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Hipótese,
Bauru,
v.
8
,
esp. 1,
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, 202
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ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
1
FERRAMENTAS DIGITAIS DE MIXAGEM NO DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES MUSICAIS
HERRAMIENTAS DE MEZCLA DIGITAL EN EL DESARROLLO DE HABILIDADES
MUSICALES
DIGITAL MIXING TOOLS IN THE DEVELOPMENT OF MUSICAL SKILLS
Glauber Lúcio Alves
SANTIAGO
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
e
-
mail:
glauber@ufscar.br
Caroline Torkomian JOAQUIM
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
e
-
mail:
carolinetork@gmail.com
Como referenciar este artigo
SANTIAGO, G. L. A.; JOAQUIM, C. T. Ferramentas digitais de mixagem no desenvolvimento
de habilidades musicais.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8, esp. 1, e022018, 2022. e
-
ISSN: 2446
-
7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
Submetido em
:
10/03/2022
Revisões requeridas em
:
05/05/2022
Aprovado em
:
01/07/2022
Publicado em
:
01/12/2022
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Ferramentas digitais de mixagem no
desenvolvimento de habilidades musicais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
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ISSN: 2446
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DOI:
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2
RESUMO
: O artigo apresenta um software,
sendo
a estação de trabalho de áudio digital
Cakewalk by BandLab, e o site Cambridge Music Technology (sessão: The '
Mixing Secrets'
Free Multitrack Download Library) como ferramentas com alto potencial educacional por
serem de uso gratuito e com qualidade profissional, em termos do processo comercial de
produção musical. Ao final, é apresentada uma listagem de habilidad
es musicais baseada em
literatura e sugestões de quais delas podem ser aprimoradas no estudante durante a atividade
prática da mixagem de fonogramas.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Mixagem. Habilidades musicais.
Produção musical.
RESUMEN
: El artículo presenta un soft
ware, que es la estación de trabajo de audio digital
Cakewalk by BandLab y el sitio web Cambridge Music Technology (sección: La Biblioteca de
Descarga Multipista Gratuita 'Mixing Secrets') como herramientas con alto potencial
educativo por ser de uso gratu
ito y con calidad profesional, en cuanto al proceso comercial de
producción musical. Por fin, se presenta una lista de habilidades musicales basadas en la
literatura y sugerencias de cuáles pueden ser mejoradas por el alumno durante la actividad
práctica d
e mezclar fonogramas.
PALABRAS CLAVE
: Mezcla. Habilidades musicales.
Producción musical.
ABSTRACT
:
The article presents a software, which is the digital audio workstation Cakewalk
by BandLab and the website Cambridge Music Technology (section: The 'Mixing Secrets' Free
Multitrack Download Library) as tools with high potential educational for
free use
an
d with
professional quality, in terms of the commercial process of music production. In the end, a list
of musical skills based on literature is presented, and suggestions of which the student can
improve during the practical activity of mixing phonograms.
KEYWORDS
: Mixing. Musical skills.
Musical production.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO e Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
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3
Introdução
A aprendizagem musical sempre foi influenciada pelos processos de produção musical
e pelos recursos tecnológicos. Assim, por exemplo, enquanto um músico realiza suas
performances
ele também aprende; ou, por meio de seus recursos tecnológicos (instrumento,
partitura, dispositivo de gravação/reprodução, etc.) desenvolve suas habilidades musicais.
Neste contexto, o artigo parte da premissa que o processo de mixagem, como componente d
o
processo de produção musical de fonogramas
1
, permite a exploração de diversas habilidades
musicais, possibilitando ao aprendiz de música um interessante campo a explorar e ao docente
de música uma nova ferramenta didática. O objetivo final deste artigo
é indicar um rol de
habilidades/conhecimentos musicais que podem ser praticados e desenvolvidos por meio de um
processo de mixagem.
O artigo está estruturado da seguinte forma:
a
presentação de um
software
de produção
musical,
o qual é a
estação de trabalh
o de áudio digital (
DAW
2
)
Cakewalk by BandLab
e do
site
Cambridge Music Technology
(na sessão:
The 'Mixing Secrets' Free Multitrack Download
Library
3
) como ferramentas com alto potencial educacional por serem de uso gratuito e com
qualidade profissional,
em termos do processo comercial de produção musical. Em seguida,
utilizando
-
se deste
site
e do
software
, o texto apresenta uma descrição do processo de mixagem.
Então
é apresentada uma listagem de habilidades musicais baseada em literatura
e por fim, são
dadas sugestões de quais delas podem ser aprimoradas no estudante durante a atividade prática
da mixagem de fonogramas.
Porém, antes de tudo,
apresentaremos
uma breve contextualização sobre os recursos
tecnológicos musicais e sobre outras pesquisas que t
ê
m sido realizadas utilizando o acervo
fonográfico aberto do
site
Cambridge Music Technology
, como segue.
Conforme Owsinski (2010, p. 3, tradução nossa),
“
[...] embora a gravação musical
remonte a 1857, ela não se tornou um negócio comercial antes de 1900”. A partir do início do
século XX, a indústria fonográfica tonou
-
se madura e centralizada por grandes empresas. Porém,
segundo Nakano (2010), o desenvolvim
ento tecnológico proporcionou, notadamente desde os
anos de 1950, transformações aparentes da produção musical. Se, em determinado momento,
tinha
-
se a centralização da produção fonográfica por grandes empresas com pequena
1
Fonograma é o termo técnico para uma obra musical registrada em áudio, em qualquer formato ou mídia.
2
No inglês Digital Audio Workstation. São softwares que permitem a manipulação de áudios multipistas, entre
outras funcionalidades. Alguns exemplos são:
Avid Protools, Logic Pro, Garageband, Steinberg Cubase, Cockos
Reaper e o Cakewalk by BandLab.
3
Disponível em
:
https://www.cambridge
-
mt.com/ms/mtk/.
Acesso em: 12 ago. 2022.
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Ferramentas digitais de mixagem no
desenvolvimento de habilidades musicais
Rev. Hipótese,
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diversidade de produtos, no decorr
er de décadas pode
-
se constatar uma infinidade de produções
diversas e descentralizadas.
Segundo Lima (2012, p. 197)
“
[...] as formas de produzir, difundir e escutar música vêm
passando por transformações significativas na contemporaneidade devido às mudan
ças
propiciadas pela digitalização da cadeia musical”. Desconsiderar o acesso a tais recursos de
produção musical tecnológico no ensino de música é limitar a aprendizagem e não integrar e
interagir com o contexto atual.
Dada à
importância de integrar a te
cnologia, especialmente as tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC), e vivendo em um mundo de crescente procura por novas
tecnologias digitais, por meio de computadores, notebooks, tablets e celulares, a demanda por
tais recursos no fazer e
no ensino musical é crescente. Atualmente, o avanço de pesquisas sobre
as tecnologias digitais tem sido tema de vários estudos, proporcionado novas formas de
aprender e ensinar música em diversos contextos acadêmicos e sociais (CERNEV;
MALAGUTTI, 2016). Co
m a maior presença de computadores e dispositivos de baixo custo,
além da facilidade na utilização de programas com interface visual ou programação intuitiva,
novas ferramentas educacionais se tornam possíveis (MENESES; NOVO, 2015). Como
consequência, a in
teração entre música e recursos tecnológicos pode expandir o aprendizado e
o universo de possibilidades musicais.
Para Cunha e Martins (1998) as ferramentas computacionais podem auxiliar no
desenvolvimento da percepção auditiva, organização sonora e outras
áreas do conhecimento
musical. Assim colocam:
Esse novo ambiente, composto pelo indivíduo que atua através de diversas
ferramentas utilizando
-
se de uma linguagem musical multifacetada, gera
novos padrões estéticos e sonoros. Assim sendo, o enfoque educa
cional tem
que levar em consideração todos os elementos que compõem esse cenário, a
fim de propiciar ambientes de aprendizagem que levem o indivíduo a agir, a
refletir e a expressar suas ideias na sociedade atual (CUNHA; MARTINS,
1998, p. 3)
.
O presente a
rtigo
visou
enfocar na biblioteca de fonogramas abertos intitulada
'Mixing
Secrets' Free Multitrack Download Library
. O interessante desta biblioteca é que ela permite a
realização de um sem
-
número de pesquisas envolvendo múltiplas áreas. A seguir são
apre
sentadas algumas destas pesquisas publicadas em artigos científicos, com o intuito de
mostrar que o
site
apresenta um conteúdo bastante rico para o pesquisador musical, embora não
seja conteúdo relacionado com aspectos educacionais.
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a)
Variações em mixagen
s multipista:
a
nálise de características de baixo sinal de
áudio
4
. O artigo (WILSON; FAZENDA, 2016)
analisa 1501 mixagens, em 10 músicas
diferentes, criadas por engenheiros de mixagem.
