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DOI:
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O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
–
CECULT
UFRB: DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO NA MODALIDADE EAD
EL CURSO DE LICENCIATURA EN MÚSICA POPULAR BRASILEÑA
-
CECULT
UFRB: RETOS DE IMPLEMENTACIÓN EN LA MODALIDAD
THE
LITENTIATE DEGREE COURSE IN BRAZILIAN POPULAR MUSIC
–
CECULT
UFRB: CHALLENGES OF IMPLEMENTATION IN THE EAD MODALITY
Jorge Luiz Ribeiro de VASCONCELOS
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
e
-
mail:
jorgelampa@ufrb.edu.br
Como referenciar este artigo
VASCONCELOS, J. L. R.
.
O curso de Licenciatura em Música Popular Brasileira
–
CECULT
UFRB: Desafios da implantação na modalidade EAD
.
Revista Hipótese
, Bauru,
v.
8,
esp. 1,
e022015
, 2022
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-
ISSN: 2446
-
7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID409
Submetido em
:
10/03/2022
Revisões requeridas em
:
05/05/2022
Aprovado em
:
01/07/2022
Publicado em
:
01/12/2022
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O curso de Licenciatura em Música Popular Brasileira
–
CECULT UFRB: Desafios da implantação na
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2
RESUMO
:
Em 2021, iniciou
-
se o curso de Licenciatura em Música Popular Brasileira
–
modalidade EaD, pela UFRB, iniciativa do centro universitário CECULT e da superintendência
SEAD, com o apoio da CAPES. Partindo de uma proposta inovadora de cursos de arte, cultura
e suas linguagens, mais especificamente, de uma experiência exitosa de implantação de curso
de formação de educadores/as em música na modalidade presencial, a oportunidade permitiu
ampliar um processo corrente de interiorização do ensino superior. Apresen
tamos um relato
dessa experiência, discutindo algumas peculiaridades e desafios encontrados nesse processo
bastante recente, problematizando as questões do ensino da música e das artes em sua
modalidade a distância e online
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação musical. Música popular. Recôncavo da Bahia
.
RESUMEN
:
En 2021, se inició la Licenciatura en Música Popular Brasileña
-
modalidad EaD
en la
UFRB, una iniciativa del centro universitario CECULT y de la SEAD, con el apoyo de
CAPES. A partir de una propuesta innovadora de cursos en arte, cultura y sus idiomas, más
específicamente, a partir de una experiencia exitosa de implementar un curso de for
mación
para educadores musicales en la modalidad de aula, la oportunidad permitió ampliar un
proceso actual de expansión de la educación a las ciudades del interior de la educación
superior. Presentamos un relato de esta experiencia, así como discutimos al
gunas
peculiaridades y desafíos encontrados en este proceso tan reciente, problematizando los temas
de la enseñanza de la música y las artes a distancia y en línea
.
PALABRAS CLAVE
:
Educación musical. Musica popular.
Recôncavo da Bahia
.
ABSTRACT
:
In 2021, the Licentiate Degree in Brazilian Popular Music
–
EaD modality was
started at UFRB, an initiative of the CECULT and SEAD university centers, with the support
of CAPES. Starting from an innovative proposal of courses in art, culture and their lan
guages,
more specifically, from a successful experience of implementing a course for music educators
in the classroom mode, the opportunity allowed us to expand a current process of expansion of
education to inland cities. We present an account of this exp
erience, and the discussion of some
peculiarities and challenges found in this very recent process, problematizing the issues of
teaching music and the arts at a distance and online
.
KEYWORDS
:
Musical education. Popular music.
Recôncavo da Bahia
.
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Introdução: Breve histórico do curso
O Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT) da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (URFB), criado no ano de 2013 e
implantado em 2014 (embora
já constasse no projeto inicial da implantação da UFRB desde os anos 2005/2006) teve, entre
outras ideias inovadoras e inspiradoras para sua criação, o tema da interdisciplinaridade. Nesse
momento de nossa história política e aca
dêmica, essa tendência epistemológica e pedagógica
estava bastante em voga nas universidades brasileiras (destacadamente nas federais do estado
da Bahia
–
Universidade Federal da Bahia,
UFBA; a própria UFRB e a recente Universidade
Federal do Sul da Bahia,
UFSB). Entre outras iniciativas, os bacharelados interdisciplinares
(BI’s) e as correspondentes licenciaturas (com a sigla LI’s) foram construídos para o
atendimento de áreas diversificadas do conhecimento, com intuito de formar pesquisadores/as
e profiss
ionais com atuação direta no mundo do trabalho. Essas áreas foram: saúde, tecnologias
variadas, humanidades
,
etc. No caso do CECULT, o foco foi o campo da cultura e suas
linguagens artísticas, em múltiplas dimensões. Considerando esse escopo, a música e su
as
variegadas articulações interdisciplinares não poderiam deixar de ser consideradas e estarem
incluídas.
O primeiro dos cursos implementados no centro, o BICULT (Bacharelado
Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas), continha em su
a proposta
inicial várias dessas articulações. Tendo um formato em dois ciclos, o segundo desses ciclos é
o chamado das “terminalidades”
–
que visam uma formação específica relacionada à
compreensão das áreas e campos da cultura, das linguagens artísticas
e das tecnologias do
espetáculo, “com vistas à formação ética e profissional, na idealização, construção e realização
de projetos concernentes ao campo de trabalho e à formação da cidadania” (BRASIL, 2014, p.
17). Antes de mencionar uma dessas terminalidad
es de capital importância para o tema deste
texto, gostaria de enfatizar que existe uma capilaridade dos diversos desdobramentos de
conteúdos relacionados a aspectos musicais nas intersecções com as terminalidades
originalmente propostas. Isso acontece tan
to em componentes curriculares de formação geral
dos estudantes (alguns que enfocam temas das linguagens artísticas
,
em geral) como aqueles
mais específicos ligados à produção musical, política e gestão cultural, tecnologias do
espetáculo
,
etc. Para atende
r essa demanda, foram selecionados docentes de formações
diversificadas
,
compondo uma área de conhecimento na estrutura do centro denominada de
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“Música e Cultura”
1
. A denominação desse grupo, fundamental para a estrutura do centro
–
inclusive no atendimen
to a demandas administrativas e de organização de tarefas variadas na
vida acadêmica
–
implica na assunção de uma vocação epistemológica bastante patente na
construção do CECULT, considerando as especificidades da lida com os vários aspectos do
conheciment
o musical: uma forte referência na diversidade dos fazeres musicais e saberes
associados a eles e a adoção da etnomusicologia como uma matriz teórica de referência de
grande importância. Ou melhor dizendo, uma tendência bastante presente de considerar os
d
iferentes fazeres musicais em seus contextos sociais e culturais, bem como históricos e outras
possíveis relações com diversidade epistemológica: a interdisciplinaridade.
Além disso, outra questão, no caso a afiliação local regional ao território de ident
idade
em que se localiza nosso campus, o Recôncavo da Bahia, foi premente para adoção de uma
especificidade bastante cara ao curso que
nucleou
a área de conhecimento referida e suas ações:
a de uma licenciatura em Música
Popular Brasileira
(os destaques nos termos em itálico e
sublinhados devem
-
se justamente à ênfase nos elementos culturais e na intencionalidade que se
referem a essa escolha).
