image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 1 O ENSINO DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: SISTEMATIZAÇÃO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS LA ENSEÑANZA DE ECUACIÓN DE PRIMER GRADO PARA ESTUDIANTES CON DISCAPACIDAD VISUAL: SISTEMATIZACIÓN DE ESTUDIOS CIENTÍFICOS THE FIRST-DEGREE EQUATION TEACHING FOR STUDENTS WITH VISUAL DISABILITIES: SYSTEMATIZING SCIENTIFIC STUDIES Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo e-mail: veronicammo15@gmail.com Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo e-mail: aline.lagoeiro@ifsp.edu.br Como referenciar este artigo LAGOEIRO, A. C. D.; OLIVEIRA, V. M. M. O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos.Revista Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6Submetido em: 26/03/2021 Revisões requeridas em: 15/04/2021 Aprovado em: 10/05/2021Publicado em: 01/01/2022
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 2 RESUMO: Visando contribuir para o trabalho docente de conteúdos matemáticos, essa pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de pesquisas voltadas ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual, disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Como a busca mais específica resultou em nenhuma pesquisa encontrada, buscou-se então, sobre “matemática deficiência visual”. A segunda busca resultou em nove artigos, dos quais seis se encontram analisados nessa pesquisa. Por fim, explanamos os resultados obtidos, a escassez de pesquisas, a importância do professor, as dificuldades na sala de aula e uma proposta para pesquisas futuras. PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva. Ensino de Matemática. Equação do Primeiro grau. RESUMEN: Con el objetivo de contribuir a la labor docente de contenidos matemáticos, esta investigación tuvo como objetivo realizar una revisión sistemática de la investigación orientada a la enseñanza de ecuaciones de primer grado para estudiantes con discapacidad visual, disponible en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de CAPES. Como la búsqueda más específica resultó en que no se encontró ninguna investigación, luego buscamos "matemáticas de discapacidad visual". La segunda búsqueda resultó en nueve artículos, de los cuales seis son analizados en esta investigación. Finalmente, explicamos los resultados obtenidos, la escasez de investigación, la importancia del docente, las dificultades en el aula y una propuesta de investigación futura. PALABRAS CLAVE: Educación inclusiva. Enseñanza de las matemáticas. Ecuación de primer grado. ABSTRACT: Intending to contribute to the teaching work of mathematical content, this research aimed to carry out a systematic review of research aimed at teaching first degree equations for visually impaired students, available in the CAPES Thesis and Dissertations Catalog. As the most specific search resulted in no research found, we then searched for “visual impairment mathematics”. The second search resulted in nine articles, of which six are analyzed in this research. Finally, we explain the results obtained, the scarcity of research, the importance of the teacher, the difficulties in the classroom and a proposal for future research. KEYWORDS: Inclusive education. Mathematics teaching. First degree equation.
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 3 Introdução Essa pesquisa teve como objetivo geral realizaruma revisão sistemática de pesquisas acerca do ensino de Equação do Primeiro Grau para alunos com deficiência visual disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Para tanto, foram desenvolvidos estudos teóricos de modo a identificar os elementos que caracterizam e definem a deficiência visual, a ampliar os conhecimentos acerca do percurso histórico do atendimento educacional voltado aos alunos com deficiência visual e a compreender o processo de ensino e aprendizagem de conteúdos matemáticos, envolvendo alunos com cegueira ou baixa visão. A partir de tais estudos, a pesquisa centrou-se na identificação e análise de estudos voltados ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Desse modo, este artigo contempla os resultados da pesquisa realizada, trazendo primeiramente as considerações acerca da evolução histórica da inclusão, com ênfase nas diferenças entre os conceitos de integração, normalização e inclusão. A seguir são apresentadas as características que definem a deficiência visual, a distinção entre deficiência visual e baixa visão, o que permite observar que existem classificações em relação à acuidade visual que determina o grau de cegueira e as possíveis causas que podem ocasionar essa deficiência. Considerando o processo de desenvolvimento da pesquisa, do ponto de vista metodológico, são apresentados os resultados da pesquisa, que contemplam as discussões acerca da deficiência visual e do ensino de Matemática e a análise das pesquisas voltadas ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual. Esta é resultante do trabalho de pesquisa e sistematização, em banco de dados digitais, iniciando pelo Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e contemplando o Portal de Periódicos CAPES, com análises referentes aos trabalhos localizados. Por fim, são apresentadas as considerações dessa pesquisa, tendo como perspectiva a importância desta para a área da educação e as possibilidades futuras no campo científico.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 4 Evolução histórica da inclusão Em um panorama mundial, a educação para crianças e jovens com deficiência sensorial, que se caracteriza por um não funcionamento de alguns dos sentidos, teve início no ano de 1960, em alguns países da Europa, nos quais o aluno com deficiência estava na sala de aula regular com os demais alunos, acompanhado por um professor especializado. Esse foi o ponto de partida para outros movimentos de inclusão ao longo dos anos seguintes. Podemos destacar dois eventos de suma importância para a educação inclusiva, sendo eles, a Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida no ano de 1990, em Jomtien, na Tailândia, e a Conferência Mundial de Educação, ocorrida no ano de 1994, em Salamanca, na Espanha. Para fins de contextualização, Mendes (2006) traz um retrato sobre a educação em países pobres e em desenvolvimento, evidenciando que medidas deveriam ser tomadas visando a melhoria da educação. De acordo com Ormindo (2019), o tema principal da Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida em 1990, foi a incapacidade dos métodos, utilizados até o momento, para diminuir o número de analfabetismo e a falta de qualidade no ensino ofertado. O Brasil estava presente e, juntamente com os demais países participantes, reafirmou seu compromisso com a educação para todos: De acordo com a análise realizada por Zeppone (2011), na Conferência de 1990 foram definidos os problemas a serem resolvidos, determinaram-se linhas de ações para solucioná-los e prazos para atingir as metas esperadas. Embora os motivos fossem legítimos e as intenções fossem boas, a autora afirma que pouco do que foi definido chegou a ser colocado em pratica pelos países, a maioria das definições estabelecidas nem chegaram ao conhecimento das escolas, 21 permanecendo apenas em posse dos governantes que as definiram. Quando chegou o momento de mostrar os resultados, muitas das soluções pensadas foram implementadas às pressas, não rendendo os benefícios esperados (ORMINDO, 2019, p. 20). Um grande ganho para a educação inclusiva, no contexto mundial, vindo da Declaração de Salamanca, foi o movimento da inclusão social. Nesse documento, toda a sociedade possui um papel para a promoção da inclusão, equiparando as oportunidades, buscando a construção de uma sociedade democrática, na qual as diversidades e características pessoais seriam respeitadas e aceitadas, como ressalta Mendes (2006, p. 395). Questionamentos começam a ser feitos sobre o ideal de inclusão, a partir do momento que o assunto se torna mundial. Mendes (2006) destaca várias perguntas sobre o tema, com isso tem-se a reflexão: será que a inclusão é de fato para todos?