O intuito final é entender os processos de
mixagem para
promover o desenvolvimento de ferramentas de produção musical inteligentes,
capazes de gerar mixagens que seriam realisticamente semelhantes às criadas por um
engenheiro de mixagem, ou mesmo otimizar
tais processos.
B)
Avaliação do conjunto de dados em mixagem
5
. O artigo (DE MAN; REISS, 2017)
apresenta um conjunto de dados que consiste em mixagens reunidas em um contexto da
realidade
(por engenheiros experientes, em seu ambiente preferido e usando f
erramentas
profissionais), e sua avaliação perceptual, que pode ser usada para expandir o conhecimento
sobre o processo de mixagem.
C)
Recomendação de cadeia de processamento de áudio
6
. O artigo (STASIS
et al
.,
2017) fornece uma análise das maneiras pelas quais os engenheiros de áudio aplicam cadeias
de processamento completas ao áudio musical.
d)
Avaliação perceptual de práticas de mixagem de música
7
. O artigo
apresenta “[...]
um experimento em que variadas
mixagens de diferentes canções, obtidas com um conjunto
representativo de ferramentas de engenharia de áudio, são avaliadas por pessoas experientes da
área”
(DE MAN
et al
., 2015, p. 1, tradução nossa).
Estes 4 artigos listados ilustram bem os tipos de
pesquisas que têm sido realizadas com
repositórios de mixagem
e vemos, com isso, a escassez de pesquisas relacionadas com a questão
educacional. Ou seja, é interessante que uma grande biblioteca que se presta ao uso educacional
seja, também, pesquisada de
uma perspectiva educacional. É isso que o presente artigo se
propõe a fazer.
Produção musical profissional acessível com o Cakewalk by BandLab
Até este ponto o artigo apresentou um contexto geral. Agora, irá ter como foco um
software
profissional para g
ravação/mixagem que se tornou grátis. Segue a discussão.
Conforme traz Souza (2004, p. 1
-
2)
Ciência, Tecnologia e Cultura são bases fundamentais, reconhecidas para o
desenvolvimento social atrelado ao desenvolvimento econômico. O
4
Título original: Variation in Multitrack Mixes: Analysis of Low
-
level Audio Si
gnal Features.
5
Título original: The mix evaluation dataset.
6
Título original: Audio processing chain recommendation.
7
Título original: Perceptual Evaluation of Music Mixing Practices.
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desenvolvimento de habilidades musicais
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conhecimento possibilita
às pessoas discutirem seu papel na efetivação da
liberdade, do desenvolvimento social e pessoal.
Assim, é fundamental que o acesso a tecnologias, incluindo aquelas relacionadas à
produção musical, seja disponibilizado de forma ampla. Neste contexto, em 2018 a empresa
BandLab
adquiriu a propriedade intelectual da
Cakewalk Inc.
e realizou o relançamento
do
principal
software
desta empresa, que era o Sonar, renomeando
-
o, então, como
Cakewalk by
BandLab
e o tornou gratuito,
disponibilizado
para o sistema operacional
Windows
.
A
BandLab
se descreve como plataforma de música social que permite aos criadores
fazer música e compartilhar o processo criativo com músicos e fãs. Segundo a empresa, seus
softwares
combinam criação de música e ferramentas de colaboração (como
DAW
multiplataforma e
softwares
com recursos sociais de compartilhamento de vídeo e mensagem)
.
A empresa propõe como missão quebrar barreiras técnicas, geográficas e criativas entre sua
comunidade global de criadores e colaboradores, fornecendo esse serviço
gratuitamente
e até
então ilimitada
(BANDLAB, 2021).
Neste artigo, o uso do
software Cakewa
lk by BandLab
tem relevância para o contexto
da democratização do conhecimento em relação à produção musical profissional para
estudantes de música e às possibilidades educacionais que seu uso pode proporcionar.
'Mixing Secrets' Free
Multitrack Download Library
: Uma porta para a prática de mixagem
Atualmente existem alguns sites que distribuem conteúdos multipistas
(
multitracks
)
abertos e que são livres para uso educacional
8
. Um site que se destaca nesta frente é o
Cambridge Music Te
chnology
9
. O
site
é destinado principalmente à divulgação de
conhecimentos sobre gravação e mixagem oferecidos pelo autor de literatura técnica sobre o
tema e engenheiro premiado, Mike Senior (CAMBRIDGE MUSIC TECHNOLOGY, 2021). O
site
possui diversas seções, todas elas
sen
do
muito interessantes, porém, para o presente artigo,
enfocamos em “
the huge
'Mixing Secrets' Free Multitrack Download Library
for
students/teachers
”. A seguir é apresentada a descrição da seção, conforme o
site
:
Para apoiar os leitores do meu livro
Mixi
ng Secrets For The Small Studio
,
bem
como estudantes/educadores de tecnologia musical em geral, aqui está uma
lista de projetos multipistas que podem ser baixados gratuitamente para fins
de prática de mixagem. Todos esses projetos são apresentados como arq
uivos
ZIP contendo arquivos WAV não comprimidos (resolução de 24 bits ou 16
8
São exemplos de outros sites semelhantes: HomeRecording.com’s Mix
This!
Forum, Indaba Music, MixOff.org,
Multitracks from Telefunken, PureMix e Shaking Through.
9
Disponível em
:
https://cambridge
-
mt.com/. Acesso em: 10 out. 2022.
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bits e taxa de amostra de 44,1kHz). Para máxima flexibilidade de mixagem,
os contribuintes têm feito todos os esforços para fornecer áudio 'bruto', ou seja,
sem efeitos adicionais
ou processamento (além dos tratamentos aplicados
durante a gravação/edição). Ao importar as faixas, certifique
-
se de que todos
os arquivos comecem exatamente no mesmo momento dentro da linha do
tempo de sua
DAW
. Além dos pacotes multipistas completos, há também
muitas versões de excertos editados para
download
rápido (geralmente com o
maior refrão da canção) que fornecem pacotes para mixagem em um tamanho
adequado ao uso em sala de aula (CAMBRIDGE MUSIC TECHNOLO
GY,
2021
, n.p.
, tradução nossa).
Na
seção
'Mixing Secrets' Free Multitrack Download Library
existem centenas de
projetos (peças musicais abertas) disponíveis. Além disso, a seção dá acesso ao fórum
10
. Este é
um fórum no qual milhares de postagens são real
izadas com as mixagens finalizadas dos
usuários, onde podem ocorrer interações entre eles e troca de conhecimentos.
Aspectos gerais sobre a mixagem
Segundo
Bregitzer
(2007), existem seis etapas para a produção fonográfica:
p
ré
-
produção (
preproduction
),
g
ravação das pistas básicas (
basic tracking
),
e
dição (
Editing
),
g
ravação de pistas adicionais (
Overdubs
),
m
ixagem (
Mixdown
) e
m
asterização (
Mastering
).
Este artigo foca
na penúltima etapa
sendo
a mixagem pura, sem edições ou regravações que
ocasionalmente podem ocorrer na etapa de mixagem.
De uma forma simplificada podemos indicar que a ideia da mixagem é pegar diversas
faixas de áudio separadas/brutas (já, eventualment
e, editadas na
DAW
) de uma gravação
multipista e aplicar ajustes de equalização
11
, compressão da dinâmica
12
, volume,
pan
13
,
ambiência (reverberação
14
) e outros efeitos, de forma a obter um fonograma finalizado (
master
)
de uma pista única
(geralmente estéreo).
David Gibson, em seu livro
The Art of Mixing
(GIBSON, 2019), apresenta diversos
elementos que devem ser considerados pelo profissional da mixagem, incluindo: representação
visual dos sons, estilos de mixagem, considerações sobre a peç
a musical, outras pessoas
envolvidas no processo, controles de volume, equalizadores, panorâmica, efeitos (
reverber
,
10
Disponível em:
https://discussion.cambridge
-
mt.com/
. Acessoe
em: 10 out. 2022.
11
Equalização relaciona
-
se com modificar a intensidade sonora em apenas uma faixa de frequência específica,
por exemplo, deixando o áudio mais agudo, menos agudo, mais grave, menos médio
,
etc.
12
A dinâmica se refere à variação de intensi
dade no áudio. Comprimir a dinâmica significa deixar esta variação
menor. Para isso, em geral, utiliza
m
-
se processadores como compressores, limiters e expanders.
13
Pan vem de panning no inglês, que se relaciona com a sensação panorâmica da origem do áudio
na mixagem.
Por exemplo: “o trompete está mais para a esquerda e o saxofone está mais para a direita neste fonograma”.
