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O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
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O ENSINO DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU PARA ALUNOS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL: SISTEMATIZAÇÃO DE ESTUDOS
CIENTÍFICOS
LA ENSEÑANZA DE ECUACIÓN DE PRIMER GRADO PARA
ESTUDIANTES CON DISCAPACIDAD VISUAL: SISTEMATIZACIÓN DE
ESTUDIOS CIENTÍFICOS
THE FIRST-DEGREE EQUATION TEACHING FOR STUDENTS WITH
VISUAL DISABILITIES: SYSTEMATIZING SCIENTIFIC STUDIES
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: veronicammo15@gmail.com
Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: aline.lagoeiro@ifsp.edu.br
Como referenciar este artigo
LAGOEIRO, A. C. D.; OLIVEIRA, V. M. M. O ensino de equação do primeiro grau para
alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos.
Revista Hipótese
, Bauru,
v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
Subme
tido em
: 26/03/2021
Revisões requeridas em
: 15/04/2021
Aprovado em
: 10/05/2021
Publicado em
: 01/01/2022
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Rev. Hipótese
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Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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RESUMO
: Visando contribuir para o trabalho docente de conteúdos matemáticos, essa
pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de pesquisas voltadas ao ensino
de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual, disponíveis no Catálogo de
Teses e Dissertações da CAPES. Como a busca mais específica resultou em nenhuma pesquisa
encontrada, buscou-se então, sobre “matemática deficiência visual”. A segunda busca resultou
em nove artigos, dos quais seis se encontram analisados nessa pesquisa. Por fim, explanamos
os resultados obtidos, a escassez de pesquisas, a importância do professor, as dificuldades na
sala de aula e uma proposta para pesquisas futuras.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação Inclusiva. Ensino de Matemática. Equação do Primeiro
grau.
RESUMEN
: Con el objetivo de contribuir a la labor docente de contenidos matemáticos, esta
investigación tuvo como objetivo realizar una revisión sistemática de la investigación
orientada a la enseñanza de ecuaciones de primer grado para estudiantes con discapacidad
visual, disponible en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de CAPES. Como la búsqueda más
específica resultó en que no se encontró ninguna investigación, luego buscamos "matemáticas
de discapacidad visual". La segunda búsqueda resultó en nueve artículos, de los cuales seis
son analizados en esta investigación. Finalmente, explicamos los resultados obtenidos, la
escasez de investigación, la importancia del docente, las dificultades en el aula y una propuesta
de investigación futura.
PALABRAS CLAVE
: Educación inclusiva. Enseñanza de las matemáticas. Ecuación de
primer grado.
ABSTRACT
: Intending to contribute to the teaching work of mathematical content, this
research aimed to carry out a systematic review of research aimed at teaching first degree
equations for visually impaired students, available in the CAPES Thesis and Dissertations
Catalog. As the most specific search resulted in no research found, we then searched for “visual
impairment mathematics”. The second search resulted in nine articles, of which six are
analyzed in this research. Finally, we explain the results obtained, the scarcity of research, the
importance of the teacher, the difficulties in the classroom and a proposal for future research.
KEYWORDS
: Inclusive education. Mathematics teaching. First degree equation.
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O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos
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Introdução
Essa pesquisa teve como objetivo geral realizar
uma revisão sistemática de pesquisas
acerca do ensino de Equação do Primeiro Grau para alunos com deficiência visual disponíveis
no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Para tanto, foram desenvolvidos estudos
teóricos de modo a identificar os elementos que caracterizam e definem a deficiência visual, a
ampliar os conhecimentos acerca do percurso histórico do atendimento educacional voltado aos
alunos com deficiência visual e a compreender o processo de ensino e aprendizagem de
conteúdos matemáticos, envolvendo alunos com cegueira ou baixa visão. A partir de tais
estudos, a pesquisa centrou-se na identificação e análise de estudos voltados ao ensino de
equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual no Catálogo de Teses e
Dissertações da CAPES.
Desse modo, este artigo contempla os resultados da pesquisa realizada, trazendo
primeiramente as considerações acerca da evolução histórica da inclusão, com ênfase nas
diferenças entre os conceitos de integração, normalização e inclusão.
A seguir são apresentadas as características que definem a deficiência visual, a distinção
entre deficiência visual e baixa visão, o que permite observar que existem classificações em
relação à acuidade visual que determina o grau de cegueira e as possíveis causas que podem
ocasionar essa deficiência.
Considerando o processo de desenvolvimento da pesquisa, do ponto de vista
metodológico, são apresentados os resultados da pesquisa, que contemplam as discussões
acerca da deficiência visual e do ensino de Matemática e a análise das pesquisas voltadas ao
ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual. Esta é resultante do
trabalho de pesquisa e sistematização, em banco de dados digitais, iniciando pelo Catálogo de
Teses e Dissertações da CAPES e contemplando o Portal de Periódicos CAPES, com análises
referentes aos trabalhos localizados. Por fim, são apresentadas as considerações dessa pesquisa,
tendo como perspectiva a importância desta para a área da educação e as possibilidades futuras
no campo científico.
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
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Evolução histórica da inclusão
Em um panorama mundial, a educação para crianças e jovens com deficiência sensorial,
que se caracteriza por um não funcionamento de alguns dos sentidos, teve início no ano de
1960, em alguns países da Europa, nos quais o aluno com deficiência estava na sala de aula
regular com os demais alunos, acompanhado por um professor especializado. Esse foi o ponto
de partida para outros movimentos de inclusão ao longo dos anos seguintes.
Podemos destacar dois eventos de suma importância para a educação inclusiva, sendo
eles, a Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida no ano de 1990, em Jomtien, na
Tailândia, e a Conferência Mundial de Educação, ocorrida no ano de 1994, em Salamanca, na
Espanha.
Para fins de contextualização, Mendes (2006) traz um retrato sobre a educação em países
pobres e em desenvolvimento, evidenciando que medidas deveriam ser tomadas visando a
melhoria da educação. De acordo com Ormindo (2019), o tema principal da Conferência
Mundial de Educação para Todos, ocorrida em 1990, foi a incapacidade dos métodos, utilizados
até o momento, para diminuir o número de analfabetismo e a falta de qualidade no ensino
ofertado. O Brasil estava presente e, juntamente com os demais países participantes, reafirmou
seu compromisso com a educação para todos:
De acordo com a análise realizada por Zeppone (2011), na Conferência de
1990 foram definidos os problemas a serem resolvidos, determinaram-se
linhas de ações para solucioná-los e prazos para atingir as metas esperadas.
