image/svg+xmlRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 1O CANTO CORAL NO NOVO NORMALEL CANTAR CORAL EN LA NUEVA NORMALIDADCHORAL SINGING IN THE NEW NORMALITYPaula MOLINARIUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)e-mail: paula.molinari@ufma.brErik Gabriel Cunha LINHARESUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)e-mail: linhareserikgabriel@gmail.comHenrique LISBÔAUniversidade Federal da Bahia (UFBA)e-mail: henriquelisboa.educ@gmail.comKédma Cruz SANTOSUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)e-mail: kedma.santos@discente.ufma.brFernanda Lima ALVESUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)e-mail: fl.alves@discente.ufma.brComo referenciar este artigoMOLINARI, P.; LINHARES, E. G. C.; LISBÔA, H.; SANTOS, K. C.; ALVES, F. L.O canto coral no novo normal. Revista Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421Submetido em: 10/03/2022Revisões requeridas em: 05/05/2022Aprovado em: 01/07/2022Publicado em: 01/12/2022
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 2RESUMO: Os coros foram muito impactados pela pandemia da Covid-19, no entanto, o uso das tecnologias digitais possibilitou a continuidade das atividades artísticas e sociais. Este artigo identifica os desafios que o coral UFMA CANTa-CORAL CÊNICO encontrou nesta nova modalidade e aponta as adaptações que foram necessárias para sua performance musical nas diversas plataformas digitais disponíveis. A metodologia adotada foi a Artistic Research (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), aliada à etnografia digital, realização de análise do discurso, composição coral para o ambiente GMeet, planificação e reorganização de estratégias de ensaios da peça, registro de cada etapa, performance e autoavaliação seguida de análise dos resultados. Através dos dados coletados e resultados artísticos alcançados se considerou a importância de uma equipe multidisciplinar e a necessidade de conhecimento mais aprofundado sobre acústica musical e práticas criativas para os novos regentes.PALAVRAS-CHAVES: Ensino de canto coral. Composição para coral. Artistic research.RESUMEN:Los coros se vieron muy afectados por la pandemia del covid-19, sin embargo el uso de las tecnologías digitales permitió continuar con las actividades artísticas y sociales. Este artículo identifica los desafíos que encontró el coro escénico UFMA CANTa -CORAL CÊNICOen esta nueva modalidad y señala las adaptaciones que fueron necesarias para su desempeño musical en las diversas plataformas digitales disponibles. La metodología adoptada fue la Investigación Artística (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), combinada con etnografía digital, realización de análisis de discurso, composición coral para el ambiente GMeet, planificación y reorganización de estrategias de ensayo de la obra, grabación de cada escenario, performance y realización de autoevaluación seguida del análisis de los resultados. A través de los datos recopilados y los resultados artísticos alcanzados, se consideró la importancia de un equipo multidisciplinario y la necesidad de un conocimiento más profundo sobre acústica musical y prácticas creativas para los nuevos directores.PALABRAS CLAVE: Enseñanza del canto coral. Composición para corales. Investigación artística.ABSTRACT:The covid-19 pandemic significantly impacted the choirs, however, the use of digital technologies made it possible to continue artistic and social activities. This article identifies the challenges the scenic choir UFMA CANTa -CORAL CÊNICO encountered in this new modality and identifies the adaptations necessary for its musical performance on the various digital platforms available. The methodology adopted was Artistic Research (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), combined with digital ethnography, conducting discourse analysis, choral composition for the GMeet environment, planning and reorganization of rehearsal strategies for the play, recording each stage, performance, and self-assessment followed by an analysis of the results. Through the data collectedand the artistic results achieved, were considered the importance of a multidisciplinary team and the need for more knowledge about musical acoustics and creative practices for the new conductors.KEYWORDS: Choir singing teaching. Composition for coral. Artistic research.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 3IntroduçãoAs constantes adaptações às dinâmicas sócioculturaisfazem parte da vida. Em maior ou menor intensidade, vivemos constantes transformações, porém, a exigência imposta pela pandemia -COVID-19 -impôs adaptações radicais em um curto espaço de tempo. Os coros foram muito impactados pela pandemia, no entanto, o uso das tecnologias digitais possibilitou a continuidade das atividades artísticas e sociais. Este artigo identifica os desafios que o UFMA CANTa -CORAL CÊNICO encontrou e aponta as adequações que foram necessárias para sua performance musical nas diversas plataformas digitais disponíveis.UFMA CANTa -CORAL CÊNICO é fruto das atividades que ocorrem na disciplina obrigatória Canto Coral e Técnica Vocal I e II e no projeto de extensão que leva o nome no coral. O número de integrantes vária de 20 a 60, dependendo da participação, mais ou menos assídua, da comunidade. Partindo da proposta de ser uma disciplina obrigatória e também extensão universitária, o coral serve de lugar de vivência musical e laboratório de regência para os alunos do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos -Música, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), do Centro de Ciências de São Bernardo.Para vislumbrarmos um estudo que pudesse considerar o rigor científico e a maleabilidade própria da arte, sem dicotomizar Ciência e Arte, mas, sim, unindo os caminhos para a produção de conhecimento partilhável, optamos pela Artistic Research, que traduzimos, literalmente, como Pesquisa Artística e que se constitui uma forma de pesquisa própria das Artes, fruto de um movimento europeu iniciado desde a Declaração de Bolonha (1999), sobre a unificação do ensino superior. Com isso, ao falarmos em Pesquisa Artística, o termo virá em maiúscula por se referir a um tipo específico de pesquisa, com características próprias e que, na nossa compreensão, está em consonância com Coessens, Crispin e Douglas (2009).A metodologia inclui a pesquisa-ação crítico-colaborativa (PIMENTA, 2005), a etnografia digital, onde a observação participante é o principal instrumento de coleta de dados (HORST; MILLER, 2012), sem descartar alguns elementos da análise do discurso e a prática artística como elemento essencial de onde surgem sendo respondidas às perguntas de pesquisa. Ressaltamos que na Pesquisa Artística temos inúmeras perguntas de pesquisa que devem guiar o artista-pesquisador durante o processo. Ainda assim, nossa pergunta inicial foi: o que, de fato, caracteriza a atividade coral nos diferentes contextos e ambientes -presencial e on-line? Desta pergunta, muitas outras surgiram, nos levando aos resultadosapresentados neste texto e dizem respeito ao objetivo de verificar as problemáticas do fazer musical coral no domínio das plataformas digitais, o que, também, envolveu realizar a testagem de múltiplas plataformas
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 4(Google Meet, Bandlab, Whatsapp, Cleanfeed), elencar as especificidades do contato dos alunos com as plataformas no manuseio das mesmas, propor possíveis resolutivas mediante os desafios encontrados e verificar a aplicabilidade das soluções propostas mediantes as situações específicas.Ambientee aprendizagem -contexto e relaçõesTratamos de um grupo coral com atividade no interior do estado do Maranhão, nordeste brasileiro e num curso de licenciatura que considera que a formação do músico inclui a voz como elemento indissociável do processo de escuta. De maneira geral, a voz ocupa vários lugares na formação e talvez, o mais representativo seja o da entonação de sons. A prática do solfejo é a mais usual, na área, além da utilização nas práticas criativas que envolvem improvisação livre, imitação de sons da natureza, por exemplo.A formação musical, no ensino superior, no Maranhão, existe em duas instituições, Universidade Federal do Maranhão, contando com dois campi, um em São Luís (capital) e outro em São Bernardo (interior) -ambos inseridos na modalidade presencial -e a Universidade Estadual do Maranhão, com um curso, também na modalidade presencial, na capital do estado e está presente em vários municípios do estado, na modalidade EAD -Ensino à Distância, em licenciatura.Os campi/polos dos cursos de música no Maranhão não contam, em totalidade, com estudantes que são cantores, ou seja, fala-se de discentes que são violinistas, saxofonistas, tecladistas, pianistas, violinistas, entre outros, ou pessoas que não tiveram uma formação musical formal ou informal e esperam aprender durante a graduação. Tal realidade torna a prática coral uma vivência acessível a todos, nos diferentes níveis, portanto, importante para a experiência do fazer musical.Na capital, em São Luís, temos a Escola de Músicado Estado do Maranhão “Lilah Lisboa de Araújo, esta é de nível técnico e atua no ensino de instrumentos há mais tempo que as universidades. Durante a pandemia, as aulas individuais de canto lírico foram ofertadas remotamente, mas o canto coral não, apesar de ser um componente curricular obrigatório para todos os cursos da escola.Tratando-se da efetividade da comunicação remota através das redes de internet, a qualidade depende de uma diversidade de fatores que determinam os limites comunicativos de determinadas ferramentas digitais e de sua funcionalidade dentro desse domínio. O fluxo de dados estabelecido na conexão entre sistemas e servidores depende de uma estrutura física -
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 5tecnológica funcional, que coordena a comunicação entre as plataformas. Problemas como a transmissibilidade de dados entre dispositivos conectados a uma rede e de limitações estruturais da maior parte dos softwaresde videoconferência, tais como, limitações na interface, limitações na gestão dos dados e limitações de otimização, complicam ainda mais o cenário.Dentro dos domínios da comunicação através de recursos remotos -digitais, a sincronia em tempo real é uma das grandes barreiras que delimita muitos dos limites dessa experiência. A impossibilidade de uma prática simultânea e de uma sincronia sonora satisfatória entre os usuários, engendra severos desdobramentos em diversas camadas educativas da performance e do ensino do canto coral, por exemplo, a articulação de uma percepção sonora coletiva, a escuta coletiva do grupo musical, dinâmica e recíproca entre todos que abarca uma série de relações sensoriais essenciais para a prática artística.São vários aspectos da prática coral estando em estudo, mas, o fazer individual e o fazer que se dá com e em resposta ao outro é o que maisparece estar comprometido, admitindo-se que a escuta do grupo, em grupo e com o grupo é a matriz geradora das diversas possibilidades de condução da interpretação que a regência busca determinar. Não se trata de uma escuta somente técnica. Trata-se do desenvolvimento de uma escuta ativa, participativa e grupal. Foi hipótese nossa que prescindir dessa condição seria o mesmo que criar a ilusão de um coral sem, no entanto, propiciar a experiência coral como um acontecimento sonoro resultante de um processo deescuta característico. Com isso, o acontecimento musical coral, que conhecíamos antes do chamado novo normal, passaria a ser um privilégio de músicos experientes, por meio da escuta interna, incorporada e que, por sua vez, é resultado da experiência de cantar num espaço comum, compartilhando da mesma acústica do ambiente em que se realiza. Afirmar ser indispensável a experiência sensorial do canto em conjunto num mesmo ambiente físico para a boa formação do futuro educador musical seria uma percepção exclusiva nossa, na condução do UFMA CANTa -CORAL CÊNICO ou, de fato, outros educadores musicais, regentes e coralistas tinham a mesma percepção? Para isso passamos a levar a discussão a grupos de pesquisa e a estudarmos as conversas, transcrevendo diálogos eanalisando os discursos que, mais a frente, apresentamos.Sobre a alfabetização digital, estar inserido no meio tecnológico tem sido, em nosso cotidiano, uma demanda constante desde as exigências impostas pela COVID-19, pois é um contexto em que o fluxo de informação, de comunicação, as ações diárias e os planejamentos são realizados, quase que exclusivamente, por meios tecnológicos, tais como, como whatsapp, telegram, jornais online e plataformas de cursos. No nosso contexto, na educação musical