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 5 No contexto brasileiro, vemos ao longo da história que pessoas com um poder aquisitivo maior tinha o acesso a uma educação de qualidade, enquanto as pessoas de baixa renda tinham acesso a uma educação precária, quando se tinha esse acesso. Já as pessoas com algum tipo de deficiência, quando de baixa renda, eram excluídas, chegando a ser consideradas geneticamente inferiores. Com base nos aspectos apontados por Mendes (2015), é possível ver que o ensino para pessoas com deficiência no Brasil teve seu primeiro passo no ano de 1835, com o então deputado Cornélio Ferreira, que apresentou um projeto de lei para o cargo de professor de letramento para pessoas cegas e pessoas surdas-mudas. Vale ressaltar que o termo surdo-mudo não é mais utilizado, pois não é todo surdo que também é mudo, muitos possuem as cordas vocais funcionando perfeitamente, apenas não aprenderam a falar pela falta da audição. Todavia, são aptos para aprender a fala por meio da leitura labial, por exemplo. O termo referido era utilizado antigamente, por falta do conhecimento que temos hoje. Nos anos seguintes, outros projetos e institutos foram desenvolvidos no Brasil, dos quais podemos destacar a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, por D. Pedro II, em 12 de setembro de 1854 e, posteriormente, chamado de Instituto Benjamin Constant. Em 26 de setembro de 1857, também por D. Pedro II, foi inaugurado o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. Dado esse cenário, tanto mundial quanto brasileiro, as pessoas com deficiência só começaram a ter seus direitos e a serem vistos como cidadãos, participantes ativos da sociedade, após a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Desta, é notório ressaltar o 26º artigo que diz: Artigo 26° 1. Toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito. 2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz (ONU, 1948). No fim da década de 1940 e no início da década de 1950, aproximadamente, existiam no Brasil certa de 40 instituições para o ensino de pessoas com deficiência mental, com a
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 6 maioria pertencendo ao setor público. Um ponto importante, no ano de 1954, ocorreu a criação da primeira escola especial privada filantrópica, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O termo educação para os excepcionais é explicitado no artigo 88 da Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/61 (BRASIL, 1961), que diz: “A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade”. Posteriormente, a lei foi revogada, sendo substituída pela Lei nº 5.692/71, e esta, suplantada pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em vigência até o presente momento. Outro órgão importante para o desenvolvimento da educação especial no Brasil, no ano de 1973, foi o CENESP, Centro de Educação Especial, responsável por coordenar e desenvolver a educação especial em todos as etapas escolares, com o intuito de promover uma participação ativa e progressiva na sociedade (MENDES, 2015, p. 46-47). O mesmo órgão foi posteriormente renomeado como Secretaria da Educação Especial, em 1986 e em 1990 chamada de Secretaria de Educação Básica que, por fim, chegou à sua atual denominação, em 1992, como Secretaria de Educação Especial. Com a Constituição Federal de 1988, no artigo 208º, passa a ser garantida a permanência de alunos com algum tipo de deficiência nas salas de aulas regulares (BRASIL, 1988). Entre os anos de 1994 e 2002, podemos destacar o documento “Política e Resultados Educação Especial”, elaborado pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2002). Neste, é possível encontrar uma análise da educação no Brasil no período citado, um retrato com as perspectivas e avanços (BAPTISTA, 2019, p. 8). Em termos de orientação para as políticas públicas educacionais, permanece como referencial para a Educação Especial no Brasil a “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, de 2008 (BRASIL, 2008). Ela é considerada um marco para história da Educação Especial no Brasil, por referendar legalmente a opção nacional pela perspectiva inclusiva no campo educacional. O documento também apresenta de forma explícita a definição do público-alvo a ser atendido pela educação especial – pessoas com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Estabelece, ainda, os aspectos fundamentais para o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Diante do contexto apresentado, é possível observar que todos os indivíduos têm direito à educação, todavia, para desfrutar por completo desse direito, esta luta está apenas começando. Cabe a nós, futuros professores, lutar para conquistar esse direito e, assim, levar às crianças,
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 7 aos jovens e aos adultos uma educação inclusiva de qualidade, em que todos possam participar ativamente das aulas, com suas limitações e características, as quais mostram como os indivíduos são únicos e extraordinários. Assim, se irá contribuir para a melhoria do desenvolvimento social do país. Deficiência visual A deficiência visual, segundo a Secretaria da Educação, se caracteriza pela perda total ou parcial do sentido da visão, perdendo, assim, as funções básicas dos olhos. Entra para a categoria de deficiência visual a pessoa cega ou com baixa visão: Cego: a cegueira pressupõe a falta de percepção visual devido a fatores fisiológicos ou neurológicos. A cegueira total ou simplesmente amaurose, caracteriza-se pela completa perda de visão sem percepção visual de luz e forma. A cegueira pode ser congênita ou adquirida. Baixa Visão: a acuidade visual das pessoas com baixa visão é muito variável; mas, em geral, baixa visão é definida como uma condição na qual a visão da pessoa não pode ser totalmente corrigida por óculos, interferindo em suas atividades diárias, assim como a leitura e a locomoção (CONDE, 2017, p. 1, grifo do autor).Tem-se como base duas escalas oftalmológicas, que realizam o agrupamento de pessoas que apresentam algum tipo de cegueira ou baixa visão, sendo elas, a acuidade visual, caracterizada como aquilo que se pode enxergar a uma certa distância pré-estabelecida, e o campo de visão, que corresponde a ampliação da área que a visão pode alcançar. A pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios seguintes: a visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou se o diâmetro mais largo do seu campo visual subentende um arco não maior de 20°, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo possa ser superior a 20/200. Esse campo visual restrito é muitas vezes chamado "visão em túnel" ou "em ponta de alfinete" e a essas definições chamam alguns "cegueira legal" ou "cegueira econômica" (CONDE, 2017, p. 1). A pessoa com baixa visão tem dificuldade para realizar suas atividades pessoais do dia a dia, e este indivíduo pode ser diagnosticado a partir de algumas condições clínicas, sendo elas, a degeneração macular, o glaucoma, a diabetes, a retinopatia ou a catarata. No decorrer da história, podemos observar que pessoas com deficiência visual, e outras, eram vistas como incapazes e, com isso, acabavam sendo rejeitadas pela sociedade, excluídas nas próprias famílias, sofriam preconceitos e intolerância, como afirma Mendes (2015). De
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 8 acordo com a autora, a criança que nascia cega na Grécia Antiga deveria ser colocada em uma vasilha de argila e ser abandonada. Por volta do século V a.C., os gregos já buscam a cura para a cegueira. Um dos médicos que recebe destaque nesse período é o Alcmeon de Cretona, conhecido por descobrir o nervo ótico. Na Roma antiga, as pessoas que possuíssem algum tipo de deficiência e, por consequência, não pudessem ser úteis em uma guerra, poderiam acabar condenadas a morte. Pode-se destacar também que, devido ao tato mais sensível, tem-se o relato de pessoas cegas trabalhando como curandeiros de juízes, em meados do século II e III a.C. No primeiro, havia cegos trabalhando, muito trabalhavam nos portos e começaram a receber auxílio, um tipo de pensão, mas esse benefício não teve longa duração. Posteriormente, perderam essa ajuda e começaram a receber apenas ração diariamente. No segundo, pode-se destacar o movimento cujo objetivo era diminuir o número de mendigos nas ruas, pressionando os asilos e monastérios para receberem mais pessoas em seus espaços. Entre os Maias, as pessoas cegas tinham uma função, a de oleiro, devido as habilidades manuais e o tato aguçado; os indivíduos produziam objetos a partir de matérias primas como a pedra, o couro, a madeira, a argila (COSTA; PICHARILLO; PAULINO, 2016, p. 10). Podemos destacar, ainda, alguns alunos cegos que, na época do feudalismo, tiveram um papel importante e trabalhavam como professores, concertistas, entre outras funções. Dentre eles está Dídimo de Alexandria, também conhecido como Dídimo, o cedo, que foi um teólogo e dirigiu a catequese por mais de 50 anos em sua cidade. Os avanços na área da medicina começaram a partir do século XVIII, com o entendimento mais aprofundado sobre o olho e seu ligamento com o cérebro. Podemos perceber que, ao decorrer dos séculos até meados de XIX, as pessoas cegas conquistaram mais espaços, em relação ao que se tinha antes, o que contribuiu para que a história sofresse mudanças. Ao fim do século XVIII, foi criada, em Paris, a primeira escola de cegos, chamada Instituto Real dos Jovens Cegos. A principal motivação para a criação dessa instituição foi o alto número de pessoas cegas vivendo como mendigas. Estando na linha de frente, Valentin Hauy acreditava que as pessoas cegas possuíam a capacidade de aprender através do tato. A partir desse instituto, outros surgiram em diversos países, inclusive no Brasil, com o Instituto dos Meninos Cegos, denominado hoje de Instituto Benjamim Constant (MENDES, 2006). No Renascimento, temos algumas obras que se destacam com pessoas cegas sendo seu foco, visto que o período culmina na mudança da Idade Média para a Moderna, com paradigmas e crenças sendo quebrados. Dentre eles, podemos destacar a obra “A parábola dos cegos” de
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 9 Pieter Bruegel (1530-1569). A produção retrata seis pessoas cegas caminhando e caindo em uma valeta. Tal escrito é uma crítica à sociedade que não tem ideia sobre o futuro, sem saber ou ter objetivos a serem almejados, completamente perdidos. Os direitos das pessoas com deficiência ganharam evidência após a Segunda Guerra Mundial, por meio da Declaração dos Direitos Humanos, em seguida com a Constituição de 1988, em nosso país, e com a Declaração de Salamanca. Esses foram marcos importantes na luta pela busca de mais igualdade, respeito e dignidade para esse recorte da população. No artigo 66 da Declaração de Salamanca consta que: Políticos em todos os níveis, incluindo o nível da escola, deveriam regularmente reafirmar seu compromisso para com a inclusão e promover atitudes positivas entre as crianças, professores e público em geral, no que diz respeito aos que possuem necessidades educacionais especiais (ONU, 1994, p. 15). Com a Declaração de Salamanca (ONU, 1994), a proposta de uma educação inclusiva ganhou ênfase e as pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo a cegueira, passaram a ser consideradas capazes de aprender. A educação escolar não era considerada como necessária, ou mesmo possível, principalmente para aqueles com deficiências cognitivas e / ou sensoriais severas. O trabalho educacional era relegado a um interminável processo de “prontidão para a alfabetização”, sem maiores perspectivas já que não havia expectativas quanto à capacidade desses indivíduos desenvolverem-se academicamente e ingressarem na cultura formal (GLAT; FERNANDES, 2005, p. 2). Nos anos 70, a ênfase era na falta de estrutura das escolas e no despreparo dos docentes para atender plenamente as crianças com deficiência, e não mais na deficiência em si. Temos, então, o começo de uma mudança de pensamento. A escola tem o papel de se adaptar e de se preparar para receber esse aluno, tanto na parte de infraestrutura, com sinalizações, acesso a todas as áreas da escola, como também em seu projeto político pedagógico (PPP), pensando em meios de avaliar, preparar os materiais e as aulas (GLAT; FERNANDES, p. 4, 2005). De acordo com Glat e Fernandes, o ato da educação inclusiva não está apenas em inserir o aluno na sala de aula regular, mas sim em garantir que qualquer aluno com quaisquer deficiências tenha acesso a uma educação que o permita se desenvolver intelectual, social e fisicamente, respeitando as individualidades de cada discente. Ainda segundo os autores, o número de pesquisas relacionado a educação especial no Brasil é escasso; com isso, torna-se difícil o processo de inclusão.