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ISSN: 2446
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DOI:
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A APRENDIZAGEM MUSICAL E O USO DAS TDIC EM UMA COMUNIDADE DE
PRÁTICA: UMA PESQUISA EM UM CORAL COMUNITÁRIO
EL APRENDIZAJE MUSICAL Y EL USO DE LA TDIC EN UNA COMUNIDAD DE
PRÁCTICA: UNA INVESTIGACIÓN EN UN CORO COMUNITARIO
MUSIC
LEARNING AND THE USE OF DICT IN A COMMUNITY OF PRACTICE: A
RESEARCH IN A COMMUNITY CHOIR
Eldom
SOARES
Universidade de Brasília (UnB)
e
-
mail:
maestroeldom@gmail.com
Paulo Roberto Affonso
MARINS
Universidade de Brasília (UnB)
e
-
mail:
marins@unb.br
Como referenciar este artigo
SOARES, E.; MARINS, P. R. A. A aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma
comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitário.
Revista Hipótese
, Bauru, v.
8, esp. 1, e022025, 2022. e
-
ISSN: 2446
-
7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
Submetido em
:
10/03/2022
Revisões requeridas em
:
05/05/2022
Aprovado em
:
01/07/2022
Publicado em
:
01/12/2022
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A aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitário
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1,
e02202
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, 2022.
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ISSN: 2446
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RESUMO
:
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a utilização das Tecnologias Digitais
de
Informação e Comunicação (TDIC) na aprendizagem musical em um coral comunitário,
sendo este coral chamado por Comunidade de Prática Como objetivos específicos, esta pesquisa
compreendeu as características de uma Comunidade de Prática, bem como analisar a
c
ontribuição das TDIC no processo de preparação coral para um concerto. O método adotado
foi a Pesquisa
-
Ação, na qual diversas ações foram propostas e executadas com vistas à
resolução de questões pertinentes ao processo de ensaio do referido coral. Para an
alisar os dados,
trabalhou
-
se sob a ótica de três perspectivas teóricas: a Aprendizagem Situada, as Comunidades
de Prática (COP) e a metodologia “Sala de Aula Invertida”. Ao fim, é proposto o nome de
“Ensaio Expandido” para o tipo de metodologia de ensaio
que foi desenvolvida, baseada na
aplicação dos princípios da “Sala de Aula Invertida”, na prática, coral.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
TDIC. Comunidades de prática.
Sala de aula invertida.
RESUMEN
: El objetivo general de esta investigación fue analizar el uso de l
as Tecnologías
Digitales de la Información y la Comunicación (TDIC) en el aprendizaje musical en un coro
comunitario, entendiendo este coro como una Comunidad de Práctica. Como objetivos
específicos, esta investigación pretendía comprender las característi
cas de una Comunidad de
Práctica, así como analizar la contribución de las TDIC en el proceso de preparación coral
para un concierto. El método adoptado fue la de Investigación
-
Acción, en la que se propusieron
y ejecutaron varias acciones para resolver cue
stiones relacionadas con el proceso de ensayo
del coro. Para el análisis de los datos se utilizaron tres perspectivas teóricas: el Aprendizaje
Situado, las Comunidades de Práctica (COP) y la metodología del "Aula Invertida". Al final,
se propone el nombre
de "Ensayo Expandido" para el tipo de metodología de ensayo que se
desarrolló, basado en la aplicación de los principios del "Aula Invertida" en la práctica coral.
PALABRAS CLAVE
: TDIC. Comunidad de
práctica
.
Aula
invertida
.
ABSTRACT
:
The general
objective of this research was to analyze the use of Digital
Information and Communication Technologies (DICT) in musical learning in a community
choir, being this choir understood as a "Community of Practice". As specific objectives, this
research sought
to understand the characteristics of a Community of Practice and to analyze
the contribution of DICT in the process of choral preparation for a concert. The method
adopted was Action
-
Research, in which several actions were proposed and executed to solve
is
sues related to the rehearsal process of the choir. Three theoretical perspectives were used to
analyze the data: Situated Learning, Communities of Practice (COP), and the "Flipped
Classroom" methodology. In the end, the name "Expanded Rehearsal" is propos
ed for the
rehearsal methodology developed based on applying the principles of the "Flipped Classroom"
in choral practice
.
KEYWORDS
: DICT. Community of practice.
Flipped classroom.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
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Introdução
O primeiro autor deste artigo é regente coral há mais de 20 anos. Em 2018, iniciou seus
trabalhos com regente do Coral Ad Infinitum (CAINF), um coral comunitário, formado
inicialmente através da criação de um grupo de pessoas pelo aplicativo Whatsapp
1
.
De
sde a sua
criação o Coral Ad Infinitum mostrou
-
se muito aberto às possibilidades do uso das Tecnologias
Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) bem como a todo tipo de atividade que
trouxesse alguma facilitação à aprendizagem e realização musical. Ente
ndemos também que no
âmbito da prática coral
-
essencialmente uma prática coletiva
-
estava imersa uma aprendizagem
musical. Oliveira (2011) tem um pensamento semelhante e nos explica que
:
O canto coral, pelo fato de ser uma atividade artística coletiva,
se torna um
corpo social em que a educação musical é possibilitada por sua ação em
conjunto. Nos ensaios, a integração não somente faz parte da rotina do canto
como pode ser um importante meio de educação musical (OLIVEIRA, 2011,
p. 1
)
.
O foco inicial de
sse trabalho era analisar como os chamados kits de ensaio
2
e vídeos de
gravações dos ensaios poderiam colaborar na individualização da aprendizagem de um coralista
amador. Como o ensaio presencial poderia ser mais proveitoso e prazeroso para todas as voze
s
ao mesmo tempo? Como poderíamos suprir uma inevitável ausência de um coralista a um
importante ensaio? Como poderíamos evitar que o que foi trabalhado em um ensaio se perdesse
antes que pudéssemos ter o próximo ensaio? Tudo isto poderia causar uma sensaç
ão de perda
de tempo, provocar muitas desistências e falta de vontade de participar em todos os ensaios de
um coral. Acreditávamos que as TDIC poderiam nos ajudar nestes aspectos. Gohn (2010
, p.
121
) nos explica que:
Os chamados “softwares
sociais”, ou seja, aqueles que possibilitam interações
entre seus usuários, com trocas de imagens e mensagens pessoais, têm sido
estudados para aproximar alunos e professores em cursos baseados na internet
(pode
-
se citar como exemplos JOYCE E BROWN, 2009,
no caso específico
da música, SLAVUO, 2008; GOHN, 2008a
).
O uso de blogs, wikis e podcasts,
outros meios on
-
line que podem ser abertos à participação de aprendizes
musicais, também já foi foco de investigações (RUTHMANN, 2007; GOHN,
2008
).
Sem dúvida, a ed
ucação a distância é beneficiada com as oportunidades
de comunicações síncronas e assíncronas que surgiram com os diversos
websites existentes na “nuvem computacional”. Além de proporcionar
intercâmbios de conteúdos educacionais, esses softwares permitem u
ma
1
Whatsapp é um aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz e vídeo para smartphones. Com ele é
possível o compartilhamento de mensagens de texto, imagens, vídeos e out
ros tipos de arquivos de documentos
em formatos como PDF ou Word.
2
Material gravado em forma de áudio ou vídeo para que os coralistas possam estudar em casa.
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socialização entre os participantes de um determinado grupo, que
compartilham diferentes aspectos de suas vidas e sentem uma “presença” dos
colegas e de seus mestres. Tanto nos cursos realizados essencialmente on
-
line,
como naqueles em que a Internet é
usada como complemento a atividades
presenciais, a interação nas redes eletrônicas pode fortalecer a sensação de
pertencimento ao grupo
.
Para a presente pesquisa alguns aspectos destacados por Gohn (2010) foram
fundamentais: as TDIC como complemento a ati
vidades presenciais e a interação no
fortalecimento da sensação de pertencimento ao grupo, o que entendemos ser crucial para a
aprendizagem. Sobre o complemento a atividades presenciais chegaremos a uma proposta de
metodologia de ensaio com o uso das TDIC,
que denominamos Ensaio Expandido, inspirados
na metodologia Sala de Aula Invertida conforme apresentada por Bergmann e Sams (2016), se
tornando esta metodologia uma de nossas perspectivas teóricas; sobre a importância da
interação e da sensação de pertenc
imento ao grupo
–
fatores incrementados com o uso das TDIC
–
chegamos às outras duas perspectivas teóricas com quem dialogamos: a Aprendizagem
Situada (LAVE; WENGER, 1991) e as Comunidades de Prática (WENGER, 1998).
Desde sua criação, o CAINF se mostrou s
er um grupo com grande abertura para novas
possibilidades advindas com as tecnologias digitais e por isto entendemos que seria muito
propício efetuar dele o lócus de nossa pesquisa. Pois, as questões focavam especialmente na
aprendizagem e não no ensino da
música, consideramos que seria indispensável entender estas
questões a partir do ponto de vista dos coralistas. Tendo em vista a necessidade de compreender
a aprendizagem sob o ponto de vista de todos os participantes e como estávamos propondo o
uso de no
vas tecnologias, na prática, coral, entendemos que a pesquisa
-
ação seria o método
mais adequado para alcançar os objetivos gerais e específicos da presente pesquisa, que se
seguem abaixo
.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar o uso das Tecnologias
Digitais de
Informação e Comunicação (TDIC) na aprendizagem musical em uma prática coral comunitária.
Importante esclarecer que não queremos dar um destaque apenas à análise do uso das TDIC.
Será preciso analisar e entender sobre que tipo de aprendizagem e
stamos falando (e para isto
abordaremos a aprendizagem situada
3
)
e sobre qual prática coral comunitária é esta (e para isto
iremos nos deter a demonstrar as características das Comunidades de Prática no Coral Ad
Infinitum). Estes esclarecimentos nos levam a nossos objetivos específicos.