Embora os motivos fossem legítimos e as intenções fossem boas, a autora
afirma que pouco do que foi definido chegou a ser colocado em pratica pelos
países, a maioria das definições estabelecidas nem chegaram ao conhecimento
das escolas, 21 permanecendo apenas em posse dos governantes que as
definiram. Quando chegou o momento de mostrar os resultados, muitas das
soluções pensadas foram implementadas às pressas, não rendendo os
benefícios esperados (ORMINDO, 2019, p. 20).
Um grande ganho para a educação inclusiva, no contexto mundial, vindo da Declaração
de Salamanca, foi o movimento da inclusão social. Nesse documento, toda a sociedade possui
um papel para a promoção da inclusão, equiparando as oportunidades, buscando a construção
de uma sociedade democrática, na qual as diversidades e características pessoais seriam
respeitadas e aceitadas, como ressalta Mendes (2006, p. 395).
Questionamentos começam a ser feitos sobre o ideal de inclusão, a partir do momento
que o assunto se torna mundial. Mendes (2006) destaca várias perguntas sobre o tema, com isso
tem-se a reflexão: será que a inclusão é de fato para todos?
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No contexto brasileiro, vemos ao longo da história que pessoas com um poder aquisitivo
maior tinha o acesso a uma educação de qualidade, enquanto as pessoas de baixa renda tinham
acesso a uma educação precária, quando se tinha esse acesso. Já as pessoas com algum tipo de
deficiência, quando de baixa renda, eram excluídas, chegando a ser consideradas geneticamente
inferiores.
Com base nos aspectos apontados por Mendes (2015), é possível ver que o ensino para
pessoas com deficiência no Brasil teve seu primeiro passo no ano de 1835, com o então
deputado Cornélio Ferreira, que apresentou um projeto de lei para o cargo de professor de
letramento para pessoas cegas e pessoas surdas-mudas.
Vale ressaltar que o termo surdo-mudo não é mais utilizado, pois não é todo surdo que
também é mudo, muitos possuem as cordas vocais funcionando perfeitamente, apenas não
aprenderam a falar pela falta da audição. Todavia, são aptos para aprender a fala por meio da
leitura labial, por exemplo. O termo referido era utilizado antigamente, por falta do
conhecimento que temos hoje.
Nos anos seguintes, outros projetos e institutos foram desenvolvidos no Brasil, dos quais
podemos destacar a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, por D. Pedro II, em 12
de setembro de 1854 e, posteriormente, chamado de Instituto Benjamin Constant. Em 26 de
setembro de 1857, também por D. Pedro II, foi inaugurado o Imperial Instituto dos Surdos-
Mudos.
Dado esse cenário, tanto mundial quanto brasileiro, as pessoas com deficiência só
começaram a ter seus direitos e a serem vistos como cidadãos, participantes ativos da sociedade,
após a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Desta, é notório ressaltar o 26º
artigo que diz:
Artigo 26° 1. Toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser
gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O
ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser
generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em
plena igualdade, em função do seu mérito. 2. A educação deve visar à plena
expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das
liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem
como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção
da paz (ONU, 1948).
No fim da década de 1940 e no início da década de 1950, aproximadamente, existiam
no Brasil certa de 40 instituições para o ensino de pessoas com deficiência mental, com a
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maioria pertencendo ao setor público. Um ponto importante, no ano de 1954, ocorreu a criação
da primeira escola especial privada filantrópica, a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE).
O termo educação para os excepcionais é explicitado no artigo 88 da Lei de Diretrizes
e Bases nº 4.024/61 (BRASIL, 1961), que diz: “A educação de excepcionais, deve, no que for
possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade”.
Posteriormente, a lei foi revogada, sendo substituída pela Lei nº 5.692/71, e esta, suplantada
pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em vigência até o presente momento.
Outro órgão importante para o desenvolvimento da educação especial no Brasil, no ano
de 1973, foi o CENESP, Centro de Educação Especial, responsável por coordenar e desenvolver
a educação especial em todos as etapas escolares, com o intuito de promover uma participação
ativa e progressiva na sociedade (MENDES, 2015, p. 46-47). O mesmo órgão foi
posteriormente renomeado como Secretaria da Educação Especial, em 1986 e em 1990
chamada de Secretaria de Educação Básica que, por fim, chegou à sua atual denominação, em
1992, como Secretaria de Educação Especial.
Com a Constituição Federal de 1988, no artigo 208º, passa a ser garantida a permanência
de alunos com algum tipo de deficiência nas salas de aulas regulares (BRASIL, 1988).
Entre os anos de 1994 e 2002, podemos destacar o documento “Política e Resultados
Educação Especial”, elaborado pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2002). Neste, é possível
encontrar uma análise da educação no Brasil no período citado, um retrato com as perspectivas
e avanços (BAPTISTA, 2019, p. 8).
Em termos de orientação para as políticas públicas educacionais, permanece como
referencial para a Educação Especial no Brasil a “Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva”, de 2008 (BRASIL, 2008). Ela é considerada um marco
para história da Educação Especial no Brasil, por referendar legalmente a opção nacional pela
perspectiva inclusiva no campo educacional. O documento também apresenta de forma
explícita a definição do público-alvo a ser atendido pela educação especial – pessoas com
deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Estabelece, ainda, os aspectos fundamentais para o Atendimento Educacional Especializado –
AEE.
Diante do contexto apresentado, é possível observar que todos os indivíduos têm direito
à educação, todavia, para desfrutar por completo desse direito, esta luta está apenas começando.
Cabe a nós, futuros professores, lutar para conquistar esse direito e, assim, levar às crianças,
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aos jovens e aos adultos uma educação inclusiva de qualidade, em que todos possam participar
ativamente das aulas, com suas limitações e características, as quais mostram como os
indivíduos são únicos e extraordinários. Assim, se irá contribuir para a melhoria do
desenvolvimento social do país.
Deficiência visual
A deficiência visual, segundo a Secretaria da Educação, se caracteriza pela perda total
ou parcial do sentido da visão, perdendo, assim, as funções básicas dos olhos. Entra para a
categoria de deficiência visual a pessoa cega ou com baixa visão:
Cego
: a cegueira pressupõe a falta de percepção visual devido a fatores
fisiológicos ou neurológicos. A cegueira total ou simplesmente amaurose,
caracteriza-se pela completa perda de visão sem percepção visual de luz e
forma. A cegueira pode ser congênita ou adquirida.