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 10 Questões básicas como o número de pessoas com deficiência no Brasil; a faixa etária dessas pessoas; o número de indivíduos que têm acesso a uma escola; quais deficiências estão presentes por segmento; entre outras, poderiam servir de respaldo para se desenvolver um planejamento, almejando aumentar o número de pessoas com deficiência nas escolas, melhorar o processo de ensino-aprendizagem e realizar projetos visando alcançar as pessoas que se enquadram no ensino de jovens e adultos, o EJA, com o intuito de ofertar uma educação para todos. A pluralidade e a diversidade que o ambiente escolar oferece, proporciona aos alunos, aos professores e a toda equipe escolar, crescer e se desenvolver como pessoa, visto que se tem a oportunidade de conviver com o outro, aprender a respeitar, decidir e pensar sobre os objetivos e projetos, ou seja, interagir com o meio e com o outro (ROGALSKI, 2010, p. 12). Os aspectos apresentados constituíram-se, portanto, nos fundamentos da pesquisa desenvolvida, cuja metodologia e resultados são apresentados a seguir. O desenvolvimento da pesquisa Uma vez realizada a contextualização da educação inclusiva no Brasil e apresentados os elementos definidores da deficiência visual, cabe destacar o percurso metodológico adotado na pesquisa, de cunho qualitativo (BOGDAN; BICKLEN, 1994). Inicialmente, tínhamos a intenção de analisar as teses e dissertações encontradas no Catálogo e Teses e Dissertações da CAPES e, por esse motivo, mantivemos nesse trabalho a definição do objetivo geral original, uma vez que entendemos ser essencial destacar as circunstâncias que culminaram nos rumos diferentes da pesquisa. Para a busca, utilizamos as seguintes palavras-chave: ensino de Matemática deficiência visual, ensino de Matemática e deficiência visual, “ensino de Matemática” e “deficiência visual”, “equações do primeiro grau” e “deficiência visual”, “ensino de matemática” e “deficiência”. Todavia, ao realizar a busca, não obtivemos nenhum resultado no formato tese/dissertação. Diante disso, optamos por analisar os artigos que se encaixavam na busca. Como definição de um banco de dados para a pesquisa, utilizando os mesmos descritores, buscamos, então, por artigos no Portal de Periódicos CAPES. A primeira parte da pesquisa foi composta por uma revisão bibliográfica, de textos e artigos, com a finalidade de realizar um levantamento acerca do contexto histórico da educação inclusiva no Brasil, com ênfase em leis que foram criadas, visando a melhoria no ensino para pessoas com deficiência visual. Assim, foi possível traçar uma breve linha do tempo da
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 11 evolução histórica da educação inclusiva, focando nos pontos mais decisivos para as mudanças que vemos hoje. Em seguida, foi feito um estudo teórico-descritivo, com o objetivo de compreender a deficiência visual e identificar os elementos que a caracterizam e a definem. Nessa etapa foi possível elencar possíveis doenças que, quando tratadas incorretamente, podem levar a uma cegueira ou à baixa visão. Desenvolvemos, também, um breve histórico da cegueira, já apresentado, considerando os diferentes modos como as pessoas cegas eram vistas, em determinadas épocas, e como essa noção foi mudando com a evolução da medicina e do pensamento da sociedade. Logo após, o objetivo a ser contemplado foi compreender o processo de ensino e aprendizagem de conteúdos matemáticos envolvendo alunos com deficiência visual ou baixa visão, em especial o ensino de equações do primeiro grau. Em nossa busca, encontramos nove artigos que tratavam do ensino de Matemática para alunos com deficiência visual, mas apenas seis se encaixavam no nosso tema, sendo dois com uma abordagem mais ampla. Por fim, apresentamos, a seguir, as pesquisas localizadas, juntamente com as especificidades do ensino de matemática a alunos cegos. A deficiência visual e o ensino de matemática O ensino de Matemática para alunos cegos apresenta, em sua essência, um desafio complementar, uma vez que muitos de seus conceitos, objetivando a ampla compreensão dos estudantes, exigem um paralelo com a visualização imediata com o resultado concreto dos cálculos. Issos posto, os recursos didáticos disponíveis para auxiliar os deficientes visuais na compreensão de gráficos, por exemplo, são insuficientes e, muitas vezes, ineficientes (MACHADO, 2004). Além disso, poucas são as editoras que produzem materiais didáticos para o deficiente visual e a escassez de materiais é grande. Assim, é preciso desenvolver métodos alternativos de ensino para que esses alunos possam ser de fato incluídos na comunidade escolar (SILVA; LAZZARIN, 2017). No caso dos alunos deficientes visuais, a situação é ainda mais difícil, uma vez que algumas adaptações se fazem necessárias, como o uso do Sistema Braile de escrita, para que esses alunos possam fazer suas anotações e realizar a leitura dos livros didáticos e do Soroban para cálculos matemáticos. Contudo, os professores, em sua grande maioria, não estão
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 12 preparados para atender esses alunos (MACHADO, 2004). Segundo Vygotsky (1998), as limitações dos alunos com deficiência visual ficam reservadas às questões de mobilidade e orientação espacial, uma vez que o desenvolvimento intelectual e a elaboração de conceitos são idênticos aos dos alunos que não tem essa deficiência. Desta forma, cabe ao sistema educacional (Estado, escolas e professores) buscar métodos que auxiliem o aprendizado desses alunos. De acordo com Miranda (2016), o professor de Matemática pode usar da fala para facilitar o entendimento de imagens, gráficos e tabelas, por exemplo, de maneira a descrever o conteúdo contribuindo para a compreensão do aluno cego, mas também dos alunos normovisuais. Para essa tarefa, o docente precisa ter uma boa relação com os alunos; deverá, também, ter a sensibilidade de exercer a empatia e de se colocar no lugar do próximo. Assim, o processo de ensino aprendizagem poderá fluir de maneira tranquila e agradável para ambos os lados. Para o uso da Matemática falada, é de suma importância que o professor e o aluno tenham pleno acesso e ciência sobre o sistema Braille, pois o aluno o usará para fins de anotações e de leitura. Se o professor não tiver domínio no modo como o aluno cego escreve e lê, a comunicação entre eles não será efetiva, prejudicando diretamente o ensino. Assim, faz-se necessário que o docente de Matemática saiba não só o básico de braile, mas também sobre como a Matemática é representada nessa forma de registro. Atualmente, existem softwares gratuitos que fazem a leitura de telas de notebooks, computadores, celulares, entre outros aparelhos, facilitando a comunicação, visto que pode ser usado como um meio alternativo em relação ao braile. Nesse meio tecnológico, o professor de Matemática pode contar também com calculadoras orais. Fazer o uso de materiais manipuláveis é uma prática que pode ser adotada com o intuito de facilitar a compreensão do aluno cego, e fazê-lo se apropriar do conhecimento em questão. Materiais simples e de baixo custo, como bolinhas de isopor, massinha de modelar, garrafas PET, papelão, entre outros também podem ser usados nas aulas de Matemática (MIRANDA, 2016, p. 133). Outro recurso que o professor de Matemática pode utilizar é o Soroban, cuja origem remonta à Antiguidade, quando, para fins de contagem e marcação, eram feitos nós em cordas, contagem de pedrinhas, riscos em pedras ou em ossos, entre outros, como aponta Oliveira (2016, p. 44). Podemos destacar que, segundo Oliveira, com o uso do Soroban, não apenas para alunos
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 13 cegos, mas para todos, os benefícios são relevantes, pois a ferramenta aprimora o raciocínio lógico, desenvolve o pensamento e o cálculo mental, podendo ser usada para diversas operações matemáticas. Uma vez identificados os recursos e materiais que podem ser utilizados para o trabalho educativo junto aos alunos com deficiência visual, a pesquisa se volta para o levantamento de trabalhos científicos publicados que tratem do ensino de equações do primeiro grau a alunos com a referida deficiência. Pesquisas voltadas ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual Para iniciar o trabalho de levantamento das produções, foi feita uma busca com os termos equações do primeiro grau e deficiência visual e nenhum trabalho foi encontrado, especificamente no formato tese/dissertação, voltado ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual, como já exposto. Tendo como base o trabalho de Ormindo (2019), foi possível constatar que, a partir de 2008, tem-se o início de um movimento maior em relação às leis e às mudanças no contexto da educação inclusiva no Brasil. Em sua pesquisa, Ormindo destaca o período no qual aparece o maior número de pesquisas relacionadas ao ensino de Matemática para alunos com síndrome de Asperger. Diante dessa escassez de teses e dissertações, optamos por buscar artigos relacionados ao ensino de Matemática para alunos cegos, e posteriormente, o ensino de equação do primeiro grau para alunos cegos. Os termos utilizados para a busca foram os seguintes: ensino de Matemática deficiência visual, ensino de Matemática e deficiência visual, “ensino de Matemática” e “deficiência visual”, “equações do primeiro grau” e “deficiência visual”, “ensino de Matemática” e “deficiência”. Ao utilizar as aspas e o termo and no lugar de “e”, foi possível fechar a expressão a ser buscada e realizar a busca com as mesmas expressões aparecendo no mesmo texto, ou seja, a busca pode ser mais específica. Desse modo, ao fechar a expressão e buscar por: “ensino de Matemática” and “deficiência visual”, foram encontrados sete artigos. Em uma nova pesquisa, alguns dias após a primeira busca, foi possível encontrar mais dois artigos, utilizando o mesmo descritor, totalizando então nove artigos.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 14 O primeiro artigo encontrado, intitulado “O Diálogo com estudantes com deficiência visual (Dv’s) como Instrumento Formativo para um Ensino de Matemática Inclusivo” de autoria de Pereira e Borges (2020) trata-se de uma pesquisa com quatro alunos cegos, atualmente dentro do contexto acadêmico, sobre a vida escolar, com enfoque na disciplina de Matemática. Eles relatam quais eram suas dificuldades, como enfrentavam as mesmas, como foram seus professores, entre outras questões. Os autores dão destaque também para a necessidade de pesquisas como essa, visto a escassez do recorte, com enfoque também na inclusão, visando práticas que tenham como objetivo atingir a todos os alunos da sala de aula regular, respeitando as características de cada um: Desse modo, investigar maneiras de propor práticas inclusivas que abarquem as necessidades individuais do discente com deficiência visual, mas que, ao mesmo tempo, estendam-se também para todos os alunos, torna-se necessário, afinal, acreditamos que incluir é sinônimo de disponibilizar a participação no debate acerca dos mesmos conhecimentos. Além Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 281-311, 2020 289 disso, entendemos que essa atitude desenvolva em todos os alunos o respeito e a solidariedade em relação aos seus colegas com maiores dificuldades, o que constitui um dos objetivos mais importantes da educação (PEREIRA; BORGES, 2020, p. 288-289). Esse trabalho destaca o ponto de vista do aluno cego, tornando-se de suma importância para o entendimento, por parte de professores e pesquisadores da área da educação, visto que o relato de experiência do aluno cego contribuirá para o docente ampliar sua visão e compreensão das dificuldades enfrentadas dia a dia pelos alunos cegos, principalmente na disciplina de Matemática, cuja visualização se faz necessária para o entendimento de vários conceitos. O segundo artigo encontrado, “Formação de Matemática de Licenciandos em Pedagogia: uma análise a luz do pluralismo metodológico”, de autoria de Costa et al.(2017), traz a importância do pluralismo metodológico para o ensino de Matemática. A pesquisa foi realizada com uma turma do curso de pedagogia, com o intuito de verificar se os conhecimentos acerca do ensino de Matemática haviam sido concretizados, afinal, eles iriam, futuramente, estar na frente de uma sala de aula regular ministrando os devidos conteúdos. Em um dado ponto da pesquisa, os alunos precisaram responder uma sequência de exercícios com o auxílio do Soroban, material utilizado também por alunos cegos, para auxiliar no cálculo mental. O terceiro artigo encontrado, “Ensino de Conceitos Matemáticos para estudantes com deficiência visual de inclusão”, de autoria de Viginheski, Silva e Himazaki (2020) aborda o ensino do pensamento algébrico para uma sala de aula regular do ensino público do 8° ano com