3
Aprendizagem situada, segundo Lave e Wenger (1991), é aquela que se caracteriza como inseparável da prática
social em que ocorre.
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Um dos objetivos específicos dest
a pesquisa foi caracterizar o CAINF como uma
Comunidade de Prática (COP), demonstrando a presença no CAINF de várias características
apresentadas na literatura que aborda este tema, especialmente nos textos de Lave e Wenger
(1991), Wenger (1998) e Wenger,
Mc Dermott e Snyder (2002). Pretendíamos assim
demonstrar que justamente por que o CAINF é uma COP, a Aprendizagem Situada, no caso, a
aprendizagem musical, é possibilitada
.
Como segundo objetivo específico, pretendíamos analisar como as TDIC, no
entendim
ento dos próprios participantes, podem contribuir na prática coral, especificamente em
dois aspectos
:
1
–
Numa metodologia de ensaio coral (Ensaio Expandido), especialmente no processo
de introdução de uma música nova no repertório deste específico coral
amador, na otimização
do tempo de ensaio e na consolidação daquilo que foi trabalhado durante os ensaios.
2
-
Como as TDIC podem contribuir para que a interação entre os participantes do coral
favoreça o aprendizado musical dos mesmos.
A
Literatura
Aspectos como uso das TDIC, na prática, coral, educação musical e canto coral e música
e comunidades de prática foram considerados na revisão de literatura deste artigo. Trazemos a
seguir os textos mais relevantes para esta pesquisa
.
A disserta
ção de Torres (2008) “Canja de viola: uma comunidade de prática musical em
Curitiba” é um estudo de caso que aborda um encontro semanal de violeiros que acontece em
Curitiba desde 1986 no qual a Aprendizagem Situada (LAVE; WENGER, 1991) é observada e
també
m o fenômeno conhecido como enculturação
4
.
Alguns aspectos da aprendizagem musical
são apresentados num contexto que envolve desde participantes iniciantes amadores até
profissionais de grande experiência na aprendizagem musical da viola, isto sob a persp
ectiva
da aprendizagem nas comunidades de prática. A autora trabalha especialmente as questões de
aprendizagem, identidade e comunidade que também abordamos na presente pesquisa. Através
desta dissertação nós também tomamos conhecimento do trabalho de Russ
ell (2002;2006) sobre
4
O conceito de enculturação musical refere
-
se à aquisição de habilidades e conhecimento musicais pela imersão
na música coti
diana e das práticas musicais de um contexto social. Quase todos em qualquer contexto social são
musicalmente enculturados. Isto não pode ser evitado porque nós não podemos fechar nossos ouvidos, e nós
conseqüentemente entramos em contato com a música que
está à nossa volta, não somente por escolha, mas à
nossa revelia. É útil conceber três principais modos em que nos engajamos diretamente com música: tocando
(incluindo cantar), compondo (incluindo improvisar) e ouvindo (incluindo escutar) (GREEN, 2000, p.
2,
a
pud
TORRES
, 2008, p. 86)
.
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Comunidades de Prática Musical, dos quais trabalhos Torres (2008) traz algumas citações para
apresentar as características de uma Comunidade de Prática. Reapresentamos aqui esta citação
com as características das COP como ponto de par
tida, mas nos deteremos mais profundamente
nestas características no capítulo específico sobre a perspectiva teórica das COP:
Significado, prática, comunidade e identidade são conceitos
-
chave na teoria
de Wenger (1998). O significado se refere à nossa ex
periência de vida e do
mundo e a prática, aos nossos recursos históricos e sociais compartilhados.
Comunidade refere
-
se às formações sociais nas quais as nossas iniciativas são
definidas como dignas de prossecução e nossa participação é reconhecível
como c
ompetência. Identidade tem a ver com várias modalidades de
aprendizagem que criam histórias pessoais para nós em nossas comunidades.
‘Prática’
-
caracterizada pelo engajamento mútuo, empreendimentos
conjuntos e repertório compartilhado
-
é a fonte de coerê
ncia da comunidade
(RUSSELL, 2002, p. 2
-
3 apud TORRES, 2008, p. 30).
A dissertação de Guariente
(2010), que também traz em seu objeto de pesquisa o canto
coral sob a perspectiva das Comunidades de Prática, utilizou como método o Estudo de Caso e
nos trouxe também muitos aspectos que serviram como ponto de partida para a presente
pesquisa, seguindo a
sugestão da própria autora que ao concluir sua dissertação nos diz
:
Observo que o estudo sobre a comunidade de prática do Coral CEIC trouxe
dados significativos para a compreensão dos conceitos e elementos descritos
por Wenger (1998) e Lave e Wenger (199
1). O reconhecimento da
constituição da comunidade
–
o domínio, a comunidade e a prática
–
e a
observação dos processos característicos desta prática, os interesses
compartilhados pelo grupo (prática compartilhada) a construção das relações
de aprendizagem
(aprendizagem situada) e os níveis de participação dos
membros do grupo, foram processos que nortearam as análises neste texto e
fundamentaram a observação do campo empírico. Resta, portanto, sugerir que
novas investigações sejam realizadas, em outros con
textos, com outros grupos,
para aprofundar e verificar a significativa contribuição que o conceito de
comunidade de prática traz para compreensão das situações de ensino,
aprendizagem e experiência estética, experimentadas em diferentes grupos
comunitários
de prática musical (GUARIENTE, 2010, p. 112
-
113
)
.
A pesquisa de Guariente (2010) não teve como foco a utilização das TDIC na prática
coral, que ocorre nestas comunidades de prática. Em um dado momento, Guariente (2010) faz
uma consideração sobre um e
-
ma
il que a regente do coral enviou aos membros do coral para
valorizar a ação de uma componente do grupo que havia realizado um serviço de grande valia
para todo o grupo. Este e
-
mail foi importante para o fortalecimento dos laços interpessoais no
grupo, mas
não há nenhum destaque e nem mesmo a intenção de se pesquisar a importância do
uso das TDIC na prática coral, o que para nós, na presente pesquisa, foi o foco constante
.
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Além destas dissertações, dentre os vários artigos sobre comunidades de prática que
e
ncontramos, queremos trazer o artigo de Mendes e Urbina (2015)
-
“Análise Sobre a Produção
Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática”
–
no qual os autores fazem uma busca em
diversas áreas (administração, educação, engenharia, enfermagem, ciência da i
nformação, entre
outras, mas não apresentam nenhuma das dissertações que apresentamos acima que envolvem
a área de música) e demonstram um crescimento no uso deste conceito ao mesmo tempo, em
que analisam como o conceito de comunidades de prática vai mudan
do no decorrer do tempo,
e o seu uso vai se moldando aos interesses próprios de cada área do conhecimento científico.
Em sua análise os autores fizeram um apanhado das publicações entre os anos 2005 e 2013,
atingindo um total de 26 publicações. Nesta análi
se, eles ressaltam que existe uma polissemia
conceitual sobre o que são comunidades de prática. Ao abordar a evolução do conceito desde a
sua primeira aparição em Lave e Wenger
(1991) até Wenger
et al.
(2002) eles concluem que:
Nota
-
se uma falta de
clareza no conceito de comunidades de prática, no
sentido do termo revelar
-
se ambíguo, posto que assume mais de um sentido e
de uma possibilidade de interpretação, o que é um traço comum de conceitos
novos, os quais evoluem desdobrando
-
se em variações que,
com a maturidade,
tendem à convergência e à unicidade. Esse processo evolutivo do conceito está
refletido nas variações conceituais discutidas anteriormente, as quais, no
entanto, são amparadas pela existência do conceito na colocação de limites em
suas a
propriações (MENDES; URBINA, 2015, p. 323
)
.
É natural que realizemos interpretações dos conceitos de acordo com nossa área de
estudo e na aplicação dos mesmos em nossas pesquisas e práticas. Uzuner, Hayes e Shea (2017)
,
em seu artigo “A Critical Review of
the Use of Wenger’s Community of Practice (COP)
Theoretical Framework in Online and Blended Learning Research, 2000
–
2014”, que, sob um
foco mais restrito, o da educação online ou híbrida, faz uma análise do uso do conceito de
comunidades de prática em d
iversas áreas, destacam que
:
A maioria dos livros didáticos e artigos dos principais métodos de pesquisa
nos lembra que a teoria influencia os tipos de perguntas (ou hipóteses) que os
pesquisadores geram e, consequentemente, influencia as respostas obtidas a
partir dessas questões. A
seguinte citação de Kilbourn (2006, p. 545) atesta
essa visão: Um pressuposto fundamental para qualquer pesquisa acadêmica é
que os fenômenos (dados) que desejamos entender são filtrados através de um
ponto de vista (uma perspectiva teórica)
-
isto é, supõ
e
-
se que não exista algo
como isento de valor ou imparcial, ou uma correta interpretação de um evento.
Interpretações são sempre filtradas através de uma ou mais lentes, ou
perspectivas teóricas que temos para “enxergar”; a realidade não é nada que
encontr
amos sob uma rocha (UZUNER; HAYES; SHEA, 2017, p. 210,
tradução nossa).
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Estes trabalhos nos serviram de base para o entendimento da perspectiva teórica sobre
as COP e também como incentivo para aplicar estes conceitos de maneira mais apropriada ao
context
o específico da educação musical que pressupomos acontecer por meio da prática do
Coral Ad Infinintum
.
Ao estudarmos as pesquisas apresentadas nesta revisão de literatura fortalecemos com
bases acadêmicas o nosso entendimento da educação musical que exist
e na prática coral.