Baixa Visão
: a acuidade
visual das pessoas com baixa visão é muito variável; mas, em geral, baixa
visão é definida como uma condição na qual a visão da pessoa não pode ser
totalmente corrigida por óculos, interferindo em suas atividades diárias, assim
como a leitura e a locomoção (CONDE, 2017, p. 1, grifo do autor).
Tem-se como base duas escalas oftalmológicas, que realizam o agrupamento de pessoas
que apresentam algum tipo de cegueira ou baixa visão, sendo elas, a acuidade visual,
caracterizada como aquilo que se pode enxergar a uma certa distância pré-estabelecida, e o
campo de visão, que corresponde a ampliação da área que a visão pode alcançar. A pessoa é
considerada cega se corresponde a um dos critérios seguintes: a visão corrigida do melhor dos
seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que uma pessoa
de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou se o diâmetro mais largo do seu campo
visual subentende um arco não maior de 20°, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo
possa ser superior a 20/200. Esse campo visual restrito é muitas vezes chamado "visão em túnel"
ou "em ponta de alfinete" e a essas definições chamam alguns "cegueira legal" ou "cegueira
econômica" (
CONDE, 2017,
p. 1).
A pessoa com baixa visão tem dificuldade para realizar suas atividades pessoais do dia
a dia, e este indivíduo pode ser diagnosticado a partir de algumas condições clínicas, sendo elas,
a degeneração macular, o glaucoma, a diabetes, a retinopatia ou a catarata.
No decorrer da história, podemos observar que pessoas com deficiência visual, e outras,
eram vistas como incapazes e, com isso, acabavam sendo rejeitadas pela sociedade, excluídas
nas próprias famílias, sofriam preconceitos e intolerância, como afirma Mendes (2015). De
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acordo com a autora, a criança que nascia cega na Grécia Antiga deveria ser colocada em uma
vasilha de argila e ser abandonada. Por volta do século V a.C., os gregos já buscam a cura para
a cegueira. Um dos médicos que recebe destaque nesse período é o Alcmeon de Cretona,
conhecido por descobrir o nervo ótico. Na Roma antiga, as pessoas que possuíssem algum tipo
de deficiência e, por consequência, não pudessem ser úteis em uma guerra, poderiam acabar
condenadas a morte.
Pode-se destacar também que, devido ao tato mais sensível, tem-se o relato de pessoas
cegas trabalhando como curandeiros de juízes, em meados do século II e III a.C.
No primeiro, havia cegos trabalhando, muito trabalhavam nos portos e começaram a
receber auxílio, um tipo de pensão, mas esse benefício não teve longa duração. Posteriormente,
perderam essa ajuda e começaram a receber apenas ração diariamente. No segundo, pode-se
destacar o movimento cujo objetivo era diminuir o número de mendigos nas ruas, pressionando
os asilos e monastérios para receberem mais pessoas em seus espaços.
Entre os Maias, as pessoas cegas tinham uma função, a de oleiro, devido as habilidades
manuais e o tato aguçado; os indivíduos produziam objetos a partir de matérias primas como a
pedra, o couro, a madeira, a argila (COSTA; PICHARILLO; PAULINO, 2016, p. 10).
Podemos destacar, ainda, alguns alunos cegos que, na época do feudalismo, tiveram um
papel importante e trabalhavam como professores, concertistas, entre outras funções. Dentre
eles está Dídimo de Alexandria, também conhecido como Dídimo, o cedo, que foi um teólogo
e dirigiu a catequese por mais de 50 anos em sua cidade.
Os avanços na área da medicina começaram a partir do século XVIII, com o
entendimento mais aprofundado sobre o olho e seu ligamento com o cérebro. Podemos perceber
que, ao decorrer dos séculos até meados de XIX, as pessoas cegas conquistaram mais espaços,
em relação ao que se tinha antes, o que contribuiu para que a história sofresse mudanças.
Ao fim do século XVIII, foi criada, em Paris, a primeira escola de cegos, chamada
Instituto Real dos Jovens Cegos. A principal motivação para a criação dessa instituição foi o
alto número de pessoas cegas vivendo como mendigas. Estando na linha de frente, Valentin
Hauy acreditava que as pessoas cegas possuíam a capacidade de aprender através do tato. A
partir desse instituto, outros surgiram em diversos países, inclusive no Brasil, com o Instituto
dos Meninos Cegos, denominado hoje de Instituto Benjamim Constant (MENDES, 2006).
No Renascimento, temos algumas obras que se destacam com pessoas cegas sendo seu
foco, visto que o período culmina na mudança da Idade Média para a Moderna, com paradigmas
e crenças sendo quebrados. Dentre eles, podemos destacar a obra “A parábola dos cegos” de
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Pieter Bruegel (1530-1569). A produção retrata seis pessoas cegas caminhando e caindo em
uma valeta. Tal escrito é uma crítica à sociedade que não tem ideia sobre o futuro, sem saber
ou ter objetivos a serem almejados, completamente perdidos.
Os direitos das pessoas com deficiência ganharam evidência após a Segunda Guerra
Mundial, por meio da Declaração dos Direitos Humanos, em seguida com a Constituição de
1988, em nosso país, e com a Declaração de Salamanca. Esses foram marcos importantes na
luta pela busca de mais igualdade, respeito e dignidade para esse recorte da população.
No artigo 66 da Declaração de Salamanca consta que:
Políticos em todos os níveis, incluindo o nível da escola, deveriam
regularmente reafirmar seu compromisso para com a inclusão e promover
atitudes positivas entre as crianças, professores e público em geral, no que diz
respeito aos que possuem necessidades educacionais especiais (ONU, 1994,
p. 15).
Com a Declaração de Salamanca (ONU, 1994), a proposta de uma educação inclusiva
ganhou ênfase e as pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo a cegueira, passaram a ser
consideradas capazes de aprender.
A educação escolar não era considerada como necessária, ou mesmo possível,
principalmente para aqueles com deficiências cognitivas e / ou sensoriais
severas. O trabalho educacional era relegado a um interminável processo de
“prontidão para a alfabetização”, sem maiores perspectivas já que não havia
expectativas quanto à capacidade desses indivíduos desenvolverem-se
academicamente e ingressarem na cultura formal (GLAT; FERNANDES,
2005, p. 2).