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 15 42 alunos matriculados, sendo uma aluna cega. Ao fim da pesquisa, os autores constataram que, fazendo as adaptações necessárias, todos os alunos da sala se apropriaram do conteúdo em questão: Em entrevista realizada com a estudante T. A., observou-se por seu relato que as maiores dificuldades enfrentadas, ao frequentar o ensino regular, relacionavam-se à falta 264 Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.21, n.3, 250-271, 2019 de conhecimento dos professores sobre a sua condição visual e a carência de materiais modificados que possibilitassem o seu acesso ao conhecimento ensinado. A maioria dos professores fazia uso da oralidade para explicar-lhe os conteúdos, porém, ela não conseguia entender muitas coisas visuais não modificadas, como, por exemplo, o desenvolvimento de uma equação (VIGINHESKI; SILVA; HIMAZAKI, 2020, p. 263-264). Mais uma vez, é nítido o papel do professor no processo de ensino aprendizagem de um aluno cego. Como dito anteriormente, a Matemática exige um grau de abstração por parte dos alunos, logo, cabe ao professor refletir sobre os caminhos que ele poderá utilizar para que todos os alunos, inclusive os alunos com deficiência visual, possam se apropriar do conhecimento em questão. No quarto artigo encontrado, “Math2text: Software para geração e conversão de equações matemáticas em texto - limitações e possibilidades de inclusão”, de autoria de Szesz Júnior, Mendes e Silva (2020), o foco é o software Math2Text, que apresenta ao aluno cego as equações em formato texto lido. São apresentados os resultados obtidos através da experimentação do software por um professor e um grupo de alunos cegos. De acordo com os autores, o processo é valido e traz bons resultados. Como dito anteriormente, existem aplicativos e softwares que transformam textos em áudios para que pessoas cegas possam estar mais conectadas com informações, facilitam e contribuem para que a pessoa com eficiência visual, ou baixa visão, possa também utilizar essa ferramenta no âmbito escolar. O quinto artigo, “O uso de narrativas (auto)biográficas como uma possibilidade de pesquisa da prática de professores acerca da Educação (Matemática) inclusiva”, de autoria de Rosa e Baraldi (2015), traz pertinentes reflexões. Embora tenha uma perspectiva mais ampla acerca da inclusão e da adaptação de materiais, ele oferece ao leitor um momento de reflexão através dos relatos, não especificamente relacionado à deficiência visual, ou outra deficiência, mas apresentando um caráter mais geral do tema, sob uma perspectiva diferenciada e relevante. Os relatos de experiência e memoriais de formação, por exemplo, podem ser utilizados em estudos de casos e, através de debates ou mesas redondas, contribuir para a formação de
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 16 licenciandos e de professores já formados. Visto que oferecem a possibilidade de o leitor colocar em prática a empatia e, com isso se colocar no lugar do outro, favorecendo também o crescimento da pessoa como indivíduo. O sexto artigo encontrado na busca, “Educação Matemática: A articulação de concepções e práticas inclusivas e colaborativas”, de autoria de Santos et al.(2019), trata de um agrupamento de partes de três pesquisas, relacionadas à inclusão, sendo duas pesquisas do curso de Mestrado e uma de Iniciação Científica, da Universidade Estadual Paulista, UNESP, campus de Presidente Prudente-SP. O artigo traz os dados obtidos em cada pesquisa estudada, as quais abrangem o ensino de Matemática para alunos cegos, alunos surdos, entre outras deficiências. Os autores concluem discorrendo sobre a importância da formação do professor de Matemática e da disponibilidade de tentar uma metodologia nova e diferenciada, com o intuito de adaptar algumas atividades, e assim, poder ofertar a todos os alunos a oportunidade de ter o acesso ao conhecimento (SANTOS et al.,2019, p. 274). A escassez de pesquisas na área da inclusão é um fato da sociedade acadêmica brasileira, quando se trata de um tema ainda mais específico, como o tratado nesse trabalho, o ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual, a busca não traz nenhum resultado. Vemos o mesmo fato ocorrer em relação a outras deficiências, corroborando a pesquisa de Ormindo: “Como já mencionado, dentre os 70 trabalhos localizados, apenas três pertenciam à área de conhecimento estudada nesse trabalho – a matemática” (ORMINDO, 2019, p. 58). Com base na referida autora, notamos que existem trabalhos que relacionam as deficiências de algum modo, todavia, a maioria está centrada na área da saúde, sendo mais recente a produção de pesquisas no campo propriamente educacional. Outros três artigos encontrados na busca, feita por “ensino de Matemática” e “deficiência visual”, não possuíam uma ligação direta e nem indireta com o tema dessa pesquisa, sendo assim decidimos não os incluir nessa análise. Nossa pesquisa resultou, então, em 6 artigos, sendo dois com uma perspectiva da temática geral acerca da educação inclusiva.
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 17 Considerações finais Como apresentado no capítulo anterior, vimos que o número de artigos relacionados ao ensino de Matemática e a deficiência visual ainda é extremamente baixo. Em nossa busca, encontramos apenas nove artigos, sendo somente 6 relativos diretamente ou indiretamente à temática de pesquisa proposta. Ao refinar a busca, filtrando por um conteúdo mais específico, o ensino de equação do primeiro grau, por exemplo, não foi encontrado em nenhum trabalho. Ao analisar os trabalhos encontrados, podemos elencar alguns pontos em comum. Relatam a escassez de pesquisas na área, a importância de mais estudos, a formação do professor, a inclusão, de fato inclusiva, e a abertura que o docente precisa ter para se adaptar a novos métodos de ensino aprendizagem, tudo com o intuito de poder atingir a todos os alunos. A falta de pesquisas na área da educação nos remete ao fato de que, sem o aumento do número de pesquisas de cunho mais geral, o número de pesquisas com temas mais específicos, como sendo os conteúdos de cada disciplina, também não irá aumentar. As pesquisas que abrangem uma disciplina, por exemplo, de maneira mais ampla, abrem a possibilidade para que outros pesquisadores possam escolher um tema ou uma frente para poder se aprofundar. Para o ensino de Matemática a alunos cegos, por exemplo, vemos que existem algumas ferramentas, como o Soroban e softwares, por exemplo, que auxiliam no momento de ensino aprendizagem. O papel do docente é facilitar esse processo, fazendo com que este seja o menos traumático e mais prazeroso para todos os alunos, visto que existe uma cultura de que a Matemática é apenas para poucos. Defendemos o ponto de vista que o aluno precisa conhecer o processo histórico pelo qual a Matemática passou e se desenvolveu para poder elaborar um raciocínio e se apropriar daquele conhecimento em questão. Colocar na lousa uma fórmula, explicar quem são as partes que a compõem, passar exemplos e exercícios, não garantem que o aluno se aproprie do conhecimento e de que o processo de ensino e aprendizagem seja devidamente concluído. Ao utilizar da parte histórica, de como a fórmula se desenvolveu, como utilizar materiais manipuláveis, que envolvam o assunto em questão, podemos ter um avanço no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Seja para alunos com deficiência visual ou para alunos normovisuais, que possuem a visão plena, ou para alunos com qualquer outro tipo de deficiência ou característica extraordinária, o professor precisa estar preparado para uma aula fora dos padrões, precisa estar disposto a utilizar de ferramentas online e manipuláveis para que a ponte que liga o aluno ao conhecimento seja mais tranquila de ser atravessada. Assim, o discente poderá ser protagonista
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 18 do seu próprio conhecimento. Ao utilizar-se de materiais manipuláveis, o professor oferece aos alunos a oportunidade de pensar sobre o desenvolvimento da atividade e, ao fim, os alunos poderiam dar sugestões de melhorias ou até mesmo sugerir ideias para atividades novas. Vimos também que o processo para incluir o aluno com deficiência dentro da sala de aula regular foi complexo, necessitou de várias leis, congressos e pessoas lutando para que o direito ao acesso a uma educação de qualidade, como garante nossa Constituição de 1988, fosse contemplado. Todavia, esse processo de colocar o aluno com deficiência dentro da sala de aula necessita de uma estrutura pensada para aquele aluno, como também de um professor qualificado para poder atender os alunos; o ensino, por fim, precisa igualmente ser pensado para todos os alunos. Assim, o fato de o aluno com deficiência estar dentro da sala de aula não garante que esteja aprendendo e que a inclusão se estabeleça. Após a entrada do aluno na sala de aula, tem-se o momento de reflexão, por parte dos docentes, gestão e colaboradores da escola, acerca das possibilidades para que o sujeito se sinta parte da turma e, assim, de fato ocorra a inclusão. Essa pesquisa contribui para se ter uma visão ampla acerca da quantidade de artigos existentes no Portal de Periódicos da CAPES, uma vez que o Catálogo de Teses e Dissertações não retornou nenhum resultado. Isso revela que é de suma importância ter um aumento no número de pesquisas e dados, relacionados a área da educação, ao ensino de Matemática e ao ensino de conteúdo específicos. Com essa pesquisa, foi possível fazer um levantamento dos dados que se tem disponível até meados do fim de 2020. Este estudo abriu, finalmente, um leque para se atentar às outras disciplinas, como, por exemplo, para a História, a Geografia, a Física, dentre outras, e refletir sobre o ensino desses componentes curriculares para alunos com deficiência visual.REFERÊNCIAS BAPTISTA, C. R. Política pública, Educação Especial e escolarização no Brasil.Educ. Pesqui., São Paulo, v. 45, e217423, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1678-4634201945217423 BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1961. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm. Acesso em: 10 fev. 2021.