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 6mediada por tecnologia, significou uma grande mudança, requerendo dos docentes e discentes a urgência no manejo dos recursos para a continuidade do processo de aprendizagem. Aplicativos e plataformas como Zoom, Google Meet, Plataforma Teamspermitem o ensino de música focado em aulas expositivas que envolvam explanação e debate coletivo de conteúdos teóricos, porém, no canto coral estes aplicativos não atendiam a expectativa da escuta coletiva sincronizada. O Cleanfeed1prometia a sincronização mas, quando estávamos em aula, não tínhamos sucesso em nenhuma das tentativas.Quanto à aprendizagem, o fato de ser uma disciplina de canto coral num curso de formação de professores de música, viver uma experiência coral no âmbito do curso de licenciatura, pelo endereçamento próprio da formação, pressupõe aprender a conduzir uma prática grupalde experimentação musical, inclusive, práticas vocais decanto em conjunto. Sendo assim, não se podia prescindir de propiciar uma experiência significativa que, a nosso entender, os meios e recursos à mão não contemplavam.A prática resolvendo as questões -ou o caminho se faz caminhandoGuiados pela premissa da Pesquisa Artística,onde a prática deve responder às perguntas, retomamos a prática coral somente com os alunos da licenciatura, sem a participação da comunidade para, durante o caminho, decidir como e para onde ir.Em uma das abordagens efetuadas, optamos pela utilização da plataforma CakewalkBandlabcomo principal ferramenta para a efetivação do canto coral no âmbito virtual. É umsoftware Digital Audio Workstations -DAW -para armazenamento e gerenciamento de áudio. Entre as diversas dificuldades impostas pelas plataformas de teleconferência testadas, as limitações em ouvir os demais membros em uma atividade musical síncrona, os problemas de sincronia adequada e condições de escuta indesejáveis nas plataformas google meete cleanfeed aparecem. Uma das possíveis abordagens alternativasconsistiu na eliminação do canto coral síncrono para dar lugar ao desenvolvimento individual, de cada coralista. O resultado musical desejadofoi a produção de um arquivo de áudio que pudesse ser enviado via emailou whatsAppe mixado aos demais, posteriormente.Essa atividade consistiu em cada aluno gravar individualmente um arquivo de áudio onde este performa sua linha melódica utilizando os dispositivos disponíveis, celular, computador ou tablet, baseado em uma referência de sincronia. Esse principal ponto de 1Cleanfeed -trata-se de uma plataforma de estúdio on-line para interações ao-vivo e gravações em áudio. Promete a sincronização do áudio, das várias vozes, em tempo real.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 7referência consiste em gravações das partes separadas SATB -soprano, contralto, tenor e baixo -sintetizadas digitalmente por computador através da linguagem midi, muito utilizada em programas de notação -acompanhadas de um metrônomo. A isso chamamos guia. Esta guia é a principal referência para o estudo na precisão das alturas correspondentes às partes individuais de cada coralista e também serve de referência métrica para a precisão rítmica, facilitando a junção e mixagem posterior, com os demais áudios.Similar ao nosso, Eren e Öztug (2020) desenvolveram um estudo sobre a aplicabilidade de samplesgerados por computador como ferramenta auxiliar na aprendizagem do canto coral. Tal prática é denominada como o coral virtual.Durante os estágios iniciais do período de isolamento, lidar com a turma do coral foi particularmente desafiador para os professores; plataformas online como ‘‘Google Meet’’ ou ‘‘Zoom’’ não podiam fornecer um ambiente em tempo real no qual várias pessoas pudessem cantar juntas. Para garantir que uma aula tão importante continuasse com o mínimo de impedimentos durante o ensino àdistância, foi idealizada uma ferramenta complementar para os alunos do curso de coral: o coral virtual (EREN;ÖZTUG, 2020, p. 1118, tradução nossa).2Entre os diversos desafios encontrados além de elaborar um plano pedagógico consistente , nos deparamos com as dificuldades que circundam a relação dos alunos com as plataformas utilizadas. Pelo fato do processo ser muito mais centrado na individualidade devido ao manuseio das ferramentas virtuais disponíveis e do estudo isolado a afinidade e domínio técnico do aluno no ambiente virtual, foi essencial no processo.No início da pandemia -COVID-19 -surgiu a necessidade do isolamento social. As diversas transformações sociais no ambiente educacional exigiram do aluno e do professor o domínio das ferramentas digitais para atender às novas possibilidades de contato. Tal realidade pode ser observada como um fenômeno que impõe profundas transformações, tanto para os alunos -coralistas -como para os regentes-professores. Vemos no relato de Grushka et al. (2021, p .7) ao afirmarem que “este era um território desconhecido e minha identidade profissional estava prestes a experimentar umasignificativa adaptação social e tecnológica” que não era uma exclusividade nossa, a necessidade de refazer o trajeto do ensino e da aprendizagem.2During the initial stages of the isolation period, handling the choir class has been particularly challenging for teachers; online platforms such as ‘‘Google Meet’’ or ‘‘Zoom’’ could not provide a real-time environment in which multiple people could sing together. To ensure that such an important class continued with minimum hindrance during distance learning, a supplementary tool was devised for students taking the choir course: the virtual choir.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 8De início, como parte do planejamento, elencamos algumas considerações acerca das problemáticas que havíamos vivenciado com as atividades anteriores de performance musical em ambientes virtuais, com foco no canto coletivo. Chegamos ao consenso de que algumas dessas práticas em alguns ambientes tornou-se muito frequente, e em outros, quase que predominante. Podemos destacar como a principal: o exagero nos processos de edição de áudio posterior às atividades, geralmente feita pelo professor devido ao caráter meticuloso e perfeccionista que tal procedimento exige. Nos opusemos a essa linha de raciocínio e de trabalho considerando essencial que, a qualidade do produto da aula de coral seja um reflexo do percurso de aprendizagem do coralista, dado o nosso contexto de ensino, um curso de licenciatura interdisciplinar em música, ou dizendo de outro modo, um curso de formação de professores de música.Notadamente, a abordagem de edição mais frequente consiste na seleção de pequenos fragmentos de trilha gravada pelo coralista e/ou sincronização artificial de determinados trechos do áudio, ao tempo da música, criandooutro tipo de performance, agora mediada e com interferência direta daquilo que passamos a chamar de regência virtual, ou seja, agora o regente, ou como aqui escolhemos dizer, o regente-professor, toma as decisões no momento da edição.Para nós, duas considerações, daquele momento da pesquisa, foram determinantes para a continuidade do processo. A primeira é a constatação da desconfiguração da performance original por meio da edição do áudio que, por sua vez, remonta um resultado irreal e não desejado do ponto de vista do ensino-aprendizagem,pois, o produto final resultante da atividade do coralista, não corresponde à realidade de seu acontecimento e tampouco reflete as habilidades desenvolvidas por ele ou ela, ao longo do percurso de aprendizagem e, a segunda, sobre o resultado sonoro das atividades que, deve almejar um resultado satisfatório, sim, mas que, independente de suas pequenas imperfeições, reflita uma performance real e completa do coralista, registrada em áudio.Devido àatividade centrada no coralista, consideramos o resultado como um instrumento preciso para a avaliação por parte do docente e de autoavaliação para o aluno. Esse instrumento avaliativo, apesar de suas limitações, principalmente no que se refere a perda da qualidade do áudio, a depender do dispositivo em que foi realizada a captação, dificulta o ensino da técnica no canto coral. Neste caso, o parâmetro sonoro mais prejudicado foi o timbre, junto à projeção da voz, limitando os níveis de orientação que poderiam ser compartilhados em um ensaio presencial, principalmente no que se refere à técnica vocal. Contudo, a gravação preserva os elementos que tomamos como básicos da performance vocal, a precisão na afinação,