Nos anos 70, a ênfase era na falta de estrutura das escolas e no despreparo dos docentes
para atender plenamente as crianças com deficiência, e não mais na deficiência em si. Temos,
então, o começo de uma mudança de pensamento. A escola tem o papel de se adaptar e de se
preparar para receber esse aluno, tanto na parte de infraestrutura, com sinalizações, acesso a
todas as áreas da escola, como também em seu projeto político pedagógico (PPP), pensando em
meios de avaliar, preparar os materiais e as aulas (GLAT; FERNANDES, p. 4, 2005).
De acordo com Glat e Fernandes, o ato da educação inclusiva não está apenas em inserir
o aluno na sala de aula regular, mas sim em garantir que qualquer aluno com quaisquer
deficiências tenha acesso a uma educação que o permita se desenvolver intelectual, social e
fisicamente, respeitando as individualidades de cada discente. Ainda segundo os autores, o
número de pesquisas relacionado a educação especial no Brasil é escasso; com isso, torna-se
difícil o processo de inclusão.
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Questões básicas como o número de pessoas com deficiência no Brasil; a faixa etária
dessas pessoas; o número de indivíduos que têm acesso a uma escola; quais deficiências estão
presentes por segmento; entre outras, poderiam servir de respaldo para se desenvolver um
planejamento, almejando aumentar o número de pessoas com deficiência nas escolas, melhorar
o processo de ensino-aprendizagem e realizar projetos visando alcançar as pessoas que se
enquadram no ensino de jovens e adultos, o EJA, com o intuito de ofertar uma educação para
todos.
A pluralidade e a diversidade que o ambiente escolar oferece, proporciona aos alunos,
aos professores e a toda equipe escolar, crescer e se desenvolver como pessoa, visto que se tem
a oportunidade de conviver com o outro, aprender a respeitar, decidir e pensar sobre os objetivos
e projetos, ou seja, interagir com o meio e com o outro (ROGALSKI, 2010, p. 12).
Os aspectos apresentados constituíram-se, portanto, nos fundamentos da pesquisa
desenvolvida, cuja metodologia e resultados são apresentados a seguir.
O desenvolvimento da pesquisa
Uma vez realizada a contextualização da educação inclusiva no Brasil e apresentados
os elementos definidores da deficiência visual, cabe destacar o percurso metodológico adotado
na pesquisa, de cunho qualitativo (BOGDAN; BICKLEN, 1994). Inicialmente, tínhamos a
intenção de analisar as teses e dissertações encontradas no Catálogo e Teses e Dissertações da
CAPES e, por esse motivo, mantivemos nesse trabalho a definição do objetivo geral original,
uma vez que entendemos ser essencial destacar as circunstâncias que culminaram nos rumos
diferentes da pesquisa.
Para a busca, utilizamos as seguintes palavras-chave: ensino de Matemática deficiência
visual, ensino de Matemática e deficiência visual, “ensino de Matemática” e “deficiência
visual”, “equações do primeiro grau” e “deficiência visual”, “ensino de matemática” e
“deficiência”. Todavia, ao realizar a busca, não obtivemos nenhum resultado no formato
tese/dissertação. Diante disso, optamos por analisar os artigos que se encaixavam na busca.
Como definição de um banco de dados para a pesquisa, utilizando os mesmos descritores,
buscamos, então, por artigos no Portal de Periódicos CAPES.
A primeira parte da pesquisa foi composta por uma revisão bibliográfica, de textos e
artigos, com a finalidade de realizar um levantamento acerca do contexto histórico da educação
inclusiva no Brasil, com ênfase em leis que foram criadas, visando a melhoria no ensino para
pessoas com deficiência visual. Assim, foi possível traçar uma breve linha do tempo da
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evolução histórica da educação inclusiva, focando nos pontos mais decisivos para as mudanças
que vemos hoje.
Em seguida, foi feito um estudo teórico-descritivo, com o objetivo de compreender a
deficiência visual e identificar os elementos que a caracterizam e a definem. Nessa etapa foi
possível elencar possíveis doenças que, quando tratadas incorretamente, podem levar a uma
cegueira ou à baixa visão. Desenvolvemos, também, um breve histórico da cegueira, já
apresentado, considerando os diferentes modos como as pessoas cegas eram vistas, em
determinadas épocas, e como essa noção foi mudando com a evolução da medicina e do
pensamento da sociedade.
Logo após, o objetivo a ser contemplado foi compreender o processo de ensino e
aprendizagem de conteúdos matemáticos envolvendo alunos com deficiência visual ou baixa
visão, em especial o ensino de equações do primeiro grau. Em nossa busca, encontramos nove
artigos que tratavam do ensino de Matemática para alunos com deficiência visual, mas apenas
seis se encaixavam no nosso tema, sendo dois com uma abordagem mais ampla. Por fim,
apresentamos, a seguir, as pesquisas localizadas, juntamente com as especificidades do ensino
de matemática a alunos cegos.
A deficiência visual e o ensino de matemática
O ensino de Matemática para alunos cegos apresenta, em sua essência, um desafio
complementar, uma vez que muitos de seus conceitos, objetivando a ampla compreensão dos
estudantes, exigem um paralelo com a visualização imediata com o resultado concreto dos
cálculos. Issos posto, os recursos didáticos disponíveis para auxiliar os deficientes visuais na
compreensão de gráficos, por exemplo, são insuficientes e, muitas vezes, ineficientes
(MACHADO, 2004).
Além disso, poucas são as editoras que produzem materiais didáticos para o deficiente
visual e a escassez de materiais é grande. Assim, é preciso desenvolver métodos alternativos de
ensino para que esses alunos possam ser de fato incluídos na comunidade escolar (SILVA;
LAZZARIN, 2017).
No caso dos alunos deficientes visuais, a situação é ainda mais difícil, uma vez que
algumas adaptações se fazem necessárias, como o uso do Sistema Braile de escrita, para que
esses alunos possam fazer suas anotações e realizar a leitura dos livros didáticos e do Soroban
para cálculos matemáticos. Contudo, os professores, em sua grande maioria, não estão
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Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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preparados para atender esses alunos (MACHADO, 2004).
Segundo Vygotsky (1998), as limitações dos alunos com deficiência visual ficam
reservadas às questões de mobilidade e orientação espacial, uma vez que o desenvolvimento
intelectual e a elaboração de conceitos são idênticos aos dos alunos que não tem essa
deficiência. Desta forma, cabe ao sistema educacional (Estado, escolas e professores) buscar
métodos que auxiliem o aprendizado desses alunos.