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 19 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC; SEESP, 2014. CONDE, A. J. M. Definição de cegueira e baixa visão. 2017. Disponível em: http://www.ibc.gov.br/images/conteudo/AREAS_ESPECIAIS/CEGUEIRA_E_BAIXA_VISAO/ ARTIGOS/Def-de-cegueira-e-baixa-viso.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. COSTA, A. B.; PICHARILLO, A.; PAULINO, V. C. O processo histórico de inserção social da pessoa cega na Antiguidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 10., 2016, São Carlos. Anais [...]. São Carlos, SP: UFSCAR, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/311295338_O_processo_historico_de_insercao_so cial_da_pessoa_cega_na_Antiguidade. Acesso em: 4 nov. 2020. COSTA, J. M. et al. Formação em Matemática de Licenciandos em Pedagogia: uma análise à luz do pluralismo metodológico. Bolema, Rio Claro, v. 31, n. 58, p. 719-738, ago. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-636X2017000200719. Acesso em: 08 out. 2020. GLAT, R.; FERNANDES, E. M. Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira. In: Revista Inclusão, Rio de Janeiro, n. 1, 2005. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/Da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Segregada%20%C3%A0%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Inclusiva.pdf. Acesso em: 10 fev. 2021. MACHADO, V. C. Aprendendo Matemática através das mãos: uma proposta para o uso do Multiplano no ensino de educandos cegos. Criciúma, SC: UNESC, 2004. Disponível em: https://docplayer.com.br/9406194-Veridiana-cardoso-machado-aprendendo-matematicaatraves-das-maos-uma-proposta-para-o-uso-do-multiplano-no-ensino-de-educandoscegos.html. Acesso em: 11 out. 2020. MENDES, E. G. A escola e a inclusão social na perspectiva da educação especial. São Carlos, SP: UFSCAR, 2015. MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, São Carlos, v. 11, n. 33, 2006. MIRANDA, W. Erros e obstáculos:os conteúdos matemáticos do ensino fundamental no processo de avaliação. Margens, Abaetetuba, v. 7, n. 8, p. 155-171, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/2753/2879. Acesso em: 11 out. 2020. OLIVEIRA, D. Modelagem no ensino de matemática:um estudo de caso com estudantes cegos. 2016. 105 f. Dissertação (Mestrado em em Ensino de Ciências Naturais e Matemática) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR, 2016. ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios,
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 20 Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Salamanca, Espanha, 1994. ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. ORMINDO, L. F. Ensino de Matemática para alunos com Síndrome de Asperger: Revisão sistemática de Teses e Dissertações. 2019. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Matemática) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Itapetininga, SP, 2019. PEREIRA, T.; BORGES, F. A. O diálogo com estudantes com deficiência visual como instrumento formativo para um ensino inclusivo de matemática. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 22, n. 2, 2020. ROGALSKI, S. M. Histórico do surgimento da educação especial. Revista de Educação do IDEAU,Caxias do Sul, v. 5, n. 12, 2010. ROSA, F. M. C.; BARALDI, I. M. O uso de narrativas (auto)biográficas como uma possibilidade de pesquisa da prática de professores acerca da Educação (Matemática) Inclusiva. Bolema, Rio Claro, v. 29, n. 53, p. 936-954, dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4415v29n53a08 SANTOS, D. A. N. et al. Educação Matemática: A articulação de concepções e práticas inclusivas e colaborativas. Educação, Matemática e Pesquisa, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 254-276, 2019. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/38783/pdf#. Acesso em: 11 out. 2020. SILVA, T. S.; LAZZARIN, J. R. Matemática inclusiva: Ensinando matrizes a deficientes visuais. Matemática Inclusiva: Ensinando Matrizes a Deficientes Visuais Ciência e Natura, Santa Maria, v. 39, n. 1, p. 118-126, jan./abr. 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4675/467549116013.pdf. Acesso em: 10 fev. 2021. SZESZ JUNIOR, A.; MENDES, L. R.; SILVA, S. C. R. Software para geração e conversão de equações matemáticas em texto - limitações e possibilidades de inclusão. RISTI - Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, n. 37, p. 99-115, jun. 2020. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1646-98952020000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 11 out. 2020. UNICEF. Declaração mundial sobre educação para todos. Conferência de Jomtien. Tailândia, 1990. VIGINHESKI, L. V.; SILVA, S. C. R.; SHIMAZAKI, E. M. Ensino de conceitos matemáticos para estudante com deficiência visual em situação de inclusão. Educação, Matemática e Pesquisa, São Paulo, v. 21, n. 3, 2019. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/39052/pdf#. Acesso em: 17 nov. 2020. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%2 0social%20da%20mente.pdf. Acesso em: 02 fev. 2021.
image/svg+xmlO ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos Rev. Hipótese,Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 21 Sobre os autores Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA Licenciada em Matemática. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Itapetininga. Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Doutora em Educação. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Itapetininga. Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 1 THE FIRST-DEGREE EQUATION TEACHING FOR STUDENTS WITH VISUAL DISABILITIES: SYSTEMATIZING SCIENTIFIC STUDIES O ENSINO DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: SISTEMATIZAÇÃO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS LA ENSEÑANZA DE ECUACIÓN DE PRIMER GRADO PARA ESTUDIANTES CON DISCAPACIDAD VISUAL: SISTEMATIZACIÓN DE ESTUDIOS CIENTÍFICOSVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo e-mail: veronicammo15@gmail.com Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo e-mail: aline.lagoeiro@ifsp.edu.br How to refer to this article LAGOEIRO, A. C. D.; OLIVEIRA, V. M. M. The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies.Revista Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6Submetido em: 26/03/2021 Revisõs requeridas em: 15/04/2021 Aprovado em: 10/05/2021Publicado em: 01/01/2022
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 2 ABSTRACT: Intending to contribute to the teaching work of mathematical content, this research aimed to carry out a systematic review of research aimed at teaching first-degree equations for visually impaired students, available in the CAPES Thesis and Dissertations Catalog. As the most specific search resulted in no research found, we then searched for “visual impairment mathematics”. The second search resulted in nine articles, of which six are analyzed in this research. Finally, we explain the results obtained, the scarcity of research, the importance of the teacher, the difficulties in the classroom and a proposal for future research. KEYWORDS: Inclusive education. Mathematics teaching. First-degree equation. RESUMO: Visando contribuir para o trabalho docente de conteúdos matemáticos, essa pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de pesquisas voltadas ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual, disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Como a busca mais específica resultou em nenhuma pesquisa encontrada, buscou-se então, sobre “matemática deficiência visual”. A segunda busca resultou em nove artigos, dos quais seis se encontram analisados nessa pesquisa. Por fim, explanamos os resultados obtidos, a escassez de pesquisas, a importância do professor, as dificuldades na sala de aula e uma proposta para pesquisas futuras. PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva. Ensino de Matemática. Equação do Primeiro grau. RESUMEN: Con el objetivo de contribuir a la labor docente de contenidos matemáticos, esta investigación tuvo como objetivo realizar una revisión sistemática de la investigación orientada a la enseñanza de ecuaciones de primer grado para estudiantes con discapacidad visual, disponible en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de CAPES. Como la búsqueda más específica resultó en que no se encontró ninguna investigación, luego buscamos "matemáticas de discapacidad visual". La segunda búsqueda resultó en nueve artículos, de los cuales seis son analizados en esta investigación. Finalmente, explicamos los resultados obtenidos, la escasez de investigación, la importancia del docente, las dificultades en el aula y una propuesta de investigación futura. PALABRAS CLAVE: Educación inclusiva. Enseñanza de las matemáticas. Ecuación de primer grado.