Fortalecemos também a compreensão da importância do contexto social em que esta prática
está inserida. E entendemos, ao estudar, por exemplo, a tese de Pequini (2016), que no contexto
atual as Tecnologias Digitais de Informação e Comuni
cação assumem um papel de relevância
no cotidiano das pessoas e este papel de relevância não deveria diferir nos processos de ensino
e aprendizagem. Conforme apresentamos, a prática coral já foi abordada sob a perspectiva
teórica das Comunidades de Prática
, mas as abordagens não consideraram a importância que
hoje as TDIC possuem para a construção e o fortalecimento destas comunidades. Foi este
aspecto que quisemos trazer como acréscimo por meio de nossa pesquisa, vislumbrando um
crescimento exponencial do
uso das TDIC nos processos educacionais, especialmente na
educação musical, na prática, coral
.
O Método
Conforme mencionado anteriormente, o método adotado foi a Pesquisa
-
Ação, na qual
diversas ações foram propostas e executadas com vistas à resolução de questões pertinentes ao
processo de ensaio do CAINF. A pesquisa analisou o uso das TDIC na aprendizagem m
usical,
na prática do referido coral. Outro aspecto focado foi como as TDIC podem contribuir para a
implementação de uma metodologia de ensaio que preveja um melhor aproveitamento do tempo
em sala de ensaio para a prática musical em conjunto graças ao prep
aro antecipado dos
coralistas para aquele ensaio. Cremos que está proposta se enquadra nas metodologias de
educação híbrida em que se pretende que o aluno assuma o protagonismo de seu aprendizado.
Na Sala de Aula Invertida (BERGMANN; SAMS, 2016) vários rec
ursos (textos, áudios, vídeos,
games, animações, etc.) são utilizados para que o aluno apreenda o conteúdo da aula no seu
tempo e no seu ritmo em casa, antes de trabalhar aquele mesmo conteúdo em sala de aula. De
certo modo, na prática, esta ideia já é apl
icada em diversos corais amadores, mas não
encontramos nenhuma pesquisa desenvolvida que envolvesse a sala de aula invertida e as
práticas desenvolvidas na prática coral. No Livro “Sala de Aula Invertida”, os autores
Bergmann e Sams (2016) citam casos da a
plicação da sala de aula invertida em aulas de língua
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estrangeira, matemática, aulas de ciências, humanidades e educação física, mas não relatam
nenhum caso aplicado às aulas de música. Como perspectivas teóricas, utilizamos o conceito e
as características
abordadas por Wenger (1998) sobre as Comunidades de Prática e Lave e
Wenger (1991), sobre Aprendizagem Situada e Participação Periférica Legitimada. Também
como perspectiva teórica utilizamos os princípios da Sala de Aula Invertida de Bergmann e
Sams (201
6
).
Segundo Thiollent (1986, p. 56) “uma hipótese é simplesmente definida como suposição
formulada pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções a um problema colocado na
pesquisa, principalmente ao nível observacional”. Para a nossa pesquisa trabalha
mos com as
seguintes hipóteses:
1
-
O uso das TDIC favorece o desenvolvimento da prática musical que ocorre no
CAINF:
a)
Como recurso de criação e difusão dos materiais que serão utilizados na metodologia
Sala de Aula Invertida
.
b)
Como meio propiciador
de boas interações entre os membros do coral, favorecendo
o aprendizado, fortalece a identidade, o senso de pertencimento, a motivação para as tarefas
próprias das atividades propostas e o compartilhamento de informações
.
2
-
O Coral
Ad Infinitum
(CAINF) é
uma comunidade de prática.
Podemos reconhecer as características de Comunidades de Prática que se encontram no
CAINF: Identidade, interação entre os membros (presencial e virtual) e compartilhamento de
experiências em comum ao desenvolverem os membros um
a mesma atividade. Pressupomos
que a observação nos mostrará também que nos processos característicos desta prática coral
perceberemos os interesses compartilhados pelo grupo (prática compartilhada) a construção das
relações de aprendizagem (aprendizagem s
ituada) em diferentes níveis de participação dos
membros do CAINF.
3. Existe uma aprendizagem musical por meio da prática coral do CAINF.
Sempre considerando a forma como Lave e Wenger (1991) pensam
sobre
a
aprendizagem: um processo de participação em com
unidades de prática
,
e não simplesmente
como a recepção e o acúmulo de informação e conhecimentos factuais por parte dos indivíduos.
Na contextualização teórica abordamos, então, a aprendizagem situada que ocorre através de
uma participação inicialmente pe
riférica que vai gradualmente assumindo um maior grau do
domínio e engajamento.
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Não foi realizado um seminário com os participantes da pesquisa nos moldes estritos
conforme preconizado por Thiollente (1986), um dos teóricos da pesquisa
-
ação descreve.
Entr
etanto, realizamos as seguintes ações e consideramos que mesmo não tendo realizado
reuniões somente com este propósito, atingimos de modo eficaz o propósito do seminário
conforme pensado por Thiollente (1986) enquanto
:
a)
Apresentamos aos participantes no decorrer de alguns ensaios e em mensagens do
Whatsapp
a pesquisa que estávamos desenvolvendo e as ações que estávamos propondo realizar.
b)
Obtivemos
feedbacks
constantes através das interações no grupo de
Whatsapp
e das
conv
ersas presenciais que tínhamos a respeito dos resultados das ações propostas.
c)
Estes feedbacks geraram novas ações em ensaios de novas obras e o reconhecimento
pelos participantes do valor das ações para a solução dos problemas.
Obtivemos a maioria dos noss
os dados através das conversações e interações do grupo
de Whatsapp do Coral Ad Infinitum. Evidenciamos em nossas análises a importância das
interações via Whatsapp para a aprendizagem. A maior parte do material de pesquisa obtivemos
por meio do registro c
onstante das atividades através das conversas e informes no grupo de
Whatsapp do Coral Ad Infinitum. A nossa principal fonte de registro de campo, portanto, foram
as conversações realizadas no grupo de Whatsapp do Coral Ad Infinitum. Ao utilizarmos o
recur
so “exportar conversa” disponível pelo aplicativo Whatsapp e convertendo as conversas
para serem editadas em programa de edição de textos. Em pouco mais de um ano desde a criação
do grupo, mais de 700 páginas de texto das conversas foram geradas. Não foram
incluídas na
contagem destas páginas nenhum dos inúmeros arquivos de áudio, imagem e vídeo enviados
no grupo
.
Analisamos e interpretamos as conversas para destacar as que consideramos mais
relevantes para caracterizar o CAINF como uma Comunidade de Práti
ca, a importância das
TDIC para a aprendizagem que ocorre nesta comunidade sob esta visão e também sob o olhar
da metodologia da “Sala de Aula Invertida
”.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1,
e02202
5
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
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11
Os Dados
O CAINF foi convidado para apresentar o Chôros
10 de Villa
-
Lobos no concerto de
aniversário de 40 anos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro de Brasília
-
DF. Apresentamos a seguir as principais maneiras em que as TDIC entraram para contribuir
com a aprendizagem musical dos coralista
s dos grupos envolvidos na obra, bem como outras
opções mais tradicionais de ensaio para garantir a aprendizagem musical. A lista a seguir está
longe de alcançar todas as possibilidades do uso das TDIC na prática coral, até porque as TD
estão em cresciment
o exponencial e seria impossível, mesmo que superficialmente,
experimentar todas as possibilidades. Apresentamos a seguir as 9 ações que realizamos junto
ao CAINF para chegarmos ao “Chôros 10
”:
1
–
Kit de ensaio
Foi gravado primeiro um kit de ensaio sem
voz; apenas o som de piano e órgão. Na
verdade, para uma maior precisão rítmica do kit de ensaio, nós optamos por reescrever todas as
vozes em programa de notação musical e, em seguida, converter o arquivo em midi
5
. O arquivo
foi enviado para o grupo do
Whatsapp
do CAINF. A maior preocupação era estabelecer uma
precisão rítmica dada às diversas polirritmias que a música apresentava.
2
–
Gravações dos ensaios e disponibilização na plataforma
Youtube
.
A gravação de dois ensaios na fase final de
preparação foi disponibilizada: o primeiro
6
teve a duração de 1 hora, 19 minutos e 20 segundos.
Um segundo
7
ensaio com a presença de uma equipe de televisão que veio fazer uma
reportagem sobre a preparação do coral e o aniversário da orquestra teve a du
ração de 1 hora e
55 minutos.
3
-
Ensaios de naipes.
5
Midi é a abreviação de Musical Instrument Digital Interface
–
é um padrão de interconexão física e lógica que
possibilita a comunicação entre instrumentos musicais eletrônicos, computadores e outros dispositivos correlatos.
6
O ensaio está disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=IduiX7HrOfk&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=5.
Acesso em: 10
jan. 2022.
7
Disponível
em
:
https://www.youtube.com/watch?v=NDEnQGl80cE&index=2&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA
.
Acesso em:
10 jan. 2022.
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A aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitário
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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Por iniciativa dos próprios coralistas, cada naipe acabou criando um grupo de
Whatsapp
aonde trocam informações específicas.
4
–
Ensaios específicos de técnica vocal por naipe.
5
-
Envio de
links
d
e vídeos do
Youtube
com gravações completas do Chôros 10 com a
sugestão de que todos assistissem para ter uma ideia da obra por inteiro.
6
–
Compartilhamento de Informações diversas sobre a obra “Chôros 10” e também
sobre a melodia original utilizada por
Villa Lobos que foi composta por Catulo da Paixão
Cearense com a poesia de Anacleto de Medeiros.
7. Envio de vídeo com dicas, correções e alertas para todos os naipes separadamente.
8
. Envio de Vídeo
8
com a participação do coral no primeiro ensaio com a orquestra.