14
A reverberação é o efeito acústico oriundo das várias reflexões de um som em um ambiente. É ele que dá a
sensação de ambiência, ou seja
, “em que tipo de sala o músico gravou e qual a localização do ouvinte nesta sala”.
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delay
,
chorus
...), controladores de dinâmica, o processo de mixagem em si, automação e
masterização. Estes diversos aspectos já prenunciam
algumas habilidades musicais a serem
apresentadas ao final deste artigo, principalmente aquelas relacionadas com habilidade aurais.
Na proposta de ensino/utilização da mixagem deste artigo deve
-
se considerar o conceito
de mixagem
in the box
. Ou seja, um p
rocesso de mixagem realizado todo no computador.
Assim, uma mixagem
in the box
dispensa o uso de dispendiosos equipamentos físicos (mesas
de som, compressores, efeitos
,
etc.) o que é recomendável para um processo educacional
acessível a mais pessoas
15
.
Sa
vage (2014) indica que, para uma boa mixagem,
é importante se ter um conceito ou
uma ideia de como a peça deva soar. Estes conceitos podem iniciar com um vocabulário mais
informal como “suave”, “quente”, mas depois devem transformar
-
se em especificações ma
is
técnicas envolvendo equalização, compressão, reverberação
,
etc. Ele aconselha a se ter outros
fonogramas como referência durante a mixagem, e ainda a se utilizar um modelo visual como
o exemplificado na
Figura
1
onde o paralelepípedo exterior representa o espaço imaginado para
a
performance
do grupo musical e os paralelepípedos internos, a localização dos
instrumentos/vozes. Por exemplo, na parte da frente central abaixo, o cubo poderia representar
o bumbo da bat
eria, com um som bem grave, no centro panorâmico e bem próximo ao ouvinte
(sem reverberação).
Figura
1
–
Metáfora da mixagem tridimensional
Fonte: Adaptado de Savage
(
2014, p. 24
)
15
É importante ressaltar que, atualmente, a mixagem in the box é tida pelos audiófilos
como de qualidade inferior.
Porém, todos os processos que ocorrem em uma mixagem in the box, ou não, são os mesmos.
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O autor ainda indica que deve ser dada atenção especial ao nível
de
monitoramento
16
.
Neste aspecto, ele apresenta os seguintes temas:
a)
Fadiga do ouvido. Embora seja necessário se ouvir a música alto para se atentar aos
detalhes, isso causa fadiga mental. A
dica que ele dá é “iniciar o dia ouvindo o mais
baixo e confortável possível” (
SAVAGE, 2014,
p. 29, tradução nossa).
b)
“Tudo soa melhor quando está mais forte!” (
SAVAGE, 2014,
p. 29, tradução nossa).
Esta frase deve ser considerada em seus prós e contras no
processo de mixagem.
c)
Variar o nível de escuta. O autor explica alguns fatores psicoacústicos que justificam a
necessidade de, durante a mixagem, se utilizar diferentes intensidades sonoras no
monitoramento.
Para Owsinski (1999
, p. 9, tradução nossa
) exis
tem seis elementos a serem considerados
em uma mixagem:
Equilíbrio (a relação entre o nível de volume dos elementos musicais), Faixa
de frequências (tendo todas as frequências devidamente representadas),
Panorama (colocando um elemento musical no
campo sonoro), Dimensão
(adicionando ambiência a um elemento musical), Dinâmica (controlando os
envelopes de volume de uma faixa ou instrumento) e Interesse (tornando a
mixagem especial)
.
Estas informações foram indicadas no presente artigo para que o
leitor observe um
pouco a complexidade do processo de mixagem
,
bem como alguns dos conhecimentos
necessários para o entendimento total do processo. Para saber aspectos práticos de como se
realizar uma mixagem com finalidades de estudo musical basta seguir
o conteúdo do parágrafo
seguinte.
Para que o estudante de música, leigo em mixagem, possa realizar uma mixagem
utilizando
-
se das
gravações multipistas fornecidas pela
Cambridge Music Technology
e com o
software
Cakewalk by BandLab
recomendamos acompanhar a
explicação no vídeo
Guia
completo de mixagem para iniciantes: Abordagem prática in the box
(SANTIAGO, 2021),
disponibilizado pelo link: https://youtu.be/agQTPO9mCsg.
O
leitor que não
possui
conhecimento prático de mixagem esta incursão é fundamental para
se depreender as sugestões
para uso educacional ao final deste artigo.
16
Monitoramento é a audição da gravação no processo de mixagem (e na produção fonográfica em geral). É
realizado por meio de caixas de som
de alta qualidade chamadas de caixas de monitor. Para aplicações não
profissionais é possível a utilização de caixas de som de qualidade inferior ou mesmo de fones de ouvido.
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desenvolvimento de habilidades musicais
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Tipos de habilidades/conhecimentos musicais
Como foi falando em outro momento, o objetivo deste artigo é sugerir um rol de
habilidades musicais que podem ser desenvolvidas durante uma atividade de mixagem de um
fonograma. Porém, antes é importante ter
-
se uma listagem geral das habilidades musicais.
Listar as habilidades necessárias para a atividade musical não é
nada
simples. Na
verdade
,
tal listagem sofre influências do contexto social e histórico. Algumas pesquisas
buscam tratar da temática como a encontrada no artigo
Conceptions of Musical Abilit
y
(HALLAM; PRINCE,
2003) onde as autoras indicam que a “Habilidade musical agora é vista
por muitos como uma construção social, adquirindo diferentes significados em diferentes
culturas, subgrupos
nas
culturas e a
o
nível individual” (p. 2, tradução nossa).
Em outro artigo, uma das autoras, Susan Hallam (2006) indica uma listagem de 24
habilidades, organizadas em 7 categorias, que podem servir de orientação para a proposta do
presente artigo.
É uma listagem
bastante interessante e possibilita a exploração de
uma grande
variedade de habilidades musicais que não são as mais óbvias, como as habilidades de
aprendizagem e de vida. Porém, a listagem carece de um detalhamento de alguns aspectos
musicais mais diretos. Por isso, adicionalmente, optou
-
se por consultar
os referenciais para o
ensino de música para o K
-
12
17
americano
–
conforme Joseph (2011)
–
que traz uma listagem
de conhecimentos/habilidades bastante prática.
Sugestões de habilidades e conhecimentos musicais a serem desenvolvidos em um
processo
de mixagem
Considerando as habilidades que contribuem para o desenvolvimento musical segundo
Hallan, sugere
m
-
se as seguintes possibilidades de uso educacional no processo de mixagem
indicada no Quadro 1, que contém na primeira coluna a habilidade
/conhecimento, na segunda
coluna, a possível correlação com o processo de mixagem (nenhuma, indireta ou direta) e, na
terceira coluna, um comentário sobre como se dá esta relação.
17
Seria o equivalente à Educação Básica no Brasil, ou seja, ensino fundamental e
médio.
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11
Quadro 1
–
Sugestão de correspondência entre as habilidades/conhecimentos em Hallam
(2006) e o processo de mixagem
Habilidade/conhecimento
Correlação
com o
processo de
mixagem
Comentário
1. Habilidades auditivas:
a) Precisão rítmica e sensação de
pulso.
Direta
Na mixagem é importante explorar a precisão
rítmica
,
principalmente para a marcação do
andamento
,
importante no caso de ajustes de
delays
.
b) Boa entonação.
Indireta
Durante a escuta ativa, natural ao processo de
mixagem, a observação da afinação é algo
desenvolvido. Assim, é possível que a pessoa se
beneficie do aprimoramento da
performance
, se
melhorar a audição.
c) Facilidade de saber como
à
música
vai soar antes
de tocá
-
la.
Direta
Faz parte do trabalho na mixagem se imaginar a
sonoridade final de uma peça.
d) Habilidades de improvisação.
Indireta
Durante o processo de imersão em uma mixagem,
muitas ideias sobre o processo criativo musical
podem ser desencadeadas.
2. Habilidades cognitivas:
a) Leitura de música.
Direta
Durante a utilização da
DAW
no processo de
mixagem, muitas vezes é necessário fazer
configurações referentes a elementos da teoria
musical. Por exemplo: ajustes na grade por figuras
musicais, andamentos, fórmulas de compassos,
armaduras de clave.
b) Transposição.
Indireta
Idem ao
anterior.
c) Compreensão das tonalidades.
Indireta
Idem ao anterior.
d) Compreensão da harmonia.
Indireta
Idem ao anterior.
e) Compreensão da estrutura/forma da
música.
Direta
Na mixagem, uma das possíveis etapas em uma
DAW
é a marcação das partes da música, da forma
musical, para se realizar uma mixagem mais
consciente, considerando sonoridades específicas
para cada trecho da peça.
f) Memorização da música.
