image/svg+xmlRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 1A APRENDIZAGEM MUSICAL E O USO DAS TDIC EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA: UMA PESQUISA EM UM CORAL COMUNITÁRIOEL APRENDIZAJE MUSICAL Y EL USO DE LA TDIC EN UNA COMUNIDAD DE PRÁCTICA: UNA INVESTIGACIÓN EN UN CORO COMUNITARIOMUSIC LEARNING AND THE USE OF DICT IN A COMMUNITY OF PRACTICE: A RESEARCH IN A COMMUNITY CHOIREldom SOARESUniversidade de Brasília (UnB)e-mail: maestroeldom@gmail.comPaulo Roberto Affonso MARINSUniversidade de Brasília (UnB)e-mail: marins@unb.brComo referenciar este artigoSOARES, E.; MARINS, P. R. A. A aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitário. Revista Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420Submetido em: 10/03/2022Revisões requeridas em: 05/05/2022Aprovado em: 01/07/2022Publicado em: 01/12/2022
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 2RESUMO: O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na aprendizagem musical em um coral comunitário, sendo este coral chamado por Comunidade de Prática Como objetivos específicos, esta pesquisa compreendeu as características de uma Comunidade de Prática, bem como analisar a contribuição das TDIC no processo de preparação coral para um concerto. O método adotado foi a Pesquisa-Ação, na qual diversas ações foram propostas e executadas com vistas à resolução de questões pertinentes ao processo de ensaio do referido coral. Para analisar os dados, trabalhou-se sob a ótica de três perspectivas teóricas: a Aprendizagem Situada, as Comunidades de Prática (COP) e a metodologia “Sala de Aula Invertida”. Ao fim, é proposto o nome de “Ensaio Expandido” para o tipo de metodologia de ensaio que foi desenvolvida, baseada na aplicação dos princípios da “Sala de Aula Invertida”, na prática, coral.PALAVRAS-CHAVE:TDIC. Comunidades de prática. Sala de aula invertida.RESUMEN: El objetivo general de esta investigación fue analizar el uso de las Tecnologías Digitales de la Información y la Comunicación (TDIC) en el aprendizaje musical en un coro comunitario, entendiendo este coro como una Comunidad de Práctica. Como objetivos específicos, esta investigación pretendía comprender las características de una Comunidad de Práctica, así como analizar la contribución de las TDIC en el proceso de preparación coral para un concierto. El método adoptado fue la de Investigación-Acción, en la que se propusieron y ejecutaron varias acciones para resolver cuestiones relacionadas con el proceso de ensayo del coro. Para el análisis de los datos se utilizaron tres perspectivas teóricas: el Aprendizaje Situado, las Comunidades de Práctica (COP) y la metodología del "Aula Invertida". Al final, se propone el nombre de "Ensayo Expandido" para el tipo de metodología de ensayo que se desarrolló, basado en la aplicación de los principios del "Aula Invertida" en la práctica coral.PALABRAS CLAVE: TDIC. Comunidad de práctica. Aula invertida.ABSTRACT:The general objective of this research was to analyze the use of Digital Information and Communication Technologies (DICT) in musical learning in a community choir, being this choir understood as a "Community of Practice". As specific objectives, this research sought to understand the characteristics of a Community of Practice and to analyze the contribution of DICT in the process of choral preparation for a concert. The method adopted was Action-Research, in which several actions were proposed and executed to solve issues related to the rehearsal process of the choir. Three theoretical perspectives were used to analyze the data: Situated Learning, Communities of Practice (COP), and the "Flipped Classroom" methodology. In the end, the name "Expanded Rehearsal" is proposed for the rehearsal methodology developed based on applying the principles of the "Flipped Classroom" in choral practice.KEYWORDS: DICT. Community of practice. Flipped classroom.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 3IntroduçãoO primeiro autor deste artigo é regente coral há mais de 20 anos. Em 2018, iniciou seus trabalhos com regente do Coral Ad Infinitum (CAINF), um coral comunitário, formado inicialmente através da criação de um grupo de pessoas pelo aplicativo Whatsapp1. Desde a sua criação o Coral Ad Infinitum mostrou-se muito aberto às possibilidades do uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) bem como a todo tipo de atividade que trouxesse alguma facilitação à aprendizagem e realização musical. Entendemos também que no âmbito da prática coral -essencialmente uma prática coletiva -estava imersa uma aprendizagem musical. Oliveira (2011) tem um pensamento semelhante e nos explica que: O canto coral, pelo fato de ser uma atividade artística coletiva,se torna um corpo social em que a educação musical é possibilitada por sua ação em conjunto. Nos ensaios, a integração não somente faz parte da rotina do canto como pode ser um importante meio de educação musical (OLIVEIRA, 2011, p. 1).O foco inicial desse trabalho era analisar como os chamados kits de ensaio2e vídeos de gravações dos ensaios poderiam colaborar na individualização da aprendizagem de um coralista amador. Como o ensaio presencial poderia ser mais proveitoso e prazeroso para todas as vozes ao mesmo tempo? Como poderíamos suprir uma inevitável ausência de um coralista a um importante ensaio? Como poderíamos evitar que o que foi trabalhado em um ensaio se perdesse antes que pudéssemos ter o próximo ensaio? Tudo isto poderia causar uma sensação de perda de tempo, provocar muitas desistências e falta de vontade de participar em todos os ensaios de um coral. Acreditávamos que as TDIC poderiam nos ajudar nestes aspectos. Gohn (2010, p. 121) nos explica que:Os chamados “softwares sociais”, ou seja, aqueles que possibilitam interações entre seus usuários, com trocas de imagens e mensagens pessoais, têm sido estudados para aproximar alunos e professores em cursos baseados na internet (pode-se citar como exemplos JOYCE E BROWN, 2009, no caso específico da música, SLAVUO, 2008; GOHN, 2008a).O uso de blogs, wikis e podcasts, outros meios on-line que podem ser abertos à participação de aprendizes musicais, também já foi foco de investigações (RUTHMANN, 2007; GOHN, 2008). Sem dúvida, a educação a distância é beneficiada com as oportunidades de comunicações síncronas e assíncronas que surgiram com os diversos websites existentes na “nuvem computacional”. Além de proporcionar intercâmbios de conteúdos educacionais, esses softwares permitem uma 1Whatsapp é um aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz e vídeo para smartphones. Com ele é possível o compartilhamento de mensagens de texto, imagens, vídeos e outros tipos de arquivos de documentos em formatos como PDF ou Word.2Material gravado em forma de áudio ou vídeo para que os coralistas possam estudar em casa.
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 4socialização entre os participantes de um determinado grupo, que compartilham diferentes aspectos de suas vidas e sentem uma “presença” dos colegas e de seus mestres. Tanto nos cursos realizados essencialmente on-line, como naqueles em que a Internet é usada como complemento a atividades presenciais, a interação nas redes eletrônicas pode fortalecer a sensação de pertencimento ao grupo.Para a presente pesquisa alguns aspectos destacados por Gohn (2010) foram fundamentais: as TDIC como complemento a atividades presenciais e a interação no fortalecimento da sensação de pertencimento ao grupo, o que entendemos ser crucial para a aprendizagem. Sobre o complemento a atividades presenciais chegaremos a uma proposta de metodologia de ensaio com o uso das TDIC,que denominamos Ensaio Expandido, inspirados na metodologia Sala de Aula Invertida conforme apresentada por Bergmann e Sams (2016), se tornando esta metodologia uma de nossas perspectivas teóricas; sobre a importância da interação e da sensação de pertencimento ao grupo fatores incrementados com o uso das TDIC chegamos às outras duas perspectivas teóricas com quem dialogamos: a Aprendizagem Situada (LAVE; WENGER, 1991) e as Comunidades de Prática (WENGER, 1998).Desde sua criação, o CAINF se mostrou ser um grupo com grande abertura para novas possibilidades advindas com as tecnologias digitais e por isto entendemos que seria muito propício efetuar dele o lócus de nossa pesquisa. Pois, as questões focavam especialmente na aprendizagem e não no ensino damúsica, consideramos que seria indispensável entender estas questões a partir do ponto de vista dos coralistas. Tendo em vista a necessidade de compreender a aprendizagem sob o ponto de vista de todos os participantes e como estávamos propondo o uso de novas tecnologias, na prática, coral, entendemos que a pesquisa-ação seria o método mais adequado para alcançar os objetivos gerais e específicos da presente pesquisa, que se seguem abaixo. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na aprendizagem musical em uma prática coral comunitária. Importante esclarecer que não queremos dar um destaque apenas à análise do uso das TDIC. Será preciso analisar e entender sobre que tipo de aprendizagem estamos falando (e para isto abordaremos a aprendizagem situada3) e sobre qual prática coral comunitária é esta (e para isto iremos nos deter a demonstrar as características das Comunidades de Prática no Coral Ad Infinitum). Estes esclarecimentos nos levam a nossos objetivos específicos.3Aprendizagem situada, segundo Lave e Wenger (1991), é aquela que se caracteriza como inseparável da prática social em que ocorre.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 5Um dos objetivos específicos desta pesquisa foi caracterizar o CAINF como uma Comunidade de Prática (COP), demonstrando a presença no CAINF de várias características apresentadas na literatura que aborda este tema, especialmente nos textos de Lave e Wenger (1991), Wenger (1998) e Wenger, Mc Dermott e Snyder (2002). Pretendíamos assim demonstrar que justamente por que o CAINF é uma COP, a Aprendizagem Situada, no caso, a aprendizagem musical, é possibilitada. Como segundo objetivo específico, pretendíamos analisar como as TDIC, no entendimento dos próprios participantes, podem contribuir na prática coral, especificamente em dois aspectos: 1 Numa metodologia de ensaio coral (Ensaio Expandido), especialmente no processo de introdução de uma música nova no repertório deste específico coral amador, na otimização do tempo de ensaio e na consolidação daquilo que foi trabalhado durante os ensaios. 2 -Como as TDIC podem contribuir para que a interação entre os participantes do coral favoreça o aprendizado musical dos mesmos. A LiteraturaAspectos como uso das TDIC, na prática, coral, educação musical e canto coral e música e comunidades de prática foram considerados na revisão de literatura deste artigo. Trazemos a seguir os textos mais relevantes para esta pesquisa.A dissertação de Torres (2008) “Canja de viola: uma comunidade de prática musical em Curitiba” é um estudo de caso que aborda um encontro semanal de violeiros que acontece em Curitiba desde 1986 no qual a Aprendizagem Situada (LAVE; WENGER, 1991) é observada e também o fenômeno conhecido como enculturação4. Alguns aspectos da aprendizagem musical são apresentados num contexto que envolve desde participantes iniciantes amadores até profissionais de grande experiência na aprendizagem musical da viola, isto sob a perspectiva da aprendizagem nas comunidades de prática. A autora trabalha especialmente as questões de aprendizagem, identidade e comunidade que também abordamos na presente pesquisa. Através desta dissertação nós também tomamos conhecimento do trabalho de Russell (2002;2006) sobre 4O conceito de enculturação musical refere-se à aquisição de habilidades e conhecimento musicais pela imersão na música cotidiana e das práticas musicais de um contexto social. Quase todos em qualquer contexto social são musicalmente enculturados. Isto não pode ser evitado porque nós não podemos fechar nossos ouvidos, e nós conseqüentemente entramos em contato com a música que está à nossa volta, não somente por escolha, mas à nossa revelia. É útil conceber três principais modos em que nos engajamos diretamente com música: tocando (incluindo cantar), compondo (incluindo improvisar) e ouvindo (incluindo escutar) (GREEN, 2000, p. 2, apud TORRES, 2008, p. 86).