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 3 Introduction The general objective of this research was to conduct a systematic review of research on the teaching of First-Degree Equation for visually impaired students available in the CAPES Theses and Dissertations Catalogue. To this end, theoretical studies were developed in order to identify the elements that characterize and define visual impairment, to expand knowledge about the historical course of educational care aimed at students with visual impairment and to understand the process of teaching and learning mathematical contents, involving students with blindness or low vision. Based on these studies, the research focused on the identification and analysis of studies focused on the teaching of first-grade equations for visually impaired students in the Capes Theses and Dissertations Catalogue. Thus, this article contemplates the results of the research conducted, first bringing the considerations about the historical evolution of inclusion, with emphasis on the differences between the concepts of integration, standardization and inclusion. The following are the characteristics that define visual impairment, the distinction between visual impairment and low vision, which allows us to observe that there are classifications in relation to visual acuity that determines the degree of blindness and the possible causes that can cause this deficiency. Considering the research development process, from the methodological point of view, the results of the research are presented, which include the discussions about visual impairment and the teaching of mathematics and the analysis of research aimed at teaching first-degree equations to students with visual impairment. This is the result of the research and systematization work, in digital databases, starting with the CAPES Theses and Dissertations Catalogue and contemplating the CAPES Journal Portal, with analyses related to localized works. Finally, the considerations of this research are presented, with the perspective of the importance of this for the area of education and the future possibilities in the scientific field. Historical evolution of inclusion In a global scenario, education for children and young people with sensory disabilities, which is characterized by a non-functioning of some of the senses, began in the year 1960, in some European countries, in which the student with disabilities was in the regular classroom with the other students, accompanied by a specialized teacher. This was the starting point for
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 4 other inclusion movements over the following years. We can highlight two events of paramount importance for inclusive education, including the World Conference on Education for All, held in 1990 in Jomtien, Thailand, and the World Conference on Education, held in 1994, in Salamanca, Spain. For contextualization purposes, Mendes (2006) brings a picture about education in poor and developing countries, evidencing that measures should be taken to improve education. According to Ormindo (2019), the main theme of the World Conference on Education for All, held in 1990, was the inability of the methods used so far to reduce the number of illiteracy and the lack of quality in the teaching offered. Brazil was present and, together with the other participating countries, reaffirmed its commitment to education for all: According to Zeppone's analysis (2011), at the 1990 Conference the problems to be solved were defined, lines of actions were determined to solve them and deadlines to achieve the expected goals. Although the reasons were legitimate and the intentions were good, the author states that little of what was defined came into practice by the countries, most of the definitions established did not even come to the knowledge of the schools, 21 remaining only in the possession of the rulers who defined them. When the time came to show the results, many of the solutions thought were hastily implemented, not yielding the expected benefits (ORMINDO, 2019, p. 20, our translation). A major gain for inclusive education in the global context, coming from the Salamanca Declaration, was the social inclusion movement. In this document, society as a whole has a role to play in promoting inclusion, equating opportunities, seeking the construction of a democratic society, in which personal diversities and characteristics would be respected and accepted, as Mendes points out (2006, p. 395). Questions begin to be asked about the ideal of inclusion, from the moment the subject becomes global. Mendes (2006) highlights several questions on the subject, with this there is reflection: is inclusion really for everyone? In the Brazilian context, we see throughout history that people with a higher purchasing power had access to quality education, while low-income people had access to a precarious education when they had this access. People with some type of disability, when low income, were excluded, even being considered genetically inferior. Based on the aspects pointed out by Mendes (2015), it is possible to see that teaching for people with disabilities in Brazil had its first step in 1835, with the then Deputy Cornélio Ferreira, who presented a bill for the position of literacy teacher for blind people and deaf-mute people.
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 5 It is worth mentioning that the term deaf-mute is no longer used, because it is not all deaf that is also dumb, many have vocal cords functioning perfectly, just did not learn to speak for lack of hearing. However, they are able to learn speech through lip reading, for example. The term mentioned was used in the old days, for lack of the knowledge we have today. In the following years, other projects and institutes were developed in Brazil, of which we can highlight the creation of the Imperial Institute of the Blind Boys, by D. Pedro II, on September 12, 1854 and later called the Benjamin Constant Institute. On September 26, 1857, also by D. Pedro II, the Imperial Institute of the Deaf-Mute was inaugurated. Given this scenario, both globally and in Brazil, people with disabilities only began to have their rights and to be seen as citizens, active participants of society, after the Universal Declaration of Human Rights of 1948. Of this, it is notorious to highlight the 26th article that says: Article 26 1. Everyone has the right to education. Education should be free of charge, at least corresponding to primary elementary education. Elementary school is mandatory. Technical and vocational education should be generalized; access to higher education should be open to all on equal terms, depending on their merits. 2. Education shall aim at the full expansion of human personality and the strengthening of human rights and fundamental freedoms and shall foster understanding, tolerance and friendship between all nations and all racial or religious groups, as well as the development of UN peacekeeping activities (ONU, 1948, our translation). At the end of the 1940s and in the early 1950s, approximately, there were in Brazil certain of 40 institutions for the teaching of people with mental disabilities, with most belonging to the public sector. An important point, in 1954, occurred the creation of the first special private philanthropic school, the Association of Parents and Friends of The Exceptional (APAE). The term education for the exceptional is explained in Article 88 of the Law of Guidelines and Bases No. 4,024/61 (BRASIL, 1961), which says: "The education of exceptional, must, in what is possible, fit into the general system of education, in order to integrate them into the community". Subsequently, the law was repealed, being replaced by Law No. 5,692/71, and this, supplanted by Law No. 9,394, of December 20, 1996, in force to date. Another important body for the development of special education in Brazil, in 1973, was CENESP, Special Education Center, responsible for coordinating and developing special education in all school stages, with the aim of promoting active and progressive participation in society (MENDES, 2015, p. 46-47). The same body was later renamed as Secretariat of
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 6 Special Education in 1986 and in 1990 called the Secretariat of Basic Education, which eventually reached its current name, in 1992, as Secretariat of Special Education. With the Federal Constitution of 1988, in Article 208, it is now guaranteed the permanence of students with some type of disability in regular classrooms (BRASIL, 1988). Between 1994 and 2002, we can highlight the document "Policy and Results Special Education", prepared by the Ministry of Education (BRASIL, 2002). In this, it is possible to find an analysis of education in Brazil in the period mentioned, a picture with perspectives and advances (BAPTISTA, 2019, p. 8). In terms of orientation to public educational policies, the "National Policy of Special Education in the Perspective of Inclusive Education" of 2008 (BRASIL, 2008) remains as a reference for Special Education in Brazil. It is considered a milestone for the history of Special Education in Brazil, because it legally refers to the national option for the inclusive perspective in the educational field. The document also explicitly presents the definition of the target audience to be served by special education people with disabilities, global development disorders and high skills/gifted. It also establishes the fundamental aspects for Specialized Educational Care - ESA. Given the context presented, it is possible to observe that all individuals have the right to education, however, to fully enjoy this right, this struggle is just beginning. It is up to us, future teachers, to fight to conquer this right and thus bring to children, young people and adults a quality inclusive education, and that everyone can actively participate in classes, with their limitations and characteristics, which show how unique and extraordinary individuals are. Thus, it will contribute to the improvement of the social development of the country. Visual impairment Visual impairment, according to the Department of Education, is characterized by the total or partial loss of the sense of vision, thus losing the basic functions of the eyes. Enter the category of visual impairment the blind or low-vision person: Blind: blindness presupposes lack of visual perception due to physiological or neurological factors. Total blindness or simply amaurosis is characterized by complete loss of vision without visual perception of light and shape. Blindness can be congenital or acquired. Low Vision: the visual acuity of people with low vision is very variable; but, in general, low vision is defined as a condition in which a person's vision cannot be fully corrected by glasses, interfering in their daily activities, as well as reading and locomotion (CONDE, 2017, p. 1, author's emphasis, our translation).
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 7 It is based on two ophthalmologic scales, which perform the grouping of people who have some type of blindness or low vision, being them, visual acuity, characterized as what can be seen at a certain pre-established distance, and the field of view, which corresponds to the enlargement of the area that vision can reach. The person is considered blind if he meets one of the following criteria: the corrected vision of the best of his eyes is 20/200 or less, that is, if he can see at 20 feet (6 meters) what a normal-vision person can see at 200 feet (60 meters), or if the wider diameter of his visual field means an arc not greater than 20°, although its visual acuity in this narrow field may be greater than 20/200. This restricted visual field is often called "tunnel vision" or "pintip" and these definitions call some "legal blindness" or "economic blindness" (CONDE, 2017, p. 1). The person with low vision has difficulty performing his personal activities from day to day, and this individual can be diagnosed from some clinical conditions, namely macular degeneration, glaucoma, diabetes, retinopathy or cataract. Throughout history, we can observe that people with visual impairment, and others, were seen as incapable and, with this, ended up being rejected by society, excluded in their own families, suffered prejudices and intolerance, as Mendes (2015) states. According to the author, the child who was born blind in Ancient Greece should be placed in a clay canister and abandoned. Around the 5th century BC., the Greeks already seek a cure for blindness. One of the doctors who receives prominence in this period is the Alcmeon of Cretona, known to discover the optic nerve. In ancient Rome, people who had some kind of disability and, consequently, could not be useful in a war, could end up condemned to death. It can also be highlighted that, due to the more sensitive tact, there is the report of blind people working as healers of judges in the mid-2nd and 3rd century BC. In the first, there were blind people working, many worked in the ports and began to receive aid, a type of pension, but this benefit did not have long duration. After, they lost their help and began to receive only daily feed. In the second, one can highlight the movement whose goal was to reduce the number of beggars in the streets, pressing the asylums and monasteries to receive more people in their spaces. Among the Maya, blind people had a function, that of potter, due to manual skills and keen touch; individuals produced objects from raw materials such as stone, leather, wood, clay (COSTA; PICHARILLO; PAULINO, p. 10). We can also highlight some blind students who, at the time of feudalism, played an
