem or
research issues, can be very enriching. However, this articulation is not trivial
and requires reflection.
Despite the complexity of the use of micro and macrosocial perspectives in the
educational sphere, it is undeniable the multitude of possibilities generated and data obtained
when using both perspectives in the analysis of educational phenomena. The researcher who
knows how to take advantage of the positive points of each of the perspectives can broaden his
vision and analysis on educational problems.
Educational subjects, including research in science teaching, are of high
complexity, because, as well as in social areas, subjects inserted within a
broader and intrinsically dynamic context are involved. Because the subjects,
the daily routine of the school and the practices found in it (micro instance),
public policies, educational statistics and the context of the educational system
as a whole (macro instance) are in the bulge of these analyses, it is extremely
important to emphasize the need for these two instances to be in dialogue in
investigations (D
́
AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 6, our
translation).
Like Brandão (2001) and D
́
Ambrosio, Barbi and Compiani (2017), we agree that the
theoretical-methodological option to be chosen by the researcher - micro, macro or hybrid,
should take into account the particularities of each investigation. In other words: it does not
seem pertinent to choose one of these perspectives independently by choosing the object and
defining the needs of the research.
Micro and macro educational perspectives in research on teacher education
Is it possible to use both perspectives in teacher training studies?
We believe so. And we go further: we consider that it is feasible and fundamental that
research in the area, when possible, broadens its vision using the micro and macro educational
perspectives, after all:
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Alexandre Shigunov NETO and André Coelho da SILVA
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[...] having this multiplicity of instances, in itself, already prevents the
researcher from falling into the illusion that only one of the faces, whether
micro or macro, is able to coherently elucidate an educational and/or
sociological problem (D
́
AMBROSIO; BARBI; COMPIANI, 2017, p. 4, our
translation).
In this sense, we agree with D
́
Ambrosio, Barbi and Compiani (2017) in defense that,
despite the difficulties inherent in the establishment of a dialogue between the macro and micro
perspectives, this articulation is beneficial and enriching for the analysis of educational
problems.
In the case of studies on teacher education, based on a bibliographic mapping in three
journals in the educational area - Revista Brasileira de Educação e Pesquisa e Cadernos de
Pesquisa - Carvalho and Shigunov Neto (2018) showed that of the total of 114 articles found,
60% used a macro educational perspective and 40% a micro educational perspective.
The results of Carvalho and Shigunov Neto (2018) corroborate the consideration that
researchers in the educational area usually structure their studies either from a micro perspective
or from a macro perspective. Thus, we believe that such studies could be expanded or even
interrelated with each other. This would be possible to develop more complex understandings
about the aspects associated with a given educational issue.
Final considerations
This study aimed to reflect on the possibilities of using the concept of scale in
educational research, analyzing, in particular, the limitations and potentialities of microsocial
and macrosocial perspectives in teacher education.
Our analyses indicate that, when feasible, the joint use of both perspectives of analysis
of educational phenomena and problems could be enriching, as it contributes to the achievement
of a more complex view of educational phenomena and problems.
From the discussions held, in summary, we can conclude that:
-
The theoretical and methodological options should be anchored in the needs of the
investigation and not in a previous choice of the researcher for one of the alternatives.
-
Both micro and macrosocial perspectives have theoretical and methodological
potentialities and limitations.
-
In the coming years, there may be a tendency for educational research to use the two
perspectives together (micro and macro).
-
There are several challenges when trying to articulate in the study of a research
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Micro and macro perspectives in analysis: Discussions about the applicability of the concept of scale in research on teacher education
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problem the micro and macrosocial perspectives. However, the adoption of this hybrid
perspective tends to contribute to the understanding of the problem investigated, including in
the context of research on teacher education.
Thus, we defend the relevance that new studies can be made and published to deepen
the reflections on possible contributions of the joint use of micro and macrosocial perspectives
in the analysis of educational phenomena, specifically, with regard to teacher education.
REFERENCES
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Revista Brasileira de Ciências Sociais
, v. 2,
n. 4, p. 5-28, 1987.
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n. 113, p. 153-165, jul. 2001.
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, v. 5, p.
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Geografia
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COMPIANI, M. O lugar e as escalas e suas dimensões horizontal e vertical nos trabalhos
práticos: implicações para o ensino de ciências e educação ambiental.
Ciência & Educação
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sobre as possibilidades oferecidas pelo diálogo entre as perspectivas micro e macro nas
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In
: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 11., 2017, Florianópolis.
Anais [...]
. Florianópolis: UFSC,
2017.
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Cadernos de Pesquisa
, v. 36,
n. 129, p. 619-635, set./dez. 2006.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Alexandre Shigunov NETO and André Coelho da SILVA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022005, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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About the authors
Alexandre Shigunov NETO
PhD student in the Graduate Program in Science and Mathematics Teaching (PPGECIMAT) -
UFN.
André Coelho da SILVA
PhD in Informatics on Education (UFRGS). Professor of the Graduate Program in Science
and Mathematics Teaching (PPGECIMAT) -UFN.
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.