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 6Comunidades de Prática Musical, dos quais trabalhos Torres (2008) traz algumas citações para apresentar as características de uma Comunidade de Prática. Reapresentamos aqui esta citação com as características das COP como ponto de partida, mas nos deteremos mais profundamente nestas características no capítulo específico sobre a perspectiva teórica das COP:Significado, prática, comunidade e identidade são conceitos-chave na teoria de Wenger (1998). O significado se refere à nossa experiência de vida e do mundo e a prática, aos nossos recursos históricos e sociais compartilhados. Comunidade refere-se às formações sociais nas quais as nossas iniciativas são definidas como dignas de prossecução e nossa participação é reconhecível como competência. Identidade tem a ver com várias modalidades de aprendizagem que criam histórias pessoais para nós em nossas comunidades. ‘Prática’ -caracterizada pelo engajamento mútuo, empreendimentos conjuntos e repertório compartilhado -é a fonte de coerência da comunidade (RUSSELL, 2002, p. 2-3 apud TORRES, 2008, p. 30).A dissertação de Guariente(2010), que também traz em seu objeto de pesquisa o canto coral sob a perspectiva das Comunidades de Prática, utilizou como método o Estudo de Caso e nos trouxe também muitos aspectos que serviram como ponto de partida para a presente pesquisa, seguindo asugestão da própria autora que ao concluir sua dissertação nos diz:Observo que o estudo sobre a comunidade de prática do Coral CEIC trouxe dados significativos para a compreensão dos conceitos e elementos descritos por Wenger (1998) e Lave e Wenger (1991). O reconhecimento da constituição da comunidade o domínio, a comunidade e a prática e a observação dos processos característicos desta prática, os interesses compartilhados pelo grupo (prática compartilhada) a construção das relações de aprendizagem(aprendizagem situada) e os níveis de participação dos membros do grupo, foram processos que nortearam as análises neste texto e fundamentaram a observação do campo empírico. Resta, portanto, sugerir que novas investigações sejam realizadas, em outros contextos, com outros grupos, para aprofundar e verificar a significativa contribuição que o conceito de comunidade de prática traz para compreensão das situações de ensino, aprendizagem e experiência estética, experimentadas em diferentes grupos comunitáriosde prática musical (GUARIENTE, 2010, p. 112-113).A pesquisa de Guariente (2010) não teve como foco a utilização das TDIC na prática coral, que ocorre nestas comunidades de prática. Em um dado momento, Guariente (2010) faz uma consideração sobre um e-mail que a regente do coral enviou aos membros do coral para valorizar a ação de uma componente do grupo que havia realizado um serviço de grande valia para todo o grupo. Este e-mail foi importante para o fortalecimento dos laços interpessoais no grupo, mas não há nenhum destaque e nem mesmo a intenção de se pesquisar a importância do uso das TDIC na prática coral, o que para nós, na presente pesquisa, foi o foco constante.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 7Além destas dissertações, dentre os vários artigos sobre comunidades de prática que encontramos, queremos trazer o artigo de Mendes e Urbina (2015) -“Análise Sobre a Produção Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática” no qual os autores fazem uma busca em diversas áreas (administração, educação, engenharia, enfermagem, ciência da informação, entre outras, mas não apresentam nenhuma das dissertações que apresentamos acima que envolvem a área de música) e demonstram um crescimento no uso deste conceito ao mesmo tempo, em que analisam como o conceito de comunidades de prática vai mudando no decorrer do tempo, e o seu uso vai se moldando aos interesses próprios de cada área do conhecimento científico. Em sua análise os autores fizeram um apanhado das publicações entre os anos 2005 e 2013, atingindo um total de 26 publicações. Nesta análise, eles ressaltam que existe uma polissemia conceitual sobre o que são comunidades de prática. Ao abordar a evolução do conceito desde a sua primeira aparição em Lave e Wenger(1991) até Wenger et al. (2002) eles concluem que: Nota-se uma falta de clareza no conceito de comunidades de prática, no sentido do termo revelar-se ambíguo, posto que assume mais de um sentido e de uma possibilidade de interpretação, o que é um traço comum de conceitos novos, os quais evoluem desdobrando-se em variações que,com a maturidade, tendem à convergência e à unicidade. Esse processo evolutivo do conceito está refletido nas variações conceituais discutidas anteriormente, as quais, no entanto, são amparadas pela existência do conceito na colocação de limites em suas apropriações (MENDES; URBINA, 2015, p. 323).É natural que realizemos interpretações dos conceitos de acordo com nossa área de estudo e na aplicação dos mesmos em nossas pesquisas e práticas. Uzuner, Hayes e Shea (2017),em seu artigo “A Critical Review ofthe Use of Wenger’s Community of Practice (COP) Theoretical Framework in Online and Blended Learning Research, 2000 2014”, que, sob um foco mais restrito, o da educação online ou híbrida, faz uma análise do uso do conceito de comunidades de prática em diversas áreas, destacam que: A maioria dos livros didáticos e artigos dos principais métodos de pesquisa nos lembra que a teoria influencia os tipos de perguntas (ou hipóteses) que os pesquisadores geram e, consequentemente, influencia as respostas obtidas a partir dessas questões. A seguinte citação de Kilbourn (2006, p. 545) atesta essa visão: Um pressuposto fundamental para qualquer pesquisa acadêmica é que os fenômenos (dados) que desejamos entender são filtrados através de um ponto de vista (uma perspectiva teórica) -isto é, supõe-se que não exista algo como isento de valor ou imparcial, ou uma correta interpretação de um evento. Interpretações são sempre filtradas através de uma ou mais lentes, ou perspectivas teóricas que temos para “enxergar”; a realidade não é nada que encontramos sob uma rocha (UZUNER; HAYES; SHEA, 2017, p. 210, tradução nossa).
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 8Estes trabalhos nos serviram de base para o entendimento da perspectiva teórica sobre as COP e também como incentivo para aplicar estes conceitos de maneira mais apropriada ao contexto específico da educação musical que pressupomos acontecer por meio da prática do Coral Ad Infinintum. Ao estudarmos as pesquisas apresentadas nesta revisão de literatura fortalecemos com bases acadêmicas o nosso entendimento da educação musical que existe na prática coral. Fortalecemos também a compreensão da importância do contexto social em que esta prática está inserida. E entendemos, ao estudar, por exemplo, a tese de Pequini (2016), que no contexto atual as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação assumem um papel de relevância no cotidiano das pessoas e este papel de relevância não deveria diferir nos processos de ensino e aprendizagem. Conforme apresentamos, a prática coral já foi abordada sob a perspectiva teórica das Comunidades de Prática, mas as abordagens não consideraram a importância que hoje as TDIC possuem para a construção e o fortalecimento destas comunidades. Foi este aspecto que quisemos trazer como acréscimo por meio de nossa pesquisa, vislumbrando um crescimento exponencial do uso das TDIC nos processos educacionais, especialmente na educação musical, na prática, coral. O MétodoConforme mencionado anteriormente, o método adotado foi a Pesquisa-Ação, na qual diversas ações foram propostas e executadas com vistas à resolução de questões pertinentes ao processo de ensaio do CAINF. A pesquisa analisou o uso das TDIC na aprendizagem musical, na prática do referido coral. Outro aspecto focado foi como as TDIC podem contribuir para a implementação de uma metodologia de ensaio que preveja um melhor aproveitamento do tempo em sala de ensaio para a prática musical em conjunto graças ao preparo antecipado dos coralistas para aquele ensaio. Cremos que está proposta se enquadra nas metodologias de educação híbrida em que se pretende que o aluno assuma o protagonismo de seu aprendizado. Na Sala de Aula Invertida (BERGMANN; SAMS, 2016) vários recursos (textos, áudios, vídeos, games, animações, etc.) são utilizados para que o aluno apreenda o conteúdo da aula no seu tempo e no seu ritmo em casa, antes de trabalhar aquele mesmo conteúdo em sala de aula. De certo modo, na prática, esta ideia já é aplicada em diversos corais amadores, mas não encontramos nenhuma pesquisa desenvolvida que envolvesse a sala de aula invertida e as práticas desenvolvidas na prática coral. No Livro “Sala de Aula Invertida”, os autores Bergmann e Sams (2016) citam casos da aplicação da sala de aula invertida em aulas de língua
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 9estrangeira, matemática, aulas de ciências, humanidades e educação física, mas não relatam nenhum caso aplicado às aulas de música. Como perspectivas teóricas, utilizamos o conceito e as característicasabordadas por Wenger (1998) sobre as Comunidades de Prática e Lave e Wenger (1991), sobre Aprendizagem Situada e Participação Periférica Legitimada. Também como perspectiva teórica utilizamos os princípios da Sala de Aula Invertida de Bergmann e Sams (2016). Segundo Thiollent (1986, p. 56) “uma hipótese é simplesmente definida como suposição formulada pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções a um problema colocado na pesquisa, principalmente ao nível observacional”. Para a nossa pesquisa trabalhamos com as seguintes hipóteses:1 -O uso das TDIC favorece o desenvolvimento da prática musical que ocorre no CAINF: a) Como recurso de criação e difusão dos materiais que serão utilizados na metodologia Sala de Aula Invertida. b) Como meio propiciador de boas interações entre os membros do coral, favorecendo o aprendizado, fortalece a identidade, o senso de pertencimento, a motivação para as tarefas próprias das atividades propostas e o compartilhamento de informações.2 -O Coral Ad Infinitum(CAINF) éuma comunidade de prática. Podemos reconhecer as características de Comunidades de Prática que se encontram no CAINF: Identidade, interação entre os membros (presencial e virtual) e compartilhamento de experiências em comum ao desenvolverem os membros uma mesma atividade. Pressupomos que a observação nos mostrará também que nos processos característicos desta prática coral perceberemos os interesses compartilhados pelo grupo (prática compartilhada) a construção das relações de aprendizagem (aprendizagem situada) em diferentes níveis de participação dos membros do CAINF. 3. Existe uma aprendizagem musical por meio da prática coral do CAINF.Sempre considerando a forma como Lave e Wenger (1991) pensam sobre a aprendizagem: um processo de participação em comunidades de prática,e não simplesmente como a recepção e o acúmulo de informação e conhecimentos factuais por parte dos indivíduos. Na contextualização teórica abordamos, então, a aprendizagem situada que ocorre através de uma participação inicialmente periférica que vai gradualmente assumindo um maior grau do domínio e engajamento.