Direta
O processo d
e escuta ativa durante a mixagem é tão
intenso que naturalmente ocorre a memorização de
muitos elementos musicais.
g) Composição.
Indireta
Durante o processo de imersão em uma mixagem,
muitas ideias sobre o processo criativo musical
podem ser desencadeadas.
h) Compreensão dos diferentes estilos
musicais e seus contextos culturais e
históricos.
Direta
Para a realização de uma boa
mixagem é
fundamental a audição e conhecimento de
fonogramas em diversos estilos musicais.
3. Habilidades técnicas:
a) Habilidades específicas do
instrumento.
Indireta
Ouvindo ativamente as execuções durante uma
mixagem pode gerar no músico aprendizagem, útil
para futuras
performances
.
b) Agilidade técnica.
Nenhuma
c) Articulação.
Indireta
Aspectos de articulação das notas musicais podem
ser alterados por processamentos de efeitos
sonoros. Assim, quem mixa acaba refletindo sobre
este aspecto da técnica musical.
d) Qualidade expressiva do som.
Direta
Enquanto o instrumenta ou cantor procura
expressividade sonora na gravação, quem mixa,
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Ferramentas digitais de mixagem no
desenvolvimento de habilidades musicais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://
doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
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12
utiliza dos recursos de mixagem para o mesmo
elemento.
4. Habilidades de musicalidade:
a) Capacidade de tocar
expressivamente.
Indireta
Durante a escuta ativa no ato de mixar, o músico
pode entender alguns elementos expressivos que
podem ser extrapolados para suas
performances
como executante.
b) Capacidade de projetar o som.
Indireta
Idem ao anterior.
c) Controle do
desenvolvimento.
Indireta
Como a mixagem é um ato que fica registrado
como um fonograma, a pessoa que mixa pode
monitorar o seu desenvolvimento por meio da
comparação das mixagens que fez no passado.
d) Transmitir significados.
Direta
A cena sonora transmitida por quem mixa é
carregada de significados. Por exemplo, a
intensidade da voz, a quantidade de
reverber
utilizada
,
etc.
5. Habilidades de
performance
:
a) Capacidade de se comunicar com
uma audiência.
Direta
No ato de mixar, o músico realiza uma
comunicação direta com sua plateia que, com os
novos meios de comunicação fornecidos pela
internet
, tornou
-
se uma via de mão dupla.
b) Comunicação com outros artistas.
Direta
Por meio do processo de mixagem e distribuição da
mixagem indicado para o fórum
https://discussion.cambridge
-
mt.com/
é possível a
realização de uma comunicação direta co
m outros
artistas da mixagem.
c) Capacidade de coordenar um
grupo.
Indireta
Em um processo de mixagem real, muitas vezes
ocorre a participação de diversos profissionais,
incluindo produtores musicais, instrumentistas e
vocalistas participantes do projeto.
Desta forma,
podem ser exercitadas habilidades relacionadas
com este aspecto.
d) Apresentar
-
se a uma plateia.
Direta
No ato de mixar, o músico realiza uma
comunicação direta com sua plateia que, com os
novos meios de comunicação fornecidos pela
internet
, tornou
-
se uma via de mão dupla.
6. Habilidades de aprendizagem:
a) Capacidade de aprender, monitorar
e avaliar o progresso
independentemente.
Direta
A dinâmica indicada neste artigo, de
sistematicamente se utilizar do repositório da
Cambridge Music Technology para a realização de
mixagens, postagens e comparações, poss
ibilita o
estabelecimento de um histórico de mixagens,
propiciando esta capacidade.
7. Habilidades de vida:
a) Habilidades sociais (poder
trabalhar com outros músicos,
promotores, público).
Direta
Certamente o mixador
, em sua atuação
profissional, tem que lidar com uma variedade de
outros profissionais, sendo estas habilidades
sociais bastante trabalhadas.
b) Planejamento e habilidades
organizacionais (cronogramas de
prática de planejamento, programas,
arranjos de vi
agem).
Nenhuma
c) Gerenciamento do tempo (sendo
pontual, cumprindo prazos).
Indireta
Como a mixagem demanda a organização no
tempo, indiretamente pode ser uma habilidade a
ser desenvolvida neste processo.
Fonte:
Elaborado pelos autores
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O quadro 2
apresenta, por sua vez, a relação da mixagem com os conhecimentos
indicados para o K
-
12 americano, conforme Joseph (2011).
Quadro 2
–
Sugestão de correspondência entre os conhecimentos/habilidades musicais do K
-
12 e processo de mixagem
Habilidade/conhecimento
Correlação
com o
processo de
mixagem
Comentário
1. Elementos:
a) Tempo musical
Direta
Na mixagem é importante explorar a precisão rítmica,
principalmente para a marcação do andamento, importante
no caso de ajustes de
delays
.
b) Ritmo
Direta
Na mixagem o ritmo é considerando de várias formas,
incluindo as necessárias para o uso de
delays
.
c) Altura
Direta
Durante a escuta ativa, natural ao processo de mixagem, a
observação da afinação é algo desenvolvido. Assim, é
possível que a pessoa se beneficie com o aprimoramento da
performance
, ao melhorar sua audição. Além disso, no
ajuste da equal
ização, esta percepção é fundamental.
d) Melodia
Direta
Identificar qual pista dentre várias semelhantes possui a
melodia principal é algo muito importante e usual na
mixagem.
e) Harmonia
Indireta
O conhecimento harmônico é exercitado pelo mixador de
maneira indireta devido à escuta ativa à qual ele é
submetido.
f) Textura
Direta
É, justamente, lidar com a textura musical advinda das
várias pistas de áudio o que se espera de uma atividade de
mixagem. A textura é obtida pelos processos de volume,
pan
, equalização, reverberação
,
etc.
g) Timbre/Cor tonal
Direta
O timbre é constanteme
nte considerado durante uma
mixagem, principalmente nos processos de equalização.
h) Forma
Direta
O mixador deve considerar a forma musical para criar
características diferenciadas de sonoridade para os
diferentes trechos de uma obra musical.
i)
Expressão (Dinâmica, Estilo,
Andamento, Fraseado)
Direta
A expressão, apenas em termos de dinâmica, é algo bastante
trabalhado em uma mixagem.
2. Fundamentos:
a) Elementos
Direta
Elementos da teoria musical podem ser explorados na
atividade de mixagem para a regulagem de alguns
parâmetros da
DAW
.
b) Notação
Direta
Elementos da notação musical podem ser explorados na
atividade de mixagem para a regulagem de alguns
parâmetros da
DAW
.
c) Composição
Indireta
Durante o processo de imersão em uma mixagem, muitas
ideias sobre o processo criativo musical podem ser
desencadeadas.
d) Improvisação
Indireta
Idem ao anterior.
e) Gêneros/Períodos
históricos/Estilos/Culturas
Direta
Para a realização de uma boa
mixagem é fundamental a
audição e conhecimento de fonogramas em diversos estilos
musicais.
f)
Performance
vocal e
instrumental
Indireta
Ouvindo
-
se ativamente as execuções durante uma
mixagem, isso pode gerar no músico aprendizagem útil para
futuras
performances
.
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desenvolvimento de habilidades musicais
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g) Audiência (público)
Direta
No ato de mixar
,
o músico realiza uma comunicação direta
com sua plateia que, com os novos meios de comunicação
fornecidos pela
internet
, tornou
-
se uma via de mão dupla.
3. Habilidades/Técnicas:
a) Escuta ativa
Direta
Esta é a habilidade mais explorada em uma
atividade de
mixagem. Esta é a habilidade humana que possibilita que a
mixagem ocorra.
b) Leitura musical
Indireta
Elementos da prática da leitura musical podem ser
explorados na atividade de mixagem para a regulagem de
alguns parâmetros da
DAW
.
c)
Performance
Indireta
Ouvindo
-
se ativamente as execuções durante uma
mixagem, isso pode gerar no músico aprendizagem útil
para
futuras
performances
.
d) Composição
Indireta
Durante o processo de imersão em uma mixagem, muitas
ideias sobre o processo criativo musical podem ser
desencadeadas.
e) Leitura/solfejo à primeira
vista
Indireta
Elementos da prática da leitura musical podem ser
explorados na atividade de mixagem para a regulagem de
alguns parâmetros da
DAW
.
f) Tocar instrumentos
Indireta
Ouvindo
-
se ativamente as execuções durante uma
mixagem, isso pode gerar no músico aprendizage
m útil para
futuras
performances
.
g) Cantar
Indireta
Idem ao anterior.
h) Improvisar
Indireta
Durante o processo de imersão em uma mixagem, muitas
ideias sobre o processo criativo musical podem ser
desencadeadas.
i) Reger
Direta
O ato de reger (dirigir a
performance
de um grupo musical),
no sentido amplo, está ligado ao ato de mixar. Reger é quas
e
como mixar ao vivo. Desta forma, mixar pode fornecer
maturidade para um regente imaginar o som que seu grupo
musical e buscar alcançá
-
lo.