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 9o fraseado e a precisão rítmica. Partimos da análise desses elementos básicos fornecidos pelos áudios para conhecer as dificuldades e aprimorarmos nossa percepção sobre a condição musical real de cada coralista.Ao todo foram realizadas as gravações de três peças corais: Per Crucem -do Cancioneiro de Taizé, Noite de Oração-uma adaptação de um canto natalino e O Coração-uma composição feita pelo compositor Francisco Silva, aluno egresso do nosso curso de licenciatura. Cada peça possui características e desafios musicais variados, contudo, é possível perceber a curva de aprendizagem no resultado de cada processo. Seguindo a ordem cronológica, apresentamos os links para audição dos resultados:a)Per crucem3.b)Noite de Oração4. c)O Coração5.De fato, a utilização das guias foi o instrumento que possibilitou a sincronia dentro desse ambiente. Possibilitou também um resultado a partir de um percurso de aprendizagem que oferece novidades quanto às ferramentas de estudo que são complementares ao fazer coral. Nesse aspecto podemos compreender que a utilização das guias é uma ferramenta de estudo individual flexível para o estudante, que desenvolve habilidades individuais apesar da ausência do contato com o coral presencial. Eren e Öztug (2020) chamam de coro virtual, em sua denominação, aquilo que chamamos aqui de guias. Sobre os resultados esperados e das hipóteses que o treino com as guias pode oferecer para o estudante, na visão deles:Espera-se que os alunos tenham sessões práticas eficientes com sons de coro virtual; com a oportunidade de praticar a qualquer hora, em qualquer lugar, eles terão mais tempo para aprimorar suas habilidades em comparação com os ensaios da realidade, que são em número limitado (EREN;ÖZTUG, 2020, p. 1119, tradução nossa).6Ao observar a guia como principal ferramenta norteadora, concluímos que esta é um ponto de referência exato e preciso no que diz respeito a entoação das notas, a disposição rítmica e a articulação das vozes entre si. Eren e Öztug (2020) fortalecem esse argumento ao afirmar que:3Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jhqcjnEBCuI.Acesso em: 10 jan. 2022.4Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IdTzwcK_Wm4.Acesso em: 10 jan. 2022.5Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6SnwSlDqxCI.Acesso em: 10 jan. 2022.6A series of assumptions are put together regarding the usability of virtual choir recordings during distance education. It is expected that students will have efficient practice sessions with virtual choir sounds; with the opportunity to practice anytime,anywhere, they will have more time to enhance their skills compared to real-life rehearsals, which are limited in number.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 10As gravações virtuais do coral, geradas por computador, são impecáveis no que diz respeito à precisão das alturas, pelo que se assume que proporcionarão um ambiente áudio adequado para os alunos trabalharem nas suas entonações (uma subcategoria da musicalidade). Um som de metrônomo é fornecido para cada gravação virtual e espera-se que esse recurso ajude os alunos a acompanhar seu tempo na ausência de um maestro (EREN;ÖZTUG, 2020, p. 1119-1120, tradução nossa).7Grushka et al.(2021) denominam coral virtual, o fazer coral dentro do ambiente virtual, que difere da denominação sugerida no estudo deEren e Öztug(2020) que tratam o termo coral virtual como amostras artificiais geradas por computador para recurso de aprendizagem e referências de estudo, as guias. Dentro da perspectiva de Grushka et al.(2021) podemos complementar nosso argumento em direção a nossas observações e insights pedagógicos perante as relações que permeiam o fazer coral no ambiente virtual e partilhar da ideia de que os “coros virtuais performam dentro de sua própria ecologia a partir do acesso ao pessoal, o biológico e o tecnológico”8(GRUSHKA et al.,2021, p. 4) e, a partir disso, crer que a realidade constitutiva do ambiente virtual impõe uma ecologia que lhe é própria. Isso se dá, contornando e regendo os limites da comunicação e a forma como os indivíduos se interrelacionam dentro deste ambiente. Essas relações possuem inúmeras variáveis que tendem a mudar conforme o ambiente virtual, o softwareou a plataforma.A constatação de que a pandemia gerou um novo normal, como foi denominado o tempo posterior ao isolamento social estrito, nos fez olhar para as condutas de outra maneira. Não era mais uma situação temporária. Definir como vivenciar características próprias do canto coral no novo ambiente e tomar decisões sobre quais seriam as características indispensáveis para a manutenção da prática coral visando sua permanência era imprescindível. No nosso entendimento, a escuta coletiva era o ponto mais crítico. Conversando em grupo de pesquisa, refletindo sobre o assunto, transcrevendo a conversa e analisando o discurso, pudemos perceber que a escuta era o ponto-chave para muitos regentes corais. NoG-PEM -Grupo de Estudos em Educação Musical/UNESP e noLaboratório/Ateliê de Pesquisa Artística -UFMA/SB regentes profissionais discutiram a questão e algumas afirmações merecem ser ressaltadas.Afirmações dos regentesque recorreram asoftwares de edição, gravação e mixagem musical multipistas em experiências docentes vividas nas atividades corais, apósserem 7Moreover, the virtual choir recordings, being computer generated, are impeccable with respect to the accuracy of pitches, and so itis assumed they will provide a suitable audio environment for students to work on their intonations (a sub-category of musicality). A metronome sound is provided for each virtual recording, and this feature is expected to help students keep track of theirtiming in the absence of a conductor.8Virtual choirs perform within their own ecology accessing the personal, the biological, and the technological.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 11transcritas, foram selecionadas e estão apresentadas a seguir. Foi utilizado o negrito nas expressões que traziam, direta ou indiretamente, a escuta como característica essencial. Quadro1Análise 1Regente 1 Como educadora, para mim, foi muito bacana no sentido de descobrir novas maneiras de podermos afinar as pessoas, de ajudar nessa questão da escuta, porque eu acho que afinação está mais na escuta e a escuta dentro do canto coral, dentro da aulaé tão pouca. É tão pouco o tempo que a gente tem.Regente 2 Trabalhar com a escuta não tem sido fácil, tem sido possível criar o coral e manter o fazer coral!! Mas aí, decidi que eu não vou oferecer Coral II porque eles só temdois semestres de coral no curso inteiro. Eu estou pensando o seguinte Eu quero que vocês me convençam do contrário, porque isso é que é legal e é isso que a gente vai fazer com certeza [...]Quando eu estou decidindo isso (não oferecer o Coral II) é porque se eu oferecer Coral II, este grupo que vai fazer Coral II, viverá o Coral,mas não viverá a proposta de trabalhar escuta do ponto de vista de ser o professor!!Regente 3 Então, o que foi bacana para mim esse ano, não foi conhecer a voz dos cantores, muito pelo contráriofoi fazer com que eles se conhecessem!!. Porque, as coisas que eu vinha trabalhando e falando para eles, se revelaram deoutra forma, mais concreta. Entãopara mim funcionou ao contrário,disso de que os regentes não conheciam as vozes dos cantores. Eu acredito nisso, mas não é a minha vivência justamente porque eu trabalho com corais pequenos. Então, eu conheço muito bem as limitações das pessoas e eu pude presenciar o crescimento deles,porqueeles fizeram outro trabalho vocal, que era o de reconhecer a própria voz.Fonte: Arquivo PessoalTal processo, de transcrição e análise de marcadores do discurso relativos à escuta, corrobora nossa hipótese e, naquele momento, foi o que nos permitiu seguir. Sem isso, o novo normal imposto pela pandemia teria passado sem nos trazer o desafio de pensar sobre a possibilidade de novas soluções.Vimos que cada um dos regentes citados, apesar de terem elencado os aspectos positivos das experiências, em maior ou menor medida, deixaram transparecer a fragilidade do trabalho da escuta coletiva que tanto nos parecia faltar. A análise dos discursos confirmou nossa hipótese de que o desenvolvimento da escuta seguia presente como uma das características fundamentais do trabalho coral.Mudando a rota para encontrar outros caminhosEste tópico trata do processo criativo que envolveu a composição de miniaturas para o novo normal do canto coral. Por se tratar de conhecimento partilhável a partir da relação direta com o processo, será redigido em primeira pessoa, na voz da pesquisadora responsável pela pesquisa e compositora da miniatura. Saliente-se que tal especificidade é parte da estrutura característica da Pesquisa Artística para dar voz ao conhecimento incorporado.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 12Movida pela necessidade de conexão com o novo normal, passei a pensar como eu poderia criar condições para o desenvolvimento da escuta coletiva no ambiente virtual que os coralistas tinham à disposição. O próprio conceito de coro de leigos necessitava ampliação para o fato do termo leigos se referir,também, ao desconhecimento de como usar as plataformas e aplicativos específicos da área da música.O coral é uma atividade vocal, portanto, qual voz temos no GMeetou no Zoom? Da mesma forma que ao cantarmos num teatro, numa igreja, numa praça ou numa sala de concerto, precisamos nos adaptar para buscarmos um resultado acústico específico e da mesma forma que determinadas composições são pensadas para ambientes específicos, pensei que eu precisava pensar em como eu poderia criar miniaturas que ajudassem o coral a existir coletivamente no ambiente virtual, em tempo real, fazendo música junto, no mesmo tempo-espaço, assumindo a voz possível no GMeetou no Zoom, brindando aquele grupo de professores em formação com a experiência mínima necessária para criar seus próprios grupos vocais, seus corais. Não era apenas a preocupação deviver a experiência coral,mas, de apreender,por meio da práticae do conhecimento incorporado,a vivenciar uma escuta e vocalização em naipes,num novo ambiente.É importante frisar a grande influência dos pressupostos levantados por Murray Schafer (2011) tanto em sua obra escrita como composicional, em especial em A Afinação do Mundo e aotrabalho da pesquisadora Marisa Fonterrada, educadora musical, notadamente no trabalho O Lobo Labirinto -(FONTERRADA, 2004). Tais influências me levaram a conhecer um novo, bem recente, campo de estudo, a Arte Sonora Ambiental.A Arte Sonora Ambiental -tradução de Environmental Sound Art-é uma arte com o objetivo claro de provocar o ouvinte a refletir sobre as questões ambientais, no seu sentido mais amplo. No entendimento de Gilmurray (BIANCHI; MANZO, 2016) a soundartcarrega uma forte conexão com a utilização de diferentes mídias e com a música experimental e que, atualmente, a compreensão depende muito de como cada um interpreta a terminologia. Os caminhos da Arte Sonora Ambiental são traçados nesse território fluido, que admite a experimentação e, ao mesmo tempo, a tradição musical.Foi nessa mescla de influência que a primeira miniatura, denominada INterfoi proposta. O nome sugere a interdisciplinaridade, a interconexão, a interiorização da escuta -ou a escutainterior, a interculturalidade e todos os processos que acontecem internamente, quando enfrentamos situações-limite que nos desafiam. No caso específico da criação de INter, o que fez eclodir o impulso criativo foi a percepção de que o ambiente virtual era esse novo lugar que
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 13eu, como compositora, cantora, regente, professora e pesquisadora, passava habitar. O espaço virtual me imputou a consciência de mais uma voz possível,portanto, graças ao aporte que as ideias e pressupostos dos autores citados foram apreendidas por mim ao longo de anos de contato, o ambiente virtual passou a ser mais uma dimensão do meu entendimento de presença no mundo, sem dicotomizar o virtual e o não-virtual e sim, integrando-os ao meu ser e viver o mundo, no momento presente. Sobre tal aspecto, outros estudos precisam ocorrer para melhor aprofundar.Sobre o material composicional escolhido, partindo do território fluído propiciado pela Arte Sonora Ambiental, foi: dó, ré bemol e mi com diferentes estruturas fixas que se repetiam emcada naipe.A divisão foi feita em 3 vozes: Voz 1, Voz 2 e Voz 3, sendo:Quadro2 Material ComposicionalNaipeEstruturaVoz 1mi, ré bemol, dó, ré bemol, miVoz 2dó, ré bemol, miVoz 3ré bemol, mi, dóFonte:Arquivo PessoalA escolha do uso da partitura gráfica, para indicar o movimento das vozes, ocorreu para tirar o foco da leitura musical convencional e toda a carga de tensão que os estudantes de música carregam em relação ao solfejo, no intuito de privilegiar a entrada no novo ambiente e sua fruição.Os movimentos das vozes foram determinados assim:
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 14Figura1 Partitura GráficaFonte:Arquivo PessoalAs decisões criativas visavam o resultado sonoro ocorrido no jogo de tensões e resoluções que a sobreposição das vozes geraria, acusticamente falando. O delay-aquele atraso costumeiro do Gmeet e do Zoom, passou a integrar o jogo e, com ele, o desafio da escuta atenta
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 15se intensificava. A atenção ao movimento de cada voz era imprescindível e, por isso, a presença naquele ambiente também era conclamada. Não era mais possível estar à margem do que ocorria,mas, era preciso estar noambiente virtual por inteiro para que o resultado surgisse.Foi com tais consignas que a primeira miniatura -INter-foi interpretada. Abaixo, segue o manuscrito e o link9de acesso à gravação bem sucedida:Figura2 Partitura ManuscritaFonte:Arquivo PessoalParada para analisar o processoTodo o trabalho desenvolvido ficaria sem a possibilidade de uma análise de resultados se uma autoavaliação não fosse propiciada. Organizamos uma entrevista abertacom duas coralistas e,também,a análise da observação-participante, fruto da etnografia digital que nos levou a uma discussão dos resultados.Apresentamos, inicialmente, a autoavaliação do ponto de vista da observação-participante. Elaboramos cinco questões norteadoras que direcionaram o diálogo com duas participantes imersas na vivência musical foco deste estudo. O primeiro questionamento se deu para compreender como havia sido a receptividade da prática coral no contexto online, assim, em ambos os diálogos se notou uma boareceptividade ao ambiente para a prática vocal.9Disponível em:https://drive.google.com/file/d/1wiymQQJSudJDclrx433cnVgQa7WiTEE9/view?usp=sharing.Acesso em: 10 jan. 2022.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 16No segundo questionamento buscamos conhecer a percepção das coralistas referente à algo que foi mais marcante nas aulas, em resposta a isto uma delas disse: “a condução das aulasos professores não ensinavam a gente a decorar umavoz simplesmente,mas,a entender o que estávamos cantando, como corrigir erros e isso foi de bastante contribuição para um melhor aprendizado”, isto demonstra que o trabalho desenvolvido instigou a(s) participante(s) a compreender a linha melódica do naipe, o contexto harmônico, além de aprender a solucionar e dar atenção a pontos que, corriqueiramente, não daria tempo presencialmente.No terceiro questionamento averiguou-se se havia compreensão sobre esses dois universos de prática musical (presencial e online). Em explicação a isto, as coralistas endossaram que o contato físico entre os componentes do coral foi a maior carência nesse momento, visto que a conexão de internet, geralmente, não contribuía e não propiciava uma resposta rápida ao que estava sendo proposto. Relataramque, especificamente, na peça contemporânea houve maiores dificuldades por não ouvirem com precisão as trocas de notas.Na quarta pergunta se quisconhecer as dificuldades enfrentadas por estas. Neste ponto foi apontado que a escuta sendo o maior desafio, além da compreensão da partitura não convencional, uma vez que a partitura não definia uma duração para as trocas de notas, os participantes ficavam totalmente dependentes da atenção auditiva à outra linha melódica em desenvolvimento.Por fim, perguntou-se sobre algo que as havia marcado significativamente e que poderia impulsionar a sua prática profissional/musical. Ambas responderam que desde os informes iniciais sobre as peças, o aquecimento vocal direcionado ao repertório e/ou para a solução de dificuldades de algum integrante da turma, as leituras do repertório, os kitsde ensaio até a prática pedagógica aplicada pelos docentes forampontos que influenciarão na prática musical destas.Aqui apresentamos o ponto de vista dos três regentes -professoresda disciplina:Quadro3Análise 2Regente-professor 1Como docentes e discentes estamos inseridos totalitariamente num contexto social presencial onde o contato físico, a percepção sonora, a instantaneidade de respostas as propostas se dão de maneira mais efetiva, talvez, o ponto mais desafiador tenha sido a atenção àquilo que era desenvolvido em aula ou posteriormente aestápelos participantes, com zelo e cuidado, buscando algo significativo para o processo de aprendizagem musical. Assim, instigar os estudantes a se manterem participativos e integrados a proposta foi um desafio, visto que num primeiro momento estes não estariam cantando juntos como num coral tradicional, mas estudando a linha melódica do seu naipe, fazendo uma gravação e postando no BandLab para análise dos docentes.Num momento concomitante, aconteciam os “aquecimentos vocais” que contemplavam o repertório outrora estudado ou aspectos técnicos que ajustasse a afinação, consciência muscular/corporal do cantor, entre
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 17outros, assim como a análise, leitura e compreensão harmônica da condução devozes.Como mencionado anteriormente, a escuta foi um desafio não apenas para os cantores, mas para os regentes, devido às limitações da plataforma e/ou da conexão de internet entre os participantes. Em especial à última peça do repertório, que se desenvolveu em trio, essa escuta se intensificou, pois mesmo com as limitações deste contexto, tínhamos que instigar os estudantes a compreender (escutar) a linha melódica do outro naipe para que houvesse harmonia entre as vozes e uma prática coral eficiente. Parcialmente, no contexto coral presencial tais ajustes se dão de maneira auditiva ou intuitivamente pela harmonia, se tornando mais “fácil” ou corriqueiro por ser algo mais rápido devido àconvivência, entretanto, o que difere da prática coral remotamente,é que nem sempre se terá uma boa conexão de internet e/ou equipamentos (notebook, fones de ouvido, tablet, Ipad) de ótima qualidade para o desenvolvimento desta de maneira benéfica.Regente-professor 2Concluo que as atividades desenvolvidas surtiram efeitos consideráveis no ensino e na aprendizagem dos alunos, principalmente no que se refere às estratégias de estudo pessoal. Embora a prática coral presencial seja a atividade ideal para a performance musical vocal coletiva, possoperceber que esta possui seus limites, também. Principalmente no que se refere a valorização da dimensão acentuada do desenvolvimento pessoal do coralista, e, no processo de autoconhecimento de suas próprias habilidades e fragilidades.Ao longo do estudofoi possível vislumbrar a utilidade que as ferramentas digitais podem fornecer para o desenvolvimento musical e pedagógico em ambientes físicos e digitais do canto coral.A partir disso, podemos vislumbrar insights para o futuro da prática Coral. Neste Futuro, deve-se conciliar o melhor que esses dois mundos podem oferecer, e, propiciar a renovação de estudos musicais e aproveitar o melhor que esses dois ambientes de convivência podem engendrar.Regente-professor 3Todas as fases do processo foram angustiantes em alguma medida… primeiro eu tive que trabalhar minha rejeição à correção do que faltava na escuta coletiva através da edição das pistas dos áudios gravados individualmente. Eu me sentia enganando as pessoas. Diferiria, penso eu, se fosse um coral reunido apenas para cantar pelo prazer que cantar propicia. Só que eu tinha sob minha responsabilidade, um grupo defuturos professores que, com toda certeza, ao adentrarem o espaço escolar precisariam muito das habilidades aprendidas no ser e fazer coral.Depois, durante os ensaios da miniatura INter, a angústia era causada pela incerteza sobre a real eficiência e eficácia da proposta.Pensar uma nova música para um novo tempo, num novo ambiente, criando condições para dinamizar os ensaios e envolver ogrupo foram momentos de excitação, angústia e de ansiedade.Com os resultados gravados e com a autoavaliação das coralistas, veio a certeza de que o trabalho abriu novas perspectivas e pede continuidade.Penso que é preciso repensar a regência no ambientevirtual e a própria prática coral em muitos aspectos.Fonte: Arquivo PessoalVemos que são três perspectivas que apontam para aspectos complementares. Regente-professor 1 -a questão da técnica vocal; Regente-professor 2 -a percepção da regência musical por meio da edição via recursos digitais e Regente-professor 3 -o objetivo de aprendizagem para a realização musical nos novos tempos incertos que geraram o novo normal.Juntando tudo isso,é possível apontar que o fato da atividade coral ter sidodesenvolvida com três regentes-professores focados em aspectos fundamentais para uma prática exitosa em canto coral poderia ser tomada como uma premissa para um estudo futuro.Na autoavaliação de todos se percebeu o compromisso com a busca de resultados de qualidade que contenham processos bem construídos e significativos.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 18Considerações finaisOlhar para o futuro é o que parece preciso ressaltar nestas considerações finais. Percebeu-se, através do percurso da pesquisa, seus resultados e desafios enfrentados que uma nova música pode surgir e que é uma música que ocorre num ambiente real de interação comunicacional com características que conceituam um novo paradigma musical para o ambiente virtual em que os tempos atuais nos colocam; que aregência musical também se refaz, encontra novo espaço e novos códigos, sem a interação em tempo real, mas, ainda definitiva para o resultado do acontecimento musical que chega ou chegará, aos ouvintes; que novos conceitos de aprendizagem musical parecem surgir, como,por exemplo, assumir a voz virtual como uma das vozes possíveis da voz do coralista; que o ambiente virtual é um ambiente; que estudos subsequentes a este, com o mesmo coral precisam ser desenvolvidos para maior profundidade da discussão e a disseminação de práticas criativas que envolvam o ambiente virtual que hoje utilizamos são urgentes.Conclui-se que, certamente, a escuta coletiva é um dos elementos indispensáveis e inegociáveis do canto coral, portanto, uma das características desse fazer musical. Também, aponta-se como necessidade para os novos currículos a intensificação dos conteúdos de acústica musical e práticas criativas na formação dos novos professores-regentes corais.REFERÊNCIASBIANCHI, F.; MANZO, V. J. (ed.). Environmental Sound Artists: In their own words. New York: Oxford University Press, 2016.COESSENS, K.; CRISPIN, D.; DOUGLAS, A. The artistic turn: a manifesto. Leuven, Bélgica: Leuven University Press, 2009.DECLARAÇÃO de bolonha. 1999. Disponível em: http://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2009/09/www.ufabc_.edu_.br_images_stories_pdfs_declaracaodebolonhaportugues.pdf. Acesso em: 09 mar. 2022.EREN, H. C.; ÖZTUG, E. K. The Implementation of Virtual Choir Recordings during Distance Learning. Cypriot Journal of Educational Sciences, v. 15, n. 5, p. 1117-1127, 2020. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=EJ1274034. Acesso em: 09 set. 2021.FONTERRADA, M. T. O. O Lobo no Labirinto: Uma incursão à obra de Murray Schafer. São Paulo: UNESP, 2004.GRUSHKA, K. et al. A Virtual Choir Ecology and the Zoom-machinic: Visual Technologies as a Panacea for Social Isolation. Video Journal of Education and Pedagogy, v. 5, n. 1, p.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSe Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 191-16, 2021. Disponível em: https://brill.com/view/journals/vjep/5/1/article-p1_8.xml. Acesso em: 25 fev. 2022.HORST, H. A.; MILLER, D. (ed.). Digital anthropology. New York:Berg, 2012.
