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1
O ENSINO DE MÚSICA A DISTÂNCIA: ASPECTOS METODOLÓGICOS E
TECNOLÓGICOS
ENSEÑANZA DE MÚSICA A DISTANCIA: ASPECTOS METODOLÓGICOS Y
TECNOLÓGICOS
DISTANCE MUSIC LEARNING: METHODOLOGICAL AND TECHNOLOGICAL
ASPECTS
Fabiano Lemos
PEREIRA
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckhow da Fonseca (CEFET)
e
-
mail:
fabiano.pereira@cefet
-
rj.br
Como referenciar este artigo
PEREIRA, F
.
L
.
O ensino de Música a distância: Aspectos metodológicos e tecnológicos
.
Revista
Hipótese
, Bauru,
v.
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esp. 1,
e022016
, 2022
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ISSN: 2446
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7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID411
Submetido em
:
10/03/2022
Revisões requeridas em
:
05/05/2022
Aprovado em
:
01/07/2022
Publicado em
:
01/12/2022
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O ensino de música a distância: Aspectos metodológicos e tecnológicos
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RESUMO
:
Através de levantamento bibliográfico, este trabalho apresenta uma seleção de
aspectos tecnológicos e metodológicos que permeiam a educação musical a distância. Como
principais autores, destacam
-
se Keith Swanwick (2003, 2014) e Daniel Gohn (2011). Ao fim,
conclui
-
se que os aspectos tecnológicos atuais não conseguem integrar as ferramentas genéricos
dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) aos diversos recursos musicais existentes e,
ainda, a gestão de cursos de Educação a Distância (EaD) não levam em co
nta as especificidades
dos cursos de Música, além de haver a necessidade de um domínio tecnológico pelo professor
e do aluno
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação Musical. Tecnologia musical. Educação a distância.
Educação musical a distância.
Metodologia e tecnologia no ensino de Música
.
RESUMEN
:
Através
de una revisión bibliográfica, este trabajo presenta una selección de
aspectos tecnológicos y metodológicos que la educación musical distancia ha entrelazado.
Como autores principales se destacan Keith Swanwick (2003, 2014) y Daniel Gohn (2011). Al
final,
se concluye que los aspectos tecnológicos actuales no pueden integrar las herramientas
genéricas de los Ambientes Virtuales de Aprendizaje (AVA) con los diversos recursos musicales
existentes y, en adiccíon, la gestión de los cursos de Educación a Distanc
ia (EaD) no tiene en
cuenta la especificidades de los cursos de Música, además de la necesidad de dominio
tecnológico por parte del profesor y el alumno
.
PALABRAS CLAVE
:
Educación musical. Tecnología musical. Educación a distancia.
Educación musical a dis
tancia.
Metodología y tecnología en educación musical
.
ABSTRACT
:
Through a bibliographic review, this work presents a selection of technological
and methodological aspects that distance music education has permeated. As main authors,
Keith Swanwick (2003, 2014) and Daniel Gohn (2011) stand out. In the end, it is conclu
ded
that the current technological aspects cannot integrate the generics tools of Learning
Management System (LMS) with the various existing musical resources and, in addition, the
management of Distance Education courses (DE) does not have take into accou
nt the
specificities of Music courses, in addition to the need for technological mastery on the part of
the teacher and the student
.
KEYWORDS
:
Musical education. Music technology. Distance education. Distance music
education.
Methodology and technology in music education
.
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Fabiano Lemos
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Introdução
A aprendizagem de Música a distância ocorre desde o ensino por correspondência,
posteriormente por meio de rádio
s, TV, satélites e computadores, programas instrucionais,
videoaulas e play
-
a
-
longs. No século XXI, com o acesso à internet e plataformas móveis
mediadas pelas tecnologias digitais, modifica
-
se a forma de aprendizagem de Música. O
aprendiz pode agora inter
agir e dialogar diretamente através das Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação (TDIC’s) e Músicos e professores de Música que antes precisavam
de uma editora passam agora a ter a possibilidade de criar seus próprios materiais
1
.
Isto implica realizar um processo educativo em Música com meios de comunicação
digitais e interativos, o que significa introduzir aspectos tecnológicos como meio e fim para
atingir o objetivo da aprendizagem de Música. Em uma tentativa de romper com paradi
gmas, é
necessário pensar
em
uma metodologia que consiga aliar atividades e práticas com diferentes
mídias propícias a cada objetivo específico e um projeto pedagógico direcionado a uma
educação aberta e centrada no aluno.
Através de levantamento bibliográ
fico em materiais de educação musical, educação a
distância, tecnologia na educação e educação musical a distância,
serão primeiramente
apresentados
alguns aspectos metodológicos da educação a distância mediada por tecnologias
e educação musical elencados.
Em seguida, serão apresentados a seleção de aspectos
metodológicos da educação a distância. Por fim, serão feitas as considerações finais.
Aspectos metodológicos
O surgimento de pesquisas em Educação Musical sobre metodologias baseadas em
novos recurso
s tecnológicos apresenta um campo que ainda está sendo gradualmente construído,
uma vez que ferramentas focadas na aprendizagem e em produção musical são criadas
constantemente. No Brasil, podemos encontrar algumas pesquisas relacionadas a cursos da
UAB, c
omo Gohn (2011), Nunes (2012), Schramm (2009), além de outras pesquisas sobre uso
de tecnologias na aprendizagem de Música.
Segundo Swanwick, a música é uma forma de discurso impregnada de metáforas
compartilhadas com outras áreas, e isso tem consequências
para o processo de Educação
Musical. Há três níveis cumulativos de transformações metafóricas: (1) “notas” são ouvidas
1
Este texto faz parte da tese de doutorado do autor intitulada
“
Licenciaturas em Música a distância: um estudo
dos cursos da Universidade Aberta do Brasil
”, autoria de
Fabiano Lemos Pereira
. O autor fez adaptações,
atualizações e redigiu nova conclusão
–
considerações finais.
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como “melodias”, soando
expressivamente
; (2) “melodias” são escutadas juntas, criando
relações, como se tivessem “vida própria”, sofrend
o mudanças por justaposição, realinhamento
e transformação; (3) a música informa a “vida do sentimento” ou funde
-
se com as experiências
prévias, como se tivessem uma existência independente carregada de um “fluxo” que ocorre
nos cruzamentos entre diversas
atividades e culturas, chegando a um “ponto culminante de
experiência” e “emoção estética” (SWANWICK, 2003).
De acordo com este autor
, para algumas pessoas,
atingir o terceiro nível da metáfora
seria uma experiência rara, deixando um vestígio que não pode
ser assimilado de forma
consciente
–
através da
schemata
2
de experiências
anteriores
, que envolvem nosso sistema
nervoso e muscular, que retomam movimentos, pensamentos ou sentimentos que produzem um
processo simbólico fortemente conectado à nossa histór
ia pessoal e cultural.
Swanwick (2003) apresenta o conceito de música como espaço intermediário, no qual
há ideias articuladas de interseção entre o sujeito e o mundo; por isso, a Educação Musical em
escolas e faculdades não pode estar limitada a apoiar um
a única função social de transmitir
informações, não devendo substituir o envolvimento direto dos alunos com o discurso musical
por um turismo global por meio de CDs. Portanto, o emprego de mídias pode ser feito para se
transmitir a informação, mas não dev
e substituir o contato direto com a cultura local quando se
tiver a oportunidade
–
algo muito difícil de acontecer se considerarmos a realidade educacional
brasileira, principalmente nas escolas públicas.
Portanto, o uso de mídias deve ser um ponto de partida para se promover um debate e
ressignificá
-
las. Swanwick (2003) defende uma visão que não devemos apenas absorver a
cultura, mas sim sermos intérpretes culturais em um caminho vivo e criativo numa rede
com
diferentes sotaques musicais, seja no âmbito da criação, apreciação musical ou performance.
Então
,
“as principais atividades de compor
-
ouvir, executar
-
ouvir e apreciar
-
ouvir
acontecerão em relação à música em um âmbito cultural amplo o suficiente para
que os alunos
se conscientizem de que eles têm um ‘sotaque’” (SWANWICK, 2003, p. 54). Dessa forma, o
autor acredita que as pessoas se tornam musicalmente engajadas quando olham a atividade
como significativa e autêntica.
Ao pensar na formação de professore
s de Música para o ensino básico, a música como
espaço intermediário deve fazer a conexão do sujeito com a cultura do mundo, com outros
2
Plural de
schema
; significa forma, padrão mental, também entendido como valores, crenças e papéis atualizados
pelo indivíduo por as
similação ativa.
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“sotaques”, inclusive o nosso próprio, uma vez que a exposição a outras culturas ajuda
-
nos a
entender algo da nossa.
Pen
sar numa educação multicultural implica expandir a prática local. Ao partir da
realidade do aluno, ao pensar na música pop internacional presente no cotidiano do aluno do
ensino básico, a realização de um diálogo intercultural musical deve ser um objetivo
a ser
experienciado. Ele pode abarcar músicas populares ou eruditas. Trazer diversas experiências de
mundo no espaço simbólico da música dá a possibilidade de sermos intérpretes culturais de
nossa própria cultura.
As funções simbólicas devem ser um dos obj
etivos a serem alcançados pelos professores
e, consequentemente, a “transformação da estrutura simbólica em experiências significativas”
proposta por Swanwick (2003) deve ser um dos objetivos a ser alcançado nas Licenciaturas em
Música.
Para se chegar a t
al objetivo, é necessária uma metodologia que envolva experiências
de saber e fazer musical, que compreenda a música como reflexo da cultura, que tenha natureza
metafórica e que possa ser criativamente reinterpretada, uma vez que somos intérpretes
culturai
s (SWANWICK, 2003). Para o ensino de Música na modalidade a distância, o curso
deve conduzir o aluno a experiências significativas, e isso acarreta um processo educacional no
qual o diálogo entre discentes e docentes ocorra em primeiro plano
–
em que o pla
nejamento
docente ocorra de forma menos fechada.
A educação aberta se faz necessária na construção de um modelo de Educação Musical
a distância. Nesse ponto, “considerar o discurso musical dos alunos”, conforme propõe
Swanwick (2003
), implica cada disciplina ter os materiais parcialmente construídos com
a
participação dos alunos diretamente envolvidos ou mesmo ter a opção de disciplinas com
ementas abertas, que parta dos estudantes elaborar esses materiais. Gohn (2011, p. 206)
reconhece que nos cursos de Música a distância da Universidade Federal de São C
arlos “em
grande parte os currículos são fechados, criando desafios para o gerenciamento de custos no
momento de renovar materiais de estudo”.
Ter uma aprendizagem aberta como foco metodológico é algo extremamente importante
em cursos de Música a distância
. Isso envolve não somente tecnologia e metodologias
adequadas, mas também uma gestão de tempo e recursos diferenciados para que se concretize
a aprendizagem. Tais conceitos são fundamentais para trabalhar os objetivos necessários ao
professor de Música do
século XXI, incluindo o multiculturalismo e a dilatação de capital
cultural.
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Swanwick
(2014)
compara as máximas de
educadores musicais do século XIX (Annie
Jessy Curwen) e XX (Murray Schafer) e conclui que o que os diferencia é a certeza do conteúdo
curri
cular
–
no século XIX de classificação e enquadramento forte e no século XX de
classificação fraca
–
ou seja, conteúdos pouco estruturados previamente, contando com a
composição e execução dos alunos como ponto principal do século XX. Aliado a essa
estrutu
ração e as competências do professor de Música do século XXI, a educação aberta segue
essa linha de raciocínio.