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 10Não foi realizado um seminário com os participantes da pesquisa nos moldes estritos conforme preconizado por Thiollente (1986), um dos teóricos da pesquisa-ação descreve. Entretanto, realizamos as seguintes ações e consideramos que mesmo não tendo realizado reuniões somente com este propósito, atingimos de modo eficaz o propósito do seminário conforme pensado por Thiollente (1986) enquanto: a)Apresentamos aos participantes no decorrer de alguns ensaios e em mensagens do Whatsappa pesquisa que estávamos desenvolvendo e as ações que estávamos propondo realizar.b)Obtivemos feedbacksconstantes através das interações no grupo de Whatsappe das conversas presenciais que tínhamos a respeito dos resultados das ações propostas.c)Estes feedbacks geraram novas ações em ensaios de novas obras e o reconhecimento pelos participantes do valor das ações para a solução dos problemas.Obtivemos a maioria dos nossos dados através das conversações e interações do grupo de Whatsapp do Coral Ad Infinitum. Evidenciamos em nossas análises a importância das interações via Whatsapp para a aprendizagem. A maior parte do material de pesquisa obtivemos por meio do registro constante das atividades através das conversas e informes no grupo de Whatsapp do Coral Ad Infinitum. A nossa principal fonte de registro de campo, portanto, foram as conversações realizadas no grupo de Whatsapp do Coral Ad Infinitum. Ao utilizarmos o recurso “exportar conversa” disponível pelo aplicativo Whatsapp e convertendo as conversas para serem editadas em programa de edição de textos. Em pouco mais de um ano desde a criação do grupo, mais de 700 páginas de texto das conversas foram geradas. Não foramincluídas na contagem destas páginas nenhum dos inúmeros arquivos de áudio, imagem e vídeo enviados no grupo. Analisamos e interpretamos as conversas para destacar as que consideramos mais relevantes para caracterizar o CAINF como uma Comunidade de Prática, a importância das TDIC para a aprendizagem que ocorre nesta comunidade sob esta visão e também sob o olhar da metodologia da “Sala de Aula Invertida”.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 11Os DadosO CAINF foi convidado para apresentar o Chôros10 de Villa-Lobos no concerto de aniversário de 40 anos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro de Brasília-DF. Apresentamos a seguir as principais maneiras em que as TDIC entraram para contribuir com a aprendizagem musical dos coralistas dos grupos envolvidos na obra, bem como outras opções mais tradicionais de ensaio para garantir a aprendizagem musical. A lista a seguir está longe de alcançar todas as possibilidades do uso das TDIC na prática coral, até porque as TD estão em crescimento exponencial e seria impossível, mesmo que superficialmente, experimentar todas as possibilidades. Apresentamos a seguir as 9 ações que realizamos junto ao CAINF para chegarmos ao “Chôros 10”: 1 Kit de ensaioFoi gravado primeiro um kit de ensaio semvoz; apenas o som de piano e órgão. Na verdade, para uma maior precisão rítmica do kit de ensaio, nós optamos por reescrever todas as vozes em programa de notação musical e, em seguida, converter o arquivo em midi5. O arquivo foi enviado para o grupo do Whatsappdo CAINF. A maior preocupação era estabelecer uma precisão rítmica dada às diversas polirritmias que a música apresentava. 2 Gravações dos ensaios e disponibilização na plataforma Youtube.A gravação de dois ensaios na fase final de preparação foi disponibilizada: o primeiro6teve a duração de 1 hora, 19 minutos e 20 segundos. Um segundo7ensaio com a presença de uma equipe de televisão que veio fazer uma reportagem sobre a preparação do coral e o aniversário da orquestra teve a duração de 1 hora e 55 minutos. 3 -Ensaios de naipes.5Midi é a abreviação de Musical Instrument Digital Interface é um padrão de interconexão física e lógica que possibilita a comunicação entre instrumentos musicais eletrônicos, computadores e outros dispositivos correlatos.6O ensaio está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IduiX7HrOfk&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=5.Acesso em: 10 jan. 2022.7Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=NDEnQGl80cE&index=2&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA.Acesso em: 10 jan. 2022.
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 12Por iniciativa dos próprios coralistas, cada naipe acabou criando um grupo de Whatsappaonde trocam informações específicas.4 Ensaios específicos de técnica vocal por naipe. 5 -Envio de linksde vídeos do Youtube com gravações completas do Chôros 10 com a sugestão de que todos assistissem para ter uma ideia da obra por inteiro. 6 Compartilhamento de Informações diversas sobre a obra “Chôros 10” e também sobre a melodia original utilizada porVilla Lobos que foi composta por Catulo da Paixão Cearense com a poesia de Anacleto de Medeiros. 7. Envio de vídeo com dicas, correções e alertas para todos os naipes separadamente. 8. Envio de Vídeo8com a participação do coral no primeiro ensaio com a orquestra. Propusemos para o CAINF, nesta última ação, que todo o processo de ensaio do coral pudesse de alguma forma ser apoiado pelo uso das TDIC. Antes de iniciarmos os ensaios, as informações iniciais foram enviadas aos coralistas para que eles praticassem conforme o seu próprio ritmo de aprendizagem. Ao gravarmos os ensaios presenciais, os coralistas puderam rever o que foi ensaiado. Também fizemos a edição dos vídeos e excluíamos momentos que considerávamos desnecessários para a aprendizagem dos participantes do coral. Ao mesmo tempo, íamos aprendendo a fazer ensaios melhores, com menor perda de tempo. Em seguida enviávamos este ensaio editado para que os coralistas o revissem em casa para tirar dúvidas ou para fortalecer uma informação de modo a transformá-la em conhecimento efetivado ou habilidade positivamente vivenciada. Os ResultadosAnalisaremos a seguir a utilização dos vídeos gravados para ajudar a aprendizagem da obra “Chôros10” de Villa Lobos. Utilizaremos os dados estatísticos do Youtube. Tivemos um total de 75 visualizações deste vídeo com uma média de 14 minutos e 50 segundos. A taxa de retenção deste vídeo foi de 18,7%, o que já foi maior do que em outras peças já trabalhadas 8Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fobc2aaLEi8&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=1.Acesso em: 10 jan. 2022.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 13com o mesmo coral. Quando os coralistas foram pedidos para comentar sobre os vídeos e sua relação com o preparo do “Chôros 10” pudemos confirmar, comparando com os dados das taxas de retenção do Youtube, a preferência pelos vídeos editados ou que trazem momentos pontuais do ensaio anterior e buscam atender problemas específicos que muitas vezes eles percebem que existem, mas que não sabem exatamente como resolver. Vejamos alguns comentários que mostram a convergência com os dados do Youtube: Dicas pontuais com resoluções rápidas para problemas insistentes no estudo individual. (Maria, coralista do CAINF).Pude aprimorar naquilo que não estava bem, ouvir e corrigir. (João, coralista do CAINF).Os vídeos foram muito objetivos e sanaram dúvidas cruciais relativas à melodia do meu naipe. (Pedro, coralista do CAINF).Achei ótimo porque possibilitou que o maestro pudesse pontuar nossas maiores dificuldades e fazer as observações necessárias. Se não fosse esse recurso, não haveria tempo para isso. Funcionou como uma extensão da aula, aumentando nosso tempo de contato quase que direto com o maestro. (Ana, coralista do CAINF).Se somarmos o total de minutos empregados pelos coralistas na visualização de todos os vídeos postados (inclusive aqueles que não chegamos a comentar aqui) nós poderíamos considerar que foram acrescidos 1984 minutos, equivalendo a pouco mais de 33 horas, ao tempo de ensaio presencial. É claro que não estamos avaliando aqui a qualidade deste tempo, mas consideramos que o contato constante a uma música pode ter o seu valor, pelo menos em termos da importante familiarização com esta música. E estamos falando de um tempo pós-ensaio, sem considerar ainda o tempo investido no estudo dos kits de ensaio usados tanto antes como depois de um ensaio presencial. Por isto chamamos de “Ensaio Expandido” porque começa antes do ensaio presencial e se prolonga após o ensaio presencial. Esta percepção da extensão do ensaio também pôde ser percebida na fala dos coralistas. Vejamos algumas delas: Sinto que levo o ensaio para casa. (Maria, coralista do CAINF).Toda a ferramenta para estudo é válida, mas quando o acesso a essas ferramentas está em nossas mãos por meio de um celular, notebook ou computadores, temos a possibilidade de otimizar nossas horas de estudo e não ficamos limitados a depender de um local adequado e horário. (João, coralista do CAINF).Os vídeos servem para observarmos nossos erros (visando não repeti-los) e acompanharmos a evolução do grupo. (Pedro, coralista do CAINF).