De acordo com Miranda (2016), o professor de Matemática pode usar da fala para
facilitar o entendimento de imagens, gráficos e tabelas, por exemplo, de maneira a descrever o
conteúdo contribuindo para a compreensão do aluno cego, mas também dos alunos
normovisuais. Para essa tarefa, o docente precisa ter uma boa relação com os alunos; deverá,
também, ter a sensibilidade de exercer a empatia e de se colocar no lugar do próximo. Assim,
o processo de ensino aprendizagem poderá fluir de maneira tranquila e agradável para ambos
os lados.
Para o uso da Matemática falada, é de suma importância que o professor e o aluno
tenham pleno acesso e ciência sobre o sistema Braille, pois o aluno o usará para fins de
anotações e de leitura. Se o professor não tiver domínio no modo como o aluno cego escreve e
lê, a comunicação entre eles não será efetiva, prejudicando diretamente o ensino. Assim, faz-se
necessário que o docente de Matemática saiba não só o básico de braile, mas também sobre
como a Matemática é representada nessa forma de registro.
Atualmente, existem softwares gratuitos que fazem a leitura de telas de notebooks,
computadores, celulares, entre outros aparelhos, facilitando a comunicação, visto que pode ser
usado como um meio alternativo em relação ao braile. Nesse meio tecnológico, o professor de
Matemática pode contar também com calculadoras orais.
Fazer o uso de materiais manipuláveis é uma prática que pode ser adotada com o intuito
de facilitar a compreensão do aluno cego, e fazê-lo se apropriar do conhecimento em questão.
Materiais simples e de baixo custo, como bolinhas de isopor, massinha de modelar, garrafas
PET, papelão, entre outros também podem ser usados nas aulas de Matemática (MIRANDA,
2016, p. 133).
Outro recurso que o professor de Matemática pode utilizar é o Soroban, cuja origem
remonta à Antiguidade, quando, para fins de contagem e marcação, eram feitos nós em cordas,
contagem de pedrinhas, riscos em pedras ou em ossos, entre outros, como aponta Oliveira
(2016, p. 44).
Podemos destacar que, segundo Oliveira, com o uso do Soroban, não apenas para alunos
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O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos
Rev. Hipótese
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Bauru, v. 8, e022002, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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cegos, mas para todos, os benefícios são relevantes, pois a ferramenta aprimora o raciocínio
lógico, desenvolve o pensamento e o cálculo mental, podendo ser usada para diversas operações
matemáticas.
Uma vez identificados os recursos e materiais que podem ser utilizados para o trabalho
educativo junto aos alunos com deficiência visual, a pesquisa se volta para o levantamento de
trabalhos científicos publicados que tratem do ensino de equações do primeiro grau a alunos
com a referida deficiência.
Pesquisas voltadas ao ensino de equações do primeiro grau para alunos com deficiência
visual
Para iniciar o trabalho de levantamento das produções, foi feita uma busca com os
termos equações do primeiro grau e deficiência visual e nenhum trabalho foi encontrado,
especificamente no formato tese/dissertação, voltado ao ensino de equações do primeiro grau
para alunos com deficiência visual, como já exposto.
Tendo como base o trabalho de Ormindo (2019), foi possível constatar que, a partir de
2008, tem-se o início de um movimento maior em relação às leis e às mudanças no contexto da
educação inclusiva no Brasil. Em sua pesquisa, Ormindo destaca o período no qual aparece o
maior número de pesquisas relacionadas ao ensino de Matemática para alunos com síndrome
de Asperger.
Diante dessa escassez de teses e dissertações, optamos por buscar artigos relacionados
ao ensino de Matemática para alunos cegos, e posteriormente, o ensino de equação do primeiro
grau para alunos cegos.
Os termos utilizados para a busca foram os seguintes: ensino de Matemática deficiência
visual, ensino de Matemática e deficiência visual, “ensino de Matemática” e “deficiência
visual”, “equações do primeiro grau” e “deficiência visual”, “ensino de Matemática” e
“deficiência”. Ao utilizar as aspas e o termo and no lugar de “e”, foi possível fechar a expressão
a ser buscada e realizar a busca com as mesmas expressões aparecendo no mesmo texto, ou
seja, a busca pode ser mais específica.
Desse modo, ao fechar a expressão e buscar por: “ensino de Matemática” and
“deficiência visual”, foram encontrados sete artigos. Em uma nova pesquisa, alguns dias após
a primeira busca, foi possível encontrar mais dois artigos, utilizando o mesmo descritor,
totalizando então nove artigos.
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Rev. Hipótese
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O primeiro artigo encontrado, intitulado “O Diálogo com estudantes com deficiência
visual (Dv’s) como Instrumento Formativo para um Ensino de Matemática Inclusivo” de autoria
de Pereira e Borges (2020) trata-se de uma pesquisa com quatro alunos cegos, atualmente dentro
do contexto acadêmico, sobre a vida escolar, com enfoque na disciplina de Matemática. Eles
relatam quais eram suas dificuldades, como enfrentavam as mesmas, como foram seus
professores, entre outras questões. Os autores dão destaque também para a necessidade de
pesquisas como essa, visto a escassez do recorte, com enfoque também na inclusão, visando
práticas que tenham como objetivo atingir a todos os alunos da sala de aula regular, respeitando
as características de cada um:
Desse modo, investigar maneiras de propor práticas inclusivas que abarquem
as necessidades individuais do discente com deficiência visual, mas que, ao
mesmo tempo, estendam-se também para todos os alunos, torna-se necessário,
afinal, acreditamos que incluir é sinônimo de disponibilizar a participação no
debate acerca dos mesmos conhecimentos. Além Educ. Matem. Pesq., São
Paulo, v. 22, n. 2, p. 281-311, 2020 289 disso, entendemos que essa atitude
desenvolva em todos os alunos o respeito e a solidariedade em relação aos
seus colegas com maiores dificuldades, o que constitui um dos objetivos mais
importantes da educação (PEREIRA; BORGES, 2020, p. 288-289).
Esse trabalho destaca o ponto de vista do aluno cego, tornando-se de suma importância
para o entendimento, por parte de professores e pesquisadores da área da educação, visto que o
relato de experiência do aluno cego contribuirá para o docente ampliar sua visão e compreensão
das dificuldades enfrentadas dia a dia pelos alunos cegos, principalmente na disciplina de
Matemática, cuja visualização se faz necessária para o entendimento de vários conceitos.