Cabe destacar que embora a classificação fraca seja uma das características da educação
aberta, outros fatores são necessários para que esta se
ja caracterizada
–
para isto, ver Pereira
et
al
. (2016).
Gohn (2011) assevera que no curso de Música da Universidade Federal de São Carlos o
tempo para preparar o material multimídia excede a fase de concepção, anterior à fase de
execução da disciplina. Te
ndo em vista que tais cursos de Música pela UAB ocorrem há uma
década, houve tempo suficiente para que a prática de produção de material didático se
concretizasse
–
o que não ocorreu. Logo, se os cursos de Música a distância permanecem
praticando a utiliza
ção de textos retirados de periódicos ao invés de construir um material
multimídia interativo calcado na realidade do aluno, tal argumento é controverso. É urgente
reformular as práticas de elaboração de material didático para cursos a distância, uma vez q
ue
uma metodologia calcada no aluno depende da prática nessa modalidade.
Schramm (2009) aponta a dicotomia focada em tecnologia musical como ferramenta de
aprendizagem
em relação
à
aprendizagem
de música
por meio de tecnologia: enquanto a
aprendizagem por
meio da tecnologia apresenta um conteúdo preconcebido ao aluno
–
como
vídeo ou trecho de partitura
–
, para o foco na tecnologia musical o aluno necessita ser capaz de
operá
-
la
–
em editores de vídeo, áudio ou partituras para criar componentes multimídia, c
riando
objetos de aprendizagem musical
–
, podendo manipular e modificar elementos desse objeto de
acordo com seus objetivos. Saber operar estas ferramentas é uma das características
fundamentais do músico do século XXI, que acaba ficando de fora de muitos
cursos superiores
para formação de músicos e professores de Música devido ao
habitus conservatorial
inculcado
nas universidades, conforme aponta Pereira (2015).
O foco na tecnologia musical se aproxima dos conceitos de aprendizagem pela internet
ou música
tecno (LEVY, 1999) e de materiais sociointeracionistas defendidos por Villardi e
Oliveira (2005)
–
indo além do texto escrito e expandido para os áudios, vídeos e manipulação
de sons.
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Pereira (2014)
aponta
que, em uma turma de Percepção Musical de um curso
a distância
pela UAB, foi utilizada durante uma prova presencial uma gravação de ditado melódico criado
e cantado por um aluno com base em um exercício online no qual os alunos deveriam
transcrevê
-
lo, rompendo com um modelo de prova criada por um professo
r e executada ao piano.
O autor destaca que, durante uma atividade online, foi pedido para um aluno compor e cantar
uma melodia e outro aluno criar uma segunda voz polifônica em cima desse
cantus firmus
.
Tal atividade não seria tão facilmente executada em
uma turma presencial e propicia
uma metodologia adequada à Educação a Distância (EaD).
Os
professores souberam utilizar as
peculiaridades dos recursos tecnológicos e comunicacionais para proporcionar atividades
adequadas ao meio e utilizaram materiais criados por alunos de outr
o
s cursos que servir
ão
de
material para turmas futuras
–
sem então
depender da burocracia de envolver uma equipe para
a criação de material.
Incentivar os alunos a criar possíveis materiais, principalmente materiais interativos, a
serem utilizados em turmas futuras é uma forma de romper a burocracia e gerar um banco de
d
ados de materiais a serem utilizados no futuro. Ou seja: além dos recursos educacionais abertos
(REA) existentes criados por professores, encorajar alunos e professores de cursos presenciais
a produzir materiais para um banco de dados de REA em partituras,
áudios e vídeos para aula
de música e disponibilizar também a não cursistas pode ser um recurso interessante a ser
adotado para burlar a burocracia, criando uma espécie de biblioteca popular virtual.
Em áreas cuja cultura tem memória preponderantemente o
ral e não há nenhum
projeto de transformação infraestrutural em andamento, o problema que se
coloca não é o da leitura da palavra, mas o de uma leitura mais rigorosa do
mundo, que sempre precede a leitura da palavra. Se antes raramente os grupos
populares
eram estimulados a escrever seus textos, agora é fundamental fazê
-
lo desde o começo mesmo da alfabetização para que, na pós
-
alfabetização, se
vá tentando a formação do que poderá vir a ser uma pequena biblioteca
popular, com inclusão de páginas escritas pe
los próprios educandos (FREIRE,
1989, p. 19).
Para uma proposta sociointeracionista e de aprendizagem aberta em música utilizando
as tecnologias, a tecnologia musical como ferramenta criativa em música deve contemplar uma
metodologia que envolva participa
ção ativa e criativa. Rudolph (1996) aponta três modos de
aplicação de uma tecnologia interativa: (1) navegação e aproveitamento de materiais didáticos
virtuais concluídos; (2) criação de propostas autorais pela utilização das tecnologias como
ferramentas;
(3) criação de novas tecnologias e ferramentas. No entanto, as propostas que
envolvem criação esbarram na necessidade de os alunos dominarem a programação de
softwares, algo que foge do objetivo principal de um curso online de Música.
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Segundo Swanwick (20
03), podemos escolher como e quando nos envolver com música
e usá
-
la para diferentes propósitos, mas a Educação Musical, quando faz parte da vida escolar,
precisa propor que a música ocorra através de três processos metafóricos, na qual
transformamos (1) s
ons em “melodias”; (2) as melodias em gestos e estruturas; e,
posteriormente, (3) as estruturas simbólicas em experiências significativas; nesse processo há
camadas de materiais, expressão, forma e valor. “Uma educação em Música presume que os
alunos têm a
possibilidade de acesso aos três processos metafóricos. Somente dessa maneira
conseguimos
vislumbrar o que chamo ‘espaço intermediário’” (SWANWICK, 2003, p. 57).
Tal processo de transformação pode ser realizado através da performance, composição
ou aprec
iação musical. Swanwick (2003) critica a educação musical tradicional por não se
preocupar com estes níveis de transformação, por não se preocupar com dinâmicas, fraseados
e outras nuances. Como exemplo das três etapas dos processos metafóricos: (1) os son
s isolados
podem ser compreendidos tal qual imagens isoladas, que a partir de certas vivências o receptor
destas consegue captar padrões similares e construir um conjunto de imagens
–
ou “melodias”;
(2) as melodias podem tomar formas mais elaboradas após r
ealizações de composições, ou ser
demonstrada através da performance, ou ainda o ouvinte identificar quais elementos o permitiu
identificar diferentes formas; (3) a experiência significativa ocorre quando o aluno associa o
prazer estético a sua vivência no
cotidiano, preparando o aluno pela autonomia defendida por
Paulo Freire em na obra pedagogia da autonomia.
Assim, a Educação Musical deve ser pautada por três princípios: (1) considerar a música
como discurso; (2) considerar o discurso musical dos alunos;
e (3) enfatizar a fluência
3
. Com
isso, propomos uma Educação Musical a distância que consiga trabalhar esses princípios
(SWANWICK, 2003). Do primeiro princípio, considerar a música como discurso, entendemos
que a apreciação musical não se resume ao trein
amento auditivo, mas sim à experiência
metafórica que procede
à
racionalização desses elementos. Swanwick (2003) afirma que os
“elementos” musicais
–
altura, duração, timbre e intensidade
–
são materiais sonoros e não nos
envolvem em nenhum dos níveis meta
fóricos, e a aprendizagem pela musicalização calcada
apenas nesses conhecimentos
–
como realizado tradicionalmente
–
acaba por não conduzir a
experiência metafórica.
O primeiro de nossos princípios, consideração pela música, é um risco
somente se esquecer
mos que a microtecnologia é uma ferramenta e não um
fim em si mesma. É muito fácil mecanizar progressivamente a imaginação
3
No idioma original o termo é
fluency first and last
, que também significa “fundamentalmente” ou “o fato mais
importante”.
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humana fora da existência e usar loops e padrões pré
-
gravados, os quais,
embora possam servir aos propósitos de certas espécies insta
ntâneas do fazer
musical, certamente não desenvolvem um âmbito expressivo ou uma
sensibilidade estrutural. Mas o computador pode também ser usado para
estimular os processos composicionais e facilitar a notação e a edição. Ele
também pode traduzir metáfora
s visuais da música em som (SWANWICK,
2003, p. 115).
Cabe considerar que a atual tecnologia já consegue, por meio de alguns aplicativos como
o
Melodyne Studio
modificar a altura, duração e intensidade de loops pré
-
gravados ou mesmo
frases gravadas em áudi
o que sejam uma prática corriqueira para DJs e produtores de música
eletrônica, assim manipulando livremente os sons e criando novos sentidos musicais. Um aluno
da modalidade EaD pode, portanto, afinar sua própria voz
artificialmente
em um solfejo.
Gohn (2
011) alerta que a aprendizagem do treinamento auditivo necessita de exercícios
contínuos e repetidos exaustivamente para que as diferenças entre as sonoridades estudadas
sejam assimiladas e internalizadas
4
. Tendo em vista que uma situação presencial ocorre
comumente com o uso do piano, segundo o autor, com as novas tecnologias os softwares podem
reproduzir e corrigir os erros incansavelmente sem o auxílio de outro indivíduo.
O segundo princípio, o de consi
derar o discurso musical dos alunos, significa que uma
aula de Música sempre deve ser um diálogo, ou seja, o professor não deve impor músicas
preestabelecidas em um programa, assim como o conhecimento não deve partir somente do
aluno
–
como ocorre em leitu
ras equivocadas de uma educação centrada no aluno
.
D
essa forma
,
não há troca de experiências nem enriquecimento cultural e pode acabar somente reproduzindo
o que a indústria cultural impõe, sem apresentar outras culturas e sons que o aluno não
conseguiria
via mídia tradicional ou convivência familiar.
Nesse sentido, Swanwick (2003) aponta que cada atividade curricular oferece diferentes
possibilidades para a tomada de decisões, faceta específica da autonomia do aluno, tal qual
tocar em pequenos grupos, apre
nder um instrumento coletivamente ou compor em pequenos
grupos.
Também precisamos explorar as possibilidades da tecnologia da informação.
Podemos ver essa contribuição em duas grandes áreas: uma é a extensão do
aprendizado individual, o qual ressoa com o segundo princípio
–
o da
autonomia do aluno. A segunda contribuiç
ão da tecnologia da informação é a
extensão dos recursos instrumentais de forma radical, dando
-
nos
acompanhamentos instantâneos, muitos efeitos tonais inimagináveis,
combinações de sons, o uso de computadores para apoiar o processo de
4
Percepção musical e treinamento auditivo são termos usados corriqueiramente como sinônimos, a ponto de um
estudan
te de licenciatura talvez não saber diferenciá
-
los, uma vez que a prática da disciplina Percepção Musical
pode se restringir inteiramente a treinamento auditivo desde o nível básico ao nível avançado.
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10
composição musical e
performance. E isso tudo pode ser conseguido sem que
o material instrumental precise existir em tempo real (SWANWICK, 2003, p.
115).
Swanwick (2003) afirma que a composição é uma necessidade educacional, não uma
atividade opcional para ser desenvolvida qu
ando o tempo permite, pois leva o aluno a trazer em
suas próprias ideias a microcultura da sala de aula, fundindo a Educação Musical com a “música
de fora” e permitindo a ele tomadas de decisão; logo, proporciona mais abertura para a escolha
cultural.
O te
rceiro princípio, enfatizar a fluência, diz respeito ao discurso musical fluente como
prioridade.