image/svg+xmlO canto coral no novo normalRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 20SOBRE OS AUTORESPaula MOLINARIUniversidade Federal do Maranhão (UFMA),São Bernardo MA Brasil. Professora efetiva do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos -Música. Pós-doutora em Música (IA/UNESP).Erik Gabriel Cunha LINHARESUniversidade Federal do Maranhão (UFMA), São Bernardo MA Brasil. Graduando CLLC/Música.Henrique LISBÔAUniversidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador BA Brasil. Mestrando em Música.Kédma Cruz SANTOSUniversidade Federal do Maranhão (UFMA), São Bernardo MA Brasil. Graduando CLLC/Música.Fernanda Lima ALVESUniversidade Federal do Maranhão (UFMA), São Bernardo MA Brasil. Graduando CLLC/Música.Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 1CHORAL SINGING IN THE NEW NORMALITYO CANTO CORAL NO NOVO NORMALEL CANTAR CORAL EN LA NUEVA NORMALIDADPaula MOLINARIFederal University of Maranhão(UFMA)e-mail: paula.molinari@ufma.brErik Gabriel Cunha LINHARESFederal University of Maranhão(UFMA)e-mail: linhareserikgabriel@gmail.comHenrique LISBÔAFederal University of Bahia(UFBA)e-mail: henriquelisboa.educ@gmail.comKédma Cruz SANTOSFederal University of Maranhão(UFMA)e-mail: kedma.santos@discente.ufma.brFernanda Lima ALVESFederal University of Maranhão(UFMA)e-mail: fl.alves@discente.ufma.brHow to refer to this articleMOLINARI, P.; LINHARES, E. G. C.; LISBÔA, H.; SANTOS, K. C.; ALVES, F. L.Choral singing in the new normality. Revista Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421Submitted: 10/03/2022Revisions required: 05/05/2022Approved: 01/07/2022Published: 01/12/2022
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 2ABSTRACT: The covid-19 pandemic significantly impacted the choirs,however, the use of digital technologies made it possible to continue artistic and social activities. This article identifies the challenges the scenic choir UFMA CANTa -CORAL CÊNICO encountered in this new modality and identifies the adaptations necessary for its musical performance on the various digital platforms available. The methodology adopted was Artistic Research (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), combined with digital ethnography, conducting discourse analysis, choral composition for the GMeet environment, planning and reorganization of rehearsal strategies for the play, recording each stage, performance, and self-assessment followed by an analysis of the results. Through the data collected and the artistic results achieved, were considered the importance of a multidisciplinary team and the need for more knowledge about musical acoustics and creative practices for the new conductors.KEYWORDS: Choir singing teaching. Composition for coral. Artistic research.RESUMO: Os coros foram muito impactados pela pandemia da Covid-19, no entanto, o uso das tecnologias digitais possibilitou a continuidade das atividades artísticas e sociais. Este artigo identifica os desafios que o coral UFMA CANTa -CORAL CÊNICO encontrou nesta nova modalidade e aponta as adaptações que foram necessárias para sua performance musical nas diversas plataformas digitais disponíveis. A metodologia adotada foi a Artistic Research (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), aliada à etnografia digital, realização de análise do discurso, composição coral para o ambiente GMeet, planificação e reorganização de estratégias de ensaios da peça, registro de cada etapa, performance e autoavaliação seguida de análise dos resultados. Através dos dados coletados e resultados artísticos alcançados se considerou a importância de uma equipe multidisciplinar e a necessidade de conhecimento mais aprofundado sobre acústica musical e práticas criativas para os novos regentes.PALAVRAS-CHAVES: Ensino de canto coral. Composição para coral. Artistic research.RESUMEN:Los coros se vieron muy afectados por la pandemia del covid-19, sin embargo el uso de las tecnologías digitales permitió continuar con las actividades artísticas y sociales. Este artículo identifica los desafíos que encontró el coro escénico UFMA CANTa -CORAL CÊNICOen esta nueva modalidad y señala las adaptaciones que fueron necesarias para su desempeño musical en las diversas plataformas digitales disponibles. La metodología adoptada fue la Investigación Artística (COESSENS; CRISPIN; DOUGLAS, 2009), combinada con etnografía digital, realización de análisis de discurso, composición coral para el ambiente GMeet, planificación y reorganización de estrategias de ensayo de la obra, grabación de cada escenario, performance y realización de autoevaluación seguida del análisis de los resultados. A través de los datos recopilados y los resultados artísticos alcanzados, se consideró la importancia de un equipo multidisciplinario y la necesidad de un conocimiento más profundo sobre acústica musical y prácticas creativas para los nuevos directores.PALABRAS CLAVE: Enseñanza del canto coral. Composición para corales. Investigación artística.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 3IntroducionConstant adaptations to socio-cultural dynamics are part of life. To a greater or lesser extent, we live in continuous transformations, but the demands imposed by the pandemic -COVID-19 -imposed radical adaptations in a short period. The pandemic greatlyimpacted choirs, however, the use of digital technologies made it possible to continue artistic and social activities. This article identifies the challenges UFMA CANTa -CORAL CÊNICO encountered and identifies the adaptations necessary for its musical performance in the various digital platforms available. UFMA CANTa -CORAL CÊNICO is the result of activities in the mandatory discipline Choral Singing and Vocal Technique I and II and in the extension project that takes the name of the choir. The number of members varies from 20 to 60, depending on the community's participation, more or less assiduous. Based on the proposal of being a compulsory discipline and also a university extension, the choir serves as a place of musical experience and a conducting laboratory for the students of the Degree in Languages and Codes -Music, from the Federal University of Maranhão (UFMA), in the São Bernardo Science Center.To envisage a study that could consider the scientific rigor and the malleability of art without dichotomizing Science and Art but rather uniting the paths for the production of shareable knowledge, we opted for Artistic Research, which we translate, literally, as Artistic Research, and which is a form of research proper to the Arts, the result of a European movement initiated since the Bologna Declaration (1999), on the unification of higher education. Thus, when we talk about Artistic Research, the term will be capitalized because it refers to a specific type of research with its characteristics, which, in our understanding, is in line with Coessens, Crispin, and Douglas (2009).The methodology includes critical-collaborative action research (PIMENTA, 2005) and digital ethnography, where participant observation is the main instrument of data collection (HORST; MILLER, 2012), without discarding some elements of discourse analysis and artistic practice as an essential element from which the research questions emerge being answered. We emphasize that in Artistic Research, we have numerous research questionsthat should guide the artist-researcher during the process. Even so, our initial question was: what characterizes choral activity in different contexts and environments -in person and online? From this question, many others arose, leading us to the results presented in this text and are related to the objective of verifying the problems of choral music-making in the domain of digital platforms, which also involved testing multiple platforms (Google Meet, Bandlab, Whatsapp, Cleanfeed), listing
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 4the specificities of the student's contact with the platforms, proposing possible solutions to the challenges found, and verifying the applicability of the solutions proposed according to specific situations.Environment and learning -context and relationshipsWe are dealing with a choral group operating in the countryside of the state of Maranhão, northeastern Brazil, and in a degree course that considers that the musician's education includes the voice as an inseparable element of the listening process. In general, the voice occupies several places in the training, and perhaps the most representative is the intonation of sounds. The practice of solfeggio is the most common in the area, besides the use in creative practices that involve free improvisation, and imitation of sounds of nature, for example.In Maranhão, musical education in higher education is provided by two institutions, the Federal University of Maranhão, with two campuses, one in São Luís (the capital city) and the other in São Bernardo (the countryside) -both in the on-site modality -and the State University of Maranhão, with one course, also in the on-site modality, in the state capital and is present in several cities in the state, in the distance learning modality, in degree courses. The camp/poles of the music courses in Maranhão do not count, in totality, with students who are singers, that is, we talk about students who are violinists, saxophonists, keyboard players, pianists, violinists, among others, or people who did not have a formal or informal musical education and hope to learn during graduation. This reality makes choral practice an experience accessible to all at different levels and, therefore, important for the experience of making music.In the capital,São Luís, we have the Music School of the State of Maranhão Lilah Lisboa de Araújo, which has a technical level and has been teaching instruments for longer than the universities. During the pandemic, individual lyric singing lessons were offered remotely, but choral singing was not, despite being a mandatory curricular component for all the school's courses.When it comes to the effectiveness of remote communication over Internet networks, the quality depends on various factors that determine the communicative limits of certain digital tools and their functionality within this domain. For example, the data flow established in the connection between systems and servers depends on a functional physical-technological structure that coordinates the communication between platforms. Problems such as data transmissibility between devices connected to a network and structural limitations of most