O segundo artigo encontrado, “Formação de Matemática de Licenciandos em
Pedagogia: uma análise a luz do pluralismo metodológico”, de autoria de Costa
et al.
(2017),
traz a importância do pluralismo metodológico para o ensino de Matemática. A pesquisa foi
realizada com uma turma do curso de pedagogia, com o intuito de verificar se os conhecimentos
acerca do ensino de Matemática haviam sido concretizados, afinal, eles iriam, futuramente,
estar na frente de uma sala de aula regular ministrando os devidos conteúdos.
Em um dado ponto da pesquisa, os alunos precisaram responder uma sequência de
exercícios com o auxílio do Soroban, material utilizado também por alunos cegos, para auxiliar
no cálculo mental.
O terceiro artigo encontrado, “Ensino de Conceitos Matemáticos para estudantes com
deficiência visual de inclusão”, de autoria de Viginheski, Silva e Himazaki (2020) aborda o
ensino do pensamento algébrico para uma sala de aula regular do ensino público do 8° ano com
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O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos
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42 alunos matriculados, sendo uma aluna cega. Ao fim da pesquisa, os autores constataram que,
fazendo as adaptações necessárias, todos os alunos da sala se apropriaram do conteúdo em
questão:
Em entrevista realizada com a estudante T. A., observou-se por seu relato que
as maiores dificuldades enfrentadas, ao frequentar o ensino regular,
relacionavam-se à falta 264 Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.21, n.3, 250-
271, 2019 de conhecimento dos professores sobre a sua condição visual e a
carência de materiais modificados que possibilitassem o seu acesso ao
conhecimento ensinado. A maioria dos professores fazia uso da oralidade para
explicar-lhe os conteúdos, porém, ela não conseguia entender muitas coisas
visuais não modificadas, como, por exemplo, o desenvolvimento de uma
equação (VIGINHESKI; SILVA; HIMAZAKI, 2020, p. 263-264).
Mais uma vez, é nítido o papel do professor no processo de ensino aprendizagem de um
aluno cego. Como dito anteriormente, a Matemática exige um grau de abstração por parte dos
alunos, logo, cabe ao professor refletir sobre os caminhos que ele poderá utilizar para que todos
os alunos, inclusive os alunos com deficiência visual, possam se apropriar do conhecimento em
questão.
No quarto artigo encontrado, “Math2text: Software para geração e conversão de
equações matemáticas em texto - limitações e possibilidades de inclusão”, de autoria de Szesz
Júnior, Mendes e Silva (2020), o foco é o software Math2Text, que apresenta ao aluno cego as
equações em formato texto lido. São apresentados os resultados obtidos através da
experimentação do software por um professor e um grupo de alunos cegos. De acordo com os
autores, o processo é valido e traz bons resultados.
Como dito anteriormente, existem aplicativos e softwares que transformam textos em
áudios para que pessoas cegas possam estar mais conectadas com informações, facilitam e
contribuem para que a pessoa com eficiência visual, ou baixa visão, possa também utilizar essa
ferramenta no âmbito escolar.
O quinto artigo, “O uso de narrativas (auto)biográficas como uma possibilidade de
pesquisa da prática de professores acerca da Educação (Matemática) inclusiva”, de autoria de
Rosa e Baraldi (2015), traz pertinentes reflexões. Embora tenha uma perspectiva mais ampla
acerca da inclusão e da adaptação de materiais, ele oferece ao leitor um momento de reflexão
através dos relatos, não especificamente relacionado à deficiência visual, ou outra deficiência,
mas apresentando um caráter mais geral do tema, sob uma perspectiva diferenciada e relevante.
Os relatos de experiência e memoriais de formação, por exemplo, podem ser utilizados
em estudos de casos e, através de debates ou mesas redondas, contribuir para a formação de
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
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licenciandos e de professores já formados. Visto que oferecem a possibilidade de o leitor
colocar em prática a empatia e, com isso se colocar no lugar do outro, favorecendo também o
crescimento da pessoa como indivíduo.
O sexto artigo encontrado na busca, “Educação Matemática: A articulação de
concepções e práticas inclusivas e colaborativas”, de autoria de Santos
et al.
(2019), trata de
um agrupamento de partes de três pesquisas, relacionadas à inclusão, sendo duas pesquisas do
curso de Mestrado e uma de Iniciação Científica, da Universidade Estadual Paulista, UNESP,
campus de Presidente Prudente-SP.
O artigo traz os dados obtidos em cada pesquisa estudada, as quais abrangem o ensino
de Matemática para alunos cegos, alunos surdos, entre outras deficiências. Os autores concluem
discorrendo sobre a importância da formação do professor de Matemática e da disponibilidade
de tentar uma metodologia nova e diferenciada, com o intuito de adaptar algumas atividades, e
assim, poder ofertar a todos os alunos a oportunidade de ter o acesso ao conhecimento
(SANTOS
et al.,
2019, p. 274).
A escassez de pesquisas na área da inclusão é um fato da sociedade acadêmica brasileira,
quando se trata de um tema ainda mais específico, como o tratado nesse trabalho, o ensino de
equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual, a busca não traz nenhum
resultado. Vemos o mesmo fato ocorrer em relação a outras deficiências, corroborando a
pesquisa de Ormindo: “Como já mencionado, dentre os 70 trabalhos localizados, apenas três
pertenciam à área de conhecimento estudada nesse trabalho – a matemática” (ORMINDO,
2019, p. 58). Com base na referida autora, notamos que existem trabalhos que relacionam as
deficiências de algum modo, todavia, a maioria está centrada na área da saúde, sendo mais
recente a produção de pesquisas no campo propriamente educacional.
Outros três artigos encontrados na busca, feita por “ensino de Matemática” e
“deficiência visual”, não possuíam uma ligação direta e nem indireta com o tema dessa
pesquisa, sendo assim decidimos não os incluir nessa análise. Nossa pesquisa resultou, então,
em 6 artigos, sendo dois com uma perspectiva da temática geral acerca da educação inclusiva.
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O ensino de equação do primeiro grau para alunos com deficiência visual: Sistematização de estudos científicos
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Considerações finais
Como apresentado no capítulo anterior, vimos que o número de artigos relacionados ao
ensino de Matemática e a deficiência visual ainda é extremamente baixo. Em nossa busca,
encontramos apenas nove artigos, sendo somente 6 relativos diretamente ou indiretamente à
temática de pesquisa proposta. Ao refinar a busca, filtrando por um conteúdo mais específico,
o ensino de equação do primeiro grau, por exemplo, não foi encontrado em nenhum trabalho.