Há uma grande diversidade das várias acepções assumidas pelo termo “popular” em
suas associações a
o conceito de “música”. Em seu texto “Adeus
a
MPB” (SANDRONI, 2004),
o etnomusicólogo Carlos Sandroni discute amplamente os desdobramentos históricos e
conceituais da expressão Música Popular ao longo de vários períodos históricos, vieses teóricos
e idioss
incrasias autorais de grandes formadores do pensamento musicológico brasileiro em
geral, como Mário de Andrade, e mesmo utilizações nos campos da comunicação e do senso
comum. No texto de Sandroni, podemos vislumbrar como o adjetivo se transmuta
historicam
ente, de um sentido de
popular
que se confundia com
folclórico
para aquele que
insere na própria sigla MPB, esta bastante identificada com a produção midiatizada,
principalmente em seu período dos anos 1960/70. No entanto, parafraseando a epígrafe que cita
Gilberto Gil (um dos grandes nomes dessa música popular MPB) na abertura do texto
mencionado, poderíamos dizer que em nossos cursos de música, se há muitas maneiras de fazer
música, também “preferimos todas”.
E, destacando, então, essa multiplicidade de f
ormas de fazer música, buscamos a
inclusão de seus aportes teórico
-
conceituais e prático
-
performativos no universo do ensino e da
pesquisa
ao
nível universitário. A música popular e a canção brasileira (uma de suas expressões
1
O corpo docente do centro está elencado por áreas de conhecimento na página:
https://ufrb.edu.br/cecult/conheca
-
o
-
cecult/corpo
-
docente
.
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mais patentes) têm sido objeto
de estudos e investigação já há um certo tempo. Tatit (1996),
Naves (2001) e Wisnik (2004), Napolitano (1999, 2002), entre uma série de outros autores, com
adesão
às áreas da história, linguística, semiótica, estudos da linguagem em geral, ciências
sociai
s
,
etc., vêm estudando esses temas com bastante afinco e foco. No entanto, os
departamentos e escolas de música e outras instituições acadêmicas, no Brasil, tardaram a
incluir esse campo de práticas e conhecimentos sonoros tanto em suas estruturas curricul
ares
de cursos quanto nas suas linhas de pesquisa em geral (BAIA, 2010; BOLLOS
;
COSTA, 2017;
RODRIGUES, 2015
;
SANTOS, 2015). Albuquerque (2016), embora com foco mais específico
no ensino do canto popular, nos oferece um panorama da historicidade desse proc
esso que tem
como marco a criação do curso de bacharelado em música popular no Instituto de Artes da
Universidade Estadual de Campinas (IA
-
UNICAMP) em 1989.
No Brasil, o ensino da música popular chega à universidade pública no final
da década de 1980, na
UNICAMP, iniciativa pioneira que vem impulsionada
por um momento de interesse e valorização mundial sobre o assunto
(
ALBUQUERQUE, 2016, p. 12).
Um processo, portanto, que nos parece tardio, considerando a própria historicidade do
campo, que remonta a
períodos centenários em nossa história cultural, não somente com suas
relações com uma indústria fonográfica e midiática que surge no limiar do século XX, como
também com uma quantidade de produções ligadas a um pujante meio musical impulsionado
materialme
nte pelas veiculações de partituras e outras formas sociais de compartilhamento,
fruição e trocas simbólicas e materiais, já no século anterior. Ilustrando essa produção, nomes
como os de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros
2
, entre o
utros, nos
reportam a uma memória que remete à transição entre os séculos XIX e XX, mas que chega à
universidade apenas ao final deste último. No entanto, se pensarmos na questão até em um
panorama mais amplo, trata
-
se de campo de estudos razoavelmente nov
o em termos globais,
que chegou a causar estranheza em seus primeiros tempos, conforme destaca um renomado
pesquisador da área:
Um dos problemas iniciais para qualquer campo de estudo novo é a atitude de
incredulidade que ele encontra. O estudo sério da m
úsica popular não é
nenhuma exceção a essa regra. Frequentemente é confrontado com uma
desconcertante atitude de suspeita irônica sugerindo que há algo estranho em
se tratar ‘diversão’ seriamente ou encontrar ‘diversão’ em ‘coisas sérias’. Tais
atitudes sã
o de considerável interesse ao se discutir os objetivos e métodos de
análise da música popular [...] (TAGG, 2003, p. 8).
2
Musicistas de grande destaque e pioneirismo na virada dos séculos XIX e XX.
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No entanto, após a implantação pioneira da universidade paulista, a ideia se difunde
entre várias instituições de ensino superior (IES
) ao longo do território brasileiro, tanto públicas
quanto privadas, viabilizando o acesso para os estudantes desse campo de interesse à vida
universitária. Outras circunstâncias e acontecimentos que também devem ser
considerados
,
para acompanhamento de no
sso processo de desenvolvimento dos cursos, são as iniciativas de
implantação do ensino das linguagens artísticas na educação básica e suas decorrências na
dinâmica de criação e oferecimento de cursos para suprir a formação de educadores para atender
essas
demandas. Este texto traz um relato de experiências em que
visamos contribuir
para esses
processos de aprimoramento e desenvolvimento do ensino/aprendizagem em música e artes em
geral.
O ensino das linguagens artísticas na educação básica
Embora já houvesse uma história anterior de inclusão no ambiente escolar de conteúdos
oriundos das linguagens artísticas, em tempos razoavelmente recentes pudemos observar
algumas intercorrências bast
ante significativas para áreas de interesse deste artigo. Uma delas,
foi a promulgação da Lei 11.769
3
, em agosto de 2008
,
que “altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade
do ensino da música na educação básica” (BRASIL, 2008). Com isso, houve também um
incremento da oferta de cursos de licenciat
ura em música pelas IES, com o respectivo aumento
da procura desses cursos por estudantes interessados em obter sua formação para atendimento
de um mercado de trabalho que, supostamente, estava se ampliando.
É relevante, sobretudo
nos
dois campos a que nos
referimos mais diretamente (a música popular e as licenciaturas em
música) é o dado, obtido principalmente através da observação pessoal e da experiência
igualmente particular relatada por colegas com atuação e ligação com cursos dessa natureza
(coordenad
ores, docentes
,
etc.), do perfil profissional e de formação dos estudantes que buscam
essas duas modalidades. É bastante perceptível a afluência de pessoas com formação e atuação
musical (inclusive, em níveis já avançados) que buscam a formação acadêmica p
or uma série
de motivos.
Podemos citar, como exemplo, a necessidade de regularização das atividades
profissionais (no caso das licenciaturas, credenciando essas pessoas para atuação regular em
instituições de ensino da educação básica) até a obtenção de ha
bilitação para continuidade de
3
A lei, como o próprio texto indica, c
ausou significativo impacto ao tornar obrigatório o ensino de música na
educação básica.
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carreiras acadêmicas, passando por uma série de outras motivações, que incluem, certamente,
o aprimoramento técnico e profissional.
Na confluência dessas duas vertentes, surgiu, então, a proposta da construção de um
curso de
Licenciatura em Música Popular Brasileira em nosso centro e em nossa universidade.