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 8 important role and worked as teachers, concertgoers, among other functions. Among they are Domius of Alexandria, also known as Didymin, the early, who was a theologian and directed catechesis for more than 50 years in his city. Advances in medicine began from the 18th century on, with a deeper understanding of the eye and its ligament with the brain. We can see that, over the centuries to the mid-nineteenth century, blind people conquered more spaces, compared to what was before, which contributed to the history undergoing changes. At the end of the 18th century, the first school of the blind was established in Paris, called the Royal Institute of the Blind Ovens. The main motivation for the creation of this institution was the high number of blind people living as beggars. Being on the front line, Valentin Hauy believed that blind people possessed the ability to learn through touch. From this institute, others have emerged in several countries, including Brazil, with the Institute of the Blind Boys, now called the Benjamin Constant Institute (MENDES, 2006). In the Renaissance, we have some works that stand out with blind people being their focus, since the period culminates in the change from the Middle Ages to the Modern, with paradigms and beliefs being dismayed. The production depicts six blind people walking and falling into a jack. Such writing is a criticism of society that has no idea about the future, without knowing or having goals to be desired, completely lost. The rights of people with disabilities gained evidence after World War II, through the Declaration of Human Rights, then with the 1988 Constitution in our country, and with the Salamanca Declaration. These were important milestones in the struggle for more equality, respect and dignity for this section of the population. Article 66 of the Salamanca Declaration states that: Politicians at all levels, including school level, should regularly reaffirm their commitment to inclusion and promote positive attitudes among children, teachers and the general public with regard to those with special educational needs (ONU, 1994, p. 15, our translation). With the Salamanca Declaration (ONU, 1994), the proposal for inclusive education gained emphasis and people with some kind of disability, including blindness, came to be considered capable of learning. School education was not considered necessary, or even possible, especially for those with severe cognitive and/or sensory disabilities. Educational work was relegated to an endless process of "readiness for literacy", without greater perspectives since there were no expectations regarding the ability of these
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 9 individuals to develop academically and enter formal culture (GLAT; FERNANDES, 2005, p. 2, our translation). In the 1970s, the emphasis was on the lack of structure of schools and the unpreparedness of teachers to fully care for children with disabilities, and no longer on the disability itself. We have, then, the beginning of a change of thought. The school has the role of adapting and preparing to receive this student, both in the infrastructure part, with signs, access to all areas of the school, as well as in its political-pedagogical project (PPP), thinking about ways to evaluate, prepare materials and classes (GLAT; FERNANDES, p. 4, 2005). According to Glat and Fernandes, the act of inclusive education is not only to insert the student into the regular classroom, but rather to ensure that any student with disabilities has access to an education that allows them to develop intellectually, social and physically, respecting the individualities of each student. Also, according to the authors, the number of studies related to special education in Brazil is scarce; thus, the inclusion process becomes difficult. Basic issues such as the number of people with disabilities in Brazil; the age group of these people; the number of individuals who have access to a school; what deficiencies are present by segment; among others, they could serve as a support to develop a planning, aiming to increase the number of people with disabilities in schools, improve the teaching-learning process and carry out projects aimed at reaching people who fall into the teaching of young people and adults, the EJA, in order to offer an education for all. The plurality and diversity that the school environment offers, provides students, teachers and all school staff, to grow and develop as a person, since one has the opportunity to live with the other, learn to respect, decide and think about the objectives and projects, that is, interact with the environment and with the other (ROGALSKI, p. 12, 2010). The aspects presented were, therefore, the foundations of the research developed, whose methodology and results are presented below. The development of research Once the contextualization of inclusive education in Brazil has been carried out and the defining elements of visual impairment are presented, it is worth highlighting the methodological path adopted in the qualitative research (BOGDAN; BICKLEN, 1994). Initially, we intended to analyze the theses and dissertations found in the Capes Catalogue and
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 10 Theses and Dissertations and, for this reason, we maintained in this work the definition of the original general objective, since we understand it essential to highlight the circumstances that culminated in the different directions of the research. For the search, we used the following keywords: teaching mathematics visual impairment, teaching mathematics and visual impairment, "teaching mathematics” and"visual impairment", "first-degree equations" and "visual impairment", "mathematics teaching" and disability". However, when performing the search, we did not obtain any results in the thesis/dissertation format. Therefore, we chose to analyze the articles that fit the search. As a definition of a database for the research, using the same described, we then search for articles in the CAPES Journal Portal. The first part of the research was composed of a bibliographic review of texts and articles, with the purpose of conducting a survey about the historical context of inclusive education in Brazil, with emphasis on laws that were created, aiming at improving teaching for people with visual impairment. Thus, it was possible to draw a brief timeline of the historical evolution of inclusive education, focusing on the most decisive points for the changes we see today. Next, a theoretical-descriptive study was carried out, with the objective of understanding visual impairment and identifying the elements that characterize and define it. At this stage it was possible to list possible diseases that, when treated incorrectly, can lead to blindness or low vision. We also involved a brief history of blindness, already presented, considering the different ways in which blind people were seen, in certain times, and how this notion was changing with the evolution of medicine and the thought of society. Soon after, the objective to be contemplated was to understand the process of teaching and learning mathematical contents involving students with visual impairment or low vision, especially the teaching of first-degree equations. In our search, we found nine articles that dealt with the teaching of Mathematics to students with visual impairment, but only six fit our theme, send the two with a broader approach. Finally, we present, below, the localized research, together with the specificities of teaching mathematics to blind students.
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 11 Visual impairment and mathematics teaching The teaching of Mathematics for blind students presents, in essence, a complementary challenge, since many of its concepts, aiming at the broad understanding of students, require a parallel with the immediate visualization with the concrete result of the calculations. These are said, the teaching resources available to assist the visually impaired in understanding graphs, for example, are insufficient and often inefficient (MACHADO, 2004). In addition, few publishers produce teaching materials for the visually impaired and the scarcity of materials is great. Thus, it is necessary to develop alternative teaching methods so that these students can actually be included in the school community (SILVA Y LAZZARIN, 2017). In the case of visually impaired students, the situation is even more difficult, since some adaptations are necessary, such as the use of the Braille Writing System, so that these students can make their notes and read the textbooks and Soroban for mathematical calculations. However, the teachers, for the most part, are not prepared to attend these students (MACHADO, 2004). According to Vygotsky (1998), the limitations of visually impaired students are reserved for questions of mobility and spatial orientation, since intellectual development and the elaboration of concepts are identical to those of students who do not have this disability. Thus, it is up to the educational system (Estado, schools and teachers) to seek methods that help the learning of these students. According to Miranda (2016), the mathematics teacher can use speech to facilitate the understanding of images, graphs and tables, for example, in order to describe the content contributing to the understanding of the blind student, but also of the visual students. For this task, the teacher needs to have a good relationship with the students; should also have the sensitivity to exercise empathy and put one's place in the place of others. So, the learning teaching process can flow smoothly and pleasantly to both sides. For the use of spoken mathematics, it is of paramount importance that the teacher and the student have full access and science about the Braille system, because the student will use it for annotation and reading purposes. If the teacher has no mastery in the way the blind student writes and reads, communication between them will not be effective, directly impairing teaching. Thus, it is necessary that the mathematics teacher knows not only the basics of braille, but also about how mathematics is represented in this form of registration.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 12 Currently, there are free software that reads screens of notebooks, computers, mobile phones, among other devices, facilitating communication, since it can be used as an alternative means in relation to braille. In this technological environment, the mathematics teacher can also rely on oral calculators. Making the use of manipulated materials is a practice that can be adopted in order to facilitate the understanding of the blind student, and make him appropriate the knowledge in question. Simple and low-cost materials, with modeling mass, PET bottles, cardboard, among others can also be used in mathematics classes (MIRANDA, 2016, p. 133). Another resource that the mathematics teacher can use is soroban, whose origin dates back to antiquity, when, for counting and marking purposes, we were made in ropes, counting pebbles, scratches on stones or bones, among others, as Oliveira points out (2016, p. 44). We can highlight that, according to Oliveira, with the use of Soroban, not only for blind students, but for all, the benefits are relevant, because the tool improves logical reasoning, develops thinking and mental calculus, and can be used for various mathematical operations. Once the resources and materials that can be used for educational work with visually impaired students have been identified, the research is focused on the survey of published scientific papers that deal with the teaching of first-grade equations to students with said disability. Research focused on teaching first-grade equations to visually impaired students To start the work of surveying the productions, a search was made with the termsequations of the first-degree and visual impairment and no work was found, specifically in the thesis/dissertation format, aimed at teaching first-degree equations to students with visual impairment, as already exposed. Based on the work of Ormindo (2019), it was possible to observe that, from 2008, there is the beginning of a greater movement in relation to laws and changes in the context of inclusive education in Brazil. In his research, Ormindo highlights the period in which the largest number of researches related to the teaching of Mathematics for students with Asperger syndrome appears. Given this scarcity of theses and dissertations, we chose to look for articles related to the teaching of mathematics to blind students, and later, the teaching of first grade equation for blind students.