Ao analisar os trabalhos encontrados, podemos elencar alguns pontos em comum.
Relatam a escassez de pesquisas na área, a importância de mais estudos, a formação do
professor, a inclusão, de fato inclusiva, e a abertura que o docente precisa ter para se adaptar a
novos métodos de ensino aprendizagem, tudo com o intuito de poder atingir a todos os alunos.
A falta de pesquisas na área da educação nos remete ao fato de que, sem o aumento do
número de pesquisas de cunho mais geral, o número de pesquisas com temas mais específicos,
como sendo os conteúdos de cada disciplina, também não irá aumentar. As pesquisas que
abrangem uma disciplina, por exemplo, de maneira mais ampla, abrem a possibilidade para que
outros pesquisadores possam escolher um tema ou uma frente para poder se aprofundar.
Para o ensino de Matemática a alunos cegos, por exemplo, vemos que existem algumas
ferramentas, como o Soroban e softwares, por exemplo, que auxiliam no momento de ensino
aprendizagem. O papel do docente é facilitar esse processo, fazendo com que este seja o menos
traumático e mais prazeroso para todos os alunos, visto que existe uma cultura de que a
Matemática é apenas para poucos. Defendemos o ponto de vista que o aluno precisa conhecer
o processo histórico pelo qual a Matemática passou e se desenvolveu para poder elaborar um
raciocínio e se apropriar daquele conhecimento em questão.
Colocar na lousa uma fórmula, explicar quem são as partes que a compõem, passar
exemplos e exercícios, não garantem que o aluno se aproprie do conhecimento e de que o
processo de ensino e aprendizagem seja devidamente concluído. Ao utilizar da parte histórica,
de como a fórmula se desenvolveu, como utilizar materiais manipuláveis, que envolvam o
assunto em questão, podemos ter um avanço no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Seja para alunos com deficiência visual ou para alunos normovisuais, que possuem a
visão plena, ou para alunos com qualquer outro tipo de deficiência ou característica
extraordinária, o professor precisa estar preparado para uma aula fora dos padrões, precisa estar
disposto a utilizar de ferramentas online e manipuláveis para que a ponte que liga o aluno ao
conhecimento seja mais tranquila de ser atravessada. Assim, o discente poderá ser protagonista
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
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do seu próprio conhecimento. Ao utilizar-se de materiais manipuláveis, o professor oferece aos
alunos a oportunidade de pensar sobre o desenvolvimento da atividade e, ao fim, os alunos
poderiam dar sugestões de melhorias ou até mesmo sugerir ideias para atividades novas.
Vimos também que o processo para incluir o aluno com deficiência dentro da sala de
aula regular foi complexo, necessitou de várias leis, congressos e pessoas lutando para que o
direito ao acesso a uma educação de qualidade, como garante nossa Constituição de 1988, fosse
contemplado. Todavia, esse processo de colocar o aluno com deficiência dentro da sala de aula
necessita de uma estrutura pensada para aquele aluno, como também de um professor
qualificado para poder atender os alunos; o ensino, por fim, precisa igualmente ser pensado
para todos os alunos. Assim, o fato de o aluno com deficiência estar dentro da sala de aula não
garante que esteja aprendendo e que a inclusão se estabeleça.
Após a entrada do aluno na sala de aula, tem-se o momento de reflexão, por parte dos
docentes, gestão e colaboradores da escola, acerca das possibilidades para que o sujeito se sinta
parte da turma e, assim, de fato ocorra a inclusão.
Essa pesquisa contribui para se ter uma visão ampla acerca da quantidade de artigos
existentes no Portal de Periódicos da CAPES, uma vez que o Catálogo de Teses e Dissertações
não retornou nenhum resultado. Isso revela que é de suma importância ter um aumento no
número de pesquisas e dados, relacionados a área da educação, ao ensino de Matemática e ao
ensino de conteúdo específicos. Com essa pesquisa, foi possível fazer um levantamento dos
dados que se tem disponível até meados do fim de 2020.
Este estudo abriu, finalmente, um leque para se atentar às outras disciplinas, como, por
exemplo, para a História, a Geografia, a Física, dentre outras, e refletir sobre o ensino desses
componentes curriculares para alunos com deficiência visual.
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DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
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Sobre os autores
V
erônica Momberg Marques de OLIVEIRA
Licenciada em Matemática. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo, Campus Itapetininga.
Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Doutora em Educação. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo,
Campus Itapetininga.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
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THE FIRST-DEGREE EQUATION TEACHING FOR STUDENTS WITH
VISUAL DISABILITIES: SYSTEMATIZING SCIENTIFIC STUDIES
O ENSINO DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU PARA ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA VISUAL: SISTEMATIZAÇÃO DE ESTUDOS
CIENTÍFICOS
LA ENSEÑANZA DE ECUACIÓN DE PRIMER GRADO PARA
ESTUDIANTES CON DISCAPACIDAD VISUAL: SISTEMATIZACIÓN DE
ESTUDIOS CIENTÍFICOS
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: veronicammo15@gmail.com
Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: aline.lagoeiro@ifsp.edu.br
How to refer to this article
LAGOEIRO, A. C. D.; OLIVEIRA, V. M. M. The first-degree equation teaching for students
with visual disabilities: Systematizing scientific studies.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8,
e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI:
https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
Submetido em
: 26/03/2021
Revisõs requeridas em
: 15/04/2021
Aprovado em
: 10/05/2021
Publicado em
: 01/01/2022
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
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Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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ABSTRACT
: Intending to contribute to the teaching work of mathematical content, this
research aimed to carry out a systematic review of research aimed at teaching first-degree
equations for visually impaired students, available in the CAPES Thesis and Dissertations
Catalog. As the most specific search resulted in no research found, we then searched for “visual
impairment mathematics”. The second search resulted in nine articles, of which six are analyzed
in this research. Finally, we explain the results obtained, the scarcity of research, the importance
of the teacher, the difficulties in the classroom and a proposal for future research.
KEYWORDS
: Inclusive education. Mathematics teaching. First-degree equation.