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 14Excelentes recursos para quem tem pouco conhecimento na leitura das partituras. Não conseguiria participar dos eventos do Coral Ad Infinitum sem esses recursos. (Ana, coralista do CAINF).Esses recursos otimizam o aproveitamento dos ensaios, porque permitem um nivelamento individualizado. E geram empolgação para experimentar os treinamentos em conjunto. (Paulo, coralista do CAINF).Os recursos de mídia são essenciais para completar os ensaios. Um não substitui o outro, eles se complementam. (Joana, coralista do CAINF).Observamos que estas afirmações extraídas de relatos dos coralistas -caracterizam, na linguagem destes, a nossa concepção de “Ensaio Expandido”. A maneira como conseguimos quebrar algumas barreiras de espaço/tempo, com o usoda TDIC, foi fundamental para a aprendizagem da obra. Observamos também que, neste processo, os coralistas que participaram das atividades propostas, além do ensaio, adquiriram uma maior intimidade com a obra que consequentemente gerou uma maior segurançana participação, uma maior motivação e uma maior identificação com o grupo, que estava unido em torno daquele empreendimento. O ensaio é expandido enquanto começa antes do primeiro encontro presencial e se prolonga para além dele; ele acontece em casa, nocarro, na sala de ensaios, num quarto de hotel ou aonde quer que o coralista esteja. A noção de espaço de aprendizagem vai além dos limites do conceito de espaço/lugar. Com a emergência da ‘sociedade em rede’, novos espaços digitais e virtuais de aprendizagem vêm se estabelecendo a partir do acesso e do uso criativo das novas tecnologias da comunicação e da informação. Novas relações com o saber vão se instituindo num processo híbrido entre o homem e a máquina, tecendo teias complexas de relacionamentos com o mundo (SANTOS, 2004, p. 428).Pensando nesta questão enviamos a seguinte pergunta aos coralistas: O que foi mais importante para a sua aprendizagem musical, na prática, coral do Ad Infinitum? 74,2% responderam que foi o ensaio presencial, enquanto 25,8% responderam que foi o uso dos kits de ensaio e vídeos. Resolvemos, então, entender melhor esta questão e achar explicações para este resultado. Foi então nos comentários dos coralistas que pudemos encontrar uma explicação plausível para esta questão.Uma participante bem ativa no grupo escreveu: Os kits de ensaios são fundamentais para quem tem a expectativa de se aperfeiçoar. Se todos nós estudássemos pelos kits, os ensaios serviriam para o maestro moldar a música ao seu modo. (Maria, coralista do CAINF).Para esta coralista o processo consiste em termos os kits de ensaio e os ensaios presenciais em igual importância. Nesta ação proposta para o Coral Ad Infinitum nós cremos
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 15que a utilização das TDIC ficou bem caracterizada e compreendida pela maioria dos participantes. Os comentários abaixo, segundo nosso entendimento, demonstram que a maioria dos participantes do coral entendeu muito bem a proposta da pesquisa-ação. Vejamos:Ouço durante o trânsito, enquanto dirijo e aprendo muito, quando pouco nomínimo nos familiarizamos com a peça, ou ajeitamos a pronúncia, cortes, duração, algo sempre fica, e isso tudo enquanto se está preso no engarrafamento, seria impossível sem essas mídias. (Pedro, coralista do CAINF).Sobretudo no que se refere aos estudos individuais, a utilização das mídias sociais foram fundamentais. Arrisco dizer que a audibilidade do meu naipe em relação aos outros e com os outros não seria efetiva sem esses recursos. (Ana, coralista do CAINF). Os kits de ensaio dão suporte ao aprendizado individual fora dos ensaios. (Paulo, coralista do CAINF).Meu desempenho definitivamente não seria o mesmo sem os kits de ensaio e vídeos. Usei estes recursos com muita frequência para estudar em casa, em todos os programas. Cabe ressaltar queo uso dos vídeos e kits individualmente não substitui o ensaio presencial indispensável para a prática coral. (João, coralista do CAINF).Percebemos que 90,3% dos coralistas que participaram da pesquisa acreditam que não teriam a mesma aprendizagem musical que tiveram ao participar do CAINF sem a utilização das TDIC nas diversas formas e que estas foram utilizadas. As considerações finaisNesta pesquisa propusemos ações que envolviam o uso das TDIC na prática de um coral amador. Entendemos este coral como uma Comunidade de Prática aonde a aprendizagem ocorre principalmente graças a uma participação periférica legítima, que segundo Lave e Wenger (1991) é aquela na qual o participante novato deixa de ser periférico para assumir um papelmais central em uma COP. As ações com as TDIC serviram tanto para propiciar a aprendizagem quanto para fortalecer as características de uma COP no CAINF. Quisemos demonstrar as principais características de uma COP por meio da percepção dos participantes e de suas interações que foram intensas por meio das TDIC. Quisemos destacar a importância de que seja permitido que pessoas com nenhuma experiência, na prática, coral tenham a oportunidade de conviver e praticar junto a pessoas mais experientes. Neste tipo de ambiente aberto à aprendizagem todos podem aprender algo e as
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 16TDIC podem contribuir com a diminuição das diferenças entre os novatos e os mais experientes na medida e um coralista menos experiente pode ouvir um “kit de ensaio” quantas vezes for necessário e no andamento que melhor lhe aprouver e assim chegar a um ensaio sabendo a sua parte em condições de domínio do repertório similar ao coralista experiente que talvez nem precise estudar uma determinada música, pois já a conhece. A participação periférica legítima foi como Lave e Wenger (1991) encontraram para analisar a aprendizagem em um contexto social que envolve primordialmente a prática. Esta participação só ocorre graças à existência de comunidades de prática. Ao serem convidados a se engajarem um empreendimento, os primeiros participantes do CAINF não faziam ideia que estariam iniciando uma COP, mas o desejo pela aprendizagem musical provavelmente já estava presente na mente de cada um deles. A aceitação do outro foi algo negociado e adquiriu um significado próprio a esta comunidade que estava sendo criada e passou a fazer parte de sua identidade. O contexto que envolveu a participação no CAINF trouxe fortemente o uso das TDIC e sem elas a criação, a prática e a manutenção do grupo teriam sido bem mais onerosas em termos de tempo, e com pouca flexibilização em termos espaciais, visto que com as TDIC os coralistas podiam acessa o ensaio em qualquer momento e local que desejassem.O ensaio, se mostrou, nesta experiência, o momento de maior importância de qualquer comunidade coral, nas ações que desenvolvemos na pesquisa, pôde ser expandido e a prática pôde acontecer também além (antes e depois) dos momentos de ensaio presencial. Na prática, coral do CAINF, o domínio pelo qual todos se reuniram pode ser traduzido em ações práticas: é o cantar afinado sua voz em consonância com as outras vozes. É também compreender o gestual e a linguagem utilizada por quem está à frente do grupo, respondendo corretamente ao gestual ou às indicações expressas parauma interpretação musical. Há muitas habilidades envolvidas no arcabouço de atividades que devem ser desenvolvidas pelos participantes de um coral e para algumas destas habilidades as TDIC foram de grande ajuda para os coralistas do CAINF.Tentamos demonstrar no decorrer desta pesquisa que a dinâmica do Ensaio Expandido possibilitou que os coralistas pudessem aproveitar melhor o ensaio, que eles tivessem momentos prazerosos de prática e que o tempo investido no empreendimento em conjunto valesse à pena, deixando nos participantes uma sensação de realização, conforme os depoimentos descritos anteriormente.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 17Estávamos interessados também em saber como as TDICsestavam contribuindo para a inteiração entre os participantes. Quando falamos em inteiração estamos nos referindo à maneira como as pessoas se relacionam entre si. Sem esta interação não podemos falar em comunidades de prática. No artigo "Comunidades virtuais de aprendizagem: novas dinâmicas de aprendizagem exigem novas formas de avaliação", Araujo e Lucena Filho (2005) demonstram a importância das interações entre os participantes de comunidades virtuais para o desenvolvimento de um ambiente mais propícioà aprendizagem. Os autores ressaltam como as TDIC estão transformando a forma como os indivíduos interagem na sociedade e destacam que: Para Peters (2003), a competência comunicativa deverá ser enfatizada nos futuros cenários pedagógicos. “Isso será especialmente importante em ambientes informatizados de aprendizagem, já que as comunicações serão compactadas, aceleradas e globalizadas porque serão ofertados muitos novos tipos de comunicações virtuais que contribuem para a geração e a aquisição de conhecimento”. Espera-se que a produção de conhecimento possa ser o resultado de um processo coletivo, como, por exemplo, em comunidades de construção de conhecimento (ARAUJO; LUCENA FILHO, 2005, p. 330).Pudemos observar constantes mensagens no grupo de Whatsapp que colaboraram para a criação de um ambiente propício ao aprendizado: frases de motivação, compartilhamento de vídeos ou músicas inspiradores, pedidos de oração, agradecimentos, marcações de encontros e confraternizações, elogios, experiências de vida, depoimentos de pessoas sobre as apresentações do coral. Quando perguntados sobre se as interações no grupo de Whatsapp, especialmente as interações entre coralistas, haviam contribuído para a aprendizagem musical, 77,4% dos coralistas responderam afirmativamente. Providencialmente, esta pesquisa se envolveu com estes temas de expansão (do ensaio através do uso das TDIC) e diminuição das distâncias (entre pessoas, entre elas e o aprendizado, entre as pessoas e práticas com significado, entre a periferia e a participação mais plena) que ocorre graças a existências de Comunidades de Prática. E o mais providencial mesmo foi tudo isto ter tido como lócus de pesquisa um coral chamado a se expandir Ad Infinitium.