Fonte: Elaborado pelos autores
Conclusão
Ao final do presente artigo, pode
-
se observar que ele apresentou os recursos de
software
(
Cakewalk by BandLab
) e de repositório (
Cambridge Music Technology
) como viabilizadores
de práticas de mixagem por qualquer um interessado. Além disso, apresentou uma
série de
habilidades e conhecimentos que podem ser aprimorados por meio da mixagem. Considerando
os benefícios diretos e indiretos, conforme o
proposto
, quase todas as habilidades musicais
possuem guarida na mixagem.
A lista a seguir apresenta uma súmula c
om as habilidades e conhecimentos
diretamente
trabalhados em um processo de mixagem, conforme a concatenação de dados dos Quadros 1 e
2:
1.
Facilidade de saber como
à
música vai soar antes de tocá
-
la.
2.
Compreensão da estrutura/forma da música.
3.
Memorização da
música.
4.
Compreensão dos diferentes estilos musicais e seus contextos culturais e históricos.
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5.
Qualidade expressiva do som.
6.
Transmitir significados.
7.
Capacidade de se comunicar com uma audiência.
8.
Comunicação com outros artistas.
9.
Apresentar
-
se a uma
plateia (não presencial).
10.
Capacidade de aprender, monitorar e avaliar o progresso de forma independente.
11.
Habilidades sociais (poder trabalhar com outros músicos, promotores, público).
12.
Habilidade de regência (não os movimentos de regência em si
,
mas a consciência
da sonoridade desejada).
13.
Habilidade de Escuta ativa.
14.
Conhecimentos sobre: Tempo musical, Ritmo, Altura, Melodia, Textura,
Timbre/Cor tonal, Forma, Expressão com dinâmica
O presente artigo é limitado por basear
-
se apenas em revisões bibli
ográficas e em
sugestões de correlações entre a habilidades/conhecimentos musicais e a prática da mixagem.
Em pesquisas futuras, pode
-
se buscar a confirmação e alcance das sugestões de benefícios da
mixagem para cada uma das habilidades/conhecimentos music
ais indicados.
Ou seja, a
corroboração dos quadros 1 e 2.
Para o docente de música, que deseje utilizar com seus estudantes o processo de
mixagem como recursos didático
s
, indicamos aqui uma proposta de roteiro de atividade:
a) Pesquise na
internet
sobre a
caracterização, o desenvolvimento histórico e os
principais expoentes de um estilo musical tal disponível na biblioteca da
Cambridge music
technology
.
b) Ouça alguns vídeos ou áudios com fonogramas deste estilo.
c) Procure no
site
18
por uma peça musical
neste estilo.
d) Realize a mixagem desta peça.
e) Durante a mixagem descubra os seguintes aspectos da peça:
t
ipo de compasso,
a
ndamento,
f
orma musical,
i
nstrumentação em cada trecho,
d
etalhes do arranjo (base rítmica,
tipos de
background
,
etc
.
),
c
aracterística timbrísticas de cada instrumento e sua abordagem
utilizada na mixagem (equalização, compressão
,
etc
.
),
d
escrição da relação de volume entre as
diversas faixas sonoras e a
a
mbientação proposta pela reverberação.
18
Disponível em:
https://www.cambridge
-
mt.com/ms/mtk/.
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desenvolvimento de habilidades musicais
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, 2022.
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7154
DOI:
https://
doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
16
f) Compartilhe seu trabalho no
fórum
19
. Aprecie as mixagens de outras pessoas e
comente
-
as.
Conclui
-
se o artigo ressaltando que, durante um processo de mixagem, o estudante
necessita exercitar sua percepção e conhecimentos com todos os aspectos elencados
anteriormente. Ou seja, o proce
sso de mixagem representa para o aprendiz de música um
interessante campo a explorar e, ao docente de música, uma nova ferramenta didática. Quando
o estudante entra em contato com o material bruto da produção musical de terceiros, a ele é
aberta uma série
de oportunidades de crescimento musical. Alguém poderia argumentar que
existem formas mais diretas de se ensinar a maioria das habilidades musicais apresentadas nos
Quadros 1 e 2 que a prática da mixagem, porém é justamente esta rigidez formal que se
quebr
a
com esta abordagem mais ativa de aprendizagem.
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Bauru, v. 8,
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lib/browse.cfm?elib=18332.
Acesso em:
16 fev. 2022.
SOBRE OS AUTORES
Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos
–
SP
–
Brasil. Professor do
Departamento de Artes e Comunicação.
Doutorado em Engenharia de Produção.
Caroline Torkomian JOAQUIM
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos
–
SP
–
Brasil
. Licencianda em
Música.
Processamento e edição: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
Re
v.
Hipótese,
Bauru,
v.
8
,
esp. 1,
e022018
, 202
2
.
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ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
1
DIGITAL MIXING TOOLS IN THE DEVELOPMENT OF MUSICAL SKILLS
FERRAMENTAS DIGITAIS DE MIXAGEM NO DESENVOLVIMENTO DE
HABILIDADES MUSICAIS
HERRAMIENTAS DE MEZCLA DIGITAL EN EL DESARROLLO DE HABILIDADES
MUSICALES
Glauber Lúcio Alves
SANTIAGO
Federal University of São Carlos
(UFSCar)
e
-
mail:
glauber@ufscar.br
Caroline Torkomian JOAQUIM
Federal University of São Carlos
(UFSCar)
e
-
mail:
carolinetork@gmail.com
How to refer to t
his article
SANTIAGO, G. L. A.; JOAQUIM, C. T.
Digital mixing tools in the development
of musical
skills.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8, esp. 1, e022018, 2022. e
-
ISSN: 2446
-
7154.
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
Submitted
:
10/03/2022
Revisions required
:
05/05/2022
Approved
:
01/07/2022
Published
:
01/12/2022
image/svg+xml
Digital mixing tools in the development of musical skills
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://
doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
2
ABSTRACT
:
The article presents a software, which is the digital audio workstation Cakewalk
by BandLab
and the website Cambridge Music Technology (section: The 'Mixing Secrets' Free
Multitrack Download Library) as tools with high potential educational for
free use
and with
professional quality, in terms of the commercial process of music production. In the
end, a list
of musical skills based on literature is presented, and suggestions of which the student can
improve during the practical activity of mixing phonograms.
KEYWORDS
: Mixing. Musical skills. Musical production.
RESUMO
: O artigo apresenta um sof
tware,
sendo
a estação de trabalho de áudio digital
Cakewalk by BandLab, e o site Cambridge Music Technology (sessão: The 'Mixing Secrets'
Free Multitrack Download Library) como ferramentas com alto potencial educacional por
serem de uso gratuito e com qua
lidade profissional, em termos do processo comercial de
produção musical. Ao final, é apresentada uma listagem de habilidades musicais baseada em
literatura e sugestões de quais delas podem ser aprimoradas no estudante durante a atividade
prática da mixage
m de fonogramas.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Mixagem. Habilidades musicais.
Produção musical.
RESUMEN
: El artículo presenta un software, que es la estación de trabajo de audio digital
Cakewalk by BandLab y el sitio web Cambridge Music Technology (sección: La Biblioteca de
Descarga Multipista Gratuita 'Mixing Secrets') como herramientas con alto potencial
educativo por ser de uso gratuito y con calidad profesional, en cuanto al proceso comercial de
producción musical. Por fin, se presenta una lista de habilidades musicales basadas en la
literatura y sugerencias de cuáles pueden ser mejoradas por el alumno d
urante la actividad
práctica de mezclar fonogramas.
PALABRAS CLAVE
: Mezcla. Habilidades musicales.
Producción musical.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
and
Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
3
Introduction
Music production processes and technological resources have always influenced music
learning. Thus, for
example, while a musician performs, he also learns; by means of his
technological resources (instrument, score, recording/playback device, etc.), he develops his
musical abilities. In this context, the article is based on the premise that the process of mi
xing,
as a component of the process of the musical production of phonograms
1
,
allows the exploration
of various musical skills, providing music learners with an interesting field to explore and music
teachers with a new didactic tool. The final goal of th
is article is to indicate a list of musical
skills that can be practiced and developed through a mixing process.