Propusemos para o CAINF, nesta última ação, que todo o processo de ensaio do coral
pudesse de alguma forma ser apoiado pelo uso das TDIC. Antes de iniciarmos os ensaios, as
informações inici
ais foram enviadas aos coralistas para que eles praticassem conforme o seu
próprio ritmo de aprendizagem. Ao gravarmos os ensaios presenciais, os coralistas puderam
rever o que foi ensaiado. Também fizemos a edição dos vídeos e excluíamos momentos que
cons
iderávamos desnecessários para a aprendizagem dos participantes do coral. Ao mesmo
tempo, íamos aprendendo a fazer ensaios melhores, com menor perda de tempo. Em seguida
enviávamos este ensaio editado para que os coralistas o revissem em casa para tirar dú
vidas ou
para fortalecer uma informação de modo a transformá
-
la em conhecimento efetivado ou
habilidade positivamente vivenciada
.
Os Resultados
Analisaremos a seguir a utilização dos vídeos gravados para ajudar a aprendizagem da
obra “Chôros
10” de Villa Lobos. Utilizaremos os dados estatísticos do Youtube. Tivemos um
total de 75 visualizações deste vídeo com uma média de 14 minutos e 50 segundos. A taxa de
retenção deste vídeo foi de 18,7%, o que já foi maior do que em outras peças já trabal
hadas
8
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Fobc2aaLEi8&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=1
.
Acesso em: 10
jan. 2022.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
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com o mesmo coral. Quando os coralistas foram pedidos para comentar sobre os vídeos e sua
relação com o preparo do “Chôros 10” pudemos confirmar, comparando com os dados das taxas
de retenção do Youtube, a preferência pelos vídeos editados ou que tra
zem momentos pontuais
do ensaio anterior e buscam atender problemas específicos que muitas vezes eles percebem que
existem, mas que não sabem exatamente como resolver. Vejamos alguns comentários que
mostram a convergência com os dados do Youtube
:
Dicas p
ontuais com resoluções rápidas para problemas insistentes no estudo
individual. (Maria, coralista do CAINF).
Pude aprimorar naquilo que não estava bem, ouvir e corrigir. (João, coralista
do CAINF).
Os vídeos foram muito objetivos e sanaram dúvidas
cruciais relativas à
melodia do meu naipe. (Pedro, coralista do CAINF).
Achei ótimo porque possibilitou que o maestro pudesse pontuar nossas
maiores dificuldades e fazer as observações necessárias. Se não fosse esse
recurso, não haveria tempo para isso. F
uncionou como uma extensão da aula,
aumentando nosso tempo de contato quase que direto com o maestro. (Ana,
coralista do CAINF).
Se somarmos o total de minutos empregados pelos coralistas na visualização de todos
os vídeos postados (inclusive aqueles que
não chegamos a comentar aqui) nós poderíamos
considerar que foram acrescidos 1984 minutos, equivalendo a pouco mais de 33 horas, ao tempo
de ensaio presencial. É claro que não estamos avaliando aqui a qualidade deste tempo, mas
consideramos que o contato c
onstante a uma música pode ter o seu valor, pelo menos em termos
da importante familiarização com esta música. E estamos falando de um tempo pós
-
ensaio, sem
considerar ainda o tempo investido no estudo dos kits de ensaio usados tanto antes como depois
de u
m ensaio presencial. Por isto chamamos de “Ensaio Expandido” porque começa antes do
ensaio presencial e se prolonga após o ensaio presencial. Esta percepção da extensão do ensaio
também pôde ser percebida na fala dos coralistas. Vejamos algumas delas
:
Si
nto que levo o ensaio para casa. (Maria, coralista do CAINF).
Toda a ferramenta para estudo é válida, mas quando o acesso a essas
ferramentas está em nossas mãos por meio de um celular, notebook ou
computadores, temos a possibilidade de otimizar
nossas horas de estudo e não
ficamos limitados a depender de um local adequado e horário. (João, coralista
do CAINF).
Os vídeos servem para observarmos nossos erros (visando não repeti
-
los) e
acompanharmos a evolução do grupo. (Pedro, coralista do CAINF).
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Excelentes recursos para quem tem pouco conhecimento na leitura das
partituras. Não conseguiria participar dos eventos do Coral Ad Infinitum sem
esses recursos. (Ana, coralista do CAINF).
Esses recursos otimizam o aproveitamento dos ensaios,
porque permitem um
nivelamento individualizado. E geram empolgação para experimentar os
treinamentos em conjunto. (Paulo, coralista do CAINF).
Os recursos de mídia são essenciais para completar os ensaios. Um não
substitui o outro, eles se complementam. (
Joana, coralista do CAINF).
Observamos que estas afirmações
–
extraídas de relatos dos coralistas
-
caracterizam,
na linguagem destes, a nossa concepção de “Ensaio Expandido”. A maneira como conseguimos
quebrar algumas barreiras de espaço/tempo, com o uso
da TDIC, foi fundamental para a
aprendizagem da obra. Observamos também que, neste processo, os coralistas que participaram
das atividades propostas, além do ensaio, adquiriram uma maior intimidade com a obra que
consequentemente gerou uma maior segurança
na participação, uma maior motivação e uma
maior identificação com o grupo, que estava unido em torno daquele empreendimento. O ensaio
é expandido enquanto começa antes do primeiro encontro presencial e se prolonga para além
dele; ele acontece em casa, no
carro, na sala de ensaios, num quarto de hotel ou aonde quer que
o coralista esteja
.
A noção de espaço de aprendizagem vai além dos limites do conceito de
espaço/lugar. Com a emergência da ‘sociedade em rede’, novos espaços
digitais e virtuais de aprend
izagem vêm se estabelecendo a partir do acesso e
do uso criativo das novas tecnologias da comunicação e da informação. Novas
relações com o saber vão se instituindo num processo híbrido entre o homem
e a máquina, tecendo teias complexas de relacionamentos
com o mundo
(SANTOS, 2004, p. 428)
.
Pensando nesta questão enviamos a seguinte pergunta aos coralistas: O que foi mais
importante para a sua aprendizagem musical, na prática, coral do Ad Infinitum? 74,2%
responderam que foi o ensaio presencial, enquanto
25,8% responderam que foi o uso dos kits
de ensaio e vídeos. Resolvemos, então, entender melhor esta questão e achar explicações para
este resultado. Foi então nos comentários dos coralistas que pudemos encontrar uma explicação
plausível para esta questão.
Uma participante bem ativa no grupo escreveu
:
Os kits de ensaios são fundamentais para quem tem a expectativa de se
aperfeiçoar. Se todos nós estudássemos pelos kits, os ensaios serviriam para o
maestro moldar a música ao seu modo. (Maria, coralista do
CAINF).
Para esta coralista o processo consiste em termos os kits de ensaio e os ensaios
presenciais em igual importância. Nesta ação proposta para o Coral Ad Infinitum nós cremos
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
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que a utilização das TDIC ficou bem caracterizada e compreendida pela maior
ia dos
participantes. Os comentários abaixo, segundo nosso entendimento, demonstram que a maioria
dos participantes do coral entendeu muito bem a proposta da pesquisa
-
ação. Vejamos
:
Ouço durante o trânsito, enquanto dirijo e aprendo muito, quando pouco no
mínimo nos familiarizamos com a peça, ou ajeitamos a pronúncia, cortes,
duração, algo sempre fica, e isso tudo enquanto se está preso no
engarrafamento, seria impossível sem essas mídias. (Pedro, coralista do
CAINF).
Sobretudo no que se refere aos estudo
s individuais, a utilização das mídias
sociais foram fundamentais. Arrisco dizer que a audibilidade do meu naipe em
relação aos outros e com os outros não seria efetiva sem esses recursos. (Ana,
coralista do CAINF).
Os kits de ensaio dão suporte ao
aprendizado individual fora dos ensaios.
(Paulo, coralista do CAINF).
Meu desempenho definitivamente não seria o mesmo sem os kits de ensaio e
vídeos. Usei estes recursos com muita frequência para estudar em casa, em
todos os programas. Cabe ressaltar que
o uso dos vídeos e kits individualmente
não substitui o ensaio presencial indispensável para a prática coral. (João,
coralista do CAINF)
.
Percebemos que 90,3% dos coralistas que participaram da pesquisa acreditam que não
teriam a mesma
aprendizagem musical que tiveram ao participar do CAINF sem a utilização
das TDIC nas diversas formas e que estas foram utilizadas
.
As considerações finais
Nesta pesquisa propusemos ações que envolviam o uso das TDIC na prática de um coral
amador. Ente
ndemos este coral como uma Comunidade de Prática aonde a aprendizagem ocorre
principalmente graças a uma participação periférica legítima, que segundo Lave e Wenger
(1991) é aquela na qual o participante novato deixa de ser periférico para assumir um papel
mais central em uma COP. As ações com as TDIC serviram tanto para propiciar a aprendizagem
quanto para fortalecer as características de uma COP no CAINF. Quisemos demonstrar as
principais características de uma COP por meio da percepção dos participantes
e de suas
interações que foram intensas por meio das TDIC
.
Quisemos destacar a importância de que seja permitido que pessoas com nenhuma
experiência, na prática, coral tenham a oportunidade de conviver e praticar junto a pessoas mais
experientes. Neste ti
po de ambiente aberto à aprendizagem todos podem aprender algo e as
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TDIC podem contribuir com a diminuição das diferenças entre os novatos e os mais experientes
na medida e um coralista menos experiente pode ouvir um “kit de ensaio” quantas vezes for
neces
sário e no andamento que melhor lhe aprouver e assim chegar a um ensaio sabendo a sua
parte em condições de domínio do repertório similar ao coralista experiente que talvez nem
precise estudar uma determinada música, pois já a conhece
.
A participação peri
férica legítima foi como Lave e Wenger (1991) encontraram para
analisar a aprendizagem em um contexto social que envolve primordialmente a prática. Esta
participação só ocorre graças à existência de comunidades de prática
.
Ao serem convidados a se engajar
em um empreendimento, os primeiros participantes
do CAINF não faziam ideia que estariam iniciando uma COP, mas o desejo pela aprendizagem
musical provavelmente já estava presente na mente de cada um deles. A aceitação do outro foi
algo negociado e adquiri
u um significado próprio a esta comunidade que estava sendo criada e
passou a fazer parte de sua identidade
.