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 18REFERÊNCIASARAUJO, L. H. L.; LUCENA FILHO, G. J. Comunidades virtuais de aprendizagem: novas dinâmicas de aprendizagem exigem novas formas de avaliação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO SBIE, 16., 2005, Juiz de Fora. Anais [...]. Juiz de Fora, MG:UFJF,2005.BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de Aula Invertida -Uma Metodologia Ativa de Aprendizagem. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,Editora Ltda., 2016.GOHN, D. M. Tendências na educação a distância: Os softwares on-line de música. Opus, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 113-126. jun. 2010. Disponível em: https://anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/228. Acesso em: 23 jan. 2021.GREEN, L. Poderão os Professores Aprender Com os Músicos Populares ? Revista Música, Psicologia e Educação,Porto, n. 2, p. 65-79, 2000. Disponível em: https://parc.ipp.pt/index.php/rmpe/article/view/2402. Acesso em: 13 out. 2021.GUARIENTE, L. C. Comunidade de Prática Musical: Um Estudo Sobre Um Grupo Coral em Curitiba. 2010. Dissertação. (Mestrado em Música)Universidade Federal do Paraná,Curitiba, Paraná, 2010. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/35748. Acesso em: 25 fev. 2021.LAVE, J.; WENGER, E. Situated Learning -Legitimate Peripheral Participation. New York: Cambridge University Press, 1991.MENDES, L.; URBINA, L. M. S. Análise sobre a Produção Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática. Revista de Administração Contemporânea, v. 19, n. esp. 3, p. 305-327, out. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/m895WnhccC74MnCrQPLQWsH/abstract/?lang=pt. Acesso em: 19 mar. 2021.OLIVEIRA, F. M. M. Construindo o Canto Coral: A construção dos conhecimentos musicais no ensaio coral à luz da teoria sócio histórica de Vigotski. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura) Universidade Presbiteriana Mackenzie,São Paulo, 2011. Disponível em: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/24699. Acesso em: 16 jul. 2021.PEQUINI, A. T. O uso das tecnologias no cotidiano, na educação e no ensinomusical sob uma perspectiva educacional e sociocultural. 2016. Tese (Doutorado em Música) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/138259. Acesso em: 18 out. 2021.SANTOS, E. O. Ideias sobre currículo, caminhos e descaminhos de um labirinto. Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 13, n. 22, jul./dez.2004. Disponível em: https://biblat.unam.mx/pt/revista/revista-da-faeeba/articulo/ideias-sobre-curriculo-caminhos-e-descaminhos-de-um-labirinto. Acesso em: 11 jan. 2021.THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. 2. ed. São Paulo:Cortez Editora e Editora Autores Associados,1986.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 19TORRES, G. F. Canja de Viola: Uma Comunidade de Prática Musical Em Curitiba. 2008. Dissertação (Mestrado emMúsica) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/18125/Texto_completo_final_biblioteca.pdf?sequence=1. Acesso em: 12 out. 2022.UZUNER, S.; HAYES, S.; SHEA, P. A Critical Review of the Use of Wenger's Community of Practice (CoP) Theoretical Framework in Online and Blended Learning Research, 2000-2014. Online Learning, v. 21, n. 1, p. 209-237, 2017. Disponível em: https://olj.onlinelearningconsortium.org/index.php/olj/article/view/963/255. Acesso em: 16 out. 2022.WENGER, E. Communities of Practice -Learning Meaning, and Identity. New York: Cambridge University Press, 1998.
image/svg+xmlA aprendizagem musical e o uso das TDIC em uma comunidade de prática: Uma pesquisa em um coral comunitárioRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 20SOBRE OS AUTORESEldom SOARESUniversidade de Brasília (UnB), Brasília DF Brasil. Mestrado emMúsica. Paulo Roberto Affonso MARINSUniversidade de Brasília (UnB), Brasília DF Brasil. Professor AssociadonoDepartamento de Música. Doutorado em Music/Sound Recording(UNIS/Grã-Bretanha).Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 1MUSIC LEARNING AND THE USE OF DICT IN A COMMUNITY OF PRACTICE: A RESEARCH IN A COMMUNITY CHOIRA APRENDIZAGEM MUSICAL E O USO DAS TDIC EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA: UMA PESQUISA EM UM CORAL COMUNITÁRIOEL APRENDIZAJE MUSICAL Y EL USO DE LA TDIC EN UNA COMUNIDAD DE PRÁCTICA: UNA INVESTIGACIÓN EN UN CORO COMUNITARIOEldom SOARESUniversity of Brasilia(UnB)e-mail: maestroeldom@gmail.comPaulo Roberto Affonso MARINSUniversity of Brasilia(UnB)e-mail: marins@unb.brHow to refer to this articleSOARES, E.; MARINS, P. R. A. Music learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choir. Revista Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420Submitted: 10/03/2022Revisions required: 05/05/2022Approved: 01/07/2022Published: 01/12/2022
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420ABSTRACT:The general objective of this research was to analyze the use of Digital Information and Communication Technologies (DICT) in musical learning in a community choir, being this choir understood as a "Community of Practice". As specific objectives, this research sought to understand the characteristics of a Community of Practice and to analyze the contribution of DICT in the process of choral preparation for a concert. The method adopted was Action-Research, in which several actions were proposed and executed to solve issues related to the rehearsal process of the choir. Three theoretical perspectives were used to analyze the data: Situated Learning, Communities of Practice (COP), and the "Flipped Classroom" methodology. In the end, the name "Expanded Rehearsal" is proposed for the rehearsal methodology developed based on applying the principles of the "Flipped Classroom" in choral practice.KEYWORDS: DICT. Community of practice. Flipped classroom.RESUMO: O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na aprendizagem musical em um coral comunitário, sendo este coral chamado por Comunidade de Prática Como objetivos específicos, esta pesquisa compreendeu as características de uma Comunidade de Prática, bem como analisar a contribuição das TDIC no processo depreparação coral para um concerto. O método adotado foi a Pesquisa-Ação, na qual diversas ações foram propostas e executadas com vistas à resolução de questões pertinentes ao processo de ensaio do referido coral. Para analisar os dados, trabalhou-se sob aótica de três perspectivas teóricas: a Aprendizagem Situada, as Comunidades de Prática (COP) e a metodologia “Sala de Aula Invertida”. Ao fim, é proposto o nome de “Ensaio Expandido” para o tipo de metodologia de ensaio que foi desenvolvida, baseada na aplicação dos princípios da “Sala de Aula Invertida”, na prática, coral.PALAVRAS-CHAVETDIC. Comunidades de prática. Sala de aula invertida.RESUMEN: El objetivo general de esta investigación fue analizar el uso de las Tecnologías Digitales de la Información y la Comunicación (TDIC) en el aprendizaje musical en un coro comunitario, entendiendo este coro como una Comunidad de Práctica. Como objetivos específicos, esta investigación pretendía comprender las características de una Comunidad de Práctica, así como analizar la contribución de las TDIC en el proceso de preparación coral para un concierto. El método adoptado fue la de Investigación-Acción, en la que se propusieron y ejecutaron varias acciones para resolver cuestiones relacionadas con el proceso de ensayo del coro. Para el análisis de los datos se utilizaron tres perspectivas teóricas: el Aprendizaje Situado, las Comunidades de Práctica (COP) y la metodología del "Aula Invertida". Al final, se propone el nombre de "Ensayo Expandido" para el tipo de metodología de ensayo que se desarrolló, basado en la aplicación de los principios del "Aula Invertida" en la práctica coral.PALABRAS CLAVE: TDIC. Comunidad de Práctica. Aula Invertida.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 3IntroductionThe first author of this article has been a choral conductor for over 20 years. In 2018, he began his work as conductor of the Coral Ad Infinitum (CAINF), a community choir initially formed through the creation of a group of people through the Whatsapp1application. Since its creation, the Choir Ad Infinitum has been very open to the possibilities of using Digital Information and Communication Technologies (ICT) and to every kind of activity that would facilitate learning and musical performance. We also understand that musical education was immersed within the scope of choral practice -essentially a collaborative practice. Oliveira (2011) has a similar thought and explains to us:Choral singing, the fact that it is a collective artistic activity, becomes a social body in which musical education is made possible by its act together. In rehearsals, integration is not only part of the singing routine but can also be an important means of musical education (OLIVEIRA, 2011, p. 1, our translation).The initial focus of this work was to analyze how the so-called rehearsal kits2and video recordings of rehearsals could collaborate in individualizing the learning of an amateur choir member. How could face-to-face rehearsal be more fruitful and pleasurable for all voices simultaneously? How could we compensate for an inevitable absence of a choir member from an important rehearsal? How could we prevent what was worked on in one rehearsal from being lost before we could have the next rehearsal? All of this could cause a sense of wasted time, cause many dropouts, and an unwillingness to participate in all of a choir's rehearsals. ICT could help us in these aspects. Gohn (2010, p. 121, our translation) explains that:The so-called social software, that is, those that allow interactions between users, with the exchange of images and personal messages, have been studied to bring students and teachers together in web-based courses (for example, JOYCE AND BROWN, 2009; in the specific case of music, SLAVUO, 2008; GOHN, 2008a).The use of blogs, wikis, and podcasts, other online media that can be open to the participation of music learners has also been the focus of investigations (RUTHMANN, 2007; GOHN, 2008b, our translation).Distance education undoubtedly benefits from the opportunities for synchronous and asynchronous communications that have emerged with the various websites that exist in the computational cloud. In addition to providing exchanges of educational content, this software enables socialization among the participants of a given group, who share different aspects of their lives and feel the presenceof their peers and masters. Both in courses conducted essentially online, and in those in which the Internet is 1Whatsappis an instant messaging and voice and video calling application for smartphones. With it, you can share text messages, images, videos, and document files in formats such as PDF or Word.2Recorded material in audio or video form is available for choir members to study at home.