Para concretização dessa proposta, de maneira semelhante a muitos outros cursos universitários,
empreendeu
-
se um intenso ritmo de trabalho, tanto para a redação do seu proje
to pedagógico
(BRASIL, 2016)
4
quanto para as tarefas de obtenção das devidas autorizações, as exigidas
pelas instâncias internas da universidade (Pró
-
reitoria de graduação, principalmente) e aquelas
necessárias para submissão ao Ministério da Educação.
A
tendidas essas demandas, foi possível oferecer as vagas para estudantes, através do
Sistema de Seleção Unificada (SISU) e, em decorrência, receber a primeira turma em 2018.
Nesse mesmo ano, em meio ao processo de acolhimento e afiliação desses estudantes,
surgiu a
oportunidade de concorrermos ao edital CAPES
5
n
.
º 05/2018, de “chamada para articulação de
cursos superiores na modalidade EaD no âmbito da Universidade Aberta do Brasil
–
UAB”
(
CAPES
, 2018).
Aos integrantes do grupo foi oferecida a oportunidade
de divulgarmos alguns
princípios do curso presencial através dessa modalidade de ensino, que, desde o início,
pensamos ser inovadora e, consequentemente, mais acessível ao ensino superior, o que, a nosso
ver, aumentaria a interiorização, que já era uma for
ça motriz da nossa universidade.
Outra
opinião, do autor deste texto, apenas para não deixar de mencionar, são as contribuições
pedagógicas
,
em geral (enfatize
-
se, o termo
em geral
significando, principalmente, as possíveis
transformações que inspiram nos
cursos “presenciais”) que as práticas da modalidade EaD
trazem.
Convém também esclarecer que o “grupo” a que me referi acima incluía não só a área
de conhecimento diretamente envolvida com o curso, mas também colegas docentes que
aderiam às ações e discuss
ões sobre ensino em geral e ensino das artes em particular, bem como
pessoas que tinham uma proximidade muito grande com a modalidade de educação a distância
em questão. O estreitamento das relações acadêmicas com a SEAD (Superintendência de
Educação Abert
a e a Distância) UFRB também foi fundamental para o êxito nesse processo.
Era o momento de investir
mais tempo e energia para a redação de um projeto específico para
a modalidade de educação que visávamos, considerando que, ainda que já tivéssemos uma boa
4
Alguns aspectos desse processo podem ser melhor conhecidos no texto apresentado no XIII Encontro Regional
Nordeste da ABEM
–
Associação Brasileira de Educação Musica
l (BRASIL
et al
.
, 2016).
5
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), entre outras ações, fomenta a
implantação e manutenção de cursos de Ensino
à
Distância através de editais de seu sistema Universidade Aberta
do Brasil (UAB).
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base do projeto “presencial”, era necessária uma especial atenção para evitarmos os problemas
de uma adaptação descontextualizada ao modelo pedagógico da EaD, que implicasse uma mera
transposição de uma modalidade a outra. Estávamos atentos ao fato de que
estava sendo criado
um curso, com as experiências do anterior como bagagem, mas tendo em vista as demandas e
especificidades do ambiente educacional. Estávamos, inclusive, trabalhando
concomitantemente com dois projetos que possuem uma certa similaridade:
o da licenciatura
em música popular brasileira e o de outra licenciatura com trajetória semelhante no CECULT,
a interdisciplinar em artes (LIA). Ambas as licenciaturas estavam, então, em seu processo de
elaboração para o oferecimento em modalidade a distân
cia.
O início do curso e dos desafios
Como podemos ver, uma série de desafios vinham sendo lançados, com a criação e
implementação de novos cursos e novas perspectivas de formação, ensino e pesquisa. É próprio
de processos iniciais de
implantação a experiência da situação inovadora, do desafio. A ideia
do desafio tem, ao mesmo tempo, os sentidos de busca de soluções para dificuldades e situações
diversas, mas também de estímulo e motrizes de entusiasmo e impulso para criar e realizar. É
com esse “duplo sentido” (ou outros, que possamos acolher pelo trajeto), que encaro a ideia de
desafio. Vamos, então, a alguns pontos que podemos destacar, considerando nossa jornada até
o segundo semestre do curso que enfocamos, que acontece no período d
o calendário civil entre
os meses de novembro de 2021 e março de 2022.
Nossa universidade é uma instituição razoavelmente nova e diversificada. Em que pese
situar
-
se numa região que historicamente remonta às primeiras décadas da colonização
portuguesa, a i
mplementação da UFRB está relacionada a um período bastante recente, de
interiorização e expansão das IFES durante as primeiras décadas do século XXI. Como parte
de sua vocação universitária, as várias vertentes de produção de conhecimento e formações
prof
issionais são organizadas em
campi
e centros espalhados em cidades do território de
identidade já citado. Temos, por exemplo, o campus da cidade de Amargosa, que abriga o
Centro de Formação de Professores (CFP), totalmente dedicado a cursos com esse intuit
o em
áreas diversificadas. Outros são centros das áreas da saúde, de ciências biológicas e da terra,
ciências exatas
,
etc. Sem pretendermos tecer uma descrição detalhada dessa estrutura,
apontamos para esse fato
–
da amplitude das áreas do conhecimento abr
angidas, também
patente na maioria das universidades, sendo, inclusive, uma exigência para a configuração de
uma vida universitária
–
considerando as possibilidades, nem sempre proveitosamente
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exploradas, de intercâmbio entre centros e cursos diversos. Se
no dia a dia torna
-
se difícil a
realização desse intercâmbio, por razões variadas e bastante legítimas
–
que vão desde a
sobrecarga de tarefas dos servidores docentes ao fato de termos centros bastante distantes uns
dos outros
–
os cursos EaD oferecem poss
ibilidades de uma aproximação maior. Na maneira
como expressamos os sentidos de “desafio”, aqui, as normas colocadas pela instituição
mantenedora CAPES nos instam a estar frente a frente com essa expansão de nossas redes de
docência constantemente. Explica
ndo melhor essas dinâmicas, somos levados, por regimento,
a fazer editais para provimento dos cargos docentes
primeiramente oferecidos
internamente (ou
seja, para servidores docentes da UFRB), mas já promovendo um contato com outros centros e
colegas desse
s
campi
. Indo mais além, quando não há o preenchimento total desses cargos,
podemos estender, em editais subsequentes, a rede de profissionais de outras instituições. O
desafio aqui
é multifacetado
, pois passar semestralmente por esses processos de seleção
gera
uma considerável quantidade de trabalho
e imprime ritmos de trabalho contínuos
–
divulgação,
seleção, planejamento
,
etc. No entanto, isso permite diversificar nossas redes de contato e
partilhar experiências, conhecimentos e modos de ver nossos objet
os de trabalho de maneira
mais abrangente possibilita que essas partilhas agreguem diversidade e qualidade de ensino para
nossos cursos.