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 5videoconferencing software, such as interface limitations, data management limitations, and optimization limitations, further complicate the scenario.Within the realms of communication through remote-digital resources, real-time synchrony is one of the major barriers that delimits this experience's limits. The impossibility of a simultaneous practice and satisfactory sound synchrony among the users engenders severe unfoldings in several educational layers of the performance and of the teaching of choral singing, for example, the articulation of collective sound perception, the collective listening of the musical group, dynamic and reciprocal among all that embraces a series of sensorial relations essential to the artistic practice.Several aspects of the choral practice are being studied, but the individual performance and the performance that takes place with and in response to the other is the one thatseems to be compromised, admitting that the group's listening, in the group and with the group is the generating matrix of the several possibilities of conducting the interpretation that the conducting seeks to determine. It is not only a matter of technical listening. It is about the development of active, participative, and group listening. We hypothesized that to do without this condition would be the same as creating the illusion of a choir without, however, providing the choral experience as a sound event resulting from a characteristic listening process. With this, the choral musical event that we knew before the so-called new normal would become a privilege for experienced musicians using internal, incorporated listening that, in turn, is the result of the experience of singing in a common space, sharing the same acoustics of the environment in which it is performed. To affirm that the sensorial experience of singing together in the same physical environment is indispensable for the proper formation of the future music educator, would this be our exclusive perception while conducting the UFMA CANTa -CORAL CÊNICO or, in fact, did other music educators, conductors, and choir singers have the same perception? For this, we started to take the discussion to research groups and study the conversations, transcribing dialogues and analyzing the speeches that, later on, we present.Digital literacy, being inserted in the technological environment, has been, in our daily lives, a constant demand since the requirements imposed by COVID-19 because it is a context in which the flow of information, communication, daily actions, and planning are performed, almost exclusively, by technological means, such as WhatsApp, Telegram, online newspapers, and course platforms.In our context, music education, mediated by technology, has meant a
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 6great change, requiring teachers and students urgency in managing resources to maintain the learning process. Applications and platforms such as Zoom, Google Meet, and Teams Platform allow music education focused on expository lessons that involve explanation and collective debate of theoretical content, however, in choral singing, these applications did not meet the expectation of synchronized collective listening. Cleanfeed1promised synchronization, but when we were in class, we were not successful in any of the attempts. As for learning, the fact of being a discipline of choral singing in a music teacher training course, living a choral experience in the context of a degreecourse, by the very address of training, presupposes learning how to conduct a group practice of musical experimentation, including vocal practices of singing together. Therefore, we could not do without providing a meaningful experience that, in our opinion, the means and resources at hand did not contemplate.The practice of resolving the questions -or the path is made by walkingGuided by the premise of Artistic Research, where practice must answer questions, we resumed choral practice only with undergraduate students, without the participation of the community to, along the way, decide how and where to go.In one of the approaches taken, we chose to use the Cakewalk Bandlab platform as the main tool for choral singing in the virtual environment. It is a Digital Audio Workstation -DAW -software for storing and managing audio. Among the various difficulties imposed by the teleconferencing platforms tested, the limitations in listening to other members in a synchronous musical activity, the problems of proper synchronization, and undesirable listening conditions in the google meet and clean feed platforms appear. One possible alternative approach was eliminating synchronous choral singing to make way for individual, individual choir member development.The desired musical result was producing an audio file that could be sent via email or Whatsapp and mixed with others later.This activity consisted of each student recording an audio file where they perform their melody line using the available devices, cell phone, computer, or tablet, based on a synchrony reference. This main reference point consists of recordings of the separate SATB parts -soprano, contralto, tenor, and bass -digitally synthesized by computer using the midi language, widely used in notation programs -accompanied by a metronome. We call this a guide. This guide is 1Cleanfeed -It is an online studio platform for live interaction and audio recording and promises to synchronize audio, from multiple voices, in real time.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 7the main reference for studying the precision of the heights corresponding to the individual parts of each choir member and also serves as a metric reference for rhythmic precision, facilitating later joining and mixing with the other audios.Like ours, Eren and Öztug(2020) developed a study on the applicability of computer-generated samples as an auxiliary tool in learning choral singing. This practice is called a virtual choir.During the initial stages of the isolation period, handling the choir class has been particularly challenging for teachers; online platforms such as ‘‘Google Meet’’ or ‘‘Zoom’’ could not provide a real-time environment in which multiple people could sing together. To ensure that such an important class continued with minimum hindrance during distance learning, a supplementary tool was devised for students taking the choir course: the virtual choir. (EREN; ÖZTUG, 2020, p. 1118).Among the many challenges encountered -in addition to developing a consistent pedagogical plan -we faced difficulties surrounding the relationship between the students and the platforms used. Because the process was much more focused on individuality -due to the handling of the virtual tools available and the isolated study -the affinity and technical mastery of the student in the virtual environment was essential in the process.At the beginning of the pandemic -COVID-19 -the need for social isolation emerged. The various social transformations in the educational environment demanded from the student and the teacher the mastery of digital tools to meet the new possibilities of contact. Such a reality can be observed as a phenomenon that imposes profound transformations for the students -choir members -and the conductor-teachers. We see in the account of Grushka et al. (2021, p .7) when they state that "this was uncharted territory and my professional identity was about to experience a significant social and technological adaptation" that it was not exclusive to us, the need to retrace the path of teachingand learning. At first, as part of the planning, we listed some considerations about the problems we had experienced with the previous activities of musical performance in virtual environments, with a focus on collective singing. We concluded that some of these practices in some environments had become very frequent and, in others, almost predominant. We can highlight the main one: the exaggeration in the audio editing processes after the activities, usually done by the teacher due to the meticulous and perfectionist character that such a procedure requires. We opposed this line of reasoning and work, considering it essential that the quality of the product of the choir class is a reflection of the learning path of the choir student, given our
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 8teaching context, an interdisciplinary degree course in music, or other words, a training course for music teachers.Notably, the most frequent editing approach consists of selecting small fragments of the track recorded by the choir and artificially synchronizing certain excerpts of the audio at the tempo of the music, creating another type of performance, now mediated and with direct interference of what we call virtual regency, that is, now the conductor, or as we chose to say here, the conductor-teacher, makes the decisions at the time of editing.For us, two considerations at that moment of the research were crucial for the continuity of the process. The first one is the verification of the deconfiguration of the original performance through the editing of the audio, which, in turn, resembles an unreal and undesired result from the teaching-learning point of view, for the final product resulting from the choir's activity does not correspond to the reality of its happening, nor does it reflect the skills developed bythem, The second, about the sound result of the activities, which should aim for a satisfactory result, yes, but one that, regardless of its small imperfections, reflects a real and complete performance by the choir member, recorded on audio. Because theactivity is centered on the choir member, we consider the result a precise instrument for the teacher's evaluation and the student's self-evaluation. Despite its limitations -especially in regards to the loss of audio quality-this evaluative instrument depends on the device in which the recording was made, and it is not easy to teach choral singing techniques. In this case, the sound parameter most affected was the timbre and the voice projection, limiting the levels of guidance that could be shared in alive rehearsal, especially about vocal technique. However, the recording preserves the elements we take as basic to vocal performance, precision in pitch, phrasing, and rhythmic accuracy. Finally, we started by analyzing these basic elements provided by the audio to know the difficulties and improve our perception of the real musical condition of each choir member.Altogether, we recorded three choral pieces: Per Crucem -from the Song of Taizé, Night of Prayer -an adaptation of a Christmas song, and The Heart -a composition by the composer Francisco Silva, a student that graduated from our undergraduate course. Each piece has different characteristics and musical challenges; however, it is possible to perceive the learning curve in the result of each process. Following the chronological order, we present the links for listening to the results:a)Per crucem2.2Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jhqcjnEBCuI.Access: 10 jan. 2022.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 9b)Night of Prayer3. c)The Heart4.The use of the guides was the instrument that made synchrony possible within this environment. It also made possible a result from a learning path that offers novelty as to the study tools that are complementary to the choral work. In this aspect, the guides are a flexible individual study tool for the student, who develops individual skills despite the absence of contact with the choir in person. Eren and Öztug (2020) call virtual choir, in their denomination, what we call here the guides. About the expected results and chances that training with the guides can offer for the student, in their view:A series of assumptions are put together regarding the usability of virtual choir recordings during distance education. It is expected that students will have efficient practice sessions with virtual choir sounds; with the opportunity to practice anytime, anywhere, they will have more time to enhance their skills compared to real-life rehearsals, which are limited in number (EREN; ÖZTUG, 2020, p. 1119).Looking at the guide as the main guiding tool, it is an exact reference point for the intonation of notes, the rhythmic arrangement, and the articulation of voices with each other. Eren and Öztug (2020) strengthen this argument by stating that:Moreover, the virtual choir recordings, being computer generated, are impeccable with respect to the accuracy of pitches, and so it is assumed they will provide a suitable audio environment for students to work on their intonations (a sub-category of musicality). A metronome sound is provided for each virtual recording, and this feature is expected to help students keep track of their timing in the absence of a conductor (EREN; ÖZTUG, 2020, p. 1119-1120).Grushka et al.(2021) term virtual choir, choral making within the virtual environment, which differs from the name suggested in the study by Eren and Öztug (2020), who treat the term virtual choir as computer-generated artificial samples for learning resources and study references, the guides. Within the perspective of Grushka et al. (2021), we can complement our argument with our observations and pedagogical insights in the face of the relationships that permeate choral performance in the virtual environment and share the idea that virtual choirs perform within their ecology from access to the personal, the biological, and the technologica5(GRUSHKA et al., 2021, p. 4) and, from this, believe that the constitutive reality of the virtual 3Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IdTzwcK_Wm4.Access: 10 jan. 2022.4Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6SnwSlDqxCI.Access: 10 jan. 2022.5Virtual choirs perform within their own ecology accessing the personal, the biological, and the technological.
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 10environment imposes an ecologyof its own. This happens, bypassing and governing the limits of communication and the way individuals interrelate within this environment. These relationships have countless variables that tend to change according to the virtual environment, the software,or the platform.The realization that the pandemic generated a new normal, as the time after strict social isolation was called, made us look at conduct differently. It was no longer a temporary situation. Instead, it was indispensable to define how to experience the characteristics of choral singing in the new environment and decide which characteristics would be indispensable to maintain the choral practice aiming at its permanence. In our understanding, collective listening was the most critical point. Talking in a research group, reflecting on the subject, transcribing the conversation, and analyzing the discourse showed that listening was the key point for many choral conductors. In G-PEM -Grupo de Estudos em Educação Musical/UNESP and in the Laboratório/Ateliê de Pesquisa Artística -UFMA/SB professional conductors discussed the issue, and some statements deserve to be highlighted.Statements made by conductors who used multitrack music editing, recording, and mixing software in teaching experiences lived in choral activities, after being transcribed, were selected and arepresented below. The expressions that brought, directly or indirectly, listening as an essential characteristic were bold.Table 1 -Analysis1Conductor 1 -As an educator, it was very nice to discover new ways to tune people and to help with this question of listening because tuning is more in listening, and listening in choral singing in class, is so tiny. We have a little time.Conductor 2 -Working with listening has not been easy, it has been possible to create the choir and keep the choral work going! But then, I decided I won't offer Choral II because they only have two semesters of Choral in the whole course. So I want you to convince meotherwise because this is what is cool and what we will do for sure [...] I'm deciding this (not to offer Choral II) because if I offer Choral II, this group that will do Choral II will live the Choral but will not live the proposal of working listening from the point of view of being the teacher!Conductor 3 -So, what was good for me this year, was not to know the voice of the singers, -on the contrary -was to make them know each other! Because the things that I had been working on and talking to themabout revealed themselves differently, more concretely. So it worked the other way around, that the conductors didn't know the singers' voices. It's not my experience precisely because I work with small choirs. So, I know the limitations of people very well, and I could witness their growth because they did another vocal work, which was to recognize their voices.Source: Personal ArchiveSuch a process of transcription and analysis of discourse markers related to listening corroborated our hypothesis and, at that moment, allowed us to move forward. Without it, the
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 11new normal imposed by the pandemic would have passed without bringing us thechallenge of thinking about the possibility of new solutions.We saw that each of the regents mentioned, despite having listed the positive aspects of the experiences, to a greater or lesser extent, made transparent the fragility of the work of collectivelistening that we felt was so lacking. The analysis of the speeches confirmed our hypothesis that the development of listening was still present as one of the fundamental characteristics of choral work.Changing course to find other pathsThis topic deals with the creative process that involved the composition of miniatures for the new normal of choral singing. Since this knowledge can be shared directly with the process, it will be written in the first person, in the voice of the researcher responsible for the research and composer of the miniature. However, it must be emphasized that such specificity is part of the characteristic structure of Artistic Research to give voice to the incorporated knowledge.Driven by the need to connect with the new normal, I started thinking about how to create conditions for the development of collective listening in the virtual environment the choir members had at their disposal. The concept of a lay choir needed amplification because the term layman also refersto the unfamiliarity of how to use the platforms and applications specific to the area of music.Choir is a vocal activity, so which voice do we have on GMeet or Zoom? In the same way that when we sing in a theater, a church, a square, or a concert hall, we need to adapt ourselves to search for a specific acoustic result. In the same way that certain compositions are designed for particular environments, I needed to think about how I could create miniatures that would help the choir to exist collectively in the virtual environment, in real-time, making music together in the same time-space, assuming the possible voice in GMeet or Zoom, providing that group of teachers in formation with the minimum experience necessary to create their vocal groups, their choirs. It was not only the concern of living the choral experience but of learning, through practice and incorporated knowledge, to experience listening and vocalization in suits in a new environment.It is essential to emphasize the great influence of the assumptions raised by Murray Schafer (2011) both in his written and compositional work, especially in The Tuning of the World and the work of the researcher Marisa Fonterrada, music educator, notably in work The
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 12Labyrinth Wolf -(FONTERRADA, 2004). Such influences led me to a new, very recent field of study, Environmental Sound Art.Environmental Sound Art is an art with the clear goal of provoking the listener to reflect on environmental issues in its broadest sense. In Gilmurray's understanding (BIANCHI; MANZO, 2016), sound art strongly connects with using different media and experimental music. The understanding depends a lot on how each one interprets the terminology. For example, the paths of Environmental Sound Art are traced in this fluid territory, which admits experimentation and, at the same time, musical tradition.In this mixture of influences, the first miniature called INterwas proposed. The name suggests interdisciplinarity, interconnection, the interiorization of listening -or inner listening, interculturality, and all the internal processes when we face limiting situations that challenge us. In the specific case of the creation of INter, what triggered the creative impulse was the perception that the virtual environment was this new place that I, as a composer, singer, conductor, teacher, and researcher, was inhabiting. The virtual space gave me the consciousness of one more possible voice, therefore, thanks to the contribution that I apprehended the ideas and assumptions of the mentioned authors over the years of contact, the virtual environment became one more dimension of my understanding of presence in the world, without dichotomizing the virtual and the non-virtual, but integrating them to my being and living the world in the present moment. Other studies need to take place about this aspect to deepen it.The compositional material chosen, starting from the fluid territory provided by Environmental Sound Art, was: C, D flat, and E with different fixed structures repeated in each suit.The division was made into three voices: Voice 1, Voice 2, and Voice 3:Table 2 -Compositional MaterialSuitStructureVoice 1 E, Db, C, Db, EVoice 2 C, Db, EVoice 3Db, E, CSource: Personal ArchiveThe choice of using a graphic score to indicate the movement of the voices was made to take the focus off the conventional music reading and all the tension that music students carry about solfège to favor the entry into the new environment and its enjoyment.The movements of the voices were determined thus:
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 13Figure1 -Graphic scoreSource: Personal ArchiveThe creative decisions aimed at the sonic result that occurred in the game of tensions and resolutions that overlapping voices would generate, acoustically speaking. The delay -that EVoice 1Voice 2Voice3DbC
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 14usual Gmeet and Zoom delay -became part of the game, and the challenge of attentive listening intensified. The attention to each voice's movement was indispensable, so the presence in that environment was also demanded. It was no longer possible to be on the sidelines of what was happening, but it was necessary to be in the virtual environment as a whole for the result to emerge.It was with these consignments that the first miniature -INter -was interpreted. Below is the manuscript and the link6to access the successful recording:Figure2 -Manuscript ScoreSource: Personal ArchiveStop to analyze the processAll the work developed would be without the possibility of an analysis of results if a self-evaluation were not provided. Instead, we organized an open interview with two chorus girls and the analysis of the participant observation, the fruit of the digital ethnography that led us to a discussion of the results. Initially, we present the self-assessment from the participant-observation point of view. We elaborated five guiding questions that directed the dialog with two participants immersed in the musicalexperience that is the focus of this study. The first question was asked to 6Available at: https://drive.google.com/file/d/1wiymQQJSudJDclrx433cnVgQa7WiTEE9/view?usp=sharing.Access: 10 Jan. 2022.Uncertain times -A new music must emerge? What remains? How? Why?The New ListeningThe New SongIn creation
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 15understand how the choral practice had been received in the online context; in both dialogues, a good receptivity to the environment for vocal practice was noticed.In the second question, we sought to know the perception of the choralists regarding something that was most remarkable in the classes: the way the classes were conducted -the teachers didn't teach us to memorize a voice simply but to understand what we were singing, how to correct mistakes, and this contributed a lot to a better learning process, this shows that the work developed instigated the participant(s) to understand the melodic line of the suit, the harmonic context, besides learning to solve and pay attention to points that, normally, they wouldn't have time to do in person.The third question asked if there was an understanding of these two universes of musical practice (in person and online). In explanation, the chorale endorsed that the physical contact between the choir members was the greatest need since the internet connection, in general, did not contribute and did not provide a quick response to what was being proposed. They reported that, specifically in the contemporary piece, there were greater difficulties because they could not precisely hear the changes in notes. In the fourth question, we wanted to know the difficulties they faced. At this point, it was pointed out that listening was the biggest challenge, besides understanding the unconventional score, since the score did not define a duration for the note changes, the participants depended on the auditory attention to the other melodic line in development.Finally, they were asked about something that had marked them significantly and could boost their professional/musical practice. Both answered that the initial information about the pieces, the vocal warm-ups aimed at the repertoire and to solve the difficulties of a class member, the repertoire readings, the rehearsal kits, and the pedagogical practice applied by the teachers were points that would influence their musical practice. Here we present the point of view of the three conductors -discipline teachers:Table 3-Analysis 2Conductor-teacher 1As teachers and students, we are inserted in a face-to-face social context where physical contact, sound perception, and instantaneous responses to proposals happen more effectively. Perhaps the most challenging point was the participants' attention to what was developed in class or after class, with zeal and care, seeking something meaningful to the musical learning process. Thus, instigating the students to remain participative and integrated into the proposal was a challenge since, at first, they would not be singing together as in a traditional choir, but studying the melodic line of their group, making a recording, and posting it in BandLab for the teachers' analysis. At the same time, the “vocal warm-ups” took place, which contemplated the repertoirepreviously studied or technical aspects that adjusted the singer's tuning, muscular/body awareness, among others, as well as the analysis, reading, and harmonic understanding of the conducting of voices.
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 16As mentioned earlier, listening was a challenge not only for the singers but for the conductors due to the limitations of the platform and the internet connection among the participants. In particular, in the last piece of the repertoire, which was developed in the trio, this listening intensified becauseeven with the limitations of this context, we had to instigate the students to understand (listen) to the melodic line of the other suit so that there was harmony between the voices and efficient choral practice. Partially, in the face-to-face choral context, such adjustments happen in an auditory way or intuitively through harmony, becoming easier or more commonplace for being something faster due to the interaction, however, what differs from the choral practice remotely is that not always there will bea good internet connection and equipment (notebook, headphones, tablet, Ipad) of great quality for the development of this in a beneficial way.Regent-Teacher 2The developed activities greatly affected the students' teaching and learning, especially regarding the self-study strategies. Although in-person choral practice is the ideal activity for collective vocal musical performance, it has its limits, too. Mainlyin what concerns the valorization of the accentuated dimension of the choir's personal development and the process of self-knowledge of their abilities and weaknesses. Throughout the study, it was possible to glimpse the digital usefulness of tools for musical and pedagogical development in physical and digital environments of choral singing. From this, we can glimpse insights into the future of the choral practice. In this future, one should reconcile the best that these two worlds can offer, provide the renewal of musical studies and take advantage of the best that these two environments can engender.Regent-teacher 3All phases of the process were distressing to some extent. First, I had to work on my rejection of correcting what was missing in the collective listening by editing the tracks of the individually recorded audios. I felt like I was cheating people. It would be different, I think, if it were a choir gathered to sing for the pleasure of singing. But I had under my responsibility a group of future teachers that, when entering the school space, would need the skills learned in being and doing choir. Then, during the INter miniature rehearsals, the anguish was caused by the uncertainty about the real efficiency and effectiveness of the proposal. Thinking of new music for a new time, in a new environment, and creating conditions to make the rehearsals more dynamic and involving the group were moments of excitement, anguish, and anxiety.With the recorded results and the self-assessment of the choir members, the certainty came that the work opened new perspectives and required continuity.It is necessary to rethink conducting in the virtual environment and choral practice itself in many aspects.Source: Personal ArchiveThree perspectives point to complementary aspects. Conductor-teacher 1 -the question of vocal technique; Conductor-teacher 2 -the perception of musical regency through editing via digital resources and Conductor-teacher 3 -the learning objective for musical accomplishment in the new uncertain times that generated the new normal.Putting all this together, it is possible to point outthat the choral activity was developed with three teacher-riders focused on fundamental aspects for a successful practice in choral singing could be taken as a premise for a future study.In everyone's self-assessment, it was possible to perceive the commitment to the search for quality results that contain well-constructed and meaningful processes.
image/svg+xmlPaula MOLINARI; Erik Gabriel Cunha LINHARES; Henrique LISBÔA; Kédma Cruz SANTOSand Fernanda Lima ALVES.Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 17Final ConsiderationsLooking to the future seems necessary to emphasize these final considerations. It was perceived, through the course of the research, its results, and challenges faced, that new music can emerge and that it is music that occurs in a real environment of communicational interaction with characteristics that conceptualize a new musical paradigm for the virtual environment in whichthe present times place us; that the musical regency also remakes itself, finds new space and new codes, without the interaction in real-time, but, still definitive for the result of the musical event that reaches or will reach the listeners; that new concepts of musical learning seem to arise, such as, for example, assuming the virtual voice as one of the possible voices of the choir voice; that the virtual environment is an environment; that subsequent studies to this one, with the same choir, need to bedeveloped for a deeper discussion and the dissemination of creative practices that involve the virtual environment we use today are urgent.We conclude that collective listening is one of the indispensable and non-negotiable elements of choral singing, therefore, one of the characteristics of this musical practice. It is also pointed out as a necessity for the new curricula to intensify the contents of musical acoustics and creative practices in training new choral teacher-regents.REFERENCESBIANCHI, F.; MANZO, V. J. (ed.). Environmental Sound Artists: In their own words. New York: Oxford University Press, 2016.COESSENS, K.; CRISPIN, D.; DOUGLAS, A. The artistic turn: a manifesto. Leuven, Bélgica: Leuven University Press, 2009.DECLARAÇÃO de bolonha. 1999. Available at: http://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2009/09/www.ufabc_.edu_.br_images_stories_pdfs_declaracaodebolonhaportugues.pdf. Access: 09 mar. 2022.EREN, H. C.; ÖZTUG, E. K. The Implementation of Virtual Choir Recordings during Distance Learning. Cypriot Journal of Educational Sciences, v. 15, n. 5, p. 1117-1127, 2020. Available at: https://eric.ed.gov/?id=EJ1274034. Access: 09 set. 2021.FONTERRADA, M. T. O. O Lobo no Labirinto: Uma incursão à obra de Murray Schafer. São Paulo: UNESP, 2004.GRUSHKA, K. et al. A Virtual Choir Ecology and the Zoom-machinic: Visual Technologies as a Panacea for Social Isolation. Video Journal of Education and Pedagogy, v. 5, n. 1, p. 1-16, 2021. Available at: https://brill.com/view/journals/vjep/5/1/article-p1_8.xml. Access: 25 fev. 2022.
image/svg+xmlChoral singing in the new normalityRev. Hipótese, Bauru, v. 8, esp. 1, e022026, 2022. e-ISSN: 2446-7154DOI:https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID421| 18HORST, H. A.; MILLER, D. (ed.). Digital anthropology. New York:Berg, 2012.ABOUT THE AUTHORSPaula MOLINARIFederal University of Maranhão(UFMA),São Bernardo MA Brasil. Full professor of the Language and Codes degree course-Music. Post-doctoral in Music(IA/UNESP).Erik Gabriel Cunha LINHARESFederal University of Maranhão(UFMA), São Bernardo MA Brasil. Undergraduate CLLC/Music student.Henrique LISBÔAFederal University of Bahia(UFBA), Salvador BA Brasil. Master degree of Music.Kédma Cruz SANTOSFederal University of Maranhão(UFMA), São Bernardo MA Brasil. Undergraduate CLLC/Music student.Fernanda Lima ALVESFederal University of Maranhão(UFMA), São Bernardo MA Brasil. Undergraduate CLLC/Music student.Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.Correção, formatação, normalização e tradução.