O contexto que envolveu a participação no CAINF trouxe fortemente o uso das TDIC e
sem elas a criação, a prática e a manutenção do grupo teriam si
do bem mais onerosas em termos
de tempo, e com pouca flexibilização em termos espaciais, visto que com as TDIC os coralistas
podiam acessa o ensaio em qualquer momento e local que desejassem
.
O ensaio, se mostrou, nesta experiência, o momento de maior impo
rtância de qualquer
comunidade coral, nas ações que desenvolvemos na pesquisa, pôde ser expandido e a prática
pôde acontecer também além (antes e depois) dos momentos de ensaio presencial
.
Na prática, coral do CAINF, o domínio pelo qual todos se reuniram
pode ser traduzido
em ações práticas: é o cantar afinado sua voz em consonância com as outras vozes. É também
compreender o gestual e a linguagem utilizada por quem está à frente do grupo, respondendo
corretamente ao gestual ou às indicações expressas para
uma interpretação musical. Há muitas
habilidades envolvidas no arcabouço de atividades que devem ser desenvolvidas pelos
participantes de um coral e para algumas destas habilidades as TDIC foram de grande ajuda
para os coralistas do CAINF
.
Tentamos demons
trar no decorrer desta pesquisa que a dinâmica do Ensaio Expandido
possibilitou que os coralistas pudessem aproveitar melhor o ensaio, que eles tivessem
momentos prazerosos de prática e que o tempo investido no empreendimento em conjunto
valesse à pena, de
ixando nos participantes uma sensação de realização, conforme os
depoimentos descritos anteriormente
.
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Rev. Hipótese,
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Estávamos interessados também em saber como as TDICs
estavam contribuindo para a
inteiração entre os participantes. Quando falamos em inteiração estamos nos referindo à
maneira como as pessoas se relacionam entre si. Sem esta interação não podemos falar em
comunidades de prática. No artigo "Comunidades virt
uais de aprendizagem: novas dinâmicas
de aprendizagem exigem novas formas de avaliação", Araujo e Lucena Filho (2005)
demonstram a importância das interações entre os participantes de comunidades virtuais para o
desenvolvimento de um ambiente mais propício
à aprendizagem. Os autores ressaltam como as
TDIC estão transformando a forma como os indivíduos interagem na sociedade e destacam que
:
Para Peters (2003), a competência comunicativa deverá ser enfatizada nos
futuros cenários pedagógicos. “Isso será esp
ecialmente importante em
ambientes informatizados de aprendizagem, já que as comunicações serão
compactadas, aceleradas e globalizadas porque serão ofertados muitos novos
tipos de comunicações virtuais que contribuem para a geração e a aquisição
de conheci
mento”. Espera
-
se que a produção de conhecimento possa ser o
resultado de um processo coletivo, como, por exemplo, em comunidades de
construção de conhecimento (ARAUJO; LUCENA FILHO, 2005, p. 330
).
Pudemos observar constantes mensagens no grupo de Whatsapp que colaboraram para
a criação de um ambiente propício ao aprendizado: frases de motivação, compartilhamento de
vídeos ou músicas inspiradores, pedidos de oração, agradecimentos, marcações de encon
tros e
confraternizações, elogios, experiências de vida, depoimentos de pessoas sobre as
apresentações do coral. Quando perguntados sobre se as interações no grupo de Whatsapp,
especialmente as interações entre coralistas, haviam contribuído para a aprendi
zagem musical,
77,4% dos coralistas responderam afirmativamente
.
Providencialmente, esta pesquisa se envolveu com estes temas de expansão (do ensaio
através do uso das TDIC) e diminuição das distâncias (entre pessoas, entre elas e o aprendizado,
entre as
pessoas e práticas com significado, entre a periferia e a participação mais plena) que
ocorre graças a existências de Comunidades de Prática. E o mais providencial mesmo foi tudo
isto ter tido como lócus de pesquisa um coral chamado a se expandir Ad Infini
tium
.
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A aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitário
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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, 2022.
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ISSN: 2446
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|
20
SOBRE OS AUTORES
Eldom SOARES
Universidade de Brasília (UnB), Brasília
–
DF
–
Brasil. Mestr
ado em
Música.
Paulo Roberto Affonso
MARINS
Universidade de Brasília (UnB), Brasília
–
DF
–
Brasil
. Professor Associado
no
Departamento
de Música.
Doutorado em Music/Sound Recording
(UNIS/Grã
-
Bretanha).
Processamento e edição: Editora
Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
Re
v.
Hipótese,
Bauru,
v.
8
,
esp. 1,
e02202
5
, 202
2
.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
|
1
MUSIC LEARNING AND THE USE OF DICT IN A COMMUNITY OF PRACTICE:
A RESEARCH IN A COMMUNITY CHOIR
A APRENDIZAGEM MUSICAL E O USO DAS TDIC EM UMA COMUNIDADE DE
PRÁTICA: UMA PESQUISA EM UM CORAL COMUNITÁRIO
EL APRENDIZAJE MUSICAL Y EL USO
DE LA TDIC EN UNA COMUNIDAD DE
PRÁCTICA: UNA INVESTIGACIÓN EN UN CORO COMUNITARIO
Eldom
SOARES
University of Brasilia
(UnB)
e
-
mail:
maestroeldom@gmail.com
Paulo Roberto Affonso
MARINS
University of Brasilia
(UnB)
e
-
mail:
marins@unb.br
How to
refer to this article
SOARES, E.; MARINS, P. R. A.
Music learning and the use of DICT in a Community of
practice:
A research in a community choir
.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025,
2022. e
-
ISSN: 2446
-
7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
Submitted
:
10/03/2022
Revisions required
:
05/05/2022
Approved
:
01/07/2022
Published
:
01/12/2022
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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, 2022.
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ISSN: 2446
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https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
ABSTRACT
:
The general objective of this research was to analyze the use of Digital
Information and
Communication Technologies (DICT) in musical learning in a community
choir, being this choir understood as a "Community of Practice". As specific objectives, this
research sought to understand the characteristics of a Community of Practice and to analyze t
he
contribution of DICT in the process of choral preparation for a concert. The method adopted
was Action
-
Research, in which several actions were proposed and executed to solve issues
related to the rehearsal process of the choir. Three theoretical perspec
tives were used to analyze
the data: Situated Learning, Communities of Practice (COP), and the "Flipped Classroom"
methodology. In the end, the name "Expanded Rehearsal" is proposed for the rehearsal
methodology developed based on applying the principles o
f the "Flipped Classroom" in choral
practice
.
KEYWORDS
: DICT. Community of practice.
Flipped classroom.
RESUMO
:
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a utilização das Tecnologias Digitais
de Informação e Comunicação (TDIC) na
aprendizagem musical em um coral comunitário,
sendo este coral chamado por Comunidade de Prática Como objetivos específicos, esta
pesquisa compreendeu as características de uma Comunidade de Prática, bem como analisar
a contribuição das TDIC no processo de
preparação coral para um concerto. O método
adotado foi a Pesquisa
-
Ação, na qual diversas ações foram propostas e executadas com vistas
à resolução de questões pertinentes ao processo de ensaio do referido coral. Para analisar os
dados, trabalhou
-
se sob a
ótica de três perspectivas teóricas: a Aprendizagem Situada, as
Comunidades de Prática (COP) e a metodologia “Sala de Aula Invertida”. Ao fim, é proposto
o nome de “Ensaio Expandido” para o tipo de metodologia de ensaio que foi desenvolvida,
baseada na ap
licação dos princípios da “Sala de Aula Invertida”, na prática, coral.
PALAVRAS
-
CHAVE
TDIC. Comunidades de prática.
Sala de aula invertida.
RESUMEN
: El objetivo general de esta investigación fue analizar el uso de las Tecnologías
Digitales de la Infor
mación y la Comunicación (TDIC) en el aprendizaje musical en un coro
comunitario, entendiendo este coro como una Comunidad de Práctica. Como objetivos
específicos, esta investigación pretendía comprender las características de una Comunidad de
Práctica, as
í como analizar la contribución de las TDIC en el proceso de preparación coral
para un concierto. El método adoptado fue la de Investigación
-
Acción, en la que se propusieron
y ejecutaron varias acciones para resolver cuestiones relacionadas con el proceso
de ensayo
del coro. Para el análisis de los datos se utilizaron tres perspectivas teóricas: el Aprendizaje
Situado, las Comunidades de Práctica (COP) y la metodología del "Aula Invertida". Al final,
se propone el nombre de "Ensayo Expandido" para el tipo d
e metodología de ensayo que se
desarrolló, basado en la aplicación de los principios del "Aula Invertida" en la práctica coral.
PALABRAS CLAVE
: TDIC. Comunidad de Práctica.
Aula Invertida.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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3
Introdu
ction
The first author of this article has been a choral conductor for over 20 years. In 2018, he
began his work as conductor of the Coral Ad Infinitum (CAINF), a community choir initially
formed through the creation of a group of people through the Whatsapp
1
a
pplication
.
Since its
creation, the Choir Ad Infinitum has been very open to the possibilities of using Digital
Information and Communication Technologies (ICT) and to every kind of activity that would
facilitate learning and musical performance. We also u
nderstand that musical education was
immersed within the scope of choral practice
-
essentially a collaborative practice.
Oliveira
(2011) has a similar thought and explains to us:
Choral singing, the fact that it is a collective artistic activity, become
s a social
body in which musical education is made possible by its act together. In
rehearsals, integration is not only part of the singing routine but can also be
an important means of musical education (OLIVEIRA, 2011, p. 1
, our
translation
).
The
initial focus of this work was to analyze how the so
-
called rehearsal kits
2
and video
recordings of rehearsals could collaborate in individualizing the learning of an amateur choir
member. How could face
-
to
-
face rehearsal be more fruitful and pleasurable
for all voices
simultaneously? How could we compensate for an inevitable absence of a choir member from
an important rehearsal? How could we prevent what was worked on in one rehearsal from being
lost before we could have the next rehearsal? All of this co
uld cause a sense of wasted time,
cause many dropouts, and an unwillingness to participate in all of a choir's rehearsals. ICT could
help us in these aspects. Gohn (
2010, p. 121
,
our translation
) explains that:
The so
-
called
“
social software
”
, that
is, those that allow interactions between
users, with the exchange of images and personal messages, have been studied
to bring students and teachers together in web
-
based courses (for example,
JOYCE AND BROWN, 2009; in the specific case of music, SLAVUO, 2
008;
GOHN, 2008a)
.
The use of blogs, wikis, and podcasts, other online media that
can be open to the participation of music learners has also been the focus of
investigations (RUTHMANN, 2007; GOHN, 2008b
, our translation
).
Distance education undoubtedly be
nefits from the opportunities for
synchronous and asynchronous communications that have emerged with the
various websites that exist in the
“
computational cloud
”
. In addition to
providing exchanges of educational content, this software enables
socializatio
n among the participants of a given group, who share different
aspects of their lives and feel the
“
presence
”
of their peers and masters. Both
in courses conducted essentially online, and in those in which the Internet is
1
Whatsapp
is an instant messaging and voice and video calling application for smartphones. With it, you can
share text messages, images, videos, and document files in formats such as PDF or Word.
2
Recorded material in audio or video form is available for choir mem
bers to study at home.
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
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used to complement face
-
to
-
face ac
tivities, interaction in electronic networks
can strengthen the sense of belonging to the group.
For the present research, some aspects highlighted by Gohn
(2010) were fundamental:
the ICT as a complement to face
-
to
-
face activities and the interaction in strengthening the
feeling of belonging to the group, which we understand to be crucial for learning. Regarding
the complement to face
-
to
-
face activities, we
will arrive at a proposed rehearsal methodology
with the use of ICT, which we call Expanded Rehearsal, inspired by the Inverted Classroom
methodology as presented by Bergmann and Sams (2016), becoming this methodology one of
our theoretical perspectives;
about the importance of interaction and the feeling of belonging to
the group
-
factors increased with the use of ICT
-
we arrive at the other two theoretical
perspectives with whom we dialog: Situated Learning (LAVE; WENGER, 1991) and
Communities of Pract
ice (WENGER, 1998)
.
Since its creation, CAINF has shown itself to be a group with great openness to new
possibilities arising from digital technologies, and therefore we understood that it would be very
appropriate to make it the locus of our research. Be
cause the questions focused especially on
learning and not teaching music, we considered it indispensable to understand these questions
from the choir members' point of view. Moreover, considering the need to understand learning
from the point of view of a
ll participants, and as we were proposing the use of new technologies
in choral practice, we understood that action research would be the most appropriate method to
achieve the general and specific objectives of this research, which are presented below
.
T
he general objective of this research was to analyze the use of Digital Information and
Communication Technologies (ICT) in musical learning in a community choral practice. It is
important to clarify that we do not want to emphasize only the analysis of th
e use of ICTs. It
will be necessary to analyze and understand what kind of learning we are talking about (and for
this, we will approach situated learning
3
)
and what community choral practice this is (and for
this, we will dwell on demonstrating the chara
cteristics of the Communities of Practice in the
Ad Infinitum Choir). These clarifications lead us to our specific goals
.
One of the specific objectives of this research was to characterize CAINF as a
Community of Practice (COP), demonstrating the presence
in CAINF of several characteristics
presented in the literature that addresses this theme, especially in the texts by Lave and Wenger
(1991), Wenger (1998) and Wenger, Mc Dermott and Snyder (2002). Thus, we intended to
3
According to Lave and Wenger (1991), situated learning is characterized as inseparable from the social practice
in which it occurs.
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demonstrate that precisely because C
AINF is a COP, Situated Learning, in this case, musical
learning, is made possible
.
As a second specific objective, we intended to analyze how ICT, in the participants'
understanding, can contribute to choral practice, specifically in two aspects
:
1
–
In a choral rehearsal methodology (Expanded Rehearsal), especially in introducing
a new song in the repertoire of this specific amateur choir, optimizing the rehearsal time, and
consolidating what was worked during the rehearsals.
2
-
How ICTs can con
tribute to the interaction between the choir participants to favor
their musical learning
.
Literature
Aspects such as the use of ICT in practice, choir, music education and choral singing,
and music and communities of practice were considered in the li
terature review of this article.
We bring the most relevant texts for this research below
.
Torres' (2008) dissertation
“
Canja de viola: a community of musical practice in Curitiba
”
is a case study that addresses a weekly meeting of violators that has taken place in Curitiba
since 1986 in which Situated Learning (LAVE; WENGER, 1991) is observed and also the
phenomenon known as enculturation
4
.
Some aspects of musical learning are pre
sented in a
context that involves amateur beginners to highly experienced professionals in guitar musical
learning from the perspective of learning in communities of practice. The author especially
works on the issues of learning, identity, and community,
which we also address in the present
research. Through this dissertation, we also learned about Russell's (2002;2006) work on
Communities of Music Practice, from which Torres (2008) brings some quotes to present the
characteristics of a Community of Practi
ce. We re
-
present this quote here with the
characteristics of COPs as a starting point, but we will dwell more deeply on these
characteristics in the specific chapter on the theoretical perspective of COPs
:
Meaning, practice, community, and identity are
key concepts in Wenger's
(1998) theory. Meaning refers to our experience of life and the world and
practice, to our shared historical and social resources. Community refers to
4
The concept of musical enculturation refers to the acquisition of musical skills and knowledge through
immersion in the everyday music and musical practices of a social context. Almost everyone in any social context
is musically enculturated. This cannot b
e avoided because we cannot close our ears and consequently come into
contact with the music around us, not only by choice but by default. It is useful to conceive of three main ways in
which we engage directly with music: playing (including singing), comp
osting (including improvising), and
listening (including listening) (GREEN, 2000, p. 2 apud TORRES, 2008, p. 86
, our translation
)
.
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
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the social formations in which our initiatives are defined as worthy of pursuit,
and our participation is recognizable as competence. Identity has to do with
various modes of learning that create personal stories for us in our
communities. 'Practice'
-
characterized by mutual engagement, joint ventures,
and shared repertoire
-
is the
source of community coherence (RUSSELL,
2002, p. 2
-
3 apud TORRES, 2008, p. 30
, our translation
)
.
The dissertation by Guariente
(2010), which also brings in its research object the choral
singing under the perspective of Communities of Practice, used as a method for the Case Study
and also brought us many aspects that served as a starting point for the present research,
following
the suggestion of the author herself that when concluding her dissertation tells us:
I note that the study on the community of practice of the CEIC Choir brought
important data for understanding the concepts and elements described by
Wenger (1998) and Lav
e and Wenger (1991). The recognition of the
constitution of the community
-
the domain, the community, and the practice
-
and the observation of the characteristic processes of this practice, the
interests shared by the group (shared practice), the constru
ction of learning
relationships (situated learning) and the levels of participation of the group
members, were processes that guided the analyses in this text and grounded
the observation of the empirical field. Therefore, it remains to suggest that
furthe
r investigations should be conducted, in other contexts, with other
groups, to deepen and verify the significant contribution that the concept of
community of practice brings to the understanding of teaching, learning, and
aesthetic experience situations e
xperienced in different community groups of
musical practice (GUARIENTE, 2010, p. 112
-
113
, our translation
)
.
Guariente's (2010) research did not focus on using ICT in choral practice in these
communities of practice. At a given moment, Guariente (2010) c
onsiders an e
-
mail that the
choir conductor sent to the choir members to value the act of a component of the group that had
performed a service of great value for the whole group. This e
-
mail was important for the
strengthening of interpersonal bonds in th
e group, but there needs to be a highlight and not even
the intention of researching the importance of the use of ICT in choral practice, which for us,
in the present research, was the constant focus
.
Besides these dissertations, among the various articles on communities of practice that
we found, we want to bring the article by Mendes and Urbina (2015)
–
“
Análise Sobre a
Produção Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática
”
-
in which the authors make a
search in several areas (administration, education, engineering, nursing, information science,
among others, but do not present any of the dissertations that we presented above that involve
the area of music) and demonstrate
an increase in the use of this concept at the same time they
analyze how the concept of communities of practice is changing over time, and its use is being
shaped by the interests of each area of scientific knowledge. In their analysis, the authors made
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7
an
overview of the publications between 2005 and 2013, reaching 26 publications. In this
analysis, they point out a conceptual polysemy about what communities of practice are. When
addressing the evolution of the concept from its first appearance in Lave and
Wenger (1991)
until Wenger
et al.
(2002)
, they conclude that
:
It is noted a lack of clarity in the concept of communities of practice, in the
sense that the term is ambiguous since it assumes more than one meaning and
one possibility of interpretation,
which is a common feature of new concepts,
which evolve unfolding in variations that, with maturity, tend to convergence
and oneness. This evolutionary process of the concept is reflected in the
conceptual variations discussed above, which, however, are su
pported by the
concept's existence in placing limits on its appropriations (MENDES;
URBINA, 2015, p. 323
, our translation
)
.
Naturally, we perform interpretations of the concepts according to our area of study and
apply them in our research and practices. Uzuner, Hayes, and Shea (2017), in their article
“
A
Critical Review of the Use of Wenger's Community of Practice (COP) Theore
tical Framework
in Online and Blended Learning Research, 2000
–
2014
”
, which under a narrower focus, that
of online or hybrid education, analyzes the use of the concept of communities of practice in
various areas, highlight that:
Most textbooks and artic
les on the major research methods remind us that
theory influences the types of questions (or hypotheses) that researchers
generate and, consequently, influences the answers obtained from those
questions. For example, the following quote from Kilbourn (200
6, p. 545)
attests to this view: A fundamental assumption for any academic research is
that the phenomena (data) we wish to understand are filtered through a point
of view (a theoretical perspective)
-
that is, it is assumed that there is no such
thing as
value
-
free or unbiased or a correct interpretation of an event.