Outros desafios emergem dos componentes curriculares que tratam diretamente de
atividades práticas musicais, a exemplo
de aulas de componentes como rítmica, aulas de
instrumentos específicos, oficinas de práticas coletivas
,
entre outras. Tivemos, ainda, como
agravante a prejudicar as possibilidades de interação, a situação de pandemia de COVID 19 que
obrigou o fechamento
e impedimento do acesso às instalações físicas dos polos presenciais. No
entanto, pelo que já tivemos oportunidade de conversar informalmente com pessoas de outras
coordenações de cursos e mesmo pelo que observamos no perfil de nossos estudantes, o acesso
a esses encontros não é propiciado por vários fatores. Muitos desses estudantes moram em
bairros, povoados ou outras localidades distantes uns dos outros e distantes dos polos. Assim,
essas possibilidades de encontro para práticas e frequência a espaços ad
equados a atividades
como oficinas e ensaios acabam sendo dificultadas. Também a própria estrutura de instalações
particulares dos discentes, domiciliares ou em algum ambiente de trabalho (estúdios, ateliês
,
etc.) nem sempre são adequados. Embora, as recom
endações institucionais sejam de que esses
discentes providenciem equipamentos e instalações para o acompanhamento dos cursos,
sabemos que na realidade, por questões socioeconômicas e outras de cunho material, isso não
acontece de fato. Além disso, não que
rendo parecer que neste ponto estamos apresentando um
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rol e um ror de dificuldades
–
mas sim encarando situações que precisam de grande atenção e
busca de soluções
–
nosso corpo discente tem uma diversidade muito grande, em muitos
quesitos de suas formaçõe
s em geral. Digo
,
em geral, porque essa situação extrapola o perfil
variegado de formações e habilidades musicais. Nosso curso não realiza exames de habilidades
específicas para ingresso. Um dos motivos para tanto, é justamente a diversidade de formas,
faz
eres e saberes musicais da região matricial do curso Licenciatura em Música Popular
Brasileira
—
EaD que dá inspiração a ele, o Recôncavo da Bahia. Nesse território, vemos
mestres e praticantes de capoeira e samba de roda, lado a lado com musicistas formad
os pelas
chamadas “filarmônicas”. Essas agremiações são sociedades civis, muito disseminadas na
Bahia e no Nordeste do Brasil, algumas surgidas durante o século XIX
,
responsáveis
por manter
bandas de música em muitas localidades dessa região. Como exemplo
de como se estruturam
essas organizações no município sede do CECULT, o trabalho do pesquisador
S
antamarense
Cristiano Lira é bastante ilustrativo.
Na Bahia, ainda existem 12 filarmônicas que foram fundadas no final do
século XIX. Essas associações ocupam, nas cidades do interior, o papel de
centros de atividades culturais (CAJAZEIRAS, 2004).
O Recôncavo Baiano é a região, onde a diversidade das prá
ticas musicais
encontrou um solo fértil, inclusive para as filarmônicas, fanfarras e charangas,
e isso vale até hoje para o Estado da Bahia (DANTAS, 2015).
No município de Santo Amaro da Purificação existem duas filarmônicas
centenárias: A Sociedade Filarmônica Filhos de Apolo e a Sociedade
Filarmônica Lira dos Artistas, ambas fundadas com o objetivo de promover a
educação musical para os jovens da sociedade
santamarense, ou seja, uma das
principais finalidades destas agremiações era a educação musical [...] (LIRA,
2016, p. 23).
A importância que essas agremiações têm no nosso território também tem relevância
nos locais onde vivem nossos estudantes. O exempl
o serve também para ilustrar nossas
argumentações, exemplificando um tipo de formação que é muito disseminada e muito próxima
das formações “
conservatórias
”, são musicistas com excelente formação para leitura de
partituras. No entanto, como conciliar com o
utros potenciais alunos com habilidades e
conhecimentos musicais amplos, como o caso dos ogãs alabês, mestres da música do candomblé,
que se utilizam de outros letramentos para suas atividades? Em meio a tamanha diversidade,
bastante propícia para o nosso
curso de música popular brasileira, optamos por não ter exames
específicos. O que também vislumbramos nesses primeiros meses de aulas são outras
diversificações das formações para questões fundamentais para uma licenciatura, como a
familiaridade com a prod
ução e leitura dos textos acadêmicos e de entendimento e apropriação
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de conceitos, fundamentos e referências em áreas diversificadas como pedagogia, relações da
música com contextos históricos, sociais, culturais; temas mais ligados a aspectos críticos e
t
eóricos da educação e da música.
Porém, retornando ao tema que estávamos destacando, nosso desafio atual é buscar
ferramentas tecnológicas e relacionais, visando à implementação de aulas e outras atividades
práticas. As
tecnologias
que nos permitem interc
âmbios dinâmicos e rápidos
de materiais, como
o envio de pequenas gravações, trechos de loops, grafias de peças a serem executadas
,
etc. Uma
das estratégias que o curso como um todo adotou foi curricular, inserindo na matriz
componentes como os de Tecnolog
ias Musicais I, II e III. O primeiro, oferecido no primeiro
semestre de nosso curso, tinha justamente como subtítulo e tema específico de sua aplicação:
Editoração, Gravação e Edição Musical. Além disso, no semestre 2021.1 (devido ao atraso
provocado pela
situação pandêmica, que alterou o calendário da universidade, esse semestre
letivo desenrolou
-
se de 01º/novembro/2021 a 19/março/2022), o componente denominado
Práticas Coletivas Musicais previu uma ênfase na adoção de aplicativos e programas que
permitam
um ambiente de trocas de ideias, arquivos e utilização de streaming de áudio. Indo
além dos encontros síncronos de videochamadas e teleconferências, queremos buscar as
possibilidades que nos levem a uma “interatividade obsessiva”. A ideia, apresentada com
esses
termos bem
-
humorados, tem fundamento justamente a criar o ambiente de partilha musical não
apenas do ponto de vista tecnológico, mas também da adoção de um clima de confiança mútua
e respeito pela diversidade de formações, como já mencionado. Portant
o, além dos recursos
tecnológicos, é preciso buscarmos justamente as “ferramentas relacionais”, conforme
mencionamos acima. Para buscarmos o que preconiza o modelo pedagógico da UFRB, em
modalidade vigente, temos sempre que ter em vista que:
Nesta perspec
tiva, o estudante ocupa um lugar central no modelo, como um
indivíduo ativo, capaz de construir conhecimentos, empenhado e
comprometido com sua autoaprendizagem e, sobretudo, integrado a uma
comunidade de aprendizagem (CARDOSO, 2018, p. 14).
Portanto, no
ssas ferramentas devem estar todas calibradas por um instrumento que
perpassa várias pedagogias, o instrumento que já é apontado por um de nossos maiores
pedagogos (citado a seguir) para a construção de campos de aprendizagem mútua: o diálogo, a
escuta sen
sível e a prática da livre expressão de maneira organizada e com equidade. Nosso
desafio
–
também nossa potência, mediados por tecnologias que nos projetam a locais distantes
e de difícil acesso do sertão e litoral baiano
–
é estabelecer formas mais eficaz
es desse
instrumental dialógico.
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O diálogo não é um produto histórico, é a própria “historicização”. É ele, pois,
o movimento constitutivo da consciência que, abrindo
-
se para a infinitude,
vence intencionalmente as fronteiras da finitude e, incessantement
e, busca
reencontrar
-
se a si mesmo num mundo que é comum; porque é comum esse
mundo, buscar
-
se a si mesmo é comunicar
-
se com o outro. O isolamento não
personaliza porque não socializa. Intersubjetivando
-
se mais, mais densidade
subjetiva ganha o sujeito (FR
EIRE, 1987, p. 16).