RESUMO
: Visando contribuir para o trabalho docente de conteúdos matemáticos, essa
pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de pesquisas voltadas ao ensino
de equações do primeiro grau para alunos com deficiência visual, disponíveis no Catálogo de
Teses e Dissertações da CAPES. Como a busca mais específica resultou em nenhuma pesquisa
encontrada, buscou-
se então, sobre “matemática deficiência visual”. A segunda busca resultou
em nove artigos, dos quais seis se encontram analisados nessa pesquisa. Por fim, explanamos
os resultados obtidos, a escassez de pesquisas, a importância do professor, as dificuldades na
sala de aula e uma proposta para pesquisas futuras.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação Inclusiva. Ensino de Matemática. Equação do Primeiro
grau.
RESUMEN
: Con el objetivo de contribuir a la labor docente de contenidos matemáticos, esta
investigación tuvo como objetivo realizar una revisión sistemática de la investigación
orientada a la enseñanza de ecuaciones de primer grado para estudiantes con discapacidad
visual, disponible en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de CAPES. Como la búsqueda más
específica resultó en que no se encontró ninguna investigación, luego buscamos "matemáticas
de discapacidad visual". La segunda búsqueda resultó en nueve artículos, de los cuales seis
son analizados en esta investigación. Finalmente, explicamos los resultados obtenidos, la
escasez de investigación, la importancia del docente, las dificultades en el aula y una propuesta
de investigación futura.
PALABRAS CLAVE
: Educación inclusiva. Enseñanza de las matemáticas. Ecuación de
primer grado.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
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Introduction
The general objective of this research was to conduct a systematic review of research
on the teaching of First-Degree Equation for visually impaired students available in the CAPES
Theses and Dissertations Catalogue. To this end, theoretical studies were developed in order to
identify the elements that characterize and define visual impairment, to expand knowledge
about the historical course of educational care aimed at students with visual impairment and to
understand the process of teaching and learning mathematical contents, involving students with
blindness or low vision. Based on these studies, the research focused on the identification and
analysis of studies focused on the teaching of first-grade equations for visually impaired
students in the Capes Theses and Dissertations Catalogue.
Thus, this article contemplates the results of the research conducted, first bringing the
considerations about the historical evolution of inclusion, with emphasis on the differences
between the concepts of integration, standardization and inclusion.
The following are the characteristics that define visual impairment, the distinction
between visual impairment and low vision, which allows us to observe that there are
classifications in relation to visual acuity that determines the degree of blindness and the
possible causes that can cause this deficiency.
Considering the research development process, from the methodological point of view,
the results of the research are presented, which include the discussions about visual impairment
and the teaching of mathematics and the analysis of research aimed at teaching first-degree
equations to students with visual impairment. This is the result of the research and
systematization work, in digital databases, starting with the CAPES Theses and Dissertations
Catalogue and contemplating the CAPES Journal Portal, with analyses related to localized
works. Finally, the considerations of this research are presented, with the perspective of the
importance of this for the area of education and the future possibilities in the scientific field.
Historical evolution of inclusion
In a global scenario, education for children and young people with sensory disabilities,
which is characterized by a non-functioning of some of the senses, began in the year 1960, in
some European countries, in which the student with disabilities was in the regular classroom
with the other students, accompanied by a specialized teacher. This was the starting point for
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other inclusion movements over the following years.
We can highlight two events of paramount importance for inclusive education, including
the World Conference on Education for All, held in 1990 in Jomtien, Thailand, and the World
Conference on Education, held in 1994, in Salamanca, Spain.
For contextualization purposes, Mendes (2006) brings a picture about education in poor
and developing countries, evidencing that measures should be taken to improve education.
According to Ormindo (2019), the main theme of the World Conference on Education for All,
held in 1990, was the inability of the methods used so far to reduce the number of illiteracy and
the lack of quality in the teaching offered. Brazil was present and, together with the other
participating countries, reaffirmed its commitment to education for all:
According to Zeppone's analysis (2011), at the 1990 Conference the problems
to be solved were defined, lines of actions were determined to solve them and
deadlines to achieve the expected goals. Although the reasons were legitimate
and the intentions were good, the author states that little of what was defined
came into practice by the countries, most of the definitions established did not
even come to the knowledge of the schools, 21 remaining only in the
possession of the rulers who defined them. When the time came to show the
results, many of the solutions thought were hastily implemented, not yielding
the expected benefits (ORMINDO, 2019, p. 20, our translation).
A major gain for inclusive education in the global context, coming from the Salamanca
Declaration, was the social inclusion movement. In this document, society as a whole has a role
to play in promoting inclusion, equating opportunities, seeking the construction of a democratic
society, in which personal diversities and characteristics would be respected and accepted, as
Mendes points out (2006, p. 395).
Questions begin to be asked about the ideal of inclusion, from the moment the subject
becomes global. Mendes (2006) highlights several questions on the subject, with this there is
reflection: is inclusion really for everyone?
In the Brazilian context, we see throughout history that people with a higher purchasing
power had access to quality education, while low-income people had access to a precarious
education when they had this access. People with some type of disability, when low income,
were excluded, even being considered genetically inferior.
Based on the aspects pointed out by Mendes (2015), it is possible to see that teaching
for people with disabilities in Brazil had its first step in 1835, with the then Deputy Cornélio
Ferreira, who presented a bill for the position of literacy teacher for blind people and deaf-mute
people.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
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It is worth mentioning that the term deaf-mute is no longer used, because it is not all
deaf that is also dumb, many have vocal cords functioning perfectly, just did not learn to speak
for lack of hearing. However, they are able to learn speech through lip reading, for example.
The term mentioned was used in the old days, for lack of the knowledge we have today.
In the following years, other projects and institutes were developed in Brazil, of which
we can highlight the creation of the Imperial Institute of the Blind Boys, by D. Pedro II, on
September 12, 1854 and later called the Benjamin Constant Institute. On September 26, 1857,
also by D. Pedro II, the Imperial Institute of the Deaf-Mute was inaugurated.
Given this scenario, both globally and in Brazil, people with disabilities only began to
have their rights and to be seen as citizens, active participants of society, after the Universal
Declaration of Human Rights of 1948. Of this, it is notorious to highlight the 26th article that
says:
Article 26 1. Everyone has the right to education. Education should be free of
charge, at least corresponding to primary elementary education. Elementary
school is mandatory. Technical and vocational education should be
generalized; access to higher education should be open to all on equal terms,
depending on their merits. 2. Education shall aim at the full expansion of
human personality and the strengthening of human rights and fundamental
freedoