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DOI:
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1
APONTAMENTOS PARA UM DEBATE SOBRE TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
MUSICAL
APUNTES PARA UN DEBATE SOBRE TECNOLOGÍA Y EDUCACIÓN MUSICAL
NOTES FOR A DEBATE ON TECHNOLOGY AND MUSICAL EDUCATION
Marcelo Vizani CALAZANS
Universidade Católica de
Petrópolis (UCP)
e
-
mail:
marcelo.vizani@ucp.br
Leandro Couto Carreira RICON
Universidade Católica de Petrópolis (UCP)
e
-
mail:
leandro.ricon@ucp.br
Como referenciar este artigo
CALAZANS, M. V.; RICON, L. C. C.
Apontamentos para um debate sobre
tecnologia e
educação musical
.
Revista Hipótese
, Bauru,
v.
8,
esp. 1,
e02201
7
, 2022
.
e
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ISSN: 2446
-
7154.
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID412
Submetido em
:
10/03/2022
Revisões requeridas em
:
05/05/2022
Aprovado em
:
01/07/2022
Publicado em
:
01/12/2022
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Apontamentos para um debate sobre tecnologia e educação musical
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2
RESUMO
: Trata
-
se de artigo de reflexão teórica, originado em pesquisa de mestrado realizada
na Universidade de Lisboa. O artigo
analisará
, a partir da revisão de literatura especializada
disponível, as relações entre educação musical e o uso das novas tecnologias da informação e
comunicação. Para isso, partindo de autores como Amato (2018), Bauer (2014), Chamorro
et
al.
(2017) e Iazzetta (2
009) procura
-
se situar o fenômeno da tecnologia na educação para, então,
sinalizar o uso da tecnologia especificamente na educação musical problematizando a formação
de professores na educação musical e a utilização de tecnologias.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Educaçã
o musical. Formação de professores. Tecnologia da
informação e comunicação.
RESUMEN
: Este es un artículo de reflexión teórica, originado a partir de una investigación
de maestría realizada en la Universidad de Lisboa. El artículo busca analizar, a partir
de la
revisión de la literatura especializada disponible, la relación entre la educación musical y el
uso de las nuevas tecnologías de la información y la comunicación. Partiendo de autores como
Amato (2018), Bauer (2014), Chamorro (2017) e Iazzetta (2009
), buscamos situar el fenómeno
de la tecnología en la educación para luego señalar el uso de la tecnología específicamente en
la educación musical y problematizar la formación de profesores en educación musical y uso
de tecnologías.
PALABRAS CLAVE
:
Educac
ión musical. Formación de profesores. Tecnología de la
información y la comunicación.
ABSTRACT
: This theoretical reflection article originated from a master's research at the
University of Lisbon. From the review of available specialized
literature, the article seeks to
analyze the relationship between music education and the use of new information and
communication technologies. For this, starting from authors such as Amato (2018), Bauer
(2014), Chamorro (2017), and Iazzetta (2009), we se
ek to situate the phenomenon of technology
in education to then signal the use of technology specifically in music education, problematizing
teacher training in music education and the use of technologies.
KEYWORDS
: Music education. Teacher formation.
Information and communication
technology.
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Marcelo Vizani CALAZANS e Leandro Couto Carreira RICON
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Introdução
Este artigo de reflexão teórica objetiva analisar as relações entre determinadas
tecnologias da informação e comunicação, notadamente presentes em aparelhos como tablets e
smartphones e em ferramentas como softwares e sites (blogs, vlog.), e seu relacionam
ento com
a educação musical contemporânea. Para isso, apresentaremos uma breve introdução ao uso da
tecnologia na educação, com especial enfoque na educação musical para, em seguida,
problematizarmos a formação de professores na educação musical e a utiliz
ação de tecnologias
nesta formação. O artigo é baseado em reflexão teórico
-
bibliográfica e fruto d
a
pesquisa
desenvolvida junto à Universidade de Lisboa.
A tecnologia na educação
O mundo digital, em que a maioria das atividades do dia a dia é realizada
através de
toques em telas, de maneira prática e rápida, apresenta
-
se como uma das principais demandas
da contemporaneidade. Os aparelhos
–
computadores,
tablets
,
smartphones
–
são o centro de
realização de diversas tarefas, como ler, pesquisar, comer, com
prar, comunicar
-
se, trabalhar,
estudar, anunciar serviços. Assim, a presença dessas tecnologias, cada vez mais indispensáveis
no cotidiano, acaba instituindo a necessidade de que instituições de ensino se adaptem às novas
demandas.
A documentação histórica
nos sinaliza que se fosse possível visitarmos uma instituição
de ensino no século XIX, iríamos observar muitas das mesmas metodologias utilizadas no
presente século XXI.
No entanto
, as inovações tecnológicas promoveram
alterações
significativas
em diversa
s áreas da sociedade, modificando a maneira dos sujeitos interagirem
entre si
, com eles mesmos e com o mundo, o que
gradualmente
vai se refletindo, também, no
campo educacional,
gerando
o impulso para se pensar o papel da tecnologia nos processos de
ensino e aprendizagem (OLIVEIRA; MOURA
,
2015).
No presente trabalho, compreendemos as tecnologias educacionais como “ferramentas
intelectuais, organizadoras e de instrumentos à disposição de
ou criados pelos diferentes
envolvidos no planejamento, na prática
,
e avaliação do ensino” (SANCHO, 1998, p. 17). Desta
forma, as tecnologias educacionais, como
blogs
,
vlogs
e novos aplicativos se apresentam como
instrumentos auxiliadores no processo educa
tivo, viabilizando metodologias alternativas e
possivelmente efetivas para o ensino e a aprendizagem.
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A invenção dos aparelhos portáteis de comunicação com fácil acesso à rede mundial de
computadores, os
smartphones
, apesar das dificuldades ainda encontrad
as na população do país
por conta da desigualdade social existente, facilitou o acesso de pessoas de diversas classes
sociais e idades aos novos meios de comunicação. Posto isto, pode
-
se perceber a oportunidade
de democratização do conhecimento a partir da
disseminação destes aparelhos, bem como do
acesso à informação. Mas para que isso seja possível, é necessário ensinar os próprios
benefícios da ferramenta para um uso consciente e efetivo. Neste sentido, Papert afirma que:
A mesma revolução
tecnológica que foi responsável pela forte necessidade de
aprender melhor oferece também os meios para adotar ações eficazes. As
tecnologias de informação, desde a televisão até os computadores e todas as
suas combinações, abrem oportunidades sem precedent
es para a ação, a fim
de melhorar a qualidade do ambiente de aprendizagem (PAPERT, 2008, p.
14)
.
Uma das principais mudanças consequentes das tecnologias da informação e da
comunicação (TICs) no âmbito educacional são as novas modalidades de ensino a distância,
semipresencial e sua utilização como ferramenta complementar à educação em sentido formal
–
esta última possibilidade, a utilização complementar é, vale salientar, o foco desta pesquisa.
Hoje, a utilização de TIC como processo complementar ao ensino, em seus mais
variados aspectos, possui um caráter democratizante pela facilidade de acesso a es
sas
ferramentas. Estas ferramentas complementares podem ser utilizadas, por exemplo, durante as
próprias aulas ou como apoio à continuidade dos estudos em casa. Neste sentido, ao utilizar em
casa uma ferramenta como o celular, o
tablet
ou mesmo o computado
r, os alunos podem montar
o próprio cronograma de estudos, sendo que os materiais podem ser estudados em qualquer
lugar,
relativizando
, certamente, os limites do espaço e do tempo, tão característicos do
aprendizado realizado no interior das instituições.
Além disso, o espaço desse ensino
complementar passa a ser diferenciado, posto que aulas ministradas em diversas regiões,
inclusive fora do país, podem ser assistidas de qualquer lugar via videoaulas, por exemplo
(AMATO, 2018).
Para que a construção do con
hecimento seja efetiva, é exigido dos alunos certa disciplina
ao utilizar as TICs, posto que, ao se pensar na utilização da ferramenta de forma complementar
às aulas, fica designada a eles a responsabilidade de administrar o tempo, assistindo às
videoaulas
extras, lendo e consultando os materiais, enviando dúvidas e participando dos fóruns
de discussão para adquirirem os saberes daquilo que lhes é proposto além de utiliza
r
as próprias
ferramentas, parte integrante do processo de aprendizado (VENDRUSCOLO; BE
HAR, 2016).
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A autonomia do aluno e o domínio deste sobre a utilização de tecnologias e de
ferramentas necessárias para formulação de trabalhos
–
textos, planilhas, slides, vídeos
–
e
também para pesquisar materiais disponíveis e utilizar ferramentas diver
sificadas (aparelhos e
programas) é um elemento fundamental no ensino a distância. Deste modo, para que esta
modalidade de ensino verifique a realidade e a profundidade necessária nos conteúdos
abordados, como acontece no ensino presencial (SCHLEMMER, 2010
), é necessário um
desenvolvimento de fluidez na utilização da tecnologia aos professores e profissionais que
trabalham nesta modalidade, culminando assim na melhoria de materiais disponibilizados e em
uma metodologia efetiva de ensino. Cabe salientar, tam
bém, que apesar das grandes
modificações e conquistas relacionadas à tecnologia e à educação, cabe lembrar que muito ainda
deve ser estudado neste campo no que tange as metodologias de ensino realizadas através da
mediação tecnológica.
A importância do tem
a surge, principalmente, como uma alternativa ao ensino
tradicional ainda realizado por diversas instituições. Reconhecer as tecnologias da informação
e da comunicação (como
sites
,
blogs
,
vlogs
e novos programas para
smartphones
) como
ferramenta para enriq
uecer o desenvolvimento didático na construção do conhecimento, tanto
em ambiente educacional como complementar a este, tem muito a contribuir para o ensino,
notadamente em países que se encontram em processo de desenvolvimento econômico e
educacional, com
o o Brasil.
Universidades voltadas para o ensino a distância, tanto na Europa, com
a
Open
University
, do Reino Unido; ou a
UNED
, da Espanha; quanto no Brasil, com a Universidade
Aberta do Brasil (UAB),
apresentam
-
se como uma alternativa no processo de democratização
da educação, uma vez que buscam facilitar o acesso a cursos superiores e, no caso brasileiro,
em um país que ainda é
marcado por uma profunda desigualdade social e econômica, apresenta
-
se, nestes termos, como ferramenta de justiça social (HICKEL, 2012).
Neste caso,
ao
nível
estadual, há os cursos a distância oferecidos pelo CEDERJ, um consórcio que parte das
universidad
es públicas do estado do Rio de Janeiro, através do
Centro de Ciências e Educação
Superior
à
Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação CECIERJ). O projeto oferece
cursos de graduação com tutorias presenciais e a distância, incluindo material didático
gratuito.
O planejamento do curso é pensado para abranger os alunos em seus mais diversos contextos
sociais, seja na possibilidade de acesso ao ensino superior gratuito ou de cursar uma graduação
que viabiliza o acesso de alunos que também são trabalhador
es, o que inclui provas presenciais
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nos fins de semana e acesso a laboratórios de informática com acesso à Internet para
cumprimento de trabalhos e atividades online nos polos de municípios parceiros do programa.
Cabe lembrar que a utilização da tecnologia
em sala de aula, ou em qualquer ambiente
de ensino, como auxiliar, não é garantia de um processo de ensino e aprendizagem efetivos,
pois, no contexto educacional, o professor, mesmo utilizando
-
se das novas tecnologias,
continua sendo o responsável pelas d
ecisões didáticas e articulações pedagógicas na sala de
aula (GERALDI, 2017).
Dessarte, julgando por entendida as implicações das TICs no contexto educacional
–
seus benefícios, características e limitações
–
buscar
-
se
-
á, a seguir, trazer à evidência algu
mas
considerações importantes a despeito do Ensino híbrido de música, tendo como adjunta a
tecnologia.
O uso da tecnologia na educação musical
A música, por si só, sempre esteve próxima ao desenvolvimento das técnicas, como as
novas técnicas de canto, por exemplo, e das tecnologias, necessárias à formação de novos
instrumentos (RAYNOR, 1981). Apesar do ensino musical apresentar permanências
essen
cialmente conservadoras, sempre houve a necessidade de perceber e acolher as novas
possibilidades, das quais provêm influências sobre todos os níveis relacionados à arte e ao saber
musical, “a própria orquestra sinfônica é uma vitrine de desenvolvimentos t
ecnológicos
complexos sem os quais a música ocidental não poderia ser o que é” (IAZZETTA, 2009, p. 17).
Santos (2015) faz, ainda, um parecer de extrema importância sobre como as influências
tecnológicas modificaram, no decorrer do tempo, a principal matéri
a do fazer musical, o som.
Com aparatos eletrônicos e, posteriormente, digitais, modificou
-
se a sonoridade que antes era
produzida apenas de forma mecânica.
Com o progresso das tecnologias atuais, houve uma
grande mudança que modificou diversos outros aspe
tos relacionados à música: os ouvintes têm
um maior número de obras à sua disposição; o compositor pode testar a sua própria música
enquanto ainda a cria; o músico, ao se gravar, pode analisar a sua própria interpretação, agora
como um ouvinte externo; até
o maestro, além de outras opções, não precisa mais usar uma
partitura em papel.
Atualmente há diversos
hardwares
e
softwares
disponíveis gratuitamente que auxiliam
na ampliação e aprimoramento de fazeres musicais antes tidos sob apenas uma única ótica.
Al
ém destas tecnologias, cabe citar a gama de opções de jogos tendo aspectos musicais como
temática. Desde o badalado ‘
Guitar Hero
’, passando pelo ‘
GNU Solfege
’, especializado em
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solfejo e os ‘
Voez
’, ‘
Lanota
’ e ‘
Beat MP3 2.0
’, jogos rítmicos, sendo este últi
mo um dispositivo
que permite ao usuário jogar com músicas do seu próprio celular, ou seja, o usuário pode jogar
com músicas específicas ou até compostas por ele mesmo. Também há opções de jogos que
pretendem ajudar na leitura de partituras e o ‘
ScoreCloud
’, que não se configura
necessariamente como um jogo, mas como um programa, especializado em criar partituras
através de sons.
Desta forma, as ferramentas citadas podem auxiliar no ensino e na aprendizagem
musical, aproximando
-
os de uma prática, facilitand
o a experiência com a música. Segundo
Machado (2015, p. 121):
As TIC possibilitam uma experiência musical que estimula os discentes a
fazerem música: criando
-
a, envolvendo
-
se com ela, ou seja, um ensino que
não se limita a mostrar imagens e que faz mais d
o que exigir memorizações
dos educandos, preferindo deixá
-
los
–
desafiados, orientados
–
experimentar
e chegar a conclusões a partir de suas ações. [...] as vantagens proporcionadas
pelas TIC influenciam de forma positiva o processo de ensino
-
aprendizagem,
porque permitem concentrar em pouco espaço música, imagem e movimento;
facilitam o trabalho do professor; facilitam e motivam para o conhecimento e
estudo dos instrumentos da orquestra sinfónica; facilitam o estudo da música
àqueles que possuem Internet;
são um ponto de partida para atividades de
expressão vocal e instrumental; facilitam o conhecimento e o consumo
musical.
As TICs proporcionaram, ainda, um volumoso arcabouço de textos, vídeos, imagens e
materiais, de forma geral, que podem servir de complementação às aulas de música. Os
blogs
são ferramentas de produção de conteúdo com grande potencial de utilização, tanto por
admiradores de música, como por estudantes, professores e músicos. Alguns deles são criados
para divulgação de lançamento de músicas novas em todo mundo, outros trabalha
m com
resenhas, críticas e até mapeamento do mercado fonográfico brasileiro, como
o
caso do “Notas
musicais”,
realizado
pelo crítico musical Mauro Ferreira
1
. Outros blogs funcionam como
depósitos de cifras e de músicas, que oferecem listagens de álbuns co
m análises e críticas
musicais feitas de maneira coletiva e disponibilizadas gratuitamente.
Os
vlogs
, cuja comunicação é feita através de vídeos e não de textos,
como nos
blogs
,
também têm marcado presença na área musical. Os canais do
Youtube
voltados par
a a área da
música tratam de diversos assuntos interessantes e relevantes, não só para pesquisas, mas para
compreender o universo do nativo tecnológico, aqueles nascidos após a disseminação da
informática e que, por isso, possuem a interação de forma orgân
ica com a tecnologia, que acessa
1
Disponível em:
http://www.blognotasmusicais.com.br. Acesso em: 12 ago. 2021.
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e consome grande parte dos conteúdos deste tipo de plataforma (SILVA; RICON, 2019).
Algumas contas são, inclusive, especializadas no ensino de música a distância, disponibilizando
vídeos de técnicas com intuito de encaminha
r seus inscritos para a execução de diversas tarefas
como tocar e compor.
Segundo Schramm (2009), quando se trata de aprender música, o uso das TICs, como o
caso dos vídeos disponíveis online ou ferramentas digitais que permitem editar áudio e vídeo,
é pos
sível que os sujeitos trabalhem as partes que compõem uma música, tendo essa tecnologia
como auxiliar ao tratar de temas como a análise musical, o contraponto, a harmonia e a
fraseologia, permitindo ao educando a construção de novos conhecimentos musicais.
Tanto os
blogs
quanto os
vlogs
possuem as redes sociais, como Facebook, como
principais aliadas na divulgação de seus trabalhos. A tendência de alta visibilidade advinda dos
compartilhamentos de propagandas, sorteios, imagens com textos curtos explicativ
os a respeito
de conceitos e até curiosidades sobre a própria música ou de seus personagens
. A
inda que
formuladas
informalmente
ou não metodológico, proporciona um grande público, jovem ou não,
consumidor das informações assim veiculadas.
Em pesquisa reali
zada por Kronbauer (2016) com alunos de violão do “Projeto Escola
de Talentos” do município de Panambi, no Rio Grande do Sul, foi possível observar o
desenvolvimento de aulas com a utilização de
vlogs
e
blogs
de temática musical. Através de
questionário, o
professor
-
pesquisador
visou
compreender se os alunos utilizavam material
disponível na
Internet
para estudos musicais, quais ferramentas eram utilizadas e, na
investigação, constatou
-
se que a maioria dos alunos
utilizava
recursos online, dentre eles o
Cif
raClub
(www.cifraclub.com.br), recurso especializado em violão.
Assim, foram propostas atividades que consistiam na utilização do
site
e, além do
conteúdo escrito (
blog
) apresentado pela plataforma, também foram utilizados recursos de
videotutorias (
vlogs
) para o desenvolvimento das atividades. Segundo o professor
-
pesquisador,
os alunos demonstraram facilidade para explorar os recursos disponíveis no site, tanto os alunos
que já o utilizavam, quanto os que
conheceram
a plataforma a partir das atividades pr
opostas.
Ainda assim, o professor
-
pesquisador ressalta que, em alguns momentos, foi necessário intervir
no desenvolvimento das atividades, já que a plataforma apresenta algumas limitações acerca de
erros de digitação, acordes e melodias. Neste sentido, mel
hor cabia à utilização semipresencial.
É inegável, portanto, o caráter democratizante destas ferramentas no acesso ao conhecimento
científico e musical, antes tido apenas como acessível a uma pequena parcela da população que
podia custear estudos e livros
didáticos, bem como as próprias revistas científicas.
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A figura do professor de música, aqui, torna
-
se ainda mais importante.
Dada a
diversidade
de fontes e de informações presentes nos ambientes virtuais, cabe ao professor
orientar os alunos para as pesqui
sas e temáticas mais relevantes em seus percursos, bem como
os possíveis equívocos que podem ser encontrados, como o caso dos equívocos presentes no
site utilizado na pesquisa de Kronbauer (2016). Desta forma, o contato entre professor e aluno
apresenta
-
se
como sendo imprescindível, posto que é justamente deste contato que o professor
traçará o quadro necessário às especificidades dos alunos. Além disso, cabe lembrar que nem
todos os textos e hipertextos contidos no ciberespaço, enquanto elementos das TICs,
são fontes
confiáveis,
enfraquecendo
a possibilidade de usos de informações sem orientação.
A
lém de
utilizar a tecnologia como ferramenta para auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem, o
professor, assim
, ensina
o próprio aluno a utilizar esta ferr
amenta em seus estudos, dando a ele
não só subsídios para basear seus trabalhos, mas também dando autonomia aos sujeitos
envolvidos no processo.
O nível mais alto e sofisticado de integração tecnológica é o “pico pedagógico” (
The
Pedagogical Summit
), onde
há o uso da tecnologia para introduzir, explicar, reforçar, prover a
prática de conceitos e habilidades, e avaliar a aprendizagem. Nesse nível, os estudantes usam a
tecnologia diretamente e os professores aplicam a teoria educacional, usada como fundamento
para as suas atividades (
DORFMAN, 2014
).
Dessarte, os conhecimentos pedagógicos, técnicos e tecnológicos unem
-
se para a
efetivação de uma proposta de ensino inovadora. Trazer para o processo de ensino e
aprendizagem as modernidades que se apresentam no mu
ndo tecnológico não podem estar
baseadas apenas no uso (KRÜGER, 2006), pois assim não se enriquece o ensino, nem a
aprendizagem. Desde o planejamento do conteúdo, das aulas, das atividades e avaliações,
aqueles dois tipos de conhecimento devem ser utilizad
os e aplicados em conjunto, para que os
objetivos visados sejam alcançados e efetivos na formação do sujeito educando.
É indispensável salientar que “como toda prática musical, o tempo de interação entre
professor/aluno é muito importante durante o aprendi
zado” (SOLTI, 2015). Sendo assim, a
tecnofobia proveniente do receio do apagamento da figura do professor se torna um ponto a ser
sempre lembrado e debatido, posto que a proposta que se apresenta é a de utilizar as TICs como
auxiliares dos fazeres pedagógi
cos indispensáveis do professor, não o substituindo (GOHN,
2007). Nas modalidades que utilizam as TICs como ferramentas, em seus mais variados níveis,
por exemplo, o papel do professor é indispensável, pois
“
o ensino deve ser pensado nas duas
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vias: professor
-
aluno, disponibilizando os conteúdos; e aluno
-
professor, fazendo seu
feedback
com as dúvidas” (AMATO, 2018, p. 42).
Dada a diversidade de recursos,
as TICs podem ser encaradas como auxiliares, também,
na construção do conhecimento musical c
omo um todo, tanto nas práticas musicais como no
conhecimento conceitual e histórico da música, além da possibilidade de se perceber as
inúmeras metodologias que têm sido utilizadas em todo o mundo para os estudos voltados para
o campo da música e seus afl
uentes. Por consequência, amplia
-
se, assim, a própria sala de aula,
fazendo o ambiente de ensino um lugar mais amplo, pois, como já citado, uma das renovações
relacionadas aos avanços da Tecnologia de Informação e Comunicação na área da educação é
o rompim
ento com os limites impostos pelo tempo e pelo espaço.
Mudanças tão radicais, profundas e bem difundidas no meio social, acarretam mudanças
também no perfil dos alunos. E este é justamente o caso dos jovens alunos que já nasceram na
era da difusão da tecno
logia. Sendo assim, os alunos que se apresentam com essa característica
estão tão profundamente inseridos no contexto destas novas tecnologias que não as percebem
de forma tão diferenciada quanto aqueles que nasceram antes de sua consolidação. Assim, faz
-
s
e necessário refletir sobre a tecnologia e a formação e capacitação de professores, ponto
importante para se vislumbrar um horizonte de ensino musical efetivo com a utilização de
ferramentas tecnológicas.
A formação de professores na educação musical e
a utilização de tecnologias
Mesmo em vista dos apontamentos, as pesquisas realizadas no Brasil acerca do uso das
TICs no ensino de música são, ainda, significativamente tímidas. Geralmente, ao falar no
assunto, as reações dos sujeitos se polarizam em tecn
ofóbicas ou
tecnofilia
(GOHN, 2007), ou
seja, parte rejeita a utilização dessas ferramentas, ou as toma como solução para todo e qualquer
contratempo. Portanto, convém o aclaramento, além do já realizado sobre as tecnologias
utilizadas em disciplinas e no
processo de ensino e aprendizagem, de questões relativas à
formação de professores, da necessidade de se pensar o fazer pedagógico a partir da análise da
realidade, de uma postura crítica e reflexiva que direcione os docentes para uma prática
autônoma em s
ala de aula.
Pensar e elaborar um plano fundamentado de aula, atividade ou avaliação
que
recorra a
tecnologias
–
hardwares
ou
softwares
–
não consiste apenas no uso em si, sendo assim, “é
preciso tomar o cuidado de evitar o uso da tecnologia como uma mera transposição, para uma
nova mídia, de livros ou exercícios já existentes” (KRÜGER, 2006). Portanto, “para que o
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professor integre efetivam
ente as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem musical, o
mesmo necessita conhecê
-
las” (BAUER
, apud
SANTOS, 2015, p. 11).
Santos (2015) ressalta que embora o uso de tecnologias integradas às aulas de música
possa oferecer outras dimensões pedagóg
icas para o ensino, a formação tecnológica do
professor de música ainda não acontece de forma consistente nos cursos de licenciatura, como
já foi investigado por Krüeger (2006), a qual propõe que os alunos de licenciatura precisam
passar pela formação e vi
vência com as TIC durante os cursos, caso contrário sua formação
estará incompleta.
Cabe citar, ainda, que a dificuldade de muitos regentes de coros, bem como professores,
em adaptar e passar a tecnologia para seus alunos decorre muito mais de problemas
p
rovenientes de falta de compreensão deles, professores e regentes, da própria tecnologia, do
que dos alunos ou coralistas. Podemos lembrar, também, que ainda parece tarefa complexa um
coro completamente mediado pelas TICs, uma vez que, para a execução de u
ma obra, o regente
e o professor devem
considerar
fenômenos que ainda escapam a essas tecnologias, como a
respiração, os acentos, a enunciação.
Neste sentido, Machado (2015) alerta para a necessidade de se pensar uma formação de
professores baseada na ativ
idade de crítica e reflexão sobre o conteúdo artístico e as práticas
pedagógicas empreendidas. Assim, o educador passa a não empregar, apenas, as práticas com
as quais teve contato em seu período de formação, mas começa a refletir sobre seus fazeres
pedagó
gicos de forma crítica, tentando compreender cada vez mais o processo de aprendizagem
de seus alunos. Segundo o autor,
O professor que pretenda integrar proveitosamente as TIC na aula de
Educação Musical, tem necessariamente de olhar para as
tecnologias com o
objetivo de as utilizar nas suas atividades e para isso não existe outra
alternativa que investir tempo, formação e esforço. Se por um lado, tem
-
se
exigido uma autonomia profissional ao professor de Educação Musical, que
pressupõe clareza
e responsabilidade nas decisões e escolhas de como e o que
ensinar, por outro, há que investir na formação do futuro professor
considerando a importância das TIC na sociedade e educação atual.
(
MACHADO, 2015)
.
Um grande impasse da concretização de aliar
as TICs aos processos educacionais é a
‘tecnofobia’ apresentada por alguns professores não considerados
‘nativos tecnológicos’
(TAJRA, 2012). Para Gohn (2007) a tecnofobia não se configura como um medo irracional,
mas é definida como “um não
-
gostar” ou uma
desconfiança (
GOHN
, 2007
,
p. 163) de que a
melhor resposta para os problemas que se apresentam no cotidiano seja, apenas, a tecnologia.
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Por isso a importância de uma formação de professores que impulsione o pensamento crítico e
reflexivo acerca da prática
pedagógica no ensino e aprendizagem musical com as TICs.
Como já apresentado, o conservadorismo adotado pelas Instituições de ensino musical
tem se mostrado insuficiente para abarcar a gama de alunos que se apresentam como nativos
tecnológicos. Oriundos de um contexto histórico e social impregnado pela tecnologi
a em
diversas áreas, inclusive no mercado de trabalho, torna
-
se discrepante um ensino que não
considere
a vivência e experiência destes alunos para com o mundo que a eles se apresenta de
maneira extremamente tecnológica. Sendo assim, as modificações no cam
po educacional são
inevitáveis e devem ser pensadas para que a integração das TICs seja realizada de forma efetiva
naquilo que compete ao ensino (OLIVEIRA
;
MOURA, 2015).
Ao pesquisar o uso da tecnologia no ensino de música com um grupo de professores,
Leme
(2006) relata que estes são levados a aprender as tecnologias por necessidade de
aperfeiçoamento e atualização, tanto para uso dos instrumentos como para aulas de música, já
que, muitas vezes, o contato com as TICs surge da interação dos professores com o
s próprios
alunos que já conhecem algumas dessas ferramentas.
Segundo
o autor, o professor precisa
assumir uma posição em que se reconheça como educador e também como educando no fazer
pedagógico e no uso da tecnologia no ensino musical (LEME, 2006
,
p. 39)
,
contribuindo
para
a sua formação, aprimorando o conhecimento acerca das TICs e de suas potencialidades na
educação.
A falta de conhecimento relacionado ao uso ou funcionamento das tecnologias é uma
realidade latente, que deve ser analisada sob uma ótica
educacional e social, posto que a
realidade econômica do Brasil colabora para uma desigualdade que afasta um número
significativo de sujeitos do acesso pleno às novas ferramentas que se apresentam.
É necessário
criar planos para ensinar às pessoas como usa
r e processar os aparelhos e programas que serão
usados no meio acadêmico e no ensino musical.
Assim, cabe lembrar o caso do Software Livre
e da possibilidade de sua utilização na construção do conhecimento e acesso àqueles que, seja
por motivos pessoais,
sociais ou econômicos, não os possuem. O papel das instituições
responsáveis pela formação musical é de suma importância para propagar o uso dessas
tecnologias e facilitar o acesso aos aparelhos necessários.
Segundo Chamorro
et al.
(2017) o principal impas
se encontrado na implementação das
TICs no processo da educação musical, a partir d
e
pesquisa realizada no interior de São Paulo,
é a falta de disponibilidade de aparelhos que possibilitam o acesso a programas e aplicativos,
como computadores e Internet, o
que faz com que educadores não se aproximem do
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conhecimento tecnológico devido às impossibilidades de implementação da tecnologia no
ensino.
Neste sentido,
é importante salientar que para as instituições educacionais o acesso vai muito
além de
adquirir os equipamentos. Esse acesso deve ser acompanhado do
aporte pedagógico e tecnológico como "tecnologia de ponta" e de qualidade,
incluindo programa de rede sem fio, acesso à internet, para de fato interligar
o mundo vivido fora e dentro da escola.
(ARALDI, 2013, p. 18).
Cabe aos cursos de formação de professores a iniciativa de repensar os currículos,
buscando integrar os futuros docentes às alternativas viáveis e efetivas de um ensino que
promova o arcabouço necessário para uma prática pedagógica
coerente, que através da ação e
reflexão consiga pesquisar, problematizar e encontrar soluções para o ensino musical
para
integrar as TICs
,
conforme as
necessidades que se apresentarem no cotidiano.
Nestes termos, podemos lembrar que, em estudo recente (C
HAMORRO, 2017), um
grupo de professores de música apresentou seus pontos de vista sobre a utilização da tecnologia
da informação e comunicação no ensino da música em suas mais variadas possibilidades e
aquilo que anteriormente manifestava medo, principalme
nte pela fragilidade de suas respectivas
formações,
gerou
expectativa de melhoria no processo de aprendizagem após a participação em
oficinas formativas.
Após
as observações julgadas pertinentes, o ensino de música que integra a tecnologia
tem por objetivo
constituir e aprimorar os métodos de ensino e aprendizagem
,
visando uma
concepção de educação musical que acolhe as características do mundo social, bem como de
seus alunos, valorizando a experiência dos sujeitos para que a formação destes seja mais
compl
eta e condizente com a realidade que se materializa nas várias esferas da vida social e,
consequente, na educação, posto que constituída por estes mesmos sujeitos.
Considerações
finais
Este breve artigo de reflexão teórica objetivou analisar as relações entre determinadas
tecnologias da informação e comunicação, notadamente presentes em aparelhos como tablets e
smartphones e em ferramentas como softwares e sites (blogs, vlogs...), e seu
relacionamento
com a educação musical contemporânea. Para isso, apresentamos uma breve introdução ao uso
da tecnologia na educação, com especial enfoque na educação musical para, em seguida,
problematizarmos a formação de professores na educação musical e
a utilização de tecnologias
nesta formação. O artigo foi baseado em reflexão teórico
-
bibliográfica
,
fruto
de pesquisa
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14
desenvolvida junto à Universidade de Lisboa. Mais do que encerrar qualquer possibilidade do
assunto, procurou
-
se, portanto, iniciar questi
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tecnologias
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de
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comunicacao
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tic
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na
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educacao
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musical
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um
-
estudo
-
sobre
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SOBRE OS AUTORES
Marcelo Vizani CALAZANS
Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis
–
RJ
–
Brasil. Professor do curso de
Licenciatura em Música.
Mestrad
o
em Educação e Mídias digitais (ULisboa
-
PT).
Leandro Couto Carreira RICON
Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis
–
RJ
–
Brasil. Professor do Programa de
Pós
-
Graduação em Educação (PPGE
-
UCP).
Doutorado em História Comparada (UFRJ).
Processamento e edição: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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1
NOTES FOR A DEBATE ON TECHNOLOGY AND MUSICAL EDUCATION
APONTAMENTOS PARA UM DEBATE SOBRE TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
MUSICAL
APUNTES PARA UN DEBATE SOBRE TECNOLOGÍA Y EDUCACIÓN MUSICAL
Marcelo Vizani CALAZANS
Catholic University of
Petrópolis
(UCP)
e
-
mail:
marcelo.vizani@ucp.br
Leandro Couto Carreira RICON
Catholic University of Petrópolis
(UCP)
e
-
mail:
leandro.ricon@ucp.br
How to refer to t
his article
CALAZANS, M. V.; RICON, L. C. C.
Notes for a debate on
technology and musical education
.
Revista Hipótese
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10/03/2022
Revisions required
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05/05/2022
Approved
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01/07/2022
Published
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01/12/2022
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RESUMO
: Trata
-
se de artigo de reflexão teórica, originado em pesquisa de mestrado realizada
na Universidade de Lisboa. O artigo
analisará
, a partir da revisão de literatura especializada
disponível, as relações entre educação musical e o uso
das novas tecnologias da informação e
comunicação. Para isso, partindo de autores como Amato (2018), Bauer (2014), Chamorro
et
al.
(2017) e Iazzetta
(2009) procura
-
se situar o fenômeno da tecnologia na educação para, então,
sinalizar o uso da tecnologia especificamente na educação musical problematizando a formação
de professores na educação musical e a utilização de tecnologias.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Educ
ação musical. Formação de professores. Tecnologia da
informação e comunicação.
RESUMEN
: Este es un artículo de reflexión teórica, originado a partir de una investigación
de maestría realizada en la Universidad de Lisboa. El artículo busca analizar, a par
tir de la
revisión de la literatura especializada disponible, la relación entre la educación musical y el
uso de las nuevas tecnologías de la información y la comunicación. Partiendo de autores como
Amato (2018), Bauer (2014), Chamorro (2017) e Iazzetta (2
009), buscamos situar el fenómeno
de la tecnología en la educación para luego señalar el uso de la tecnología específicamente en
la educación musical y problematizar la formación de profesores en educación musical y uso
de tecnologías.
PALABRAS CLAVE
:
Edu
cación musical. Formación de profesores. Tecnología de la
información y la comunicación.
ABSTRACT
: This theoretical reflection article originated from a master's research at the
University of Lisbon. From the review of available specialized
literature, the article seeks to
analyze the relationship between music education and the use of new information and
communication technologies. For this, starting from authors such as Amato (2018), Bauer
(2014), Chamorro (2017), and Iazzetta (2009), we se
ek to situate the phenomenon of technology
in education to then signal the use of technology specifically in music education, problematizing
teacher training in music education and the use of technologies.
KEYWORDS
: Music education. Teacher formation.
Inf
ormation and communication
technology.