A fluência musical precede a leitura e a escrita musical. É precisamente a
fluência a habilidade auditiva de imaginar a música associada à habilidade de
cont
rolar um instrumento (ou a voz), que caracteriza o jazz, a música indiana,
o rock, a música dos steel
-
pans [do Caribe], uma grande quantidade de música
computadorizada e música folclórica em qualquer país do mundo. A notação
de qualquer tipo tem valor limi
tado ou nenhuma para performers do sanjo
coreano, para o conjunto texas
-
mexicano de música de acordeão, ou salsa, ou
para a capoeira brasileira. Esses músicos têm muito a ensinar sobre as virtudes
de tocar “de ouvido”, sobre as possibilidades da ampliação
da memória e da
improvisação coletiva (SWANWICK, 2003, p. 69).
Pereira (2014) relata em sua pesquisa que, durante a realização de uma tarefa para a
disciplina de Percepção Musical, na qual deveria gravar um solfejo e se acompanhar em um
instrumento harmôn
ico usando um sequenciador, o autor se pegou gravando trechos isolados
em diversos takes de gravações para conseguir um melhor resultado, gerando um resultado que
não seria o mesmo em uma aula presencial, dando então mais ênfase ao produto do que ao
proces
so e interrompendo a fluência,
gerando
a descontinuidade de um discurso genuinamente
musical.
Tudo isso é muito diferente de usar o computador somente em uma
composição dirigida para a notação
–
uma forma de instrução sequenciada que
o computador faz mui
to bem. Isso aparece no princípio da fluência e também
no primeiro princípio, consideração pela música como discurso. Ser capaz de
dizer em música somente o que podemos escrever em notação nega tanto a
expressividade como o discurso musical dos alunos. Dev
eremos procurar pelo
progresso tecnológico para libertar os professores e alunos do trabalho penoso,
não para aumentá
-
lo. As pessoas poderiam, então, estar mais livres para
produzir e responder à música ao vivo, que assim desempenharia o seu papel,
promove
ndo interesse e convivência e, ao mesmo tempo, refinando a
sensibilidade e ampliando a mente (SWANWICK, 2003, p. 115).
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Por extensão, qualquer performance assíncrona gravada em vídeo ou em áudio pode
sofrer algum tipo de edição que implique um resultado ar
tificial que não seria possível em um
encontro presencial ou em momento síncrono do curso que envolva a comunicação por áudio
ou vídeo. Para os áudios, há técnicas que permitem a edição para que o produto final fique com
o mínimo possível de erros para que
m aprecia, a ponto de não ser perceptível identificar que o
áudio foi editado. Nesse caso, o tutor a distância responsável por corrigir a tarefa não possui
ferramentas suficientes para saber como foi o processo do produto enviado. Porém, o uso de
comunicaç
ão síncrona minimiza essa possibilidade.
O grande desafio no uso das tecnologias digitais em aprendizagem de Música está em
buscar metodologias condizentes com o perfil do professor de Música do século XXI. No caso
da educação a distância, é fundamental pe
nsar o papel desse professor. Os aprendizes, sejam
alunos de um curso superior presencial ou a distância
,
ou demais estudantes, buscam
informações em comunidades virtuais; por vezes, conseguem obter informações satisfatórias
entre os próprios aprendizes qu
e participam de fóruns virtuais (PEREIRA, 2017). Com isso,
cabe atentar para o papel do professor online em meio aos cursos de Música.
Pallof e Pratt (2013) apontam mudanças para o instrutor online: (1) o equilíbrio de poder:
o instrutor precisa agir como
facilitador da aprendizagem, enquanto os alunos devem se
encarregar do processo de aprendizagem; (2) a função do conteúdo: disponibilizar recursos, ao
invés de instrução expositiva; (3) o papel do instrutor: orientar os estudantes pelo
estabelecimento da p
resença online; (4) a responsabilidade pelas necessidades de aprendizagem:
os estudantes precisam assumir maior responsabilidade pelo seu próprio processo de
aprendizagem; (5) o propósito e o processo da testagem e da avaliação: uso de autoavaliação e
ativ
idades de aplicação prática.
Enquanto
podemos constatar uma mudança urgente nos paradigmas educacionais para
pôr o foco na aprendizagem significativa centrada no aluno, as premissas apontadas por Palloff
e Pratt (2013) devem ser questionadas por apontar de
masiadamente a responsabilidade da
aprendizagem no aluno. Esse fator
promove uma forma
de pensar e agir que isenta o professor
de
suas responsabilidades e, consequentemente, coloca
nas mãos do aluno o poder decisório
–
nos moldes neoliberais, o cliente sem
pre tem razão, e se o aluno falhar
,
a meritocracia justifica
que ele não se esforçou o bastante, isentando o professor desse processo. Os autores apontam
também para o termo instrutor, que induz aquele que detém a informação em face de um aluno,
que apenas
tem o dever de as absorver.
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A informação contida no material didático tradicional
,
transposta para mídias digitais
não interativas e o tutor responsável apenas por responder
à
s dúvidas quando procurado pelo
aluno
–
tutoria reativa
–
acabam por subverter a
autonomia do aluno ao abandono. Ao nosso
ver, a solução para esta dicotomia é o desenvolvimento projeto educacional que contemple um
material multimídia sociointeracionista que permita ao aluno ir adquirindo gradativamente sua
autonomia, aliado a um curso
com professores e tutores que dominem a metodologia do ensino
à
distância e uma equipe preparada para amparar este aluno.
O excesso de tarefas de cursos EaD e a obrigação de cumpri
-
las em prazo
predeterminado, como os fóruns com duração não flexível, pode
m ocasionar uma experiência
rasa, não permitindo ao aluno usufruir a experiência que conduz a uma transformação
metafórica ou crítica imaginativa (SWANWICK, 2003).
A Universidade 42, localizada em Paris e no vale do Silício, é iniciativa de um
empresário q
ue oferece desde 2013 programas de bacharelado com certificado sem nenhum
professor e livros durante todo o curso superior
5
. Embora não ocorra a emissão de diploma, tal
certificado é aceito em algumas empresas. A modalidade adotada pela instituição foi a
presencial.
Percebemos certa intenção na EaD de utilizar feedbacks automatizados para a
substituição de humanos, por meio de formulários de múltipla escolha, o que acarreta grande
prejuízo à aprendizagem. “Atenções também deverão ser dirigidas aos sistemas
automatizados,
que muito provavelmente serão empregados por gestores educacionais, sempre que possível,
para cortar gastos e expandir o número de alunos atendidos” (GOHN, 2009, p. 207). Tais
processos são voltados para o acréscimo de informações e não ind
uzem à transformação
metafórica.
Um fórum virtual que
planeja ser
sociointeracionista deve partir de uma pergunta
provocativa do tutor em relação ao texto e correlacionar à experiência de vida dos alunos.
De
acordo com
Pallof
e Pratt (2013),
um curso online que realmente se preocupe com o aluno
precisa compreender quem eles são, como aprendem, o que necessitam para que os professores
possam auxiliá
-
los em sua aprendizagem, como incentivá
-
los
em seu desenvolvimento como
agentes
reflexivos, como desenvolver cursos e programas sem deixar de dar atenção a um
melhoramento contínuo da qualidade, estar ciente das questões que afetam suas vidas e sua
aprendizagem e encontrar uma maneira de envolvê
-
los na elaboração do curso e na avalia
ção.
5
Disponível em:
h
ttps://www.42.us.org/
. Acesso em: 8 jan. 2017.
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Para isso, é preciso haver ferramentas a serem utilizadas em cursos online de Música
centradas no aluno, portanto, ideias para trabalhar composição e improvisação online. Baseado
em Swanwick, Silva (2005) propõe a composição como ferramenta transversal de
prática
regular e conectada às demais áreas da música presente nos currículos
ao
nível superior de
Música, ao invés de um curso de graduação isolado dos demais. Por extensão, com ferramentas
online colaborativas, a composição pode ser também o foco de um c
urrículo EaD.
Mais que a composição, Swanwick (2014) propõe a crítica imaginativa como tarefa da
educação formal, que não se encontra em um plano teórico, mas ocorre na tomada de decisões
ou em uma conversa sobre música, trazendo novas ideias à consciência
, fazendo perguntas e
experimentando em performances e composições.
A crítica musical em qualquer nível é crucial para o processo da educação
formal. A crítica imaginativa é o centro e a característica distintiva dos cursos
em escolas primárias, secundári
as e em faculdades, e tal atividade crítica não
tem de estar num plano altamente teórico, mas ocorrer toda vez que são
tomadas decisões ou que se reflete ou se conversa sobre música
(SWANWICK, 2014, p. 150).
Swanwick classifica como “facilitador da descob
erta individual” ou “tutor”
(SWANWICK, 2014, p. 157) o docente que faz um trabalho individualizado decorrente de um
encontro musical em oposição a instrução. Para o autor, esses encontros musicais,
característicos da educação não formal e na educação music
al formal em escolas e faculdades,
são obrigatoriamente seguidos
de avaliação e crítica, de se tornar explícito. Nesse sentido,
principalmente na música e nas artes, há a questão da dimensão tácita do conhecimento, no qual
um aluno pode ter dificuldade de
se expressar
de forma verbal
e principalmente por escrito
–
como necessita ser nos ambientes virtuais de aprendizagens (AVA’s) de cursos de música
online.
Presumivelmente, dizer pode incluir mostrar; nem toda comunicação
acontecerá pela palavra falada. Qu
ando os alunos compõem e executam,
estarão mostrando o que sabem mesmo se não estiverem literalmente nos
dizendo. Os problemas surgem de verdade quando as pessoas estão como
plateia em relação à música [...]. A necessidade de conversação crítica é
especial
mente aparente quando tentamos compartilhar com outros uma
experiência como ouvinte ou quando estamos ajudando a desenvolver uma
sensibilidade musical e insight (SWANWICK, 2014, p. 167
-
168).
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Aspectos tecnológicos
Enquanto aulas em formato de
seminário são algo bastante comum tanto na educação
básica quanto na educação superior, seja ela presencial ou à distância, a necessidade de cada
indivíduo expressar sua opinião a todo custo é um fenômeno que ocorre atualmente
. Bondía
(2002) questiona a fo
rma com que somos obrigados a primeiro nos informar e depois obrigados
a ter uma opinião como sinônimo de dimensão significativa da aprendizagem, colocando a
informação como algo objetivo a ser conquistado e a opinião, a subjetividade rasa e espontânea
de
estar a favor ou contra, uma vez que a experiência vivida na contemporaneidade está cada
vez mais rara por falta de tempo. Sendo assim,
a informação não é experiência. E mais, a informação não deixa lugar para a
experiência, ela é quase o contrário da exp
eriência, quase uma antiexperiência.
Por isso a ênfase contemporânea na informação, em estar informados, e toda
a retórica destinada a constituirmos como sujeitos informantes e informados;
a informação não faz outra coisa que cancelar nossas possibilidades
de
experiência. O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo
buscando informação, o que mais o preocupa é não ter bastante informação;
cada vez sabe mais, cada vez está mais bem informado, porém, com essa
obsessão pela informação e pelo sab
er (mas saber não no sentido de
“sabedoria”, mas no sentido de “estar informado”), o que consegue é que nada
lhe aconteça. A primeira coisa que gostaria de dizer sobre a experiência é que
é necessário separá
-
la da informação. E o que gostaria de dizer sobr
e o saber
de experiência é que é necessário separá
-
lo de saber coisas, tal como se sabe
quando se tem informação sobre as coisas, quando se está informado. É a
língua mesma que nos dá essa possibilidade. Depois de assistir a uma aula ou
a uma conferência,
depois de ter lido um livro ou uma informação, depois de
ter feito uma viagem ou de ter visitado uma escola, podemos dizer que
sabemos coisas que antes não sabíamos, que temos mais informação sobre
alguma coisa; mas, ao mesmo tempo, podemos dizer também qu
e nada nos
aconteceu, que nada nos tocou, que com tudo o que aprendemos nada nos
sucedeu ou nos aconteceu (BONDÍA, 2002, p. 21
-
22).
Ao pensar em uma aprendizagem de Música a distância que considere o discurso
musical dos alunos, a estrutura tecnológica pr
ecisa ter ferramentas interativas síncronas ou
assíncronas, em textos, áudios ou vídeos, dependendo das disciplinas de cunho prático ou
teórico e com o foco no discente. Nesse sentido, a conferência um
-
para
-
muitos não atingiria
esse objetivo por não ser fo
cada no aluno; é necessária a comunicação muitos
-
para
-
muitos,
como nos aplicativos
Google Meets, Microsoft Teams,
ou
Zoom
para vídeos
,
ou em chats
,
ou
fóruns para textos.
As tecnologias digitais oferecem um ambiente favorável à aprendizagem de Música de
fo
rma colaborativa e criativa. No entanto, para que a Educação Musical multicultural atinja
seus objetivos, é necessário que “esses ‘conjuntos de sons’, que consistem de intervalos, escalas,
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ragas, acordes, séries de notas, ostinatos, baixos
,
etc.
S
eriam exp
lorados e transformados
interculturalmente por meio da composição, da escuta e da performance” (SWANWICK, 2014,
p. 151).
A primeira forma de tecnologia comunicacional foi a grafia com precisão melódica, que
ocorreu inicialmente com o cantochão no século VI
e posteriormente aperfeiçoada por Guido
D’Arezzo no século IX
6
, com a inclusão da precisão rítmica. A partir desse momento, a
linguagem musical se tornou importante processo comunicacional entre músicos, que
envolve
a escrita e a leitura
7
.
A notação mu
sical é uma forma de linguagem que possui signos, formado por um
significante e um significado. Saber escrever e ler a linguagem permite uma forma de
comunicação entre as pessoas, uma vez que a posterior enunciação consegue ser, de certa forma,
padronizada
.
Essa nova tecnologia modificou a maneira de
criar
música
nos
séculos seguintes,
principalmente nas músicas de concerto da Europa. Em outros continentes e na música popular,
a predominância da transmissão oral permaneceu com escritas alternativas à partitura
–
como a
tablatura ou as cifras alfanuméricas, principalme
nte para os instrumentos de cordas.
Com a expansão da imprensa por Gutenberg no século XV, as partituras
foram
comercializadas via editoras, o que contribuiu ainda mais para que a aprendizagem de leitura
de partitura se tornasse fundamental, modificando a forma de se aprender música. Atualmente,
é possível ter acesso a manuscritos originais digitalizados em sites
como o IMSLP
8
.
Posteriormente, com o desenvolvimento do fonógrafo por Thomas Edison em 1877, tornou
-
se
possível gravar música em suporte físico. Assim, a possibilidade de reprodução de um mesmo
trecho repetidas vezes facilitou a possibilidade de um aprend
iz “tirar de ouvido” e então
dispensar a partitura. A possibilidade de gravar sons e manipulá
-
los também dá origem a novas
formas de fazer música, como a música concreta. Novamente é modificada a forma de fazer
música. Atualmente, já existem aplicativos qu
e se propõem a localizar os acordes de uma
música a partir da gravação original, como o aplicativo para
smartphone
MyChord
–
embora
estes não tenham um êxito tão significativo a ponto de descartar a competência de um músico
popular a “tirar música”.
Com o
avanço da tecnologia, começam a surgir também os instrumentos eletrônicos e a
música eletrônica de concerto
–
e posteriormente a música popular eletrônica. As técnicas de
6
As grafias alternativas que ocorreram anteriormente a D’Arezzo não davam precisão melódica e rítmica.
7
A comunicação prevê apenas a etapa de escrita e leitura sem enuncia
ção.
8
Disponível em:
https://www.imslp.org
. Acesso em: 12 out. 2020.
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gravação foram se aperfeiçoando, e com as tecnologias digitais foram surgindo os VSTs
e
VSTis capazes de substituir máquinas a ponto de um computador conseguir substituir os
estúdios
9
. Os
home studios
tiram a hegemonia dos grandes estúdios
,
das gravadoras e dos selos
de distribuição de música, que passa a ser distribuída na internet na fo
rma de arquivos MP3.
Com a tecnologia MIDI
10
, é possível que vários instrumentos musicais se comuniquem
por meio desse protocolo. Mediado pela internet, passa a ser possível a composição coletiva e
a manipulação livre das alturas, durações, timbres e inten
sidades, sendo então possível a re
-
composição e redistribuição via internet, em um processo dialético, que Levy (1999) chamou
de música
tecno
11
.
Tais inovações tecnológicas novamente interferem na aprendizagem de música. Para
muitos gêneros musicais, princ
ipalmente para instrumentos eletrônicos, saber manipular
determinadas tecnologias passa a ser condição para ser intérprete ou produtor musical. Tal fato
pode acabar não sendo
considersdo
na formação do professor, uma vez que os bacharelados
oferecidos no m
esmo espaço físico dos cursos de Licenciatura em Música
–
e com disciplinas
comuns
–
não exigem tanto tais competências.
Sendo a composição um dos elementos centrais da educação musical, como apontam
Silva (2005) e Swanwick (2003), o ensino de Música por m
eio de tecnologias digitais nos
moldes da UAB parece um ambiente perfeito para aplicar a música tecno, uma vez que esses
cursos trabalham com comunicação assíncrona. Sendo assim, toda atividade que envolva
características de comunicação assíncrona precisa
ser explorada nos cursos de Música a
distância. E um dos principais recursos é para trabalhar a composição coletiva.
Os recursos tecnológicos para trabalhar a composição são abundantes com a Web 2.0,
através de DAW online assíncrono, como o
Soundation
12
, e
ditor de partitura online, como o
Noteflight
13
ou site específico para composição colaborativa entre músicos do mundo inteiro,
como o
Kompoz
14
ou o aplicativo gratuito para celular ou computador Bandlab
15
–
que
conta
com uma versão educacional
16
–
via áudio
ou ainda o
Bandhub
17
, em que um músico grava um
9
VST = Virtual Studio Technology; VSTi = Virtual Studio Technology Instruments
–
os instrumentos virtuais.
10
Musi
cal Instrumentos Digital Interface (MIDI) é um protocolo de comunicação entre instrumentos musicais
eletrônicos ou acústicos e outros ou computadores. Permite a livre manipulação de todos os eventos MIDI
gravados.
11
A música
tecno
é um conceito criado por
Pierre Levy para representar um re
-
composição constante a ponto de
se perder a noção de autoria. O autor não faz aqui menção à música
techno
, subgênero da música popular eletrônica.
12
Disponível em:
https://soundation.c
om
. Acesso em: 17 out. 2020.
13
Disponível em:
https://www.noteflight.com/login
. Acesso em: 17 out. 2020.
14
Disponível em:
http://www.kompoz.com/music/home
. Acesso em: 17 out. 2020.
15
Disponível em:
https://www.bandlab.com
. Acesso em: 17 out. 2020.
16
Disponível em:
https://edu.bandlab.com
. Acesso em: 17 out. 2020.
17
Disponível
em:
https://bandhub.com
. Acesso em: 17 out. 2020.
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vídeo (de autoria própria ou não) e outros músicos criam vídeos tocando a mesma música, e o
resultado é um vídeo de uma música realizada em conjunto numa tela dividida entre os vários
músicos
18
. Não
presenciei a utilização de nenhum desses recursos durante minha experiência
como tutor da UnB.
Com o surgimento dos computadores, softwares de edição de áudio como
Sonar
e
Pro
Tools
e editores de partitura em MIDI como
Finale
e
Sibelius
revolucionaram a ma
neira de
realizar essas tarefas. Esses softwares são pagos e em língua inglesa. Posteriormente,
começaram a surgir aplicativos gratuitos em diversas plataformas
–
Windows
,
Mac
e
Linux
–
,
em língua portuguesa e com código aberto, como
Musescore
e
Audacity
.
Estamos no momento
de transição para uma necessidade de termos aplicativos online, como o editor de partituras
Noteflight
ou o DAW online
Bandlab
,
ou
Soundation
, assim como versões desses mesmos
aplicativos online para tablets e smartphones, abrangendo os
sistemas operacionais
Android
,
Iphone OS
e
Windows Phone
. No entanto, parte desses aplicativos online existentes para música
são pagos e em inglês, além de não possuírem versão para Android, o que aponta que ainda
haverá um caminho a ser percorrido para qu
e essa transição ocorra para a Educação a Distância
pública, que necessita de aplicativos gratuitos, em língua portuguesa e com integração para
aparelhos móveis.
Pereira (2014) afirma que um aluno de um curso de Música pela UAB utilizava diversos
softwares
offline externos ao Moodle
,
sendo necessário converter os arquivos gerados
conforme padrões especificados pelos cursos, e tal tarefa é complexa e demanda muito tempo,
acrescido do tempo necessário ao upload desses arquivos ao AVA
–
a depender da velocidad
e
da internet da casa de cada pessoa. Esses arquivos são enviados ao tutor muitas vezes como
tarefa individual, sem participação e visualização dos demais alunos, o que não caracteriza uma
interação sociointeracionista.
Gohn (2009) classifica os aspectos c
omunicacionais para Educação Musical a distância
em cinco áreas: (1) História da Música, que pode depender de comunicação por escrito e leitura
de textos ou audição de peças musicais; (2) apreciação musical, que depende de audição por
meio de escutas dirig
idas focadas em determinados aspectos ou através de vídeos, nos quais
não se tem controle da qualidade sonora do aparelho; (3) treinamento auditivo e estudo de
harmonia, em que aplicativos podem reproduzir e corrigir incansavelmente e sem interação
humana;
(4) composição, que pode ser feita colaborativamente com aplicativos da Web 2.0 ou
18
Cada usuário pode propor uma música ou buscar a música de que esteja necessitando, no instrumento que toca.
Há uma faixa guia que é re
movida após a conclusão da gravação, tal qual ocorre nos estúdios.
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com softwares editores de áudio com fácil interface; (5) performance, que depende de gravação
de vídeo ou videoconferência; ambas necessitam de imagem e captação de som apr
opriadas
para cada tipo de instrumento, e os feedbacks dos tutores podem ser difíceis de limitar às
palavras, uma vez que ele pode precisar demonstrar movimentos para corrigir a postura e a
técnica do instrumento.
No entanto, uma vez que em cursos a distân
cia tais instrumentos sejam oferecidos de
forma assíncrona, a solução é a postagem de vídeos em fóruns virtuais para uma mesma turma
de cerca de 20 alunos. Tal fato induz a ocorrência da inevitabilidade da quebra de paradigma
do modelo conservatorial das a
ulas síncronas e individuais, mas
,
por outro lado
,
expressa a falta
de atenção às especificidades de um curso de Música. Nesse caso, atender a maior quantidade
de alunos de forma assíncrona é uma solução do curso mediante uma solução de urgência
atrelada a
uma burocratização e padronização do ensino
à
distância, o que não caracteriza
necessariamente uma nova metodologia de ensino.
O texto é a forma pela qual o aluno se comunica com o tutor a distância e com
professores por meio de comunicação assíncrona no
Moodle. Com isso, pode haver um desafio
para o aluno conseguir expressar suas dúvidas nas disciplinas práticas e teórico
-
práticas
somente com texto, uma vez que para a comunicação ocorrer necessitaria de elementos sonoros
e visuais. A videoconferência seri
a a forma mais “natural” de comunicação para essas
disciplinas.
Seria preciso então construir um AVA que atenda às especificidades da aprendizagem
de música, como a integração de áudio e vídeo, escrita em partitura e notação contemporânea,
manipulação de M
IDI e áudio, entre outros, mesclando elementos assíncronos com aulas
práticas síncronas e material didático interativo concebido para cursos à distância sem
necessitar de aplicativos externos ao AVA. Até o momento, apenas adaptações estão sendo
feitas.
Ao
invés dessa prática, cursos a distância podem simplesmente digitalizar livros ou
artigos científicos e deixar o fórum para debate com tutoria reativa, o que faz com que esse
material “repita alguns erros comuns no ensino presencial
–
uso mecânico, distanc
iamento da
realidade, inculcação mecânica de conteúdos e ideologias, inacessibilidade, reforço à perda da
motivação” (VILLARDI; OLIVEIRA, 2005, p. 104).
Enquanto na sala de aula presencial o professor tem o controle sobre as formas
como o material didático é utilizado
–
e as ações são ler, escrever, sublinhar,
completar, responder, copiar, debater, por exemplo
–
na Educação a Distância
o aluno utiliza esse
material de forma independente, com ações que escapam
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ao domínio do professor
–
e talvez por isso a questão da avaliação da
aprendizagem se torne tão complexa nessa modalidade de educação.
O problema é que, na EaD, ainda não houve tempo hábil para
elaborar um
campo metodológico suficientemente amplo, experimentado e avaliado para
dar o suporte necessário à elaboração do material didático a ser utilizado
(VILLARDI; OLIVEIRA, 2005, p. 93).
A competência comunicacional na internet sempre foi pensada c
omo comunicação
linguística
–
textos em e
-
mails, blogs, wikis. Com a Web 2.0, o usuário passa a ser criador de
multimídias
–
áudios, vídeos e conteúdos interativos
–
por meio de uma interface amigável. O
texto pode ter hipertexto ou escrita colaborativa. A
tualmente há sites que trabalham com edição
e produção de áudios e vídeos colaborativos. A comunicação por vídeo
revisita
a comunicação
não verbal e paralinguística,
ajudando
na aproximação de uma comunicação proxêmica.
A padronização das soluções para a E
aD concentrada em um setor da universidade,
como o fato de todas as disciplinas serem obrigatoriamente assíncronas e para uma mesma
turma e a gestão desse processo, não abarca as especificidades dos cursos de Música
19
. A
dificuldade de um sistema integrado
específico para Música e materiais multimídias interativos
são fatores tecnológicos que limitam a execução de metodologias, sendo difícil romper os
paradigmas importantes para a caracterização do ensino
à
distância.
Considerações finais
Proponho alguma
s reflexões acerca do que foi anteriormente exposto.
A educação aberta e multicultural são fatores metodológicos presentes no ensino a
distância e mediados por tecnologias digitais. Cabe se perguntar se isso vem sendo colocado
em prática nos cursos EaD de
educação musical ou mesmo atualmente no ensino remoto?
Swanwick (2003) defende que a música como espaço intermediário não pode ser
substituída por um turismo global por meio de CD’s. A música
tecno
(LEVY, 1999) propõe
uma forma de recomposição e redistribu
ição das músicas através da internet. Não caberia às
instituições de ensino uma ressignificação desse espaço intermediário
,
objetivando novas
construções e não meras apreciações sem aura?
O foco na tecnologia musical proposto por Schramm (2009) e por Rudol
ph (1996)
necessita que o aluno domine a programação em tecnologia, o que necessita de uma educação
19
Embora esse seja um problema tanto do ensino presencial quando da modalidade a distância, podemos observar
as disciplinas de instrumento musical ou canto nos bacharelados como solução des
padronizada, uma vez que as
aulas ocorrem para um aluno por turma, respeitando a especificidade de uma prática conservatorial reproduzida
nos cursos superiores.
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O ensino de música a distância: Aspectos metodológicos e tecnológicos
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tecnológica. Ocorre que nem todos os docentes ainda dominam essa tecnologia, a ponto de
inviabilizar a construção de um material tecnológico sociointeracion
ista defendido por Villardi
e Oliveira (2005). Como realizar essa educação tecnológica no Brasil em larga escala além dos
centros tecnológicos?
Os aspectos tecnológicos disponíveis
gratuitamente
e aberta atualmente ainda não
permitem uma integração das ferramentas genéricas do AVA
–
como webconferência ou fóruns
–
à manipulação de elementos em áudio ou MIDI em aplicativo de estação de trabalho de áudio
digital (DAW) e editor de partitura de forma
online e integrada. Ao mesmo tempo, nas
universidades públicas não são oferecidos cursos superiores em Música que
considere
as
especificidades dessa área. Como pensar em uma quebra de paradigmas para a educação
musical mediada por tecnologias digitais sem
estes importantes fatores?
Tais perguntas são provocações que objetivam despertar reflexões acerca da tecnologia
musical e sua metodologia no ensino a distância, remoto ou presencial mediado por tecnologias.
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Fabiano Lemos
PEREIRA
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SOBRE OS AUTORES
Fabiano Lemos
PEREIRA
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckhow
da Fonseca (CEFET
-
RJ), Itaguaí
–
RJ
–
Brasil. Professor EBTT D
-
I, Coordenadoria do Curso Técnico Mecânica. Doutorado em
Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ).
Processamento e edição: Editora
Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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DISTANCE MUSIC LEARNING: METHODOLOGICAL AND TECHNOLOGICAL
ASPECTS
O ENSINO DE MÚSICA A DISTÂNCIA: ASPECTOS METODOLÓGICOS E
TECNOLÓGICOS
ENSEÑANZA DE MÚSICA A DISTANCIA: ASPECTOS METODOLÓGICOS Y
TECNOLÓGICOS
Fabiano Lemos
PEREIRA
Federal Center for Technological Education Celso Suckow da Fonseca
(CEFET)
e
-
mail:
fabiano.pereira@cefet
-
rj.br
How to refer to t
his article
PEREIRA, F
.
L
.
Distance music learning:
Methodological
and technological aspects.
Revista
Hipótese
, Bauru,
v.
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, 2022
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7154. DOI:
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10/03/2022
Revisions required
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Approved
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01/07/2022
Published
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01/12/2022
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ABSTRACT
:
Through a bibliographic review, this work presents a selection of technological
and methodological aspects that distance music education has permeated. As main authors,
Keith Swanwick (2003, 2014) and Daniel Gohn (2011) stand out. In the end, it is conclu
ded
that the current technological aspects cannot integrate the generics tools of Learning
Management System (LMS) with the various existing musical resources and, in addition, the
management of Distance Education courses (DE) does not have take into accou
nt the
specificities of Music courses, in addition to the need for technological mastery on the part of
the teacher and the student
.
KEYWORDS
:
Musical education. Music technology. Distance education. Distance music
education.
Methodology and technology in music education
.
RESUMO
:
Através de levantamento bibliográfico, este trabalho apresenta uma seleção de
aspectos tecnológicos e metodológicos que permeiam a educação musical a distância. Como
principais autores, destacam
-
se Keith Swanwick (2003, 2014) e Daniel Gohn (2011). Ao fim,
conclui
-
se que os aspectos tecnológicos atuais não conseguem integrar as ferramentas
genéricos dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) aos diversos recursos musicais
existentes e, ainda, a gestão de cursos de Educação a Distância (EaD) não levam em co
nta as
especificidades dos cursos de Música, além de haver a necessidade de um domínio tecnológico
pelo professor e do aluno
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação Musical. Tecnologia musical. Educação a distância.
Educação musical a distância.
Metodologia e tecnologi
a no ensino de Música
.
RESUMEN
:
Através
de una revisión bibliográfica, este trabajo presenta una selección de
aspectos tecnológicos y metodológicos que la educación musical distancia ha entrelazado.
Como autores principales se destacan Keith Swanwick (2003, 2014) y Daniel Gohn (2011). Al
final,
se concluye que los aspectos tecnológicos actuales no pueden integrar las herramientas
genéricas de los Ambientes Virtuales de Aprendizaje (AVA) con los diversos recursos musicales
existentes y, en adiccíon, la gestión de los cursos de Educación a Distanc
ia (EaD) no tiene en
cuenta la especificidades de los cursos de Música, además de la necesidad de dominio
tecnológico por parte del profesor y el alumno
.
PALABRAS CLAVE
:
Educación musical. Tecnología musical. Educación a distancia.
Educación musical a dis
tancia.
Metodología y tecnología en educación musical
.
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3
Introduction
Music learning at a distance has occurred since correspondence teaching, later through
radios, TV, satellites, computers, instructional programs, video lessons, and
play
-
a
-
longs. In
the 21st century, the way of learning Music is changing with access to the Internet and mobile
platforms mediated by digital technologies. The learner can now interact and dialogue directly
through Digital Information and Communication Tec
hnologies (DICT's), and musicians and
music teachers who once needed a publisher can now create their own materials
1
.
It is necessary to carry out an educational process in Music with digital and interactive
media, which means introducing
technological aspects as means and ends to achieve the goal
of learning Music. In an attempt to break with paradigms, it is necessary to think of a
methodology that can combine activities and practices with different media suitable for each
specific object
ive and a pedagogical project aimed at an open and student
-
centered education
.
A bibliographical survey of materials on music education, distance education,
technology in education, and distance music education, will firts present some methodological
aspe
cts of technology
-
mediated distance education and music education. Then, will be
presented the selection of methodological aspects of distance education.
Finally, the final
considerations will be made
.
Methodological aspects
The emergence of research in
Music Education on methodologies based on new
technological resources presents a field that is still being gradually built since tools focused on
learning and musical production is constantly being created. For example, in Brazil, we can
find some researc
h related to UAB courses, such as Gohn (2011), Nunes (2012), Schramm
(2009), and other research on the use of technology in music learning
.
According to Swanwick
, music is a form of discourse steeped in metaphors shared with
other areas, and this has consequences for the process of Music Education. There are three
cumulative levels of metaphorical transformations: (1)
“
notes
”
are heard as
“
melodies
”
,
sounding expr
essive; (2)
“
melodies
”
are heard together, creating relationships, as if they had
“
lives of their own
”
, undergoing changes by juxtaposition, realignment, and transformation; (3)
music informs the
“
life of feeling
”
or merges with previous experiences, as if
they had an
1
This text is part of the author's doctoral thesis entitled
“Licenciaturas em Música a distância: um estudo dos
cursos da Universidade Aberta do Brasil”, authored by
Fabiano Lemos Pereira
.
The author made adaptations and
updates and wrote a new conclusion
-
final considerations
.
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independent existence charged with a
“
flow
”
that occurs at the intersections between various
activities and cultures, reaching a
“
culmination of experience
”
and
“
aesthetic emotion
”
(SWANWICK, 2003
).
According to this author, for some people,
reaching the third level of metaphor would
be a rare experience, leaving a trace that cannot be assimilated consciously
-
through the
schemata
2
of previous experiences, which involve our nervous and muscular system, that
resume movements, thoughts or feel
ings that produce a symbolic process strongly connected to
our personal and cultural history
.
Swanwick
(2003) presents the concept of music as an intermediary space, in which there
are articulated ideas of intersection between the subject and the world; therefore, Music
Education in schools and colleges cannot be limited to support a single social function
of
transmitting information, and should not replace the direct involvement of students with the
musical discourse by global tourism through CDs. Therefore, the use of media can transmit
information, but it should not replace direct contact with the local
culture when given the
opportunity
-
something complicated to happen if we consider the Brazilian educational reality,
especially in public schools
.
Therefore, media use should be a starting point to promote a debate and give it a new
meaning. Swanwick (2003) advocates a vision that we should not just absorb the culture but be
cultural interpreters in a living and creative way in a network with differe
nt musical accents,
whether in the creation, musical appreciation, or performance
.
Then, "the main activities of composing
-
listening, performing
-
listening, and
appreciating
-
listening will take place in relation to music in a cultural realm broad enough for
students to become aware that they have an 'accent'" (SWANWICK, 2003, p. 54
, our
translation
). In this way, the author believes that people become musically engaged when they
view the activity as meaningful and authentic
.
When thinking about music teacher
education for elementary school, music as an
intermediary space should make the subject's connection to the culture of the world, to other
"accents," including our own, since exposure to different cultures helps us understand
something of our own
.
Thinkin
g about multicultural education implies expanding local practice. By starting
from the student's reality, by thinking about the international pop music present in everyday life
2
Plural
of
schema; means form, mental pattern, also understood as values, beliefs, and roles actualized by the
individual by active assimilation
.
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of the elementary school student, the realization of a musical intercultural di
alogue should be a
goal to be experienced. It can encompass popular or classical music. Bringing diverse world
experiences into the symbolic space of music allows us to be cultural interpreters of our own
culture.
The symbolic functions should be one of th
e goals to be achieved by teachers, and
consequently, the "transformation of symbolic structure into meaningful experiences" proposed
by Swanwick (2003) should be one of the goals to be achieved in Music Education
.
It is necessary to have a methodology th
at involves experiences of knowing and making
music, that understands music as a reflection of culture, that has a metaphorical nature, and that
can be creatively reinterpreted since we are cultural interpreters (SWANWICK, 2003). For the
teaching of music
at a distance, the course should lead the student to meaningful experiences,
and this entails an educational process in which the dialogue between students and teachers
occurs in the foreground
-
in which the teacher planning occurs in a less closed manner
.
Open education is necessary for the construction of a model of distance music education.
At this point,
“
considering the students' musical discourse
”
, as proposed by Swanwick
(2003),
implies that each subject has materials partially constructed with the participation of the
students directly involved or even has the option of subjects with open menus, which is up to
the students to elaborate these materials. Gohn (2011, p. 206
, our translation
) recognizes that
in the distance music courses at the Federal University of São Carlos,
“
largely the curricula are
closed, creating challenges for cost management when it comes to renewing study materials
”.
Having open learning as a metho
dological focus is extremely important in distance
music courses. This involves not only technology and appropriate methodologies but also time
management and differentiated resources to make learning happen. Such concepts are
fundamental to working toward
the goals the 21st
-
century music teacher needs, including
multiculturalism and the expansion of cultural capital
.
Swanwick (2014) compares the maxims of 19th (Annie Jessy Curwen) and 20th
(Murray Schafer) century music educators and concludes that what di
fferentiates them is the
certainty of curriculum content
-
in the 19th
-
century strong classification and framing, and in
the 20th century weak classification
-
that is, little pre
-
structured content, relying on student
composition and performance as the ma
in point in the 20th century. Allied with this structuring
and the competencies of the 21st century Music teacher, open education follows this line of
reasoning.
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It is worth noting that although weak grading is one of the characteristics of open
education
, other factors are necessary for it to be characterized
-
for this, see Pereira et al.
(2016
).
Gohn
(2011) asserts that in the Music course at the Federal University of São Carlos,
the time to prepare the multimedia material exceeds the conception phase before the execution
phase of the discipline. Considering that these UAB Music courses have been taki
ng place for
a decade, there was enough time for the practice of producing didactic material to take place
-
which did not happen. Therefore, this argument is controversial if distance learning music
courses continue to practice using texts taken from peri
odicals instead of building interactive
multimedia material based on the student's reality. Therefore, it is urgent to reformulate the
practices of didactic material elaboration for distance courses since a methodology based on the
student depends on pract
ice in this modality
.
Schramm (2009) points out the dichotomy focused on music technology as a learning
tool about learning music through technology: while learning through technology presents
preconceived content to the student
-
such as video or score ex
cerpt
-
for the focus on music
technology, the student needs to be able to operate it
-
in video, audio or score editors to create
multimedia components, creating music learning objects
-
, being able to manipulate and modify
elements of this object accordin
g to their objectives. Knowing how to operate these tools is one
of the fundamental characteristics of the 21st
-
century musician, which ends up being left out of
many higher education courses for training musicians and Music teachers due to the
conservativ
e habitus inculcated in universities, as Pereira (2015) points out
.
The focus on music technology is close to the concepts of internet learning or techno
music (LEVY, 1999) and social interactionist materials advocated by Villardi and Oliveira
(2005)
-
goi
ng beyond the written text and expanding to audios, videos, and sound manipulation
.
Pereira (2014) points out that in a Music Perception class of a distance course by UAB,
a recording of a melodic dictation created and sung by a student based on an online
exercise in
which students should transcribe it was used during a face
-
to
-
face exam, breaking with a model
of exam created by a teacher and performed on the piano. The author points out that during an
online activity, one student was asked to compose and s
ing a melody, and another student was
asked to create a polyphonic second voice over this cantus firmus
.
Such activity would not be so easily executed in a face
-
to
-
face class and provides an
adequate methodology for Distance Education (DE). Instead, the t
eachers knew how to use the
peculiarities of technological and communicational resources to provide activities appropriate
to the medium and used materials created by students from other courses that will serve as
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material for future classes
-
without depe
nding on the bureaucracy of involving a team for the
creation of the material
.
Encouraging students to create possible materials, especially interactive materials, to be
used in future classes is a way to break the bureaucracy and generate a database of m
aterials to
be used in the future. In other words: besides the existing open educational resources (OER)
created by teachers, encouraging students and teachers of classroom courses to produce
materials for a database of OER in scores, audio, and videos for
music classes and also make
them available to non
-
students can be an interesting resource to be adopted to circumvent
bureaucracy, creating a kind of popular virtual library
.
In areas whose culture has a predominantly verbal memory and where there is
no ongoing project of infrastructural transformation, the problem is not the
reading of the word, but a more rigorous reading of the world, which always
precedes the reading of the word. If in the past popular groups were rarely
stimulated to write their t
exts, now it is essential to do so from the very
beginning of literacy so that in the post
-
literacy stage, attempts can be made
to form what could become a small popular library, including pages written
by the students themselves (FREIRE, 1989, p. 19
, our
translation
)
.
For a social
-
interactionist and open learning proposal in music using technologies,
music technology as a creative tool must contemplate a methodology involving active and
creative participation. Rudolph (1996) points out three ways of apply
ing interactive technology:
(1) browsing and using concluded virtual teaching materials; (2) creating authorial proposals
by using technologies as tools; (3) creating new technologies and tools. However, the proposals
that involve creation come up against
the need for students to master software programming,
which is not the main objective of an online music course
.
According to Swanwick (2003), we can choose how and when to engage with music
and use it for different purposes, but Music Education, when it i
s part of school life, needs to
propose that music occurs through three metaphorical processes, in which we transform (1)
sounds into
“
melodies
”
; (2) melodies into gestures and structures; and, subsequently, (3)
symbolic structures into meaningful experien
ces; in this process, there are layers of materials,
expression, form, and value.
“
An education in Music presumes that students can access all three
metaphorical processes. Only in this way are we able to glimpse what I call 'intermediate space
”
(SWANWICK, 2003, p. 57
, our translation
)
.
Such a transformation process can be accomplished through performance, composition,
or music appreciation. Swanwick (2003) criticizes traditional music education for not caring
about these levels of transformatio
n, for not caring about dynamics, phrasing, and other nuances.
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As an example of the three stages of metaphorical processes: (1) isolated sounds can be
understood just like isolated images, that from certain experiences, the receiver of these can
capture si
milar patterns and build a set of images
-
or
“
melodies
”
; (2) melodies can take more
elaborate forms after compositions are made, or be demonstrated through performance, or even
the listener can identify which elements allowed them to identify different fo
rms; (3) the
significant experience occurs when the student associates the aesthetic pleasure to their
everyday life, preparing the student for the autonomy defended by Paulo Freire in his pedagogy
of autonomy
.
Thus, Music Education must be guided by three
principles: (1) consider music as
discourse; (2) consider the students' musical discourse; and (3) emphasize the fluency
3
.
Thus,
we propose a distance music education that can work these principles (SWANWICK, 2003).
From the first principle, to consider music as discourse, we understand that music appreciation
is not just auditory training but rather the metaphorical experienc
e that proceeds to rationalize
these elements. Swanwick (2003) states that the musical "elements"
-
pitch, duration, timbre,
and intensity
-
are sound materials and do not involve us in any of the metaphorical levels, and
learning through music based only
on this knowledge
-
as traditionally done
-
ends up not
leading to a metaphorical experience
.
The first of our principles, consideration for music, is a risk only if we forget
that microtechnology is a tool and not an end. It is very easy to
progressively
mechanize the human imagination out of existence and use pre
-
recorded loops
and patterns, which, while they may serve the purposes of certain
instantaneous species of music
-
making, certainly do not develop expressive
scope or structural sensi
bility. But the computer can also stimulate
compositional processes and facilitate notation and editing. It can also
translate visual metaphors of music into sound (SWANWICK, 2003, p. 115
,
our translation
).
It is worth considering that current technology
can already, through some applications
such as Melodyne Studio, modify the pitch, duration, and intensity of pre
-
recorded loops or
even audio
-
recorded phrases that are a common practice for DJs and electronic music producers,
thus freely manipulating the s
ounds and creating new musical meanings. Therefore, EaD
students can tune their own voices artificially in a solfeggio
.
Gohn (2011) warns that learning auditory training requires continuous and exhaustively
repeated exercises so that the differences betwee
n the sounds studied are assimilated and
3
In the original language, the term is fluency first and last, meaning "fundamentally" or "the most important fact".
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Fabiano Lemos
PEREIRA
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9
internalized
4
.
Given that a face
-
to
-
face situation commonly occurs with the use of the piano,
according to the author, with new technologies, the software can reproduce and correct errors
relentlessly without the a
ssistance of another individual
.
The second principle of considering the musical discourse of the students means that a
Music class should always be a dialogue, that is, the teacher should not impose music pre
-
established in a program, just as
knowledge should not come only from the student
-
as it occurs
in mistaken readings of student
-
centered education. Thus, there is no exchange of experiences
or cultural enrichment. On the contrary, it may only reproduce what the cultural industry
imposes w
ithout presenting other cultures and sounds that the student could not get through
traditional media or family life
.
In this sense, Swanwick (2003) points out that each curricular activity offers different
possibilities for decision
-
making, a specific face
t of student autonomy, such as playing in small
groups, learning an instrument collectively, or composing in small groups
.
Também precisamos explorar as possibilidades da tecnologia da informação.