Interpretations are always filtered through one or more lenses or theoretical
perspectives we have to "see"; reality is nothing we find under a rock
(UZUNER; HAYES; SHEA, 2017, p. 210, our tra
nslation).
These works served as a basis for understanding the theoretical perspective on POC and
also as an incentive to apply these concepts in a more appropriate way to the specific context
of music education that we assume through the practice of the
Ad Infinintum Choir
.
By studying the research presented in this literature review, we strengthen with
academic bases our understanding of the musical education that exists in choral practice. We
also strengthen our understanding of the importance of the social context in which
this practice
is inserted. And we understand, by studying, for example, Pequini's (2016) thesis, that in the
current context, Digital Information and Communication Technologies assume a role of
relevance in people's daily lives, and this role of relevance
should not differ in the teaching and
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learning processes. As we presented, the choral practice has already been approached from the
theoretical perspective of Communities of Practice, but the approaches should have considered
the importance that today the
ICTs have for the construction and strengthening of these
communities. This aspect we wanted to bring as an addition through our research, envisioning
an exponential growth of the use of ICT in educational processes, especially in music education,
in chor
al practice.
The Method
As previously mentioned, the method adopted was Action Research, in which several
actions were proposed and executed to solve issues pertinent to CAINF's rehearsal process. The
research analyzed the use of ICT in musical learnin
g in the choir practice above. Another aspect
focused on was how ICT can contribute to the implementation of a rehearsal methodology that
provides better use of the time in the rehearsal room for musical practice, thanks to the
preparation of the choir mem
bers for that rehearsal. This proposal fits into the hybrid education
methodologies in which we intend to make the student the protagonist of his learning. In the
flipped classroom (BERGMANN; SAMS, 2016), several resources (texts, audio, videos, games,
ani
mations, etc.) are used so that the student learns the lesson content in his own time and at his
own pace at home, before working on that same content in the classroom. In a way, this idea is
already applied in several amateur choirs, but we did not find a
ny developed research involving
the flipped classroom and the practices developed in choral practice. In the Book
“
Flipped
Classroom
”
, the authors Bergmann and Sams (2016) cite cases of the application of the flipped
classroom in foreign language classes,
mathematics, science classes, humanities, and physical
education but do not report any case applied to music classes. As theoretical perspectives, we
used the concept and characteristics addressed by Wenger (1998) about Communities of
Practice and Lave and
Wenger (1991) about Situated Learning and Legitimized Peripheral
Participation. Also, from a theoretical perspective, we used the principles of the Flipped
Classroom by Bergmann and Sams (2016
).
ccording to Thiollent (1986, p. 56
, our
translation
),
“
a hypothesis is simply defined as
an assumption formulated by the researcher regarding possible solutions to a problem posed in
the research, primarily at the observational level
”
.
For our research, we worked with the
following hypotheses
:
1
-
The use of TDIC favors the development of the musical practice that occurs in
CAINF:
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9
a)
As a resource for creating and disseminating materials that will be used in the Inverted
Classroom methodology
.
b)
As a means of promoting good interactions among
the choir members, favoring
learning, strengthening identity, the sense of belonging, motivation for the tasks of the proposed
activities, and sharing information.
2
-
The Ad Infinitum Choir (CAINF) is a community of practice
.
We can recognize the
characteristics of Communities of Practice found in CAINF:
Identity, interaction among members (face
-
to
-
face and virtual), and sharing of common
experiences when members develop the same activity. The observation will also show us that
in the characteristi
c processes of this choral practice, we will perceive the interests shared by
the group (shared practice) and the construction of learning relations (situated learning) in
different levels of participation of CAINF members
.
3.
There is musical learning th
rough the choral practice of CAINF.
Always consider the way Lave and Wenger (1991) think of learning: a process of
participation in communities of practice and not simply as individuals' reception and
accumulation of information and factual knowledge. In t
he theoretical contextualization, we
then addressed situated learning that occurs through initially peripheral participation that
gradually assumes greater mastery and engagement.
We did not conduct a workshop with the research participants in the strict
manner as
Thiollente (1986), one of the action research theorists, describes. However, we performed the
following actions and considered that even though we did not hold meetings solely for this
purpose, we effectively achieved the purpose of the seminar a
s thought by Thiollente (1986)
:
a)
W
e presented to the participants during some rehearsals and in Whatsapp messages
the research we were developing and the actions we were proposing to carry out.
b)
We obtained constant feedback through the Whatsapp
group interactions and the face
-
to
-
face conversations we had regarding the results of the proposed actions
.
c)
This feedback generated new actions in rehearsals of new works and the recognition
by the participants of the value of the actions to solve the pro
blems
.
We obtained most of our data through the conversations and interactions of the
Whatsapp group of the Ad Infinitum Choir. We evidenced in our analyses the importance of
Whatsapp interactions for learning. Most of the research material we obtained by
constantly
recording the activities through the conversations and reports in the Whatsapp group of the Ad
Infinitum Choir, our main source of field recording, were the conversations held in the
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
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Whatsapp group of the Ad Infinitum Choir. We were using the
“
e
xport conversation
”
feature
available by the Whatsapp application and converting the conversations to be edited in a text
editing program. In a little over a year since the creation of the group, over 700 pages of text
from the conversations have been gene
rated. Not included in the count of these pages were any
of the numerous audio, image, and video files sent to the group
.
We analyzed and interpreted the conversations to highlight the ones we consider most
relevant to characterize CAINF as a Community of
Practice, the importance of ICTs for the
learning that occurs in this community under this view, and also under the view of the
“
flipped
classroom
”
methodology
.
The Data
CAINF was invited to present Villa
-
Lobos' Chôros 10 in the 40th
-
anniversary concert
of the Symphony Orchestra of the Teatro Nacional Cláudio Santoro in Brasília
-
DF. We present
below the main ways the ICTs came in to contribute to the musical learning of th
e choir
members of the groups involved in the work and other more traditional rehearsal options to
ensure musical learning. The following list is far from reaching all the possibilities of using
DTIC in choral practice, not least because DTs are growing ex
ponentially, and it would be
impossible, even superficially, to experience all the possibilities. We present below the nine
actions that we carried out with CAINF to reach
“
Chôros 10
”:
1
–
Rehearsal kit
First, a rehearsal kit was recorded without
voice, only the piano and organ sound. In fact,
we chose to rewrite all the voices in a music notation program for greater rhythmic accuracy of
the rehearsal kit and then convert the file to midi
5
.
Then, the file was sent to the CAINF
Whatsapp group. The biggest concern was to establish a rhythmic precision given the various
polyrhythms that the music presented.
2
–
Recording the rehearsals and making them available on the Youtube platform.
5
Midi is short for Musical Instrument Digital Interface
-
a physical and logical interconnection standard that
enables the
communication between electronic musical instruments, computers, and other related devices.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
esp. 1,
e02202
5
, 2022.
e
-
ISSN: 2446
-
7154
DOI:
https://doi.org/
10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
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11
The re
cording of two rehearsals in the final stage of preparation was made available: the
first
6
lasted 1 hour, 19 minutes, and 20 seconds.
A second
7
rehearsalwith
the presence of a television crew that came to make a report
on the choir's preparation and the orchestra's anniversary, lasted 1 hour and 55 minutes.
3
-
Rehearsals of suits
.
Por iniciativa dos próprios coralistas, cada naipe acabou criando um grupo d
e
Whatsapp
aonde trocam informações específicas.
4
–
Specific rehearsals of vocal technique by suit
.
5
-
Send YouTube video links with complete recordings of Chôros
10 with the
suggestion that everyone watch them get an idea of the entire work
.
6
–
Sharing diverse information about the work "Chôros
10" and the original melody
used by Villa Lobos that was composed by Catulo da Paixão Cearense with poetry by Anacleto
de Medeiros
.
7.
Send a video with tips, corrections, and alerts for all suits separately
.
8.
Video
8
of the choir
participating in the first rehearsal with the orchestra
.
We proposed to CAINF, in this last action, that the use of ICT could support the whole
choir rehearsal process. Before starting rehearsals, the initial information was sent to the choir
members so t
hey could practice according to their learning pace. As we recorded the in
-
person
rehearsals, the choir members could review what was rehearsed. We also edited the videos and
excluded moments that we considered unnecessary for the learning of the choir par
ticipants. At
the same time, we were learning how to do better rehearsals with less time wasted. We then
sent this edited rehearsal to the choir members to review at home to answer questions or to
6
The essay is available
em:
https://www.youtube.com/watch?v=IduiX7HrOfk&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=5
.
Access: 10 Jan.
2022.
7
Available at
:
https://www.youtube.com/watch?v=NDEnQGl80cE&index=2&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA
8
Available at
:
https://www.youtube.com/watch?v=Fobc2aaLEi8&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=1.
Access: 10 Jan. 2022.
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420
strengthen a piece of information to transform it into effe
ctive knowledge or a skill positively
experienced
.
The Result
s
Next, we will analyze the use of the recorded videos to help learn the word "Chôros
10"
by Villa Lobos. We will use statistical data from Youtube. We had 75 views of this video, with
an average of 14 minutes and 50 seconds. The retention rate for this video was 18.7%, which
was higher than other pieces we have worked on with the same cho
ir. When the choir members
were asked to comment on the videos and their relation to the preparation of "Chôros 10," we
could confirm, compared with the retention rate data from Youtube, the preference for edited
videos or videos that bring specific moment
s from the previous rehearsal and seek to address
specific problems that they often realize exist, but do not know exactly how to solve. Finally,
let's look at some comments that show the convergence with the Youtube data
:
Hints with quick resolutions fo
r persistent problems in individual study.