The article is structured in the following way: presentation of a music production
software, which is the digital audio workstation (DAW
2
)
Ca
kewalk by BandLab and the
Cambridge Music Technology website (in the section: The 'Mixing Secrets' Free Multitrack
Download Library
3
)
as tools with high educational potential by being free to use and with
professional quality, in terms of the commercial p
rocess of music production. Next, the text
describes the mixing process using this site and the software. Then, a list of musical skills is
presented based on literature. Finally, suggestions are given as to which of these can be
improved by the student du
ring the practical activity of mixing phonograms.
First, however, a brief background on music technology resources and other research
that has been done using the open phonographic collection on the Cambridge Music
Technology website is given as follows
.
According to Owsinski (2010, p. 3
, our translation
),
“
[...] although music recording
dates back to 1857, it did not become a commercial business until 1900
”
. From the early 20th
century, the recording industry became mature and centralized by large
companies. However,
according to Nakano (2010), technological development provided, notably since the 1950s,
apparent transformations in music production. If phonographic production was centralized by
large companies with a small diversity of products at a
certain moment, we could see many
diverse and decentralized productions over the decades.
According to Lima (2012, p. 197
, our translation
),
“
[...] the ways of producing,
disseminating, and listening to music have been undergoing significant transformatio
ns in
contemporary times due to the changes brought about by the digitalization of the music chain
”
.
1
Phonogram is a technical term for a musical work recorded in audio,
format, or media
.
2
Digital Audio Workstation is software that manipulates multi
-
track audio, among other features. Some examples
are Avid Protools, Logic Pro, Garageband, Steinberg Cubase, Cockos Reaper, and the Cakewalk by BandLab.
3
Available at: https
://www.cambridge
-
mt.com/ms/mtk/.
Accessed: 12 Aug. 2022
.
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Digital mixing tools in the development of musical skills
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
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ISSN: 2446
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DOI:
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10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
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4
To disregard access to such technological music production resources in music teaching is to
limit learning and not integrate and interact with the current
context.
Given the importance of integrating technology, especially digital information and
communication technologies (ICT), and living in a world of increasing demand for new digital
technologies through computers, laptops, tablets, and cell phones, th
e demand for such
resources in music
-
making and teaching is growing. Currently, the advancement of research on
digital technologies has been the subject of several studies, providing new ways to learn and
teach music in various academic and social contexts
(CERNEV; MALAGUTTI, 2016). With
the increased presence of computers and low
-
cost devices, in addition to the ease of using
programs with visual interfaces or intuitive programming, new educational tools have become
possible (MENESES; NOVO, 2015). Conseque
ntly, the interaction between music and
technological resources can expand learning and the universe of musical possibilities.
For Cunha and Martins (1998), computational tools can assist in developing auditory
perception, sound organization, and other are
as of musical knowledge.
Thus, they state
:
This new environment, composed of individuals who act through various tools
using a multifaceted musical language, generates new aesthetic and sound
patterns. Therefore, the educational approach has to take into consideration all
the elements that make up
this scenario in order to provide learning
environments that lead the individual to act, reflect, and express their ideas in
today's society (CUNHA; MARTINS, 1998, p. 3
, our translation
)
This article aimed to focus on the open phonogram library entitled '
Mixing Secrets' Free
Multitrack Download Library. The interesting thing about this library is that it allows for a
plethora of research involving multiple areas. The following are some of these researches
published in scientific articles to show that the s
ite presents rich content for the music
researcher. However, it is not related to educational aspects.
a) Variations in multitrack mixing: analysis of low audio
4
signal characteristics
.
The
article (WILSON; FAZENDA, 2016) analyzes 1501 mixes of 10 differe
nt songs created by
mixing engineers. The final intent is to understand the mixing processes to promote the
development of intelligent music production tools capable of generating mixes that would be
really similar to those created by a mixing engineer or
even optimize such processes
.
B) Evaluation of the dataset in the mix
5
. The article (DE MAN; REISS, 2017) presents
a dataset consisting of mixes gathered in a real context (by experienced engineers in their
4
Original title
: Variation in Multitrack Mixes: Analysis of Low
-
level Audio Signal Features.
5
Original title
: The mix evaluation dataset.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
and
Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
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preferred environment and using professional tools) and their perceptual evaluation, which can
be used to expand the kn
owledge about the mixing process.
C) Audio
6
processing chain recommendation
.
The article (STASIS
et al.,
2017)
analyzes how audio engineers apply complete processing chains to music audio.
(d) Perceptual evaluation of music
7
mixing practices
.
The artic
le presents "[...] an
experiment in which varied mixes of different songs, obtained with a representative set of audio
engineering tools, are evaluated by experienced people in the field" (DE MAN
et al.,
2015, p.
1, our translation).
These four articles listed illustrate well the types of research that have been conducted
with mixed repositories, and we see the scarcity of research related to the educational issue. An
extensive library that lends itself t
o educational use is also researched from an academic
perspective.
This is what this paper proposes to do
.
Affordable professional music production with Cakewalk by BandLa
b
Up to this point, the article has given a general context. Now it will focus on professional
software for recording/mixing that has been made free.
The discussion follows.
As Souza (2004, p. 1
-
2
, our translation
) brings
Science, Technology, and
Culture are fundamental, recognized bases for
social development linked to economic development. Knowledge enables
people to discuss their role in achieving freedom and social and personal
development
.
Thus, it is essential that access to technologies, i
ncluding those related to music
production, be made widely available. In this context, in 2018, the company BandLab acquired
the intellectual property of Cakewalk Inc. It carried out the relaunch of this company's main
software, Sonar, renaming it then as
Cakewalk by BandLab and made it free, made available
for the Windows operating system.
BandLab describes itself as a social music platform that allows creators to make music
and share the creative process with musicians and fans. The company's software co
mbines
music creation and collaboration tools (such as cross
-
platform DAW and software with social
video and message
-
sharing capabilities). The company proposes as its mission to break down
6
Título
original: Audio processing chain recommendation.
7
Título original: Perceptual Evaluation of Music Mixing Practices.
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Digital mixing tools in the development of musical skills
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
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technical and geographical and create barriers between its global
community of creators and
collaborators by providing this service for free and, until then, unlimited (BANDLAB, 2021).
In this article, the use of Cakewalk by BandLab
software has relevance to the
democratization of knowledge regarding professional music production for music students and
the educational possibilities its use can provide
.
‘
Mixing Secrets
’
Free Multitrack Download Library: A gateway to mixing practice
Currently, a few sites distribute open multitracks that is free for educational
8
use
.
One
site that stands out on this front is Cambridge Music Technology
9
.
The site is intended primarily
to disseminate recording and mixing knowledge offered by the author of technical literature on
the subject and award
-
winning engineer Mike Senior (CAMBRIDGE MUSIC
TECHNOLOGY, 2021). The site has several sections, all very int
eresting, but for the present
article, we focus on
“
the huge 'Mixing Secrets' Free Multitrack Download Library for
students/teachers
”
. The following is a description of the section, according to the website:
To support readers of my book Mixing Secrets Fo
r The Small Studio and
music technology students/teachers in general, here is a list of free
downloadable multitrack projects for mixing practice purposes. These projects
are presented as ZIP files containing uncompressed WAV files (24
-
bit or 16
-
bit resolu
tion and 44.1kHz sample rate). For maximum mixing flexibility, the
contributors have made every effort to provide 'raw' audio, i.e., without
additional effects or processing (other than treatments applied during
recording/editing). When importing tracks, m
ake sure that all files start at the
same moment within your DAW's timeline. In addition to full multitrack
packages, many quick download versions of edited excerpts (usually with the
biggest chorus of the song) provide packages for mixing in sizes suitabl
e for
classroom use (CAMBRIDGE MUSIC TECHNOLOGY, 2021,
, our
translation
).
In the 'Mixing Secrets' Free Multitrack Download Library section, hundreds of projects
(open music pieces) are available. In addition, the section gives access to the forum.
This is a
forum in which thousands of posts are made with the finished mixes of users, where they can
interact with each other and exchange knowledge.
8
Examples of other similar sites are: HomeRecording.com's
Mix This! Forum, Indaba Music, MixOff.org,
Multitracks from Telefunken, PureMix, and Shaking Through
.
9
Available at: https://cambridge
-
mt.com/.
Accessed:
10
Oct. 2022
.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
and
Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
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General aspects of mixing
According to Bregitzer
(2007), phonographic production has six stages: preproduction,
basic tracking, editing, overdubs, mixdown, and mastering. This article focuses on the second
-
to
-
last stage being the pure mixdown, without any edits or re
-
recording that may occasionally
occu
r in the mixdown stage
.
In a simplified way, we can say that the idea of mixing is to take several separate/raw
audio tracks (possibly already edited in the DAW) from a multitrack recording and apply
equalization
10
,
dynamic compression
11
,
volume, pan
12
,
ambiance (reverb
13
)
and other effects to
obtain a finished phonogram (master) of a single track (usually stereo).