Podemos ver essa contribuição em duas grandes áreas: uma é
a extensão do
aprendizado individual, o qual ressoa com o segundo princípio
–
o da
autonomia do aluno. A segunda contribuição da tecnologia da informação é a
extensão dos recursos instrumentais de forma radical, dando
-
nos
acompanhamentos instantâneos, mui
tos efeitos tonais inimagináveis,
combinações de sons, o uso de computadores para apoiar o processo de
composição musical e performance. E isso tudo pode ser conseguido sem que
o material instrumental precise existir em tempo real (SWANWICK, 2003, p.
115
,
our translation
).
Swanwick (2003) states that composition is an educational necessity, not an optional
activity to be developed when time permits because it leads the student to bring in his ideas into
the microculture of the classroom, merging Music Educ
ation with "outside music" and allowing
him to make decisions; therefore, it provides more openness for cultural choice
.
The third principle, emphasizing fluency, concerns fluent musical discourse as a priority
.
Musical fluency precedes reading and writing music. It is precisely fluency,
the aural ability to imagine music coupled with the ability to control an
instrument (or the voice), that characterizes jazz, Indian music, rock music,
the music of the steel pans
[of the Caribbean], a great deal of computer music,
and folk music in any country in the world. Notation of any kind has limited
or no value for performers of the Korean sanjo, the Texas
-
Mexican accordion
4
Music Perception and auditory training are terms commonly used as synonyms, to the point that an undergraduate
student may not be able to differentiate between them since the practice of Music Perception may be restricted
entirely to auditory training from
basic to advanced level
.
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ensemble, salsa, or Brazilian capoeira. These musi
cians have much to teach
about the virtues of playing "by ear" and about the possibilities of extended
memory and collective improvisation (SWANWICK, 2003, p. 69
, our
translation
).
Pereira (2014) reports in his research that, during the realization of an
assignment for
the discipline of Music Perception, in which he should record a solfeggio and accompany
himself on a harmonic instrument using a sequencer, the author caught himself recording
isolated excerpts in several takes of recordings to get a better
result, generating a result that
would not be the same in a face
-
to
-
face class, thus giving more emphasis to the product than to
the process and interrupting the fluency, generating discontinuity of genuinely musical
discourse
.
All this is very
different from using the computer only in a notation
-
driven
composition
-
a form of sequenced instruction that the computer does very
well. This appears in the principle of fluency and the first principle, the
consideration of music as discourse. Being abl
e to say in music only what we
can write in notation negates the students' expressiveness and musical
discourse. We should look for technological progress to free teachers and
students from burdensome work, not to increase it. People might then be freer
to
produce and respond to live music, which would then promote interest and
conviviality while refining sensitivity and broadening the mind
(SWANWICK, 2003, p. 115
, our translation
).
By extension, any asynchronous performance recorded on video or audio can
suffer
some editing that implies an artificial result that would not be possible in a face
-
to
-
face meeting
or a synchronous moment of the course involving audio or video communication. For audio,
some techniques allow editing so that the final product has
as few errors as possible for the
listener, to the point that it is not perceptible to identify that the audio was edited. In this case,
the distance instructor responsible for correcting the task needs more tools to know how the
sent product was processed
.
However, the use of synchronous communication minimizes this
possibility
.
The great challenge in using digital technologies in music learning is finding
methodologies consistent with the profile of the music teacher of the 21st century. In the case
of di
stance education, it is fundamental to think about the role of this teacher. The learners,
whether students of a distance or face
-
to
-
face higher education course or other students seek
information in virtual communities; sometimes, they can obtain satisfac
tory information from
the learners who participate in virtual forums (PEREIRA, 2017). Thus, it is important to pay
attention to the role of the online teacher in the midst of Music courses
.
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Pallof
and Pratt (2013) point out changes for the online instructor: (1) the balance of
power: the instructor needs to act as a facilitator of learning, while students should take charge
of the learning process; (2) the role of content: making resources availabl
e, rather than
expository instruction; (3) the role of the instructor: guide students by establishing online
presence; (4) the responsibility for learning needs: students need to take greater responsibility
for their learning process; (5) the purpose and p
rocess of testing and assessment: use of self
-
assessment and practical application activities
.
While we can see an urgent shift in educational paradigms to put the focus on student
-
centered meaningful learning, the premises pointed out by Palloff and Pratt (2013) should be
questioned for pointing too much responsibility for learning on the student.
This factor
promotes a way of thinking and acting that exempts the teacher from his responsibilities and,
consequently, puts the decision
-
making power in the student's hands
-
in the neoliberal molds,
the client is always right. If the student fails, merit
ocracy justifies that he did not try hard enough,
exempting the teacher from this process. The authors also point to the term instructor, which
induces the one who holds the information to the student, who only has the duty to absorb it
.
The information co
ntained in the traditional didactic material transposed to non
-
interactive digital media, and the tutor responsible only for answering questions when sought
by the student
-
reactive tutoring
-
ends up subverting the student's autonomy to abandonment.
In o
ur opinion, the solution to this dichotomy is the development of an educational project that
contemplates a socio
-
interactionist multimedia material that allows the student to gradually
acquire autonomy, allied to a course with professors and tutors that d
ominate the distance
learning methodology and a team prepared to support this student
.
The excess of tasks in DE courses and the obligation to fulfill them in a predetermined
timeframe, such as forums with non
-
flexible duration, can cause a shallow experie
nce, not
allowing the student to enjoy the experience that leads to a metaphorical transformation or
imaginative criticism (SWANWICK, 2003)
.
University 42, located in Paris and Silicon Valley, is an entrepreneur's initiative that has
been offering bachelor
's degree programs with a certificate since 2013 without any professors
and books during the entire college course
5
.
Although a diploma is not issued, such a certificate
is accepted in some companies. The modality adopted by the institution was face
-
to
-
fa
ce
.
We notice a certain intention in DE to use automated feedback to replace humans
through multiple
-
choice forms, which greatly harms learning.
“
Attention should also be
5
Available at: https://www.42.us.org/.
Access
: 8 Jan. 2017
.
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directed to automated systems, which will most likely be employed by educational mana
gers,
whenever possible, to cut costs and expand the number of students served
”
(GOHN, 2009, p.
207
, our translation
). Such processes are geared toward adding information and do not induce
metaphorical transformation
.
A virtual forum that plans to be social interactionist should start with a provocative
question from the tutor regarding the text and correlate it to the student's life experience.
According to Pallof and Pratt (2013), an online course that truly cares abo
ut the student needs
to understand who they are, how they learn, and what they need so that teachers can assist them
in their learning, how to encourage them in their development as reflective agents, how to
develop courses and programs while paying attent
ion to continuous quality improvement, be
aware of the issues that affect their lives and their learning, and find a way to involve them in
course design and evaluation
.
For this, there must be tools to be used in online Music courses centered on the stude
nt,
therefore, ideas to work composition and improvisation online. Based on Swanwick, Silva
(2005) proposes composition as a transversal tool of regular practice connected to the other
areas of music present in the curricula at the higher level of music in
stead of an undergraduate
course isolated from the others. By extension, with collaborative online tools, the composition
can also be the focus of an EaD curriculum
.
More than composition, Swanwick (2014) proposes imaginative criticism as the task of
forma
l education, which is not on a theoretical plane but occurs in making decisions or in a
conversation about music, bringing new ideas to consciousness, asking questions, and
experimenting in performances and compositions
.
Music criticism at any level is cr
ucial to the process of formal education.
Imaginative criticism is the center and distinguishing characteristic of
elementary, secondary, and college courses. Such critical activity need not be
on a highly theoretical plane but occur every time decisions a
re made or music
is reflected upon or talked about (SWANWICK, 2014, p. 150
, our translation
)
.
Swanwick classifies a
“
facilitator of individual discovery
”
or
“
tutor
”
(SWANWICK,
2014, p. 157
, our translation
) as a teacher who does individualized work arising from a musical
encounter as opposed to instruction. For the author, these musical encounters, characteristic of
non
-
formal education and formal music education in schools and colleges, are mandatorily
fol
lowed by evaluation and critique of becoming explicit. In this sense, especially in music and
the arts, there is the issue of the tacit dimension of knowledge, in which a student may have
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difficulty expressing himself verbally and especially in writing
-
a
s it needs to be in virtual
learning environments (VLEs) of online music courses
.
Presumably, saying can include showing; not all communication will happen
by the spoken word. When students compose and perform, they will show
what they know even if they a
re not telling us. The problems really arise when
people are as an audience in relation to the music [...]. The need for critical
conversation is especially apparent when we are trying to share an experience
as a listener with others or when we are helping
to develop a musical
sensibility and insight (SWANWICK, 2014, p. 167
-
168
, our translation
).
Aspectos tecnológicos
While classes in seminar format are quite common in both basic and higher education,
whether in person or at a distance, the need for each individual to express their opinion at all
costs is a phenomenon that occurs today. Bondía (2002) questions how we ar
e forced first to
inform ourselves and then forced to have an opinion as a synonym for the significant dimension
of learning, placing information as something objective to be conquered, and opinion, the
shallow and spontaneous subjectivity of being in favo
r or against, since the lived experience in
contemporaneity is increasingly rare due to lack of time.
Therefore
,
Information is not experience. Moreover, information leaves no room for
experience, it is almost the opposite of experience, almost an anti
-
ex
perience.
This is why the contemporary emphasis on information, on being informed,
and all the rhetoric aimed at constituting us as informing and informed
subjects; information does nothing but cancel our possibilities of experience.
The subject of informa
tion knows many things, and spends his time searching
for information, what worries him most is not having enough information; he
knows more and more, and he is better informed every time, but with this
obsession for information and knowledge (but knowledg
e not in the sense of
"wisdom", but in the sense of "being informed"), what he achieves is that
nothing happens to him. The first thing about the experience is that it is
necessary to separate it from the information. Knowing from experience is
necessary t
o separate it from knowing things, just as you know when you have
information about something when you are informed. It is the language itself
that gives us this possibility. After attending a class or a conference, after
reading a book or information, aft
er taking a trip or visiting a school, we can
say that we know things we didn't know before, that we have more information
about something; but, at the same time, we can also say that nothing happened
to us, that nothing touched us, that with all that we h
ave learned nothing
happened to us or happened to us (BONDÍA, 2002, p. 21
-
22
, our translation
).
When thinking of distance learning of music that considers the musical discourse of
students, the technological structure needs to have interactive synchronous or asynchronous
tools in texts, audios, or videos, depending on the practical or theoretical dis
ciplines and focused
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on the student. In this sense, one
-
to
-
many conferencing would not achieve this goal because it
is not student
-
focused; many
-
to
-
many communication is needed, as in Google Meets, Microsoft
Teams, and Zoom applications for videos, chats,
or forums for texts
.
Digital technologies offer a favorable environment for learning music collaboratively
and creatively. However, for multicultural Music Education to achieve its goals, it is necessary
that
“
these 'sets of sounds,' consisting of interval
s, scales, ragas, chords, series of notes,
ostinatos, basses, etc. They would be explored and transformed interculturally through
composition, listening, and performance
”
(SWANWICK, 2014, p. 151
, our translation
)
.
The first form of communicative technology
was spelling with melodic precision, which
initially occurred with cantochon in the sixth century and was later perfected by Guido
D'Arezzo in the ninth century
6
,
with the inclusion of rhythmic precision. From that moment on,
musical language
became a crucial communicational process among musicians, which involved
writing and reading
7
.