Esse diálogo produz
-
se também nas interações sonoras e musicais, nas quais a busca
pela quebra de distinções/inibições/valorações de experiência e talento torna
-
se tão primordial
quanto a obtenção dos softwares e conexões adequadas. O
professor e pesquisador Daniel Gohn,
a partir de suas reflexões sobre o ensino online de seu instrumento, a bateria, aponta para
questões que se aplicam a quaisquer dessas interações acima mencionadas, tanto de práticas de
ensino instrumental quanto de áre
as específicas da música
,
como harmonia, rítmica e outros
aspectos da estruturação musical.
O professor pode criar condições favoráveis para a comunicação on
-
line, mas
cada aluno trará circunstâncias diferentes, subordinadas aos seus
equipamentos e local
disponível para a aula. O aluno possui um laptop ou um
celular? Qual a velocidade da sua conexão à internet? Possui um bom fone de
ouvido? Microfone externo ou do laptop? [...] A melhor forma de auxiliar o
aluno é observá
-
lo nas condições em que pratica t
odos os dias [...] (GOHN,
2020, p. 164).
Em nossa experiência,
constatamos
que essas considerações aplicam a quaisquer dessas
interações acima mencionadas, tanto de práticas de ensino instrumental quanto de áreas
específicas da música
,
como harmonia, rítm
ica e outros aspectos da estruturação musical.
Considerações finais
Concluindo, apontamos para questões que se fazem presentes em um ambiente de ensino
extremamente pautado por atividades práticas, mas levantando aspectos que talvez possam ser
de interesse geral. Em que pese sermos “novatos” em nossas incursões pela EaD
—
como
expostas acima com franqueza
—
bastante recentes, a bagagem de iniciativas anteriores nos
insta a abordagens e estratégias que unem a experimentação com experiência, mas que,
principalmente, buscam manter a principal qualidade do “novato”, do aprendiz
: curiosidade e
aquele brilho no olhar de quem a cada dia descobre uma novidade e a utiliza. Para fechar, já
que estamos no campo das artes, peço a ajuda do grande mestre da literatura, João Guimarães
Rosa, que ilustra com imagens de sua prosa poética algu
mas das impressões por aqui elencadas.
Se por um lado, usando a fala do personagem Riobaldo,penso que
“
eu quase que nada não se
i
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as desconfio de muita coisa” (ROSA, 2006, p. 8); por outro, aproveito outra prosa sua para
afirmar: “mestre não é quem sempre
ensina, mas quem de repente aprende” (ROSA
,
2006, p.
271).
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SOBRE OS AUTORES
Jorge Luiz Ribeiro de
VASCONCELOS
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Santo Amaro
–
BA
–
Brasil. Docente
Adjunto no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias (CECULT). Doutorado em Música
(UNICAMP).
Processamento e edição: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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1
THE LITENTIATE DEGREE COURSE IN BRAZILIAN POPULAR MUSIC
–
CECULT UFRB: CHALLENGES OF IMPLEMENTATION IN THE EAD
MODALITY
O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
–
CECULT
UFRB: DESAFIOS DA IMPLANTAÇÃO NA MODALIDADE EAD
EL
CURSO DE LICENCIATURA EN MÚSICA POPULAR BRASILEÑA
-
CECULT
UFRB: RETOS DE IMPLEMENTACIÓN EN LA MODALIDAD
Jorge Luiz Ribeiro de VASCONCELOS
Federal University of the Recôncavo
da
Bahia
(UFRB)
e
-
mail:
jorgelampa@ufrb.edu.br
How to refer to t
his article
VASCONCELOS, J. L. R.
The litentiate degree course in
B
razilian
Popular Music
-
CECULT
UFRB:
Challenges
of implementation in the EAD modality
.
Revista Hipótese
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e022015
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Submitted
:
10/03/2022
Revisions required
:
05/05/2022
Approved
:
01/07/2022
Published
:
01/12/2022
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The litentiate degree course in Brazilian Popular Music
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ABSTRACT
:
In 2021, the Licentiate Degree in Brazilian Popular Music
–
EaD modality was
started at UFRB, an initiative of the CECULT and SEAD university centers, with the support
of CAPES. Starting from an innovative proposal of courses in art, culture and their lan
guages,
more specifically, from a successful experience of implementing a course for music educators
in the classroom mode, the opportunity allowed us to expand a current process of expansion of
education to inland cities. We present an account of this exp
erience, and the discussion of some
peculiarities and challenges found in this very recent process, problematizing the issues of
teaching music and the arts at a distance and online
.
KEYWORDS
: Musical education. Popular music. Recôncavo da Bahia
.
RESUMO
:
Em 2021, iniciou
-
se o curso de Licenciatura em Música Popular Brasileira
–
modalidade EaD, pela UFRB, iniciativa do centro universitário CECULT e da
superintendência SEAD, com o apoio da CAPES. Partindo de uma proposta inovadora de
cursos de arte, cultur
a e suas linguagens, mais especificamente, de uma experiência exitosa de
implantação de curso de formação de educadores/as em música na modalidade presencial, a
oportunidade permitiu ampliar um processo corrente de interiorização do ensino superior.
Aprese
ntamos um relato dessa experiência, discutindo algumas peculiaridades e desafios
encontrados nesse processo bastante recente, problematizando as questões do ensino da
música e das artes em sua modalidade a distância e online
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação musical. Música popular. Recôncavo da Bahia
.
RESUMEN
:
En 2021, se inició la Licenciatura en Música Popular Brasileña
-
modalidad EaD
en la
UFRB, una iniciativa del centro universitario CECULT y de la SEAD, con el apoyo de
CAPES. A partir de una propuesta innovadora de cursos en arte, cultura y sus idiomas, más
específicamente, a partir de una experiencia exitosa de implementar un curso de for
mación
para educadores musicales en la modalidad de aula, la oportunidad permitió ampliar un
proceso actual de expansión de la educación a las ciudades del interior de la educación
superior. Presentamos un relato de esta experiencia, así como discutimos al
gunas
peculiaridades y desafíos encontrados en este proceso tan reciente, problematizando los temas
de la enseñanza de la música y las artes a distancia y en línea
.
PALABRAS CLAVE
:
Educación musical. Musica popular.
Recôncavo da Bahia
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Introduction: A brief history of the course
The Center for Culture, Languages and Applied Technologies (CECULT) Federal
University of the Recôncavo da Bahia (URFB) was created in 2013 and implemented in 2014
(although it was already part of the initial pr
oject for the implementation of the UFRB in
2005/2006) had, among other innovative and inspiring ideas for its creation, the theme of
interdisciplinarity. At that moment in our political and academic history, this epistemological
and pedagogical trend was
very much in vogue in Brazilian universities (especially in the
federal universities of the state of Bahia
-
Federal University of Bahia, UFBA; UFRB itself and
the recent Federal University of Southern Bahia, UFSB). Among other initiatives, the
interdiscip
linary baccalaureate degrees (BI's) and the corresponding licentiate degrees (with the
acronym LI's) were built to serve diversified areas of knowledge and to train researchers and
professionals to act directly in the world of work. These areas were: healt
h, varied technologies,
humanities, etc. In the case of CECULT, the focus was the field of culture and its artistic
languages in multiple dimensions. Considering this scope, music and its various
interdisciplinary articulations could not fail to be conside
red and included.