David Gibson, in his book The Art of Mixing (GIBSON, 2019), presents several
elements that should be considered by the mixing professional,
including a visual representation
of sounds, mixing styles, considerations about the piece of music, other people involved in the
process, volume controls, equalizers, pan, effects (reverb, delay, chorus...), dynamics
controllers, the mixing process itself
, automation, and mastering. These various aspects already
foreshadow some musical skills to be presented at the end of this article, especially those related
to aural skills
.
In this article's proposal for teaching/using mixing, the concept of mixing in
the box
must be considered. That is, a mixing process performed entirely on the computer. Thus, a mix
-
in
-
the
-
box does not require the use of expensive physical equipment (mixing desks,
compressors, effects, etc.), which is recommended for an educational pr
ocess accessible to more
people
14
.
Savage (2014) indicates that for a good mix, it is important to have a concept or an idea
of how the piece should sound. These concepts can start with a more informal vocabulary, such
as
“
smooth
”
and
“
warm,
”
but then sho
uld turn into more technical specifications involving
equalization, compression, reverb, etc. He advises having other phonograms as a reference
during the mix and using a visual model like the one exemplified in Figure 1, where the outer
10
Equalization is related to modifying the sound intensity in a specific frequency ra
nge, e.g., making the audio
higher
-
pitched, lower
-
pitched, lower
-
bass, lower
-
mid, etc.
11
Dynamics refers to the variation of intensity in the audio. Compressing dynamics means making this variation
smaller, usually using processors such as
compressors, limiters, and expanders.
12
Pan comes from panning, which refers to the panoramic sensation of the audio source in the mix. For example,
“
the trumpet is further to the left, and the saxophone is further to the right in this phonogram
”
.
13
Reverb
eration is the acoustic effect that comes from the various reflections of a sound in an environment. It
gives the feeling of ambiance, i.e.,
“
what kind of room the musician recorded in and where the listener is located
in this room
”
.
14
It is important to p
oint out that, nowadays, audiophiles consider in
-
the
-
box mixing inferior quality, but all the
processes that take place in a box mix, or not, are the same
.
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Digital mixing tools in the development of musical skills
Rev. Hipótese,
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parallelepiped rep
resents the space imagined for the musical group's performance, and the inner
parallelepipeds, the location of the instruments/voices. For example, in the central front part
below, the cube could represent the bass drum, with a very low sound, in the panor
amic center
and very close to the listener (no reverberation
).
Figure 1
-
Metaphor of the three
-
dimensional mix
Source: Adapted from Savage
(
2014, p. 24
, our translation
)
The author further indicates that the monitoring level should be paid special attention
to.
In this respect, he presents the following issues
:
a)
Ear fatigue. Although listening to music loudly to pay attention to details is necessary,
this causes mental fatigue. His tip is to
“
start the day listening as quietly and
comfortably as possible
”
(SAVAGE, 2014, p. 29
, our translation
).
b)
“
Everything sounds
better when it's louder!
”
(SAVAGE, 2014, p. 29, our translation),
this phrase should be considered in its pros and cons in the mixing process
.
c)
Vary the listening level. The author explains some psychoacoustic factors that justify
the need, during mixing, t
o use different sound intensities in monitoring
.
For Owsinski (1999, p. 9
, our translation
), six elements must be considered in a mix
:
Balance (the relationship between the volume level of musical elements),
Frequency Range (having all frequencies prope
rly represented), Panorama
(placing a musical component of the sound field), Dimension (adding
ambiance to a musical element), Dynamics (controlling the volume envelopes
of a track or instrument), and Interest (making the mix special
)
.
Frequency
Ambiance
Panoramic
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
and
Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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This
information has been provided in this article to give the reader some insight into
the complexity of the mixing process, as well as some of the knowledge needed to understand
the process fully. To learn practical aspects of how to mix for musical study, fo
llow the content
of the next paragraph.
For the music student, the layman in mixing, to be able to perform a mix using the
multitrack recordings provided by Cambridge Music Technology and the Cakewalk by
BandLab software, we recommend following the explana
tion in the video Complete Beginner's
Guide to Mixing: Practical Approach in the Box (SANTIAGO, 2021), made available through
the link: https://youtu.be/agQTPO9mCsg. The reader who needs to gain practical knowledge
of mixing this foray is fundamental to un
derstanding the suggestions for educational use at the
end of this article
.
Types of musical skills/knowledge
As mentioned earlier, this article suggests a list of musical skills that can be developed
during a phonogram mixing activity. However, it is i
mportant to have a general list of musical
skills.
Listing the skills needed for musical activity is not at all simple. The social and historical
context influences such a list. Some researchers try to address the issue as the one found in the
article Conceptions of Musical Ability (HALLAM; PRINCE, 2003), where the authors indicate
that "Musical ability is now seen by many as a social construct, acquiring different meanings
in different cultures, subgroups within cultures, and at the individual
level" (p. 2
, our
translation
).
In another article, one of the authors, Susan Hallam (2006), indicates a list of 24 skills
organized into seven categories, which can serve as a guideline for the proposal of the present
article. It is a very interesting lis
ting and makes it possible to explore musical skills that could
be more obvious, such as learning and life skills. However, the listing lacks a detailing of some
more direct musical aspects. Therefore, additionally, we chose to consult the benchmarks for
m
usic education for American K
-
12
15
as per Joseph (2011)
-
which brings a very practical
listing of knowledge/skills
.
15
It would be equivalent to Basic Education in Brazil, that is, primary and secondary school
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Suggestions of musical skills and knowledge to be developed in a mixing process
Considering the skills that contribute to musical development according to Hallan, the
following possibilities for educational use in the mixing process are suggested in Table 1, which
contains in the first column the skill/knowledge, in the second column
the possible correlation
with the mixing process (none, indirect or direct), and in the third column a comment about
how this relationship occurs
.
Chart 1
-
Suggested correspondence between the skills/knowledge in Hallam (2006) and the
mixing process
Skill/knowledge
Correlation
with the
mixing process
Comment
1. Habilidades auditivas:
a)
Rhythmic accuracy and sense of
pulse.
Direct
In the mix, it is important to explore rhythmic
accuracy, especially for tempo marking, which is
essential in the
case of delay adjustments
.
b)
Good intonation
.
Indirect
During active listening, which is natural to the
mixing process, pitch observation is developed.
Thus, one can benefit from performance
enhancement by improving one's listening
.
c)
Ease of
knowing how the music
will sound before playing it
.
Direct
It is part of the job in the mix to imagine the final
sound of a piece
.
d)
Improvisation skills
.
Indirect
During the process of immersion in a mix, many
ideas about the creative musical
process can be
triggered.
2.
Cognitive skills
:
a)
Music reading
.
Direct
During the use of DAW in the mixing process, it is
often necessary to make settings referring to
elements of musical theory. For example:
adjustments to the grid by musical
figures, tempos,
bar formulas, and key signatures.
b)
Transposition
.
Indirect
Same as above.
c)
Understanding of tonalities.
Indirect
Same as above.
d)
Understanding of harmony.
Indirect
Same as above.
e)
Understanding of the
structure/form of music.
Direct
In mixing, one of the possible steps in a DAW is to
mark the parts of the music, the musical form, to
perform a more conscious mix, considering
specific sounds for each part of the piece
.
f)
Memorization of music.
Direct
The process of active listening during the mix is so
intense that many musical elements are naturally
memorized.
g)
Composition.
Indirect
During the process of immersion in a mix, many
ideas about the creative musical process can be
unleashed.
h)
Understanding of different musical
styles and their cultural and historical
contexts.
Direct
It is essential to listen to and know phonograms in
various musical styles for a good mix.
3.
Technical skills:
a)
Instrument
-
specific skills
.
Indirect
Actively listening to performances during a mix
can generate learning in the musician, which is
useful for future performances
.
b)
Technical agility
.
None
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c)
Articulation
.
Indirect
Aspects of
articulation of musical notes can be
altered by sound effects processing. Thus, the
mixer ends up reflecting on this aspect of musical
technique.
d)
Expressive sound quality
.
Direct
While the instrumentalist or singer searches for
sonic
expressiveness in the recording, the mixer
uses the mixing resources for the same element.
4.
Musicianship skills
:
a)
Ability to play expressively
.
Indirect
During active listening in mixing, the musician can
understand some expressive elements
that can be
extrapolated to their performances as a performer.
b)
Ability to project sound
.
Indirect
Same as above
.
c)
Developmental control
.
Indirect
Since mixing is an act that is recorded as a
phonogram, the person mixing can monitor its
development by comparing the mixes they have
done in the past
d)
C
onvey meaning
.
Direct
The sound scene transmitted by the mixer is loaded
with meanings, for example, the intensity of the
voice, the amount of reverb used, etc.