Musical notation is a form of language that has signed, formed by a signifier and a
meaning. Knowing how to write and read language allows communication betwee
n people
since the subsequent enunciation can be, in a certain way, standardized
.
This new technology changed how music was created in the following centuries,
especially in European concert music. On other continents and in popular music, the
predominanc
e of oral transmission remained with alternative scripts to the score
-
such as
tablature or alphanumeric ciphers, especially for stringed instruments
.
With the expansion of the printing press by Gutenberg in the 15th century, sheet music
was commercialize
d via publishers, which further contributed to the fact that learning to read
sheet music became fundamental, changing the way of learning music. Today, it is possible to
access digitized original manuscripts on sites such as IMSLP
8
.
Later, with the devel
opment of
the phonograph by Thomas Edison in 1877, it became possible to record music on physical
media. Thus, the possibility of playing the same piece repeatedly made it easier for a learner to
“
take it by ear
”
and then dispense with the score. The possi
bility of recording and manipulating
sounds also gives rise to new ways of making music, such as concrete music. Once again the
way of making music is changed. Currently, there are already applications that propose to locate
the chords of a song from the o
riginal recording, such as the smartphone application MyChord
6
The alternative spellings that occurred before D'Arezzo did not give melodic and rhythmic precision.
7
The communication provides only the writing and reading
stage without enunciation.
8
Available at: https://www.imslp.org. Accessed: 12 Oct. 2020
.
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-
although these are not so successful as to rule out the competence of a popular musician in
“
making music
”
.
As technology advanced, electronic instruments and concert music
-
and later electronic
popular music
-
also began to emerge. Recording techniques were improved, and with digital
technologies came
to
the VSTs and VSTis capable of replacing machines to the
point where a
computer could replace the studios
9
.
The home studios take away the hegemony of the big
studios, the record labels
,
and the music distribution labels, which start to be distributed on the
internet as MP3 files
.
With MIDI
10
technology
,
variou
s musical instruments can communicate via this
protocol. The Internet allows collective composition and free manipulation of pitch, duration,
timbre, and intensity. Re
-
composition and redistribution via the Internet
are
possible in a
dialectical process th
at Levy (1999) called techno
11
music
.
Such technological innovations again interfere with learning music. For many musical
genres, especially electronic instruments, knowing how to manipulate certain technologies
becomes a condition for being a music interpreter or producer. This fact may end
up not being
considered in teacher training, since the bachelor's degrees offered in the same physical space
as
the Music courses
-
and with common disciplines
-
do not require such competencies
.
As
composition is one of the central elements of music educa
tion, as Silva (2005) and
Swanwick (2003) point out, teaching music through digital technologies at the UAB seems a
perfect environment to apply techno music since these courses work with asynchronous
communication. Thus, every activity that involves async
hronous communication features needs
to be explored in distance music courses. And one of the main resources is to work on collective
composition
.
Technological resources for working on composition are abundant with Web 2. 0,
through asynchronous online DA
W, such as Soundation
12
,
online score editor, such as
Noteflight
13
,
or specific site
s
for collaborative composition between musicians around the
world, such as Kompoz
14
or the free application for cell phone or computer Bandlab
15
–
which
9
VST = Virtual Studio Technology; VSTi = Virtual Studio Technology Instruments
-
the virtual instruments
.
10
Musical Instruments Digital Interface (MIDI) is a communi
cation protocol between electronic or acoustic
musical instruments and others or computers that allows free manipulation of all recorded MIDI events.
11
Techno music is a concept created by Pierre Levy to represent a constant re
-
composition to the
point of losing
the notion of authorship. The author does not mention techno music, a subgenre of popular electronic music.
12
Available at: https://soundation.com. Accessed : 17 Oct. 2020
.
13
Available at:
http
s://www.noteflight.com/login
.
Accessed on
: 17
Oct
. 2020.
14
Available at
:
http://www.kompoz.com/music/home
.
Accessed
: 17
Oct
. 2020.
15
Available at:
https://www.bandlab.com
.
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: 17
Oct
. 2020.
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has an educational
16
version
–
via audio or even Bandhub
17
,
where a musician records a video
(of
their
authorship or not)
,
and other musicians create videos playing the same song. The res
ult
is a video of a song performed together on a screen divided among several musicians. I have
not witnessed using any of these resources during my experience as a tutor at UnB.
With the advent of computers, audio editing software such as Sonar and Pro To
ols, and
MIDI score
s
editors such as Finale and Sibelius have revolutionized how these tasks are
performed. This software is paid for and in English. Later, free
,
open
-
source applications
appeared on several platforms
-
Windows, Mac, and Linux
-
in Portugu
ese, such as Musescore
and Audacity. We are now transitioning to a need for online applications, such as the score
editor Noteflight or the online DAW Bandlab or
Soundation,
as well as versions of these same
online applications for tablets and smartphones,
covering the Android, iPhone OS, and
Windows Phone
s
operating systems. However, part of these existing online applications for
music are paid and in English, besides not having an Android version, which points out that
there is still a way to go for this
transition to occur for public distance education, which needs
free applications, in Portuguese and with integration to mobile devices.
Pereira (2014) states that a student of a music course at UAB used several offline
software external to Moodle,
being necessary to convert the files generated according to
standards specified by the courses. This task is complex and demands much time, plus the time
needed to upload these files to the VLE
-
depending on the internet speed of each person's home.
These
files are often sent to the tutor as an individual task, without participation and viewing
by other students, which does not characterize a social interactionist interaction
.
Gohn (2009) classifies the communicational aspects of distance music education i
nto
five areas: (1) music history, which can depend on written communication and reading of texts
or listening to music pieces; (2) music appreciation, which depends on listening through
directed listening focused on specific aspects or through videos, in
which there is no control of
the sound quality of the device; (3) auditory training and harmony study, in which applications
can reproduce and correct tirelessly and without human interaction; (4) composition, which can
be done collaboratively with Web 2.
0 applications or with audio editing software with the easy
interface; (5) performance, which relies on video recording or videoconferencing; both require
appropriate imaging and sound capture for each type of instrument, and tutor feedback can be
16
Available at
:
https://edu.bandlab.com
.
Acc
ess
: 17
Oct
. 2020.
17
Available at
:
https://bandhub.com
.
Access
: 17
Oct
. 2020.
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difficul
t to limit to words, as he may need to demonstrate movements to correct instrument
posture and technique
.
However, once in distance courses, such instruments are offered asynchronously, the
solution is to post videos in virtual forums for the same class of
about 20 students. This fact
induces the occurrence of the inevitability of breaking the paradigm of the conservative model
of synchronous and individual classes. On the other hand, it expresses the need for more
attention to the specificities of a Music
course. In this case, serving the largest amount of
students asynchronously is a course solution through a solution of urgency linked to the
bureaucratization and standardization of distance learning, which does not necessarily
characterize a new teaching
methodology
.
The text shows how the student communicates with the distance tutor and teachers
through asynchronous communication in Moodle. With this, there may be a challenge for
students to express their doubts in practical and theoretical
-
practical cour
ses only with text since,
for communication to occur, they would need sound and visual elements. Videoconferencing
would be these courses' most
“
natural
”
form of communication
.
It would then be necessary to build a VLE that meets the specificities of music
learning,
such as the integration of audio and video, score writing and contemporary notation, MIDI and
audio manipulation, among others, mixing asynchronous elements with synchronous practical
classes and interactive didactic material designed for distan
ce learning courses without
requiring external applications to the VLE.
So far, only adaptations are being made
.
Instead of this practice, distance learning courses may digitize books or scientific
articles and leave the forum for debate with reactive tut
oring, which makes this material "repeat
some common errors in face
-
to
-
face teaching
-
mechanical use, detachment from reality,
mechanical inculcation of content and ideologies, inaccessibility, reinforcement of the loss of
motivation" (VILLARDI; OLIVEIRA,
2005, p. 104
).
While in the face
-
to
-
face classroom, the teacher has control over the ways in
which the didactic material is used
-
and the actions are reading, writing,
underlining, completing, responding, copying, and debating, for example
-
in
Distance Education, the student uses this material independently, with actions
that escape the teacher's domain
-
and perhaps this is why the issue of learning
assessment becomes so complex in this mode of education.
The problem is that, in DE, there has n
ot yet been enough time to develop a
methodological field that is sufficiently broad, tested, and evaluated to provide
the necessary support for the development of teaching materials to be used
(VILLARDI; OLIVEIRA, 2005, p. 93
, our translation
).
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Distance music learning: Methodological and technological aspects
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DOI:
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Communica
tional competence on the Internet has always been considered linguistic
communication
-
texts in emails, blogs, and wikis. With Web 2.0, the user becomes a creator
of multimedia
-
audio, video, and interactive content
-
through a friendly interface. The te
xt can
have hypertext or collaborative writing. Currently, sites work with collaborative audio and
video editing and production. In addition, video communication revisits non
-
verbal and
paralinguistic communication, helping to approximate proxemic communic
ation
.
The standardization of solutions for DE concentrated in one sector of the university,
such as the fact that all courses must be asynchronous and for the same class, and the
management of this process does not cover the specificities of music
18
cours
es
.
Moreover, the
difficulty of a specific integrated system for Music and interactive multimedia materials are
technological factors that limit the execution of methodologies, needing help to break the
important paradigms for the
characterization of distance education.
Final considerations
I propose some reflections about what was previously exposed.
Open and multicultural education are methodological factors in distance education and
are mediated by digital technologies. Has th
is been implemented in EaD courses in music
education or even in remote teaching?
Swanwick (2003) argues that music as an intermediary space cannot replace global
tourism through CDs. Techno music (LEVY, 1999) proposes a form of recomposition and
redistrib
ution of music through the internet. Is it up to educational institutions to re
-
signify this
intermediary space, aiming at new constructions and not mere appreciations without aura
?
The focus on musical technology proposed by Schramm (2009) and Rudolph (1996)
requires the student to master programming in technology, which requires a technological
education. However, only some teachers have mastered this technology, making the
construc
tion of a social interactionist technological material advocated by Villardi and Oliveira
(2005) unfeasible. How to accomplish this technological education in Brazil on a large scale
beyond the technological centers?
The freely available and currently ope
n technological aspects still need to allow
integration of the generic VLE tools
-
such as web conferences or forums
-
to manipulate audio
18
Although this is a problem in face
-
to
-
face teaching and distance learning, we can observe the musical instrument
or singing courses in the bachelor's degrees as a de
-
standardized solution since t
he classes are for one student per
class, respecting the specificity of a conservatory practice reproduced in the higher education courses
.
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Fabiano Lemos
PEREIRA
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or MIDI elements in digital audio workstation (DAW) application and score editor in an online
and integrated way. At
the same time, public universities do not offer higher education courses
in Music that consider the specificities of this area. Without these important factors, how can
we think of a paradigm shift for music education mediated by digital technologies?
Such
questions are provocations that aim to arouse reflections about musical technology
and its methodology in the distance, remote or face
-
to
-
face teaching mediated by technologies
.
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Fabiano Lemos
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SOBRE OS AUTORES
Fabiano Lemos
PEREIRA
Federal Center for Technological Education Celso Suckow da Fonseca
(CEFET
-
RJ), Itaguaí
–
RJ
–
Brasil.
Professor EBTT D
-
I,
Coordinator of the Mechanical Technician Course.
Doctoral
degree in Public Policies and Human Formation (UERJ).
Processing and publication by the Editora
Ibero
-
Americana de Educação.
Reviewing, formatting, standardization and translation.