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 13 The terms used for the search were as follows: teaching visual impairment mathematics, teaching mathematics and visual impairment, "teaching mathematics” and"visual impairment", "first-degree equations" and "visual impairment", "mathematics teaching" and “disability". By using the quotation marks and the term and in place of "e", it was possible to close the expression to be searched and perform the search with the same expressions appearing in the same text, that is, the search can be more specific. Thus, when closing the expression and searching for: "teaching mathematics" and "visual impairment", seven articles were found. In new research, a few days after the first search, it was possible to find two more articles, using the same descriptor, totaling nine articles. The first article found, entitled "Dialogue with students with visual impairment (Dv's) as a Formative Instrument for a Teaching of Inclusive Mathematics" written by Pereira and Borges (2020) is research with four blind students, currently within the academic context, on school life, focusing on the discipline of Mathematics. They report what their difficulties were, how they faced them, how their teachers were, among other issues. The authors also highlight the need for research such as this, given the scarcity of the cut, also focusing on inclusion, aiming at practices that aim to reach all students in the regular classroom, respecting the characteristics of each one: Thus, investigating ways to propose inclusive practices that include the individual needs of students with visual impairment, but at the same time, also extend to all students, it is necessary, after all, we believe that including is synonymous with making participation available in the debate about the same knowledge. Beyond Educ. Math. Research., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 281-311, 2020 289 of this, we believe that this attitude develops in all students respect and solidarity in relation to their colleagues with greater difficulties, which constitutes one of the most important objectives of education (PEREIRA; BORGES, 2020, p. 288-289, our translation). This work highlights the blind student's point of view, becoming of paramount importance for the understanding, by teachers and researchers in the area of education, since the report of experience of the blind student will contribute to the teacher broadening his/her view and understanding of the difficulties faced day by day by the blind students, especially in the discipline of Mathematics, visualization is necessary for the understanding of various concepts. The second article found, "Training of Mathematics of Undergraduates in Pedagogy: an analysis in the light of methodological pluralism", authored by Costa et al.(2017), brings the importance of methodological pluralism for the teaching of Mathematics. The research was
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 14 carried out with a class of the pedagogy course, in order to verify if the knowledge about mathematics teaching had been realized, after all, they would, in the future, be in front of a regular classroom ministering the proper contents. At one point in the research, the students had to answer a sequence of exercises with the help of Soroban, material also used by blind students, to aid in mental calculus. The third article found, "Teaching Mathematical Concepts to students with visual inclusion impairment", authored by Viginheski, Silva and Himazaki (2020) addresses the teaching of algebraic thinking to a regular classroom of public education of the 8th year with 42 students enrolled, being a blind student. At the end of the research, the authors found that, making the necessary adaptations, all students in the room appropriated the content in question: In an interview with the student T. A., it was observed from her report that the greatest difficulties faced, when attending regular education, were related to the lack 264 Educ. Math. Research., São Paulo, v.21, n.3, 250-271, 2019 of teachers' knowledge about their visual condition and the lack of modified materials that would enable their access to the knowledge taught. Most teachers used orality to explain the contents to her, but she could not understand many unmodified visual things, such as the development of an equation (VIGINHESKI; SILVA; HIMAZAKI, 2020, p. 263-264, our translation). Again, it is clear the role of the teacher in the process of teaching learning of a blind student. Previously said, mathematics requires a degree of abstraction on the part of students, so it is up to the teacher to reflect on the paths he can use so that all students, including students with visual impairment, can appropriate the knowledge in question. In the fourth article found, "Math2text: Software for generation and conversion of mathematical equations into text - limitations and possibilities of inclusion", authored by Szesz Júnior, Mendes and Silva (2020), the focus is the Math2Text software, which presents the blind student with the equations in a read text format. The results obtained through the experimentation of the software by a teacher and a group of blind students are presented. According to the authors, the process is valid and brings good results. As stated earlier, there are applications and software that transform text into audios so that blind people can be more connected with information, facilitate and contribute so that the person with visual efficiency, or low vision, can also use this tool in the school environment. The fifth article, "The use of (auto)biographical narratives as a possibility of researching the practice of teachers about inclusive Education (Mathematics), authored by Rosa and Baraldi (2015), brings pertinent reflections. Although it has a broader perspective on the
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 15 inclusion and adaptation of materials, it offers the reader a moment of reflection through the reports, not specifically related to visual impairment, or other deficiency, but presenting a more general character of the theme, from a differentiated and relevant perspective. Experience reports and training memorials, for example, can be used in case studies and, through debates or round tables, contribute to the training of graduates and teachers already graduated. Since they offer the possibility of the reader putting into practice empathy and, with this, put themselves in the place of the other, also favoring the growth of the person as an individual. The sixth article found in the search, "Mathematics Education: The articulation of inclusive and collaborative conceptions and practices", authored by Santos et al.(2019), deals with a grouping of parts of three studies related to inclusion, two researches of the Master's course and one of Scientific Initiation, from the São Paulo State University, UNESP, campus of Presidente Prudente-SP. The article presents the data obtained in each research studied, which include the teaching of Mathematics to blind students, deaf students, among other disabilities. The authors conclude by discussing the importance of the training of the mathematics teacher and the willingness to try a new and differentiated methodology, in order to adapt some activities, and thus be able to offer all students the opportunity to have access to knowledge (SANTOS; LANUTI; ROCHA, 2019, p. 274). The scarcity of research in the area of inclusion is a fact of the Brazilian academic society, when it comes to an even more specific theme, such as the treatise in this work, the teaching of a first-degree equation for students with visual impairment, the search does not bring any results. We see the same fact occurring in relation to other deficiencies, corroborating Ormindo's research: "As already mentioned, among the 70 papers located, only three belonged to the area of knowledge studied in this work mathematics". (ORMINDO, 2019, p. 58). Based on this author, we note that there are studies that relate the deficiencies in some way, however, the majority is centered in the health area, and the production of research in the educational field is more recent. Three other articles found in the search, made by "mathematics teaching" and "visual impairment", did not have a direct or indirect connection with the theme of this research, so we decided not to include them in this analysis. Our research resulted, then, in 6 articles, two with a perspective of the general theme about inclusive education.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 16 Final considerations As presented in the previous chapter, we saw that the number of articles related to the teaching of Mathematics and visual impairment is still extremely low. In our search, we found only nine articles, only 6 related directly or indirectly to the proposed research theme. When refining the search, filtering for a more specific content, the teaching of first-degree equation, for example, was not found in any work. By analyzing the studies found, we can list some points in common. It embodies the scarcity of research in the area, the importance of further studies, teacher training, inclusion, in fact inclusive, and the openness that teachers need to have to adapt to new teaching methods, all in order to be able to reach all students. The lack of research in the area of education leads us to the fact that, without the increase in the number of more general research, the number of researches with more specific themes, such as the contents of each discipline, will also not increase. Research covering a discipline, for example, more broadly, opens the possibility for other researchers to choose a theme or a front to be able to deepen. For the teaching of Mathematics to blind students, for example, we see that there are some tools, such as Soroban and software, for example, that help in teaching learning. The role of the teacher is to facilitate this process, making it the least traumatic and most pleasurable for all students, since there is a culture that mathematics is only for a few. We defend the point of view that the student needs to know the historical process through which mathematics has passed and developed in order to be able to elaborate a reasoning and appropriate that knowledge in question. Putting on the board a formula, explaining who are the parts that compose it, passing examples and exercises, do not guarantee that the student appropriates knowledge and that the teaching and learning process is properly completed. By using the historical part, how the formula developed, how to use manipulated materials that involve the subject in question, we can have a breakthrough in the development of students' learning. Whether for visually impaired students or for normal-blind students, who have full vision, or for students with any other type of disability or extraordinary characteristic, the teacher needs to be prepared for an out-of-standards class, he/she needs to be willing to use online and manipulatable tools so that the bridge that connects the student to knowledge is more peaceful to cross. Thus, the student can be the protagonist of his own knowledge. By using manipulatable materials, the teacher offers students the opportunity to think about the
image/svg+xmlanálise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 17 development of the activity and, in the end, students could give suggestions for improvements or even suggest ideas for new activities. We also saw that the process to include the student with disabilities within the regular classroom was complex, needed several laws, congresses and people fighting for the right to access a quality education, as guaranteed by our 1988 Constitution, to be contemplated. However, this process of placing the student with disabilities inside the classroom requires a structure designed for that student, as well as a qualified teacher to be able to attend to the students; teaching, finally, needs to be thought of for all students. Thus, the fact that the student with disabilities is inside the classroom does not guarantee that he/she is learning and that inclusion is established. After the student's entry into the classroom, there is a moment of reflection, on the part of teachers, management and school collaborators, about the possibilities for the subject to feel part of the class and, thus, to actually include. This research contributes to have a broad view of the number of articles existing in the CAPES Journal Portal, since the Catalogue of Theses and Dissertations did not return any results. This reveals that it is of paramount importance to have an increase in the number of research and data related to the area of education, the teaching of mathematics and the teaching of specific content. With this research, it was possible to make a survey of the data that has been available until the end of 2020. Finally, this study opened a range to look at other disciplines, such as History, Geography, Physics, among others, and to reflect on the teaching of these curricular components for visually impaired students. REFERENCES BAPTISTA, C. R. Política pública, Educação Especial e escolarização no Brasil.Educ. Pesqui., São Paulo, v. 45, e217423, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1678-4634201945217423 BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1961. Available: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm. Access: 10 Feb. 2021.
image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 18 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC; SEESP, 2014. CONDE, A. J. M. Definição de cegueira e baixa visão. 2017. Available: http://www.ibc.gov.br/images/conteudo/AREAS_ESPECIAIS/CEGUEIRA_E_BAIXA_VISAO/ ARTIGOS/Def-de-cegueira-e-baixa-viso.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. COSTA, A. B.; PICHARILLO, A.; PAULINO, V. C. O processo histórico de inserção social da pessoa cega na Antiguidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 10., 2016, São Carlos. Anais [...]. São Carlos, SP: UFSCAR, 2016. Available: https://www.researchgate.net/publication/311295338_O_processo_historico_de_insercao_so cial_da_pessoa_cega_na_Antiguidade. Access: 4 Nov. 2020. COSTA, J. M. et al. Formação em Matemática de Licenciandos em Pedagogia: uma análise à luz do pluralismo metodológico. Bolema, Rio Claro, v. 31, n. 58, p. 719-738, ago. 2017. Available: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-636X2017000200719. Acesso em: 08 out. 2020. GLAT, R.; FERNANDES, E. M. Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira. In: Revista Inclusão, Rio de Janeiro, n. 1, 2005. Available: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/Da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Segregada%20%C3%A0%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Inclusiva.pdf. Access: 10 Feb. 2021. MACHADO, V. C. Aprendendo Matemática através das mãos: uma proposta para o uso do Multiplano no ensino de educandos cegos. Criciúma, SC: UNESC, 2004. Available: https://docplayer.com.br/9406194-Veridiana-cardoso-machado-aprendendo-matematicaatraves-das-maos-uma-proposta-para-o-uso-do-multiplano-no-ensino-de-educandoscegos.html. Access: 11 Oct. 2020. MENDES, E. G. A escola e a inclusão social na perspectiva da educação especial. São Carlos, SP: UFSCAR, 2015. MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, São Carlos, v. 11, n. 33, 2006. MIRANDA, W. Erros e obstáculos:os conteúdos matemáticos do ensino fundamental no processo de avaliação. Margens, Abaetetuba, v. 7, n. 8, p. 155-171, 2013. Available: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/2753/2879. Access: 11 Oct. 2020. OLIVEIRA, D. Modelagem no ensino de matemática:um estudo de caso com estudantes cegos. 2016. 105 f. Dissertação (Mestrado em em Ensino de Ciências Naturais e Matemática) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR, 2016. ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Salamanca, Espanha,
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image/svg+xmlVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIROVerônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO Rev. Hipótese, Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154 DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6 | 20 About the authors Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA Graduated in Mathematics. Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo, Campus Itapetininga.Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO PhD in Education. Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo, Campus Itapetininga. Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, standardization and translation.