The first course implemented at the center, the BICULT (Interdisciplinary Bachelor in
Culture, Languages, and Applied Technologies), contained in its initial proposal several of
these articulations
.
Having a format in two cycles, the seco
nd of these cycles is called
“
terminalities,
”
-
which aims at specific training related to the understanding of areas and fields
of culture, artistic languages, and technologies of the show,
“
with a view to ethical and
professional training, in the idealization, construction, and realization of proje
cts concerning
the field of work and the formation of citizenship
”
(BRASIL, 2014, p. 17
, our translation
).
Before mentioning one of these terminalities of capital importance to the theme of this text, I
want to emphasize that there is a capillarity of the
various unfoldings of contents related to
musical aspects at the intersections with the proposed initial terminalities. This happens in
curricular components of general student education (some that focus on themes of artistic
languages in general) and in m
ore specific ones related to musical production, cultural policy,
management, performance technologies, etc
.
Teachers with diverse backgrounds were selected
to compose an area of knowledge in the center's structure called
“
Music and Culture
1
’’
.
The
denomi
nation of this group is fundamental for the structure of the center
–
including the
fulfillment of administrative demands and the organization of various tasks in academic life
–
1
Areas of knowledge on the page list the center's faculty
: https://ufrb.edu.br/cecult/conheca
-
o
-
cecult/corpo
-
docente.
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implica na assunção de uma vocação epistemológica bastante patente na constru
ção do
CECULT,
considering the specificities of dealing with the various aspects of musical
knowledge: a strong reference in the diversity of musical practices and knowledge associated
with them and the adoption of ethnomusicology as a theoretical referenc
e matrix of great
importance. Or, rather, a very present tendency to consider the different musical practices in
their social and cultural contexts, as well as historical and other possible relationships with
epistemological diversity: interdisciplinarity.
Besides, another issue, in this case, the local, regional affiliation to the identity territory
where our campus is located, the Recôncavo
da Bahia, was pressing for the adoption of a
specificity very dear to the course that nucleated the referred knowledge area and its actions:
that of a degree in Brazilian Popular Music (the highlights in italics and underlined terms are
precisely due to t
he emphasis on the cultural elements and the intentionality that refer to this
choice).
There is a great diversity of the various meanings taken by the term
“
popular
”
in its
associations with the concept of
“
music
”.
In his text "Goodbye to MPB" (SANDRONI,
2004),
ethnomusicologist Carlos Sandroni discusses the historical and conceptual developments of the
expression of Popular Music throughout various historical periods, theoretical biases, and
authorial idiosyncrasies of great formers of Brazilian musicolog
ical thought in general, such as
Mário de Andrade extensively, and even uses in the fields of communication and common sense.
In Sandroni's text, we can glimpse how the adjective is historically transmuted, from a sense of
popularity that was confused with
folkloric to one that is inserted in the acronym MPB itself,
which is quite identified with media production, especially in its period of the 1960s and 1970s.
However, paraphrasing the epigraph that quotes Gilberto Gil (one of the great names of this
popu
lar music MPB) in the opening of the mentioned text, we could say that in our music
courses, if there are many ways to make music, we also
“
prefer all of them
”.
And, highlighting this multiplicity of ways of making music, we seek the inclusion of
its theor
etical, conceptual, and practical
-
performative contributions in the universe of teaching
and research at the university level. Popular music and the Brazilian song (one of its most
obvious expressions) have been the object of studies and research for some
time now. Tatit
(1996), Naves (2001) and, Wisnik (2004), Napolitano (1999, 2002), among a series of other
authors from the fields of history, linguistics, semiotics, language studies in general, social
sciences, etc., have been studying these themes with g
reat effort and focus. However, music
departments and schools, and other academic institutions, in Brazil have been slow to include
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this field of sound practices and knowledge both in their curricular structures of courses and in
their research lines in ge
neral (BAIA, 2010; BOLLOS; COSTA, 2017; RODRIGUES, 2015;
SANTOS, 2015).
Albuquerque (2016), although with a more specific focus on the teaching of
popular singing, offers us an overview of the historicity of this process that has as its landmark
the creati
on of the bachelor's degree course in popular music at the Institute of Arts at the State
University of Campinas (IA
-
UNICAMP) in 1989.
In Brazil, the teaching of popular music reached public universities in the late
1980s at UNICAMP, a
pioneering initiative that has been driven by a moment
of worldwide interest and appreciation for the subject
(
ALBUQUERQUE,
2016, p. 12
, our translation
).
A process, therefore, that seems late to us, considering the very historicity of the field,
which goes back to centennial periods in our cultural history, not only with its relations with a
phonographic and media industry that emerges at the threshold of t
he 20th century but also with
some productions linked to a powerful musical medium materially driven by the publication of
scores and other social forms of sharing, fruition, and symbolic and material exchanges, already
in the previous century. Illustratin
g this production are names such as Ernesto Nazareth,
Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros
2
,
among others, take us back to a memory that dates
back to the transition between the nineteenth and twentieth centuries but reaches the university
only at the
end of the latter. However, let's think about the issue even in a broader panorama. It
is a fairly new field of studies in global terms, which even caused astonishment in its early days,
as highlighted by a renowned researcher in the area:
One of the initial problems for any new field of study is the attitude of disbelief
it encounters. The serious study of popular music is no exception to this rule.
It is often confronted with a disconcerting attitude of ironic suspicion
suggesting that the
re is something odd about treating 'fun' seriously or finding
'fun' in 'serious things.' Such attitudes are of considerable interest when
discussing the aims and methods of analysis of popular music [...]
(TAGG,
2003, p. 8
, our translation
).
However, afte
r the pioneering implementation of the university in São Paulo, the idea
spread among several higher education institutions (HEI) throughout the Brazilian territory,
both public and private, making it possible for students from this field of interest to ha
ve access
to university life. Other circumstances and events that must also be taken into consideration to
follow our course development process are the initiatives to teach artistic languages in basic
education and their consequences in the dynamics of cr
eation and offering courses to supply
2
Musicians of great prominence and pioneering spirit at the turn of the 19th
and 20th centuries
.
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educators' training to meet these demands. This text reports experiences in which we seek to
contribute to these processes of improving and developing teaching and learning in music and
arts in general
.
The teaching
of artistic l
anguages in basic education
Although there was already a previous history of inclusion of content from artistic
languages in the school environment, in fairly recent times, we could observe some very
significant events for the areas of interest of this article.
One of them was the en
actment of Law
11.769
3
,
in August 2008, that
“
amends Law no 9.394, of December 20, 1996, Law of Directives
and Bases of National Education, to provide for the mandatory teaching of music in basic
education
”
(BRASIL, 2008). With this, there has also been a
n increase in the number of music
degree courses offered by HEIs, with a corresponding increase in the demand for these courses
by students interested in obtaining their education to serve a labor market that, supposedly, was
expanding. Quite significant i
n the two fields to which we refer more directly (popular music
and music degrees) is the data obtained mainly through personal observation and the equally
particular experience reported by colleagues working and connected with courses of this nature
(coor
dinators, professors, etc.), of the professional and educational profile of the students who
seek these two modalities. It is noticeable the affluence of people with musical education and
performance (even at advanced levels) who seek academic education fo
r a number of reasons.