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3
Int
roduction
This theoretical reflection article aims to analyze the relationships between certain
information and communication technologies, notably present in devices such as tablets and
smartphones and
tools such as software and websites (blogs, vlogs), and their relationship with
contemporary music education. For this, we will briefly introduce the use of technology in
education, with a special focus on music education, and then discuss teacher training
in music
education and the use of technology in this training. The article is based on a theoretical and
bibliographical reflection and is the result of research developed at the University of Lisbon
.
Technology in education
The digital world, in which
most day
-
to
-
day activities are performed through touches
on screens in a practical and fast way, presents itself as one of the main demands of
contemporaneity. The devices
-
computers, tablets, smartphones
-
are the center for performing
several tasks, su
ch as reading, researching, eating, buying, communicating, working, studying,
and advertising services. Thus, the presence of these technologies, increasingly indispensable
in everyday life, has instituted the need for educational institutions to adapt to
the new demands
.
Historical documentation tells us that if we could visit an educational institution in the
19th century, we would observe many of the same methodologies used in the present 21st
century. However, technological innovations have
promoted significant changes in several
areas of society, changing the way subjects interact with each other, with themselves, and with
the world, which gradually is also reflected in the educational field, generating the impulse to
think about the role of
technology in teaching and learning processes (OLIVEIRA; MOURA,
2015
).
In the present work, we understand educational technologies as
“
intellectual tools,
organizers, and instruments available to or created by those involved in the planning, practice,
and
evaluation of teaching
”
(SANCHO, 1998, p. 17
, our translation
). In this way, educational
technologies such as blogs, vlogs, and new applications present themselves as auxiliary
instruments in the educational process, enabling alternative and possibly effe
ctive
methodologies for teaching and learning
.
The invention of portable communication devices with easy access to the World Wide
Web, the smartphones, despite the difficulties still found in the country's population because of
the existing social inequali
ty, has facilitated the access of people from different social classes
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and ages to the new means of communication. Having said this, we can see the opportunity for
the democratization of knowledge from the dissemination of these devices and access to
infor
mation. But for this to be possible, it is necessary to teach the very benefits of the tool for
conscious and effective use.
In this sense, Papert states that
:
The same technological revolution that was responsible for the strong need to
learn better also offers the means to take effective action. Information
technologies, from television to computers and all their combinations, open
up unprecedented opportunitie
s for action to improve the quality of the
learning environment (PAPERT, 2008, p. 14
, our translation
)
.
One of the main changes resulting from information and communication technologies
(ICTs) in the educational field is the new modalities of distance and
semi
-
attendance learning
and their use as a complementary tool to formal education
-
this last possibility, the
complementary use is, it is worth noting, the focus of this research.
Today, the use of ICT as a complementary process to education, in its
various aspects,
has a democratizing character due to the ease of access to these tools. These complementary
tools can be used, for example, during the classes themselves or as support for continuing the
studies at home. In this sense, by using at home a t
ool such as a cell phone, a tablet, or even a
computer, students can set up their study schedule, and the materials can be studied anywhere,
relativizing, certainly, the limits of space and time, so characteristic of learning inside the
institutions. Moreo
ver, the space of this complementary education becomes differentiated since
classes taught in several regions, including outside the country, can be watched from anywhere
via video classes, for example (AMATO, 2018).
For the construction of knowledge to be
effective, a specific discipline is required of
students when using ICTs, since, when thinking about the use of the tool as a complement to
the classes, it is assigned to them the responsibility of managing time, watching the extra video
classes, reading
and consulting the materials, sending questions and participating in discussion
forums to acquire the knowledge of what is proposed to them in addition to using the tools
themselves, an integral part of the learning process (VENDRUSCOLO; BEHAR, 2016).
The
student's autonomy and mastery over the technologies and tools needed to formulate
works
-
texts, spreadsheets, slides, videos
-
and search available materials and use diversified
tools (devices and programs) is a fundamental element in distance learning.
Thus, for this
teaching modality to verify the reality and the necessary depth in the approached contents, as
happens in face
-
to
-
face teaching (SCHLEMMER, 2010), a development of fluidity in the use
of technology is essential for teachers and professional
s who work in this modality, thus
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culminating in the improvement of available materials and an effective teaching methodology.
However, despite the great changes and achievements related to technology and education, it
should be remembered that much still
needs to be studied regarding the teaching methodologies
carried out through technological mediation
.
A importância do tema surge, principalmente, como uma alternativa ao ensino
tradicional ainda realizado por diversas instituições. Reconhecer as tecnologi
as da informação
e da comunicação (como
sites
,
blogs
,
vlogs
e novos programas para
smartphones
) como
ferramenta para enriquecer o desenvolvimento didático na construção do conhecimento, tanto
em ambiente educacional como complementar a este, tem muito a co
ntribuir para o ensino,
notadamente em países que se encontram em processo de desenvolvimento econômico e
educacional, como o Brasil.
Universities focused on distance learning, both in Europe, such as the Open University
in the United Kingdom or the UNED,
in Spain, and in Brazil, with the Open University of Brazil
(UAB), present themselves as an alternative in the process of democratization of education,
since they seek to facilitate access to higher education courses and, in the Brazilian case, in a
count
ry that is still marked by deep social and economic inequality, presents itself, in these
terms, as a tool for social justice (HICKEL, 2012).
In this case, at the state level, there are the
distance learning courses offered by CEDERJ, a
consortium of public universities in the state
of Rio de Janeiro, through the Center for Science and Distance Higher Education in the State
of Rio de Janeiro (Fundação CECIERJ). The project offers undergraduate courses with face
-
to
-
face and distance tutori
ng, including free didactic material. The course planning is designed to
include students in their most diverse social contexts, whether in the possibility of access to
free higher education or to attend an undergraduate course that allows access to studen
ts who
are also workers, which includes in
-
person exams on weekends and access to computer labs
with Internet access to complete assignments and online activities in the centers in the program's
partner municipalities.
It is worth remembering that the use
of technology in the classroom, or in any teaching
environment, as an aid is no guarantee of an effective teaching and learning process because,
in the educational context, the teacher, even using new technologies, remains responsible for
didactic decision
s and pedagogical articulations in the classroom (GERALDI, 2017).
Therefore, considering the implications of ICTs in the educational context
-
its benefits,
characteristics, and limitations
-
it will be sought next to bring to light some important
conside
rations regarding the hybrid teaching of music, with technology as an adjunct
.
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The use of technology i
n music aducation
Music, in itself, has always been close to developing techniques, such as new singing
techniques, for example, and technologies necessary for forming new instruments (RAYNOR,
1981). Although music education presents essentially conservative permanences, th
ere has
always been the need to perceive and welcome new possibilities, from which come influences
on all levels related to art and musical knowledge, "the symphony orchestra itself is a showcase
of complex technological developments without which Western
music could not be what it is"
(IAZZETTA, 2009, p. 17
, our translation
). Santos (2015) also makes an extremely important
point about how technology influences have modified, over time, the main material of musical
making, sound. With electronic and, later,
digital devices, the sound that used to be produced
only mechanically was modified. With the progress of current technologies, there has been a
great change that has modified several other aspects related to music: listeners have a greater
number of works
at their disposal; the composer can test his music while still creating it; the
musician, when recording himself, can analyze his interpretation, now as an external listener;
even the conductor, among other options, no longer needs to use a paper score.
Currently, there is a variety of hardware and software available for free that helps to
expand and improve musical activities that used to be seen from a single point of view. In
addition to these technologies, it is worth mentioning the range of options o
f games that have
musical aspects as their theme. For example, from the famous 'Guitar Hero', through 'GNU
Solfege', specialized in solfege and 'Voez', 'Lanota' and 'Beat MP3 2.0', rhythm games, the latter
being a device that allows the user to play with m
usic from his own cell phone, i.e., the user
can play with specific songs or even composed by himself. There are also options of games that
intend to help with score reading and 'ScoreCloud', which is not necessarily configured as a
game, but as a program,
specialized in creating scores through sounds
.
In this way, the tools cited can assist in teaching and learning music, bringing them
closer to practice and facilitating the experience with music. According to Machado (2015, p.
121
, our translation
)
:
ICT enables a musical experience that stimulates students to make music:
creating it, getting involved with it, that is, a teaching that is not limited to
showing images and does more than require memorization from students,
preferring to let them
-
challe
nged, guided
-
experiment and reach conclusions
from their actions. [...] the advantages provided by ICT positively influence
the teaching
-
learning process because they allow concentrating music, image,
and movement in little space; they facilitate the tea
cher's work; they facilitate
and motivate the knowledge and study of symphony orchestra instruments;
they facilitate the study of music for those who have Internet; they are a
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starting point for vocal and instrumental expression activities; they facilitate
musical knowledge and consumption.
ICTs have also provided a voluminous array of texts, videos, images, and general
materials that can complement music classes. Blogs are tools for producing content with great
potential for use by music fans, students, t
eachers, and musicians. Some of them are created to
promote the release of new music worldwide, and others work with reviews, critiques, and even
mapping of the Brazilian phonographic market, as is the case of "Notas musicais", created by
music critic Maur
o Ferreira
1
.
Other blogs work as music and ciphers depots, offering album
listings with musical reviews and analyses done collectively and made available for free.
Vlogs, whose communication is made through videos and not texts, as in blogs, have
also mad
e their presence felt in the musical area. Youtube channels focused on the music area
deal with several interesting and relevant issues, not only for research but to understand the
universe of the technological native, those born after the dissemination of
information
technology and that, therefore, have the interaction organically with technology, which accesses
and consumes much of the content of this type of platform (SILVA; RICON, 2019). Some
accounts even specialize in teaching music at a distance, pro
viding videos of techniques to
guide their subscribers to perform various tasks such as playing and composing.
According to Schramm (2009), when it comes to learning music, the use of ICTs, such
as videos available online or digital tools that allow audio and video editing, makes it possible
for subjects to work on the parts that make up a song, having this technol
ogy as an aid when
dealing with topics such as musical analysis, counterpoint, harmony, and phrasing, allowing the
learner to build new musical knowledge.
Both blogs and vlogs have social networks, such as Facebook, as their main allies in
promoting their
work. The trend for high visibility comes from sharing advertisements,
sweepstakes, images with short explanatory texts about concepts, and even curiosities about the
music itself or its characters. Even if formulated informally or non
-
methodologically, i
t
provides a large audience, young or not, consumers of the information thus conveyed.
In research conducted by Kronbauer (2016) with guitar students from the "Talent School
Project" in the municipality of Panambi, in the Rio Grande does Sul, it was possib
le to observe
the development of classes with the use of music
-
themed vlogs and blogs. Through a
questionnaire, the teacher
-
researcher aimed to understand if the students used material available
on the Internet for musical studies, which tools were used, a
nd, in the investigation, it was found
1
Available at: http://www.blognotasmusicais.com.br. Accessed on: 12 Aug. 2021.
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that most students used online resources, among them the CifraClub (www.cifraclub.com.br),
a resource specialized in guitar.
Thus, activities were proposed that consisted of using the website, and, in addition to
the
platform's written content (blog), video tutorial resources (vlogs) were also used to develop
the activities. According to the teacher
-
researcher, the students found it easy to explore the
resources available on the website, both the students already usin
g it and those who got to know
the platform through the proposed activities. Still, the teacher
-
researcher points out that, in some
moments, it was necessary to intervene in the development of the activities since the platform
presents some limitations reg
arding typing errors, chords, and melodies. In this sense, semi
-
attendance was the best option. It is undeniable, therefore, the democratizing character of these
tools in the access to scientific and musical knowledge, previously considered accessible only
to a small portion of the population that could afford to pay for studies and textbooks, as well
as scientific journals.
The figure of the music teacher here becomes even more important. Given the diversity
of sources and information present in virtual en
vironments, it is up to the teacher to guide
students to the most relevant research and themes in their paths, as well as the possible mistakes
that can be found, as in the case of the mistakes present in the website used in Kronbauer's
(2016) research. Th
us, the contact between teacher and student is essential since it is precisely
from this contact that the teacher will draw the necessary framework for the specificities of the
students. Moreover, it is worth remembering that not all texts and hypertexts c
ontained in
cyberspace, as elements of ICTs, are reliable sources, weakening the possibility of using
information without guidance. Besides using technology as a tool to assist in the teaching and
learning processes, the teacher, in this way, teaches the s
tudents themselves to use this tool in
their studies, giving them not only subsidies on to base their work but also giving autonomy to
the subjects involved in the process.
The highest and most sophisticated level of technology integration is "The Pedagogi
cal
Summit", where technology is used to introduce, explain, reinforce, provide practice of
concepts and skills, and assess learning. At this level, students use technology directly, and
teachers apply educational theory, used as the foundation for their a
ctivities (DORFMAN,
2014
).
Thus, the pedagogical, technical, and technological knowledge come together to realize
an innovative teaching proposal. Bringing to the teaching and learning process, the modernities
that are presented in the technological world cannot be based only on use
(KRÜGER, 2006)
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because this way, teaching, and learning are not enriched. Moreover, since the planning of
content, classes, activities, and evaluations, those two types of knowledge must be used and
applied together so that the desired objectives are achi
eved and effective in the formation of the
learner.
It is essential to emphasize that "like any musical practice, the interaction time between
teacher/student is very important during learning" (SOLTI, 2015). Thus, the technophobia that
comes from the fear
of erasing the teacher's figure becomes a point to be always remembered
and debated since the proposal presented is to use ICTs as aids to the teacher's indispensable
pedagogical actions, not replacing them (GOHN, 2007). In the modalities that use ICTs as
tools,
in its most varied levels, for example, the teacher's role is indispensable since "teaching must
be thought in both ways: teacher
-
student, making the contents available; and student
-
teacher,
providing feedback with doubts" (AMATO, 2018, p. 42
, our
translation
).
Given the diversity of resources, ICTs can be seen as aids, also, in the construction of
musical knowledge as a whole, both in musical practices and in the conceptual and historical
knowledge of music, in addition to the possibility of realiz
ing the numerous methodologies that
have been used around the world for studies focused on the field of music and its tributaries.
Consequently, the classroom itself is broadened, making the teaching environment a broader
place because, as already mentione
d, one of the renovations related to the advances in
Information and Communication Technology in the field of education is the break with the
limits imposed by time and space.
Such radical, profound, and widespread changes in the social environment also br
ing
about changes in the student's profile. And this is precisely the case with young students born
in the era of technology diffusion. Therefore, the students who present this characteristic are so
deeply inserted in the context of these new technologies
that they do not perceive them
differently than those born before their consolidation. Thus, it is necessary to reflect on
technology and teacher education and training, an important point to glimpse a horizon for
effective music teaching using technologic
al tools.