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420used to complement face-to-face activities, interaction in electronic networks can strengthen the sense of belonging to the group.For the present research, some aspects highlighted by Gohn(2010) were fundamental: the ICT as a complement to face-to-face activities and the interaction in strengthening the feeling of belonging to the group, which we understand to be crucial for learning. Regarding the complement to face-to-face activities, wewill arrive at a proposed rehearsal methodology with the use of ICT, which we call Expanded Rehearsal, inspired by the Inverted Classroom methodology as presented by Bergmann and Sams (2016), becoming this methodology one of our theoretical perspectives; about the importance of interaction and the feeling of belonging to the group -factors increased with the use of ICT -we arrive at the other two theoretical perspectives with whom we dialog: Situated Learning (LAVE; WENGER, 1991) and Communities of Practice (WENGER, 1998). Since its creation, CAINF has shown itself to be a group with great openness to new possibilities arising from digital technologies, and therefore we understood that it would be very appropriate to make it the locus of our research. Because the questions focused especially on learning and not teaching music, we considered it indispensable to understand these questions from the choir members' point of view. Moreover, considering the need to understand learning from the point of view of all participants, and as we were proposing the use of new technologies in choral practice, we understood that action research would be the most appropriate method to achieve the general and specific objectives of this research, which are presented below. The general objective of this research was to analyze the use of Digital Information and Communication Technologies (ICT) in musical learning in a community choral practice. It is important to clarify that we do not want to emphasize only the analysis of the use of ICTs. It will be necessary to analyze and understand what kind of learning we are talking about (and for this, we will approach situated learning3) and what community choral practice this is (and for this, we will dwell on demonstrating the characteristics of the Communities of Practice in the Ad Infinitum Choir). These clarifications lead us to our specific goals.One of the specific objectives of this research was to characterize CAINF as a Community of Practice (COP), demonstrating the presencein CAINF of several characteristics presented in the literature that addresses this theme, especially in the texts by Lave and Wenger (1991), Wenger (1998) and Wenger, Mc Dermott and Snyder (2002). Thus, we intended to 3According to Lave and Wenger (1991), situated learning is characterized as inseparable from the social practice in which it occurs.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 5demonstrate that precisely because CAINF is a COP, Situated Learning, in this case, musical learning, is made possible. As a second specific objective, we intended to analyze how ICT, in the participants' understanding, can contribute to choral practice, specifically in two aspects: 1 In a choral rehearsal methodology (Expanded Rehearsal), especially in introducing a new song in the repertoire of this specific amateur choir, optimizing the rehearsal time, and consolidating what was worked during the rehearsals.2 -How ICTs can contribute to the interaction between the choir participants to favor their musical learning. LiteratureAspects such as the use of ICT in practice, choir, music education and choral singing, and music and communities of practice were considered in the literature review of this article. We bring the most relevant texts for this research below.Torres' (2008) dissertation Canja de viola: a community of musical practice in Curitibais a case study that addresses a weekly meeting of violators that has taken place in Curitiba since 1986 in which Situated Learning (LAVE; WENGER, 1991) is observed and also the phenomenon known as enculturation4. Some aspects of musical learning are presented in a context that involves amateur beginners to highly experienced professionals in guitar musical learning from the perspective of learning in communities of practice. The author especially works on the issues of learning, identity, and community, which we also address in the present research. Through this dissertation, we also learned about Russell's (2002;2006) work on Communities of Music Practice, from which Torres (2008) brings some quotes to present the characteristics of a Community of Practice. We re-present this quote here with the characteristics of COPs as a starting point, but we will dwell more deeply on these characteristics in the specific chapter on the theoretical perspective of COPs: Meaning, practice, community, and identity are key concepts in Wenger's (1998) theory. Meaning refers to our experience of life and the world and practice, to our shared historical and social resources. Community refers to 4The concept of musical enculturation refers to the acquisition of musical skills and knowledge through immersion in the everyday music and musical practices of a social context. Almost everyone in any social context is musically enculturated. This cannot be avoided because we cannot close our ears and consequently come into contact with the music around us, not only by choice but by default. It is useful to conceive of three main ways in which we engage directly with music: playing (including singing), composting (including improvising), and listening (including listening) (GREEN, 2000, p. 2 apud TORRES, 2008, p. 86, our translation).
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420the social formations in which our initiatives are defined as worthy of pursuit,and our participation is recognizable as competence. Identity has to do with various modes of learning that create personal stories for us in our communities. 'Practice' -characterized by mutual engagement, joint ventures, and shared repertoire -is the source of community coherence (RUSSELL, 2002, p. 2-3 apud TORRES, 2008, p. 30, our translation).The dissertation by Guariente(2010), which also brings in its research object the choral singing under the perspective of Communities of Practice, used as a method for the Case Study and also brought us many aspects that served as a starting point for the present research, following the suggestion of the author herself that when concluding her dissertation tells us:I note that the study on the community of practice of the CEIC Choir brought important data for understanding the concepts and elements described by Wenger (1998) and Lave and Wenger (1991). The recognition of the constitution of the community -the domain, the community, and the practice -and the observation of the characteristic processes of this practice, the interests shared by the group (shared practice), the construction of learning relationships (situated learning) and the levels of participation of the group members, were processes that guided the analyses in this text and grounded the observation of the empirical field. Therefore, it remains to suggest that further investigations should be conducted, in other contexts, with other groups, to deepen and verify the significant contribution that the concept of community of practice brings to the understanding of teaching, learning, and aesthetic experience situations experienced in different community groups of musical practice (GUARIENTE, 2010, p. 112-113, our translation).Guariente's (2010) research did not focus on using ICT in choral practice in these communities of practice. At a given moment, Guariente (2010) considers an e-mail that the choir conductor sent to the choir members to value the act of a component of the group that had performed a service of great value for the whole group. This e-mail was important for the strengthening of interpersonal bonds in the group, but there needs to be a highlight and not even the intention of researching the importance of the use of ICT in choral practice, which for us, in the present research, was the constant focus. Besides these dissertations, among the various articles on communities of practice that we found, we want to bring the article by Mendes and Urbina (2015) Análise Sobre a Produção Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática-in which the authors make a search in several areas (administration, education, engineering, nursing, information science, among others, but do not present any of the dissertations that we presented above that involve the area of music) and demonstrate an increase in the use of this concept at the same time they analyze how the concept of communities of practice is changing over time, and its use is being shaped by the interests of each area of scientific knowledge. In their analysis, the authors made
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 7anoverview of the publications between 2005 and 2013, reaching 26 publications. In this analysis, they point out a conceptual polysemy about what communities of practice are. When addressing the evolution of the concept from its first appearance in Lave andWenger (1991) until Wenger et al.(2002), they conclude that: It is noted a lack of clarity in the concept of communities of practice, in the sense that the term is ambiguous since it assumes more than one meaning and one possibility of interpretation, which is a common feature of new concepts, which evolve unfolding in variations that, with maturity, tend to convergence and oneness. This evolutionary process of the concept is reflected in the conceptual variations discussed above, which, however, are supported by the concept's existence in placing limits on its appropriations (MENDES; URBINA, 2015, p. 323, our translation).Naturally, we perform interpretations of the concepts according to our area of study and apply them in our research and practices. Uzuner, Hayes, and Shea (2017), in their article A Critical Review of the Use of Wenger's Community of Practice (COP) Theoretical Framework in Online and Blended Learning Research, 2000 2014, which under a narrower focus, that of online or hybrid education, analyzes the use of the concept of communities of practice in various areas, highlight that:Most textbooks and articles on the major research methods remind us that theory influences the types of questions (or hypotheses) that researchers generate and, consequently, influences the answers obtained from those questions. For example, the following quote from Kilbourn (2006, p. 545) attests to this view: A fundamental assumption for any academic research is that the phenomena (data) we wish to understand are filtered through a point of view (a theoretical perspective) -that is, it is assumed that there is no such thing as value-free or unbiased or a correct interpretation of an event. Interpretations are always filtered through one or more lenses or theoretical perspectives we have to "see"; reality is nothing we find under a rock (UZUNER; HAYES; SHEA, 2017, p. 210, our translation).These works served as a basis for understanding the theoretical perspective on POC and also as an incentive to apply these concepts in a more appropriate way to the specific context of music education that we assume through the practice of the Ad Infinintum Choir. By studying the research presented in this literature review, we strengthen with academic bases our understanding of the musical education that exists in choral practice. We also strengthen our understanding of the importance of the social context in whichthis practice is inserted. And we understand, by studying, for example, Pequini's (2016) thesis, that in the current context, Digital Information and Communication Technologies assume a role of relevance in people's daily lives, and this role of relevanceshould not differ in the teaching and
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420learning processes. As we presented, the choral practice has already been approached from the theoretical perspective of Communities of Practice, but the approaches should have considered the importance that today theICTs have for the construction and strengthening of these communities. This aspect we wanted to bring as an addition through our research, envisioning an exponential growth of the use of ICT in educational processes, especially in music education, in choral practice.The MethodAs previously mentioned, the method adopted was Action Research, in which several actions were proposed and executed to solve issues pertinent to CAINF's rehearsal process. The research analyzed the use of ICT in musical learning in the choir practice above. Another aspect focused on was how ICT can contribute to the implementation of a rehearsal methodology that provides better use of the time in the rehearsal room for musical practice, thanks to the preparation of the choir members for that rehearsal. This proposal fits into the hybrid education methodologies in which we intend to make the student the protagonist of his learning. In the flipped classroom (BERGMANN; SAMS, 2016), several resources (texts, audio, videos, games, animations, etc.) are used so that the student learns the lesson content in his own time and at his own pace at home, before working on that same content in the classroom. In a way, this idea is already applied in several amateur choirs, but we did not find any developed research involving the flipped classroom and the practices developed in choral practice. In the Book Flipped Classroom, the authors Bergmann and Sams (2016) cite cases of the application of the flipped classroom in foreign language classes, mathematics, science classes, humanities, and physical education but do not report any case applied to music classes. As theoretical perspectives, we used the concept and characteristics addressed by Wenger (1998) about Communities of Practice and Lave andWenger (1991) about Situated Learning and Legitimized Peripheral Participation. Also, from a theoretical perspective, we used the principles of the Flipped Classroom by Bergmann and Sams (2016). ccording to Thiollent (1986, p. 56, our translation), a hypothesis is simply defined as an assumption formulated by the researcher regarding possible solutions to a problem posed in the research, primarily at the observational level.For our research, we worked with the following hypotheses:1-The use of TDIC favors the development of the musical practice that occurs in CAINF:
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 9a) As a resource for creating and disseminating materials that will be used in the Inverted Classroom methodology. b) As a means of promoting good interactions among the choir members, favoring learning, strengthening identity, the sense of belonging, motivation for the tasks of the proposed activities, and sharing information.2 -The Ad Infinitum Choir (CAINF) is a community of practice. We can recognize the characteristics of Communities of Practice found in CAINF: Identity, interaction among members (face-to-face and virtual), and sharing of common experiences when members develop the same activity. The observation will also show us that in the characteristic processes of this choral practice, we will perceive the interests shared by the group (shared practice) and the construction of learning relations (situated learning) in different levels of participation of CAINF members. 3. There is musical learning through the choral practice of CAINF.Always consider the way Lave and Wenger (1991) think of learning: a process of participation in communities of practice and not simply as individuals' reception and accumulation of information and factual knowledge. In the theoretical contextualization, we then addressed situated learning that occurs through initially peripheral participation that gradually assumes greater mastery and engagement.We did not conduct a workshop with the research participants in the strict manner as Thiollente (1986), one of the action research theorists, describes. However, we performed the following actions and considered that even though we did not hold meetings solely for this purpose, we effectively achieved the purpose of the seminar as thought by Thiollente (1986): a)We presented to the participants during some rehearsals and in Whatsapp messages the research we were developing and the actions we were proposing to carry out.b)We obtained constant feedback through the Whatsappgroup interactions and the face-to-face conversations we had regarding the results of the proposed actions.c)This feedback generated new actions in rehearsals of new works and the recognition by the participants of the value of the actions to solve the problems.We obtained most of our data through the conversations and interactions of the Whatsapp group of the Ad Infinitum Choir. We evidenced in our analyses the importance of Whatsapp interactions for learning. Most of the research material we obtained by constantly recording the activities through the conversations and reports in the Whatsapp group of the Ad Infinitum Choir, our main source of field recording, were the conversations held in the
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420Whatsapp group of the Ad Infinitum Choir. We were using the export conversationfeature available by the Whatsapp application and converting the conversations to be edited in a text editing program. In a little over a year since the creation of the group, over 700 pages of text from the conversations have been generated. Not included in the count of these pages were any of the numerous audio, image, and video files sent to the group. We analyzed and interpreted the conversations to highlight the ones we consider most relevant to characterize CAINF as a Community ofPractice, the importance of ICTs for the learning that occurs in this community under this view, and also under the view of the flipped classroommethodology.The DataCAINF was invited to present Villa-Lobos' Chôros 10 in the 40th-anniversary concert of the Symphony Orchestra of the Teatro Nacional Cláudio Santoro in Brasília-DF. We present below the main ways the ICTs came in to contribute to the musical learning of the choir members of the groups involved in the work and other more traditional rehearsal options to ensure musical learning. The following list is far from reaching all the possibilities of using DTIC in choral practice, not least because DTs are growing exponentially, and it would be impossible, even superficially, to experience all the possibilities. We present below the nine actions that we carried out with CAINF to reach Chôros 10”: 1 Rehearsal kitFirst, a rehearsal kit was recorded without voice, only the piano and organ sound. In fact, we chose to rewrite all the voices in a music notation program for greater rhythmic accuracy of the rehearsal kit and then convert the file to midi5. Then, the file was sent to the CAINF Whatsapp group. The biggest concern was to establish a rhythmic precision given the various polyrhythms that the music presented.2 Recording the rehearsals and making them available on the Youtube platform.5Midi is short for Musical Instrument Digital Interface -a physical and logical interconnection standard that enables the communication between electronic musical instruments, computers, and other related devices.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 11The recording of two rehearsals in the final stage of preparation was made available: the first6lasted 1 hour, 19 minutes, and 20 seconds.A second7rehearsalwiththe presence of a television crew that came to make a report on the choir's preparation and the orchestra's anniversary, lasted 1 hour and 55 minutes.3 -Rehearsals of suits.Por iniciativa dos próprios coralistas, cada naipe acabou criando um grupo de Whatsappaonde trocam informações específicas.4 Specific rehearsals of vocal technique by suit. 5 -Send YouTube video links with complete recordings of Chôros10 with the suggestion that everyone watch them get an idea of the entire work. 6 Sharing diverse information about the work "Chôros10" and the original melody used by Villa Lobos that was composed by Catulo da Paixão Cearense with poetry by Anacleto de Medeiros. 7. Send a video with tips, corrections, and alerts for all suits separately. 8.Video8of the choir participating in the first rehearsal with the orchestra. We proposed to CAINF, in this last action, that the use of ICT could support the whole choir rehearsal process. Before starting rehearsals, the initial information was sent to the choir members so they could practice according to their learning pace. As we recorded the in-person rehearsals, the choir members could review what was rehearsed. We also edited the videos and excluded moments that we considered unnecessary for the learning of the choir participants. At the same time, we were learning how to do better rehearsals with less time wasted. We then sent this edited rehearsal to the choir members to review at home to answer questions or to 6The essay is available em: https://www.youtube.com/watch?v=IduiX7HrOfk&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=5.Access: 10 Jan. 2022. 7Available at: https://www.youtube.com/watch?v=NDEnQGl80cE&index=2&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA8Available at: https://www.youtube.com/watch?v=Fobc2aaLEi8&list=UUJfcji9vuhVrj_XBgN6i1uA&index=1.Access: 10 Jan. 2022.
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420strengthen a piece of information to transform it into effective knowledge or a skill positively experienced. The ResultsNext, we will analyze the use of the recorded videos to help learn the word "Chôros10" by Villa Lobos. We will use statistical data from Youtube. We had 75 views of this video, with an average of 14 minutes and 50 seconds. The retention rate for this video was 18.7%, which was higher than other pieces we have worked on with the same choir. When the choir members were asked to comment on the videos and their relation to the preparation of "Chôros 10," we could confirm, compared with the retention rate data from Youtube, the preference for edited videos or videos that bring specific moments from the previous rehearsal and seek to address specific problems that they often realize exist, but do not know exactly how to solve. Finally, let's look at some comments that show the convergence with the Youtube data: Hints with quick resolutions for persistent problems in individual study. (Maria, choral singer from CAINF).I could improve on what I was not doing well, listen to it, and correct it. (João, CAINF's choralist).The videos were very objective and solved doubts concerning my group's melody. (Pedro, choralist from CAINF).It was great because it allowed the conductor to point out our greatest difficulties and make the necessary observations. If it weren't for this resource, there wouldn't be time. Instead, it worked as an extension of the class, increasing our time of almost direct contact with the conductor. (Ana, CAINF chorus girl).Suppose we add up the total number of minutes spent by the choir singers watching all the videos posted (including the ones we didn't get to comment on here). In that case, 1984 minutes, equivalent to over 33 hours, were added to the face-to-face rehearsaltime. Of course, we are not evaluating here the quality of this time, but the constant contact with a piece of music can have its value, at least in terms of the important familiarization with it. And we are talking about a post-rehearsal time without considering the time invested in studying the rehearsal kits used before and after a face-to-face rehearsal. We call it Expanded Rehearsalbecause it starts before the in-person rehearsal and extends after the in-person rehearsal. This perception of the extension of the rehearsal could also be perceived in the choir members' speech. So let's look at some of them:
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 13I take the rehearsal home. (Maria, CAINF choralist).Any study tool is valid, but when access to these tools is in our hands through a cell phone, notebook, or computer, we can optimize our study time, and we are open to depending on a suitable place and time. (João, CAINFchoralist).The videos are useful for us to observe our mistakes (aiming at not repeating them) and follow the group's evolution.(Pedro, CAINFchoralist).Excellent resources for those who have little knowledge of reading scores. I wouldn't be able to participate in the Ad Infinitum events without these resources (Ana, CAINF's choralist).These resources optimize the use of the rehearsals because they allowindividualized leveling. And they generate excitement to try the training sessions as a whole. (Paulo, CAINF's choralist).The media resources are essential to complete the rehearsals. However, one does not replace the other, they complement each other (Joana, choralist from CAINF).We observe that these statements -extracted from the choir members' accounts -characterize, in their language, our conception of an Expanded Essay. The way we broke some space/time barriers with the use of ICT was fundamental for learning the work. We also observed that, in this process, the choir singers who participated in the proposed activities, besides the rehearsal, acquired a greater intimacy with the work, which consequently generated greater security in their participation, greater motivation, and greater identification with the group, which was united around that undertaking. Finally, the rehearsal is expanded as it begins before the first face-to-face meeting and extends beyond it; it takes place at home, in the car, in the rehearsal room, in a hotel room, or wherever the choralist is. The notion of learning space goes beyond the limits of the concept of space/place. With the emergence of the network society”,new digital and virtual learning spaces are being established through the access and creative use of new communication and information technologies. As a result, new relationships with knowledge are being established in a hybrid process between man and machine, weaving complex webs of relationships with the world (SANTOS, 2004, p. 428, our translation).Thinking about this issue,we sent the following question to the choir members: What was most important for your musical learning, in practice, a choir of Ad Infinitum? 74.2% answered that it was the in-person rehearsal, while 25.8% answered that it was the use of the rehearsal kits and videos. We then decided to understand this question better and find
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420explanations for this result. In the comments of the choir members, it was then that we could find a plausible explanation for this question. A very active participant in the group wrote:The rehearsal kits are fundamental for those who expect to improve themselves. If we all studied through the kits, the rehearsals would help the conductor mold the music his way (Maria, CAINF's choir member).For this choir member, the process consists of having the rehearsal kits and the in-person rehearsals in equal importance. In this action proposed to the Ad Infinitum Choir, the use of ICTs was well characterized and understood by most participants. According to our understanding, the comments below demonstrate that most of the choir participants understood the action-research proposal very well. Let's see:I listen during traffic while driving, and I learn a lot, when little at the very least, we familiarize ourselves with the piece or fix the pronunciation, cuts, and duration, but something always remains, and this all while you are stuck in a traffic jam, it would be impossible without these media. (Pedro, choralist of CAINF).Especially with regard to individual studies, the use of social media was fundamental. My audition about others and with others would not be effective without these resources. (Ana, CAINF's choralist). The rehearsal kits support individual learning outside the rehearsals (Paulo, CAINF's choir member).My performance wouldn't be the same without the rehearsal kits and videos. I used these resources very often to study at home in all programs. However, it is worth mentioning that the use of videos and kitsindividually does not replace the essential in-person rehearsal for choral practice (João, CAINF's choir member).We noticed that 90.3% of the choralistswho participated in the research believe that they would not have the same musical learning they had while participating in CAINF without using ICT in the various forms and that these were used.Final considerationsIn this research, we proposed actions that involved the use of ICT in the practice of an amateur choir. We understand this choir as a Community of Practice where learning occurs mainly thanks to legitimate peripheral participation, which according to Lave and Wenger (1991), is the one in which the novice participant stops being peripheral to assume a more central role in a COP. The actions with ICTs served both to propitiate learning and to strengthen
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 15the characteristics of a COP in CAINF. Finally, we wanted to demonstrate the main characteristics of a COP through the perception of the participants and their interactions that were intense through ICT.We wanted to highlight the importance of allowing people with no experience in choral practice to have the opportunity to live and practice together with more experienced people. In this kind of open learning environment, everyone can learn something, and ICT can reduce the differences between beginners and more experienced ones. For example, a less experienced choir member can listen to a rehearsal kitas many times as necessary and in the tempo that suits them best, and thus arrive at a rehearsal knowing their part in conditions of repertoire mastery similar to the experienced choir member who may not even need to study a certain song becausethey already know it. Legitimate peripheral participation is how Lave and Wenger (1991) found to analyze learning in a social context that primarily involves practice. This participation only occurs thanks to the existence of communities of practice. Upon being invited to engage in a venture, the early CAINF participants had no idea they would be starting a COP, but the desire for musical learning was probably already present in each of their minds. The acceptance of the other was negotiated and acquired a meaning befitting this community being created and becoming part of its identity. The context that involved the participation in CAINF strongly brought the use of ICTs, and without them, the creation, practice, and maintenance of the group would havebeen much more expensive in terms of time, and with little flexibility in terms of space, since the ICTs the choirboys could access the rehearsal at any time and place they wanted.The rehearsal, in this experience, proved to be the most important moment of any choral community. The actions we developed in the research could be expanded, and the practice could also happen beyond (before and after) the face-to-face rehearsal moments. In practice, the choral of CAINF, the domain for which everyone came together, can be translated into practical actions: singing in tune your voice in consonance with the other voices. It also understands the gesture and language used by those in front of the group, responding correctly to the gesture or directions expressed for a musical interpretation. Finally, there are many skills involved in the framework of activities that the participants of a choir should develop, and for some of these skills, the ICTs were of great help to the CAINF choir members.We tried to demonstrate in the course of this research that the dynamics of the Expanded Rehearsal made it possible for the choir members to enjoy the rehearsal more, that they had
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420pleasant moments of practice, and that the time invested in the joint venture was worthwhile, leaving the participants with a sense of accomplishment, according to the testimonies described above. We were also interested in knowing how the ICTs contributed to the participants' wholeheartedness. When we talk about intimacy, we refer to how people relate to each other. Without this interaction, we cannot talk about communities of practice. For example, in the article Virtual learning communities: new learning dynamics require new forms of evaluation, Araujo and Lucena Filho (2005) demonstrate the importance of interactions between participants in virtual communities for developing an environment more conducive to learning. The authors emphasize how ICTs are transforming the way individuals interact in society and point out that: For Peters(2003), communicative competence should be emphasized in future pedagogical settings. "This will be especially important in computerized learning environments, as communications will be compressed, accelerated, and globalized because many new types of virtual communications will be offered that contribute to the generation and acquisition of knowledge." It is expected that the production of knowledge can be the result of a collective process, as, for example, in communities of knowledge construction (ARAUJO; LUCENA FILHO, 2005, p. 330, our translation).We could observe constant messages in the WhatsApp group that contributed to the creation of an environment conducive to learning: phrases of motivation, sharing of videos or inspiring songs, prayer requests, thanks, appointments of meetings and get-togethers, compliments, life experiences, testimonials from people about the choir presentations. When asked whether the interactions in the Whatsapp group, especially among choir members, had contributed to musical learning, 77.4% of the choir members responded affirmatively.Providentially, this research engaged with these themes of expanding (of rehearsal through the use of ICTs) and decreasing distances (between people, between them and learning, between people and meaningful practices, between the periphery and fuller participation) that occur thanks to the existence of Communities of Practice. And the most providential thing was that all this had as research locus a choir called to expand Ad Infinitium. REFERENCESARAUJO, L. H. L.; LUCENA FILHO, G. J. Comunidades virtuais de aprendizagem: novas dinâmicas de aprendizagem exigem novas formas de avaliação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO SBIE, 16., 2005, Juiz de Fora. Anais [...]. Juiz de Fora, MG:UFJF,2005.
image/svg+xmlEldom SOARES e Paulo Roberto Affonso MARINSRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420| 17BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de Aula Invertida -Uma Metodologia Ativa de Aprendizagem. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,Editora Ltda., 2016.GOHN, D. M. Tendências na educação a distância: Os softwares on-line de música. Opus, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 113-126. jun. 2010. Available at: https://anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/228. Access: 23 Jan. 2021.GREEN, L. Poderão os Professores Aprender Com os Músicos Populares ? Revista Música, Psicologia e Educação, Porto, n. 2, p. 65-79, 2000. Available at: https://parc.ipp.pt/index.php/rmpe/article/view/2402. Access: 13 Oct. 2021.GUARIENTE, L. C. Comunidade de Prática Musical: Um Estudo Sobre Um Grupo Coral em Curitiba. 2010. Dissertação. (Mestrado em Música) Universidade Federal do Paraná,Curitiba, Paraná, 2010. Available at: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/35748. Access: 25 Feb. 2021.LAVE, J.; WENGER, E. Situated Learning -Legitimate Peripheral Participation. New York: Cambridge University Press, 1991.MENDES, L.; URBINA, L. M. S. Análise sobre a Produção Acadêmica Brasileira em Comunidades de Prática. Revista de Administração Contemporânea, v. 19, n. esp. 3, p. 305-327, out. 2015. Available at: https://www.scielo.br/j/rac/a/m895WnhccC74MnCrQPLQWsH/abstract/?lang=pt. Access: 19 Mar. 2021.OLIVEIRA, F. M. M. Construindo o Canto Coral: A construção dos conhecimentos musicais no ensaio coral à luz da teoria sócio histórica de Vigotski. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura) Universidade Presbiteriana Mackenzie,São Paulo, 2011. Available at: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/24699. Access: 16 July2021.PEQUINI, A. T. O uso das tecnologias no cotidiano, na educação e no ensino musical sob uma perspectiva educacional e sociocultural. 2016. Tese (Doutorado em Música) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, 2016. Available at: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/138259. Access: 18 Oct. 2021.SANTOS, E. O. Ideias sobre currículo, caminhos e descaminhos de um labirinto. Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 13, n. 22, jul./dez.2004. Available at: https://biblat.unam.mx/pt/revista/revista-da-faeeba/articulo/ideias-sobre-curriculo-caminhos-e-descaminhos-de-um-labirinto. Access: 11 Jan. 2021.THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. 2. ed. São Paulo:Cortez Editora e Editora Autores Associados,1986.TORRES, G. F. Canja de Viola: Uma Comunidade de Prática Musical Em Curitiba. 2008. Dissertação (Mestrado emMúsica) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. Available at: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/18125/Texto_completo_final_biblioteca.pdf?sequence=1. Access: 12 Oct. 2022.
image/svg+xmlMusic learning and the use of DICT in a Community of practice: A research in a community choirRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022025, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID420UZUNER, S.; HAYES, S.; SHEA, P. A Critical Review of the Use of Wenger's Community of Practice (CoP) Theoretical Framework in Online and Blended Learning Research, 2000-2014. Online Learning, v. 21, n. 1, p. 209-237, 2017. Available at: https://olj.onlinelearningconsortium.org/index.php/olj/article/view/963/255. Access: 16 Oct. 2022.WENGER, E. Communities of Practice -Learning Meaning, and Identity. New York: Cambridge University Press, 1998.ABOUT THE AUTHORSEldom SOARESUniversidadede Brasília (UnB), Brasília DF Brasil. Master’s degree of Music. Paulo Roberto Affonso MARINSUniversidade de Brasília (UnB), Brasília DF Brasil. Associate Professor in the Department of Music. Doctoral degree in Music/Sound Recording(UNIS/Grã-Bretanha).Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.Reviewing, formatting, standardization and translation.