Motives that range from the regularization of their professional activities (in the case of
undergraduate degrees, accrediting these people for regular activities in basic education
teaching institutions) to obtaining the qualificati
on for continuing their academic careers, to a
series of other motivations, which certainly include technical and professional improvement
.
At the confluence of these two strands, the proposal came to build a degree course in
Brazilian Popular Music at our
center and our university.
To realize this proposal, similarly to
many other university courses, an intense pace of work was undertaken, both for the writing of
its pedagogical project (BRASIL, 2016)
4
as for the tasks of obtaining the necessary
authorizations, those required by the university's internal instances (especially by the Pro Dean
of Undergraduate Studies) and those necessary for submission to the Ministry of Education
.
3
The law, as the text indicates, made a significant impact by teaching music in basic education compulsory
.
4
Some aspects of this process can be better known in the text presented at the XIII Northeast Regional Meeting
of ABEM
-
Braz
ilian Association of Music Education (BRASIL et al., 2016).
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7
Once these demands were met, it was possible to offer vacancies to
students through the
Unified Selection System
(
USS
) and, as a result, receive the first class in 2018. That same year,
in the midst of the process of welcoming and affiliation these students, the opportunity arose
for us to apply to the CAPES
5
nº 05/2018
,
“
call for articulation of higher education courses in
DE
modality under the Open University of Brazil
–
UAB
”
(CAPES, 2018). Our group was
presented with the possibility of spreading some principles of the face
-
to
-
face course in this
innovative modality, and that, in our opinion, since the first moments when access to it was
considered, also allowed for great acc
essibility to higher education, further enhancing an
internalization that was already the driving force of our university. Another opinion of the
author of this text, not to fail to mention, are the pedagogical contributions in general
(emphasize, the term
in general
meaning, mainly, the possible transformations that they inspire
in
“
face
-
to
-
face
”
courses) that the practices of the DE modality bring.
It is also worth clarifying that the
“
group
”
I referred to above included not only the area
of knowledge dir
ectly involved with the course but also teaching colleagues who adhered to the
actions and discussions about teaching in general and arts teaching in particular, as well as
people who were very close to the distance education modality in question. The stre
ngthening
of academic relations with the SEAD (Superintendence of Open and Distance Education)
UFRB was also fundamental for the success of this process. It was the moment to devote more
time and energy to the writing of a specific project for the educatio
n modality we were aiming
at, considering that, even though we already had a good basis for the
“
face
-
to
-
face
”
project,
special attention was needed to avoid the problems of a decontextualized adaptation to the
pedagogical model of DE, which would imply a
mere transposition from one modality to
another. We were aware that a new course was being created, with the experiences of the
previous one as background, but keeping in mind the educational environment's demands and
specificities. We were also working co
ncomitantly with two projects that have a certain
similarity: the Brazilian popular music degree and another degree with a similar trajectory at
CECULT, the interdisciplinary one in arts (LIA). Both degrees were then in the process of
preparation for dista
nce learning.
5
The Coordination for the Improvement of Higher Level Personnel (CAPES), among other actions, encourages
the implementation and maintenance of distance learning courses through its Open Universi
ty of Brazil (UAB)
system.
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The beginning of the c
ourse and the challenges
As we can see, a series of challenges were being launched, with the creation and
implementation of new courses and new perspectives for training, teaching, and research. The
experience of the innovative situation and challenge is characteristic of initial
implementation
processes. The idea of the challenge has, at the same time, the meanings of a search for solutions
to various difficulties and situations, but also of a stimulus and motivator of enthusiasm and
impulse to create and accomplish. With this
“
do
uble meaning
”
(or others that we may welcome
along the way), I face the idea of a challenge. Let's, then, go to some points that we can highlight,
considering our journey until the second semester of the course we are focusing on, which takes
place in the
calendar period between November 2021 and March 2022
.
Our university is a fairly new and diverse institution. Although it is located in a region
that dates back to the first decades of Portuguese colonization, the implementation of the UFRB
is related to a
relatively recent period of interiorization and expansion of the IFES during the
first decades of the 21st century. As part of its university vocation, the various strands of
knowledge production and professional training are organized in campuses and cen
ters spread
over cities in the aforementioned identity territory. We have, for example, the campus in the
town of Amargosa, which houses the Center for Teacher Training
(
CTT
),
totally dedicated to
courses with this purpose in diversified areas. Others are centers in health, biological and earth
sciences, exact sciences, etc. Without intending to give a detailed description of this structure,
we point to this fact
-
the amplitud
e of the areas of knowledge covered, also evident in most
universities, being even a requirement for the configuration of university life
-
considering the
possibilities, not always profitably explored, of interchange between centers and diverse
courses. I
f, on a daily basis, it is difficult to perform this interchange, for various and quite
legitimate reasons
-
ranging from the overload of tasks of the teaching staff to the fact that we
have centers quite distant from each other
-
the EaD courses offer pos
sibilities of a greater
approximation. In the way, we express the meanings of "challenge" here, the norms put in place
by the holding institution CAPES urge us to constantly come face to face with this expansion
of our teaching networks. To explain these d
ynamics better, we are led, by regulation, to make
edicts to fill teaching positions that are first offered internally (that is, to UFRB teaching staff)
but already promoting contact with other centers and colleagues from these campuses. Going
further, whe
n these positions are partially filled, we can extend, in subsequent calls, the network
of professionals from other institutions. The challenge here has varied aspects, as going through
these selection processes every six months creates a considerable work
load and imposes
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continuous work rhythms
-
dissemination, selection, planning, etc. However, this allows us to
diversify our networks and to share experiences, knowledge, and ways of looking at our objects
of work more comprehensively, making it possible f
or these shares to add diversity and quality
to our courses.
Other challenges emerge from the curricular components that deal directly with practical
musical activities, such as rhythm classes, specific instrument classes, and collective practice
workshop
s, among others. We also had, as an aggravating factor hindering the possibilities of
interaction. This COVID
-
19 pandemic forced the closure and impediment of access to the
physical facilities of the presential poles. However, from what we have had the opp
ortunity to
talk informally with people from other course coordination and even from what we have
observed in the profile of our students, the access to these meetings needs to be propitiated by
several factors. Many of these students live in neighborhoods
, villages, or other locations far
from each other and from the centers. Thus, these possibilities of meeting for practices and
attending spaces suitable for activities such as workshops and rehearsals end up needing to be
improved. Also, the very structur
e of the students' private facilities, at home or in some work
environments (studios, ateliers, etc.), are only sometimes adequate. Although the institutional
recommendations are that these students should provide equipment and facilities to follow the
cou
rses, we know that, due to socioeconomic and other material issues, this doesn't really
happen. Besides, not wanting to sound like we are presenting a list and a rumor of difficulties
here
-
but rather facing situations that need a great deal of attention
and a search for solutions
-
our student body has great diversity in many aspects of their education in general. This situation
goes beyond the variegated profile of musical backgrounds and abilities. Our course does not
conduct entrance examinations for s
pecific skills. One of the reasons for that is precisely the
diversity of musical forms, practices, and knowledge in the region that is the matrix of the
course Licenciatura em Música Popular Brasileira
-
EaD, which inspires it, the Recôncavo da
Bahia. In
this territory, we see capoeira and samba circle masters and practitioners side by side
with musicians trained by the so
-
called
“
philharmonic groups
”
. These associations are civil
societies, widespread in Bahia and the Northeast of Brazil, some of which em
erged during the
19th century and are responsible for maintaining music bands in many locations in this region.