(Maria, choral singer from CAINF
).
I could improve on what I was not doing well, listen to it, and correct it. (João,
CAINF's choralist)
.
The videos were very objective and solved doubts concerning my group's
melody.
(Pedro, choralist from CAINF
).
It was great because it allowed the condu
ctor to point out our greatest
difficulties and make the necessary observations. If it weren't for this resource,
there wouldn't be time. Instead, it worked as an extension of the class,
increasing our time of almost direct contact with the conductor. (Ana
, CAINF
chorus girl).
Suppose we add up the total number of minutes spent by the choir singers watching all
the videos posted (including the ones we didn't get to comment on here). In that case, 1984
minutes, equivalent to over 33 hours, were added to the face
-
to
-
face rehearsal
time. Of course,
we are not evaluating here the quality of this time, but the constant contact with a piece of music
can have its value, at least in terms of the important familiarization with it. And we are talking
about a post
-
rehearsal time without con
sidering the time invested in studying the rehearsal kits
used before and after a face
-
to
-
face rehearsal. We call it
“
Expanded Rehearsal
”
because it starts
before the in
-
person rehearsal and extends after the in
-
person rehearsal. This perception of the
ext
ension of the rehearsal could also be perceived in the choir members' speech.
So let's look
at some of them:
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I take the rehearsal home. (Maria, CAINF choralist)
.
Any study tool is valid, but when access to these tools is in our hands through
a cell
phone, notebook, or computer, we can optimize our study time, and we
are open to depending on a suitable place and time. (João, CAINF
choralist
).
The videos are useful for us to observe our mistakes (aiming at not repeating
them) and follow the group's ev
olution.
(Pedro, CAINF
choralist
).
Excellent resources for those who have little knowledge of reading scores. I
wouldn't be able to participate in the Ad Infinitum events without these
resources (Ana, CAINF's choralist
).
These resources optimize the use of the rehearsals because they allow
individualized leveling. And they generate excitement to try the training
sessions as a whole. (Paulo, CAINF's choralist).
The media resources are essential to complete the rehearsals. However, one
does not replace the other, they complement each other (
Joana, choralist from
CAINF).
We observe that these statements
-
extracted from the choir members' accounts
-
characterize, in their language, our conception of an
“
Expanded Essay
”
. The way we broke
some space/time barriers with the use of ICT was fundame
ntal for learning the work. We also
observed that, in this process, the choir singers who participated in the proposed activities,
besides the rehearsal, acquired a greater intimacy with the work, which consequently generated
greater security in their part
icipation, greater motivation, and greater identification with the
group, which was united around that undertaking. Finally, the rehearsal is expanded as it begins
before the first face
-
to
-
face meeting and extends beyond it; it takes place at home, in the
car, in
the rehearsal room, in a hotel room, or wherever the choralist is
.
The notion of learning space goes beyond the limits of the concept of
space/place. With the emergence of the
“
network society
”,
new digital and
virtual learning spaces are being established through the access and creative
use of new communication and infor
mation technologies. As a result, new
relationships with knowledge are being established in a hybrid process
between man and machine, weaving complex webs of relationships with the
world (SANTOS, 2004, p. 428
, our translation
).
Thinking about this issue,
we sent the following question to the choir members: What
was most important for your musical learning, in practice, a choir of Ad Infinitum? 74.2%
answered that it was the in
-
person rehearsal, while 25.8% answered that it was the use of the
rehearsal kit
s and videos. We then decided to understand this question better and find
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Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A
research in a community choir
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explanations for this result. In the comments of the choir members, it was then that we could
find a plausible explanation for this question. A very active participant in the group w
rote:
The rehearsal kits are fundamental for those who expect to improve
themselves. If we all studied through the kits, the rehearsals would help the
conductor mold the music his way (Maria, CAINF's choir member).
For this choir member, the process consists of having the rehearsal kits and the in
-
person
rehearsals in equal importance. In this action proposed to the Ad Infinitum Choir, the use of
ICTs was well characterized and understood by most participants. Accord
ing to our
understanding, the comments below demonstrate that most of the choir participants understood
the action
-
research proposal very well.
Let's see:
I listen during traffic while driving, and I learn a lot, when little at the very
least, we familiarize ourselves with the piece or fix the pronunciation, cuts,
and duration, but something always remains, and this all while you are stuck
in a traffic jam,
it would be impossible without these media.
(Pedro, choralist
of CAINF
).
Especially with regard to individual studies, the use of social media was
fundamental. My audition about others and with others would not be effective
without these resources. (Ana, CAINF's choralist)
.
The rehearsal kits support individual learning outsi
de the rehearsals (Paulo,
CAINF's choir member).
My performance wouldn't be the same without the rehearsal kits and videos. I
used these resources very often to study at home in all programs. However, it
is worth mentioning that the use of videos and kits
individually does not
replace the essential in
-
person rehearsal for choral practice (João, CAINF's
choir member).
We noticed that 90.3% of the choralists
who participated in the research believe that
they would not have the same musical learning they had while participating in CAINF without
using ICT in the various forms and that these were used.
Final consideration
s
In this research, we proposed actio
ns that involved the use of ICT in the practice of an
amateur choir. We understand this choir as a Community of Practice where learning occurs
mainly thanks to legitimate peripheral participation, which according to Lave and Wenger
(1991), is the one in wh
ich the novice participant stops being peripheral to assume a more
central role in a COP. The actions with ICTs served both to propitiate learning and to strengthen
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the characteristics of a COP in CAINF. Finally, we wanted to demonstrate the main
character
istics of a COP through the perception of the participants and their interactions that
were intense through ICT.
We wanted to highlight the importance of allowing people with no experience in choral
practice to have the opportunity to live and practice to
gether with more experienced people. In
this kind of open learning environment, everyone can learn something, and ICT can reduce the
differences between beginners and more experienced ones. For example, a less experienced
choir member can listen to a
“
rehe
arsal kit
”
as many times as necessary and in the tempo that
suits them best, and thus arrive at a rehearsal knowing their part in conditions of repertoire
mastery similar to the experienced choir member who may not even need to study a certain
song because
they already know it
.
Legitimate peripheral participation is how Lave and Wenger (1991) found to analyze
learning in a social context that primarily involves practice. This participation only occurs
thanks to the existence of communities of practice
.
Upon being invited to engage in a venture, the early CAINF participants had no idea
they would be starting a COP, but the desire for musical learning was probably already present
in each of their minds. The acceptance of the other was negotiated and acquir
ed a meaning
befitting this community being created and becoming part of its identity
.
The context that involved the participation in CAINF strongly brought the use of ICTs,
and without them, the creation, practice, and maintenance of the group would have
been much
more expensive in terms of time, and with little flexibility in terms of space, since the ICTs the
choirboys could access the rehearsal at any time and place they wanted
.
The rehearsal, in this experience, proved to be the most important moment
of any choral
community. The actions we developed in the research could be expanded, and the practice could
also happen beyond (before and after) the face
-
to
-
face rehearsal moments
.
In practice, the choral of CAINF, the domain for which everyone came toge
ther, can be
translated into practical actions: singing in tune your voice in consonance with the other voices.
It also understands the gesture and language used by those in front of the group, responding
correctly to the gesture or directions expressed fo
r a musical interpretation. Finally, there are
many skills involved in the framework of activities that the participants of a choir should
develop, and for some of these skills, the ICTs were of great help to the CAINF choir members
.
We tried to demonstrate in the course of this research that the dynamics of the Expanded
Rehearsal made it possible for the choir members to enjoy the rehearsal more, that they had
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research in a community choir
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pleasant moments of practice, and that the time invested in the joint ventu
re was worthwhile,
leaving the participants with a sense of accomplishment, according to the testimonies described
above
.
We were also interested in knowing how the ICTs contributed to the participants'
wholeheartedness. When we talk about intimacy, we re
fer to how people relate to each other.
Without this interaction, we cannot talk about communities of practice. For example, in the
article
“
Virtual learning communities: new learning dynamics require new forms of evaluation
”
,
Araujo and Lucena Filho (2005
) demonstrate the importance of interactions between
participants in virtual communities for developing an environment more conducive to learning.
The authors emphasize how ICTs are transforming the way individuals interact in society and
point out that
:
For Peters
(2003),
communicative competence should be emphasized in future
pedagogical settings. "This will be especially important in computerized
learning environments, as communications will be compressed, accelerated,
and globalized because many
new types of virtual communications will be
offered that contribute to the generation and acquisition of knowledge." It is
expected that the production of knowledge can be the result of a collective
process, as, for example, in communities of knowledge con
struction
(ARAUJO; LUCENA FILHO, 2005, p. 330
, our translation
).
We could observe constant messages in the WhatsApp group that contributed to the
creation of an environment conducive to learning: phrases of motivation, sharing of videos or
inspiring songs
, prayer requests, thanks, appointments of meetings and get
-
togethers,
compliments, life experiences, testimonials from people about the choir presentations. When
asked whether the interactions in the Whatsapp group, especially among choir members, had
con
tributed to musical learning, 77.4% of the choir members responded affirmatively.
Providentially, this research engaged with these themes of expanding (of rehearsal
through the use of ICTs) and decreasing distances (between people, between them and learni
ng,
between people and meaningful practices, between the periphery and fuller participation) that
occur thanks to the existence of Communities of Practice. And the most providential thing was
that all this had as research locus a choir called to expand Ad
Infinitium
.
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Eldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINS
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8,
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Eldom SOARES
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–
DF
–
Brasil.
Master’s degree of Music
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Paulo Roberto Affonso MARINS
Universidade de Brasília (UnB), Brasília
–
DF
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Brasil
.
Associate Professor in the Department
of Music.
Doctoral degree in Music/Sound Recording
(UNIS/Grã
-
Bretanha).
Processing and publication by the Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Reviewing, formatting, standardization and translation.