5.
Performance skills
:
a)
Ability to communicate with an
audience
.
Direct
In the act of mixing, the musician performs direct
communication with his audience that, with the
new means of communication provided by the
Internet, has become a two
-
way street.
b)
Communication with other
performers
.
Direct
Through the mix and mix distribution process
indicated for the https://discussion.cambridge
-
mt.com/ forum, direct communication with other
artists in the mix is possible
.
c)
Ability to coordinate a group
.
Indire
ct
In a real mix process, there is often the
participation of several professionals, including
music producers, instrumentalists, and vocalists
participating in the project. In this way, skills
related to this aspect can be exercised.
d)
Performing to an audience
.
Direct
When mixing, the musician communicates directly
with his audience, which has become a two
-
way
street with the new means of communication
provided by the Internet.
6.
Learning skills
:
a)
Ability to learn,
monitor, and
evaluate progress independently
.
Direct
The dynamics indicated in this article of
systematically using the Cambridge Music
Technology repository for mixing, posting, and
comparing allows the establishment of a history of
mixes,
providing this ability.
7.
Life skills
:
a)
Social skills (being able to work
with other musicians, promoters, and
audiences)
.
Direct
Certainly, the mixer has to deal with various other
professionals in his professional work, and these
social
skills are very well developed
.
b)
Planning and organizational skills
(planning practice schedules,
programs, travel arrangements).
None
c)
Time management (being punctual,
meeting deadlines).
Indirect
As mixing demands organization in time, it can
indirectly be a skill to be developed in this
process.
Source: Prepared by the authors
Table 2, in turn, presents the relationship of mixing to the knowledge indicated for
American K
-
12, according to Joseph (2011
).
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Digital mixing tools in the development of musical skills
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12
Table 2
-
Suggested
correspondence between K
-
12 musical knowledge/skills and mixing
process
Skill/knowledge
Correlation
with the
mixing
process
Comment
1.
Elements:
a)
Musical tempo
Direct
In the mix, it is important to explore rhythmic accuracy,
especially for
tempo marking, which is important in the case
of delays
.
b)
Rhythm
Direct
In the mix, rhythm is considered in many ways, including
those necessary for the use of delays.
c)
Pitch
Direct
During active listening, which is natural to the mixing
process, the observation of pitch is developed. Thus, one can
benefit from improving performance by enhancing one's
listening.
Furthermore, when adjusting equalization, this
perception is fundamental.
d)
Melody
Direct
Identifying which track among several similar ones has the
main melody is very important and usual in the mix.
e)
Harmony
Indirect
The mixer indirectly exercises harmonic knowledge due to
the active listening to which he is
subjected.
f)
Texture
Direct
It deals precisely with the musical texture from the various
audio tracks expected in a mixing activity. The texture is
achieved by volume, pan, equalization, reverberation, etc.
g)
Timbre / tonal color
Direct
Timbre is
constantly considered during a mix, especially in
equalization processes.
h)
Form
Direct
The mixer must consider the musical form to create
different sound characteristics for the different parts of a
musical work.
i)
Expression (dynamics, style,
tempo, phrasing)
Direct
Just in terms of dynamics, expression is often worked on in
a mix.
2.
Fundamentals:
a)
Elements
Direct
Elements of music theory can be exploited in the mixing
activity to adjust some parameters of the DAW.
b)
Notation
Direct
Elements of musical notation can be explored in the mixing
activity to adjust some parameters of the DAW.
c)
Composition
Indirect
During the process of immersion in a mix, many ideas about
the creative musical process can be triggered.
d)
Improvisation
Indireta
Same as above.
e)
Genres / Historical periods /
Styles / Cultures
Direct
It is essential to listen to and know phonograms in various
musical styles for a good mix.
f)
Vocal and instrumental
performance
Indirect
Listening to
the performances during a mix can generate
useful learning for the musician for future performances
.
g)
Audience
Direct
In the act of mixing, the musician communicates directly
with his audience, which, with the new means of
communication
provided by the Internet, has become a two
-
way street.
3.
Skills/Techniques:
a)
A
ctive listening
Direct
This is the most exploited skill in a mixing activity, the
human skill that makes mixing possible.
b)
Musical reading
Indirect
Elements of
music reading practice can be exploited in the
mixing activity to adjust some parameters of the DAW.
c)
Performance
Indirect
Actively listening to performances during a mix can
generate useful learning for future performances.
d)
Composition
Indirect
Dur
ing the process of immersion in a mix, many ideas about
the creative musical process can be sparked.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
and
Caroline Torkomian JOAQUIM
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
|
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e)
First sight reading/solfeggio
Indirect
Elements of music reading practice can be exploited in the
mixing activity to adjust some parameters of the
DAW.
f)
Playing instruments
Indirect
Active listening to performances during a mix can generate
useful learning for future performances in the musician
.
g)
Singing
Indirect
Same as above.
h)
Improvising
Indirect
During the process of
immersion in a mix, many ideas about
the creative musical process can be triggered
.
i)
To conduct
Direct
In the broad sense, the act of conducting (directing the
performance of a musical group) is linked to the act of
mixing. Conducting is like mixing li
ve. In this way, mixing
can provide maturity for a conductor to imagine their
musical group's sound and seek to achieve it
.
Source: Prepared by the authors
Conclusi
on
At the end of this article, it can be seen that he has presented software (Cakewalk by
BandLab) and repository (Cambridge Music Technology) resources as enablers of mixing
practices by anyone interested. Furthermore, he presented a range of skills and know
ledge that
can be enhanced through mixing. Considering the direct and indirect benefits, as proposed,
almost all musical skills are supported by mixing.
The following list presents a summary of the skills and knowledge directly worked on
in a mixing proces
s, according to the concatenation of the data in Tables 1 and 2:
1.
Ease of knowing how the music will sound before you play it
.
2.
Understanding of the structure/form of the music.
3.
Memorization of the music.
4.
Understanding of different musical styles and
their cultural and historical contexts.
5.
Expressive quality of sound
.
6.
Conveying meanings
.
7.
Ability to communicate with an audience
.
8.
Communication with other performers
.
9.
Performing to an audience (not in person
).
10.
Ability to learn, monitor, and evaluate progre
ss independently
.
11.
Social skills (being able to work with other musicians, promoters, and audiences
).
12.
Conducting skills (not the conducting movements, but the awareness of the desired
sonority
).
13.
Active listening skills
.
14.
Knowledge of Musical tempo,
Rhythm, Height, Melody, Texture, Timbre/tonal
color, Shape, and Expression with dynamics
.
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Digital mixing tools in the development of musical skills
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1, e022018
, 2022.
e
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ISSN: 2446
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7154
DOI:
https://
doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID413
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The present paper is limited because it is based only on literature reviews and suggested
correlations between musical skills/knowledge and mixing practice. In future
research,
confirmation and scope of the suggested benefits of mixing for each indicated musical
skill/knowledge can be sought. In other words, corroboration of tables 1 and 2.
For music teachers who wish to use the mixing process with their students as a
didactic
resource, we indicate here a proposal for an activity script
:
a)
Research on the internet about the characterization, historical development, and main
exponents of such a musical style is available in the Cambridge music technology library
.
b)
Listen to some videos or audio with phonograms of this style.
c) Search the website
16
for a piece of music in this style.
d) Mix this piece
.
e) During the mix, discover the following aspects of the piece: time signature, tempo,
musical form, instrume
ntation in each part, details of the arrangement (rhythmic base, types of
background, etc.), timbre characteristics of each instrument and its approach used in the mix
(equalization, compression, etc.), description of the volume ratio between the various
s
oundtracks and the ambiance proposed by the reverberation.
f) Share your work on the forum, enjoy other people's mixes, and comment on them
.
We conclude this article by emphasizing that, during a mixing process, the student needs
to exercise his perceptio
n and knowledge of all the aspects listed above. In other words, the
mixing process represents an interesting field for the music teacher and a new didactic tool for
the music student. When the student comes into contact with the raw material of other peop
le's
musical production, a series of opportunities for musical growth opens up. There are more direct
ways to teach most of the musical skills presented in Tables 1 and 2 than the practice of mixing,
but it is precisely this formal rigidity that is broken
by this more active approach to learning
.
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Glauber Lúcio Alves SANTIAGO
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17
ABOUT THE AUTHORS
Glauber Lúcio Alves
SANTIAGO
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos
–
SP
–
Brasil.
Professor at the
Department of Arts and Communication. Doctoral degree in Production Engineering
.
Caroline Torkomian JOAQUIM
Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), São Carlos
–
SP
–
Brasil
.
Undergraduate
teaching degree in Music Education
.
Processing and publication by the Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Reviewing, formatting, standardization and translation.