As an example of how these organizations are structured in the municipality where CECULT
is located, the work of Cristiano Lira, a researcher fr
om Santa Catarina, is quite illustrative.
In Bahia, there are still 12 philharmonics that were founded at the end of the
19th century. These associations occupy, in the countryside cities, the role of
centers of cultural activities (CAJAZEIRAS, 2004
, our
translation
)
.
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The Recôncavo Baiano
is the region where the diversity of musical practices
found fertile soil, including philharmonics, fanfares, and charangas, and this
is true even today for the State of Bahia (DANTAS, 2015
, our translation
).
In the municipality of Santo Amaro da Purifi
cação, there are two centennial
philharmonic groups: Sociedade Filarmônica Filhos de Apolo and Sociedade
Filarmônica Lira dos Artistas, both founded to promote musical education for
young people from Santo Amaro da Purificação society, that is, one of the
main purposes of these associations was musical education [...]
(LIRA, 2016,
p. 23
, our translation
).
The importance that these associations have in our territory also has relevance in the
places where our students live. The example also illustrates our arguments, exemplifying a type
of formation that is very widespread and very close to the
“
conservatory
”
formations, these are
musicians with excellent training in score reading. However, how to reconcile this with other
potential students with broad musical knowledge and skills, as is the case of alabese ogans,
masters of candomblé music, who use other lite
racies for their activities? In such diversity,
quite favorable for our course in Brazilian popular music, we chose not to have specific exams.
What we also glimpse in these first months of classes are other diversifications of the formations
for fundament
al questions for a degree, such as a familiarity with the production and reading of
academic texts and the understanding and appropriation of concepts, fundamentals, and
references in diversified areas such as pedagogy, music's relations with historical, s
ocial,
cultural contexts; themes more linked to critical and theoretical aspects of education and music
.
However, returning to the theme we were highlighting, our current challenge is to seek
technological and relational tools to implement classes and oth
er practical activities. The
technological ones are primarily those that allow us to exchange dynamic and agile materials,
such as sending short recordings, excerpts of loops, graphs of pieces to be performed, etc. One
of the strategies that the course as
a whole adopted was curricular, inserting components such
as Musical Technologies I, II, and III into the curriculum. The first one, which was offered in
the first semester of our course, had precisely its subtitle and specific application theme: Music
Edi
ting, Recording, and Publishing. In addition, in semester 2021.1 (due to the delay caused by
the pandemic situation, which altered the university calendar, this academic semester ran from
November 1st, 2021, to March 19th, 2022), the component called Colle
ctive Music Practices
provided for an emphasis on the adoption of applications and programs that allow an
environment for the exchange of ideas, files, and the use of streaming audio. Going beyond the
synchronous meetings of video calls and teleconferences
, we want to seek the possibilities that
lead to
“
obsessive interactivity
”
. The idea, presented with these humorous terms, is based
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precisely on creating the musical sharing environment not only from the technological point of
view but also from adopting a
climate of mutual trust and respect for the diversity of
backgrounds, as already mentioned. Therefore, in addition to technological resources, we must
seek precisely the
“
relational tools
”
, as discussed above. To seek what the pedagogical model
of the UFR
B advocates in the current mode, we must always keep in mind that
:
From this perspective, the student occupies a central place in the model as an
active individual, capable of constructing knowledge, engaged and committed
to their self
-
learning, and, abov
e all, integrated into a learning community
(CARDOSO, 2018, p. 14
, our translation
).
Therefore, our tools must all be calibrated by an instrument that cuts across several
pedagogies, the instrument that is already pointed out by one of our
greatest pedagogues (cited
below) for the construction of mutual learning fields: dialogue, sensitive listening, and the
practice of free expression in an organized and equitable way. Our challenge
-
our power,
mediated by technologies that project us to d
istant and hard
-
to
-
access places in the hinterlands
and coast of Bahia
-
is to establish more effective forms of this dialogical instrument
.
Dialogue is not a historical product, it is "historicization" itself. It is, therefore,
the constitutive movement
of the consciousness that, opening itself to
infinitude, intentionally conquers the frontiers of finitude and ceaselessly
seeks to find itself again in a common world; because this world is common,
to seek oneself is to communicate with the other. Isolatio
n does not
personalize because it does not socialize. By becoming more intersubjective,
the subject gains more subjective density (FREIRE, 1987, p. 16
, our
translation
)
.
This dialogue is also produced in sound and musical interactions, in which the search
for breaking distinctions/inhibitions/valuations of experience and talent becomes as paramount
as obtaining the appropriate software and connections. Professor and resear
cher Daniel Gohn,
from his reflections on the online teaching of his instrument, the drums, points to issues that
apply to any of these interactions mentioned above, both in instrumental teaching practices and
in specific areas of music such as harmony, rh
ythm and other aspects of musical structuring.
The teacher can create favorable conditions for online communication, but
each student will bring different circumstances subordinate to their equipment
and available location for the class. Does the student
have a laptop or a cell
phone? How fast is his Internet connection? Do you have a good headset?
External or laptop microphone? [...] The best way to help the student is to
observe him in the conditions in which he practices every day [...]
(GOHN,
2020, p.
164
, our translation
)
.
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In our experience, these considerations apply to any of these interactions above of both
instrumental teaching practices and specific areas of music, such as harmony, rhythm, and other
aspects of musical structuring.
Final
considerations
In conclusion, we point to issues in a teaching environment that is extremely guided by
practical activities but raise aspects that may be of general interest. Although we are
“
newcomers
”
in our incursions into DE
-
as frankly stated above
-
quite recently, the baggage
of previous initiatives urges us to approaches and strategies that unite experimentation with
experience, but that, above all, seek to maintain the main quality of the
“
newc
omer
”
, the learner:
curiosity and that sparkle in the eye of someone whom every day discovers something new and
uses it. Since we are in the arts field, I ask the help of the great master of literature, João
Guimarães Rosa, who illustrates with images of h
is poetic prose some of the impressions listed
here. If, on the one hand, using the words of the character Riobaldo, I think that
“
I know almost
nothing. But I distrust many things
”
(ROSA, 2006, p. 8
, our translation
); on the other hand, I
use another of h
is prose to state:
“
a master is not the one who always teaches, but the one who
suddenly learns
”
(ROSA, 2006, p. 271
, our translation
)
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ABOUT THE AUTHORS
Jorge Luiz Ribeiro de VASCONCELOS
Federal University of the Recôncavo da Bahia
(UFRB), Santo Amaro
–
BA
–
Brasil.
Assistant
Professor
at the Center of Culture, Languages and Technologies (CECULT).
Doctoral degree
in Music (UNICAMP).
Processing and publication by the Editora
Ibero
-
Americana de Educação.
Review
ing
, formatting, standardization and translation.