Teacher training in music e
ducation and the use of technologies
Even in view of the notes, research conducted in Brazil about using ICTs in music
education still needs to be more active. Generally, when talking about the subject, the subject's
reactions are polarized in technophobia or technophilia (GOHN, 2007), that i
s, part rejects the
use of these tools or takes them as a solution for any mishap. Therefore, it is convenient to
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clarify, besides what has already been done about the technologies used in subjects and the
teaching and learning process, issues related to t
eacher training, the need to think about
pedagogical work based on the analysis of reality, on a critical and reflective posture that directs
teachers to an autonomous practice in the classroom.
To think and elaborate a lesson plan, activity or evaluation
that uses technologies
-
hardware or software
-
is not only the use itself, so
“
we must be careful to avoid the use of
technology as a mere transposition, to a new media, of existing books or exercises
”
(KRÜGER,
2006
, our translation
). Therefore,
“
for the teacher to effectively integrate technologies in the
process of teaching and learning music, he/she needs to know them
”
(BAUER apud SANTOS,
2015, p. 11
, our translation
).
Santos (2015) points out that although the use of technologies
integrated into music
classes can offer other pedagogical dimensions for teaching, the technological training of the
music teacher still does not happen consistently in undergraduate courses, as already
investigated by Krüeger (2006), who proposes that un
dergraduate students need to go through
training and experience with ICT during courses. Otherwise, their training will be incomplete.
It is also worth mentioning that the difficulty of many choir directors, as well as teachers,
to adapt and pass the tech
nology to their students stems much more from problems arising from
a lack of understanding of the teachers and directors, of the technology itself, than from the
students or choir members. We can also remember that it still seems a complex task for a choi
r
entirely mediated by ICTs, since, for the performance of a work, the conductor and teacher must
consider phenomena that still escape these technologies, such as breathing, accents, and
enunciation.
In this sense, Machado (2015) alerts us to the need to t
hink about teacher training based
on the activity of criticism and reflection on the artistic content and pedagogical practices
undertaken. Thus, the educator starts not only to employ the practices with which he had contact
in his training period but also
starts to reflect on his pedagogical actions critically, trying to
understand more and the learning process of his students.
According to the author
,
Teacher who intends to use ICT in Music Education class must necessarily
look at the technologies to use them in their activities, and for that, there is
only one alternative besides investing time, training, and effort. If, on the one
hand, it has been de
manded professional autonomy of the Music Education
teacher, which presupposes clarity and responsibility in decisions and choices
of how and what to teach, on the other hand, it is necessary to invest in the
training of the future teacher considering the
importance of ICT in society and
current education
(MACHADO, 2015
, our translation
)
.
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A major impasse in allying ICTs to educational processes is the 'technophobia' presented
by some teachers not considered 'technological natives' (TAJRA, 2012). For Gohn (2007),
technophobia is not configured as an irrational fear. However, it is defined as
“
a dislike
”
or a
distrust (GOHN, 2007, p. 163) that the best answer to the problems that arise in everyday life
is only technology. That is why the importance of a teacher's education encourages critical and
reflective thinking about pedagogical practice in music tea
ching and learning with ICTs.
As already presented, the conservatism adopted by music education institutions has
proven insufficient to encompass the range of students who present themselves as technological
natives. Coming from a historical and social co
ntext impregnated by technology in several areas,
including the labor market, becomes discrepant an education that needs to consider the
experience of these students with the world that presents itself to them in a highly technological
way. Thus, changes i
n the educational field are inevitable and must be thought about so that the
integration of ICTs is carried out effectively in what concerns teaching (OLIVEIRA; MOURA,
2015).
When researching the use of technology in music education with a group of teacher
s,
Leme (2006) reports that they are driven to learn technologies by the need for improvement and
updating, both for the use of instruments and for music lessons, since many times, the contact
with ICTs arises from the interaction of teachers with the stud
ents themselves who already know
some of these tools. According to the author, the teacher needs to assume a position in which
they recognize themself as an educator and also as an educator in the pedagogical process and
the use of technology in music educ
ation (LEME, 2006, p. 39), contributing to their education,
improving the knowledge about ICTs and their potential in education
.
The lack of knowledge related to the use or operation of technologies is a latent reality
that must be analyzed from an educati
onal and social point of view since Brazil's economic
reality contributes to an inequality that prevents a significant number of people from having
full access to the new tools that are being presented. Therefore, it is necessary to create plans
to teach p
eople how to use and process the devices and programs that will be used in the
academic environment and music education. Thus, it is worth remembering the case of Free
Software and the possibility of its use in the construction of knowledge and access to t
hose who,
either for personal, social, or economic reasons, do not have them. The role of institutions
responsible for musical education is of utmost importance to propagate the use of these
technologies and facilitate access to the necessary devices
.
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According to Chamorro et al. (2017), the main impasse found in the implementation of
ICTs in the process of music education, from research conducted in the interior of São Paulo,
is the lack of availability of devices that enable access to programs and app
lications, such as
computers and Internet, which makes educators not approach technological knowledge due to
the impossibilities of implementing technology in teaching. In this sense
,
It is important to emphasize that access goes far beyond acquiring equi
pment
for educational institutions. This access must be accompanied by pedagogical
and technological support as
“
cutting edge technology
”
and quality, including
wireless network programs and internet access, to connect the world lived
outside and inside th
e school.
(ARALDI, 2013, p. 18
, our translation
).
It is up to teacher training courses the initiative to rethink the curricula, seeking to
integrate future teachers into viable and effective alternatives of teaching that promotes the
necessary framework for a coherent pedagogical practice that, through ac
tion and reflection,
can research, problematize and find solutions for music teaching to integrate ICTs, as the needs
that present themselves in everyday life.
In these terms, we can remember that in a recent study (CHAMORRO, 2017), a group
of music teach
ers presented their views on the use of information and communication
technology in music teaching in its most varied possibilities and what previously expressed fear,
mainly due to the weakness of their respective training, generated expectation of improv
ement
in the learning process after participating in formative workshops.
After the observations deemed relevant, the teaching of music that integrates technology
aims to constitute and improve the methods of teaching and learning, aiming at a conception o
f
music education that welcomes the characteristics of the social world, as well as its students,
valuing the experience of the subjects so that their training is complete and consistent with the
reality that materializes in various spheres of social life
and, consequently, in education, since
these same subjects constitute it.
Final considerations
This brief theoretical reflection article aimed to analyze the relationships between
certain information and communication technologies, notably in devices such as tablets and
smartphones and in tools such as software and websites (blogs, vlogs...), and th
eir relationship
with contemporary music education. For this, we present a brief introduction to the use of
technology in education, with a special focus on music education. Then, we problematize
teacher training in music education and the use of technolog
y in this training. The article was
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13
based on a theoretical and bibliographical reflection, the fruit of research developed at the
University of Lisbon. More than closing any possibility on the subject, we tried to start
questioning.
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https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID412
ABOUT THE AUTHORS
Marcelo Vizani CALAZANS
Catholic University of Petrópolis
(UCP), Petrópolis
–
RJ
–
Brasil.
Professor of the degree course
in Music.
Master’s degree in Education and Digital Media
(ULisboa
-
PT).
Leandro Couto Carreira RICON
Catholic University of Petrópolis
(UCP), Petrópolis
–
RJ
–
Brasil.
Professor at the Graduate
Program in Education (PPGE
-
UCP).
Doctoral degree in Comparative History
(UFRJ).
Processing and publication by the Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Reviewing, formatting,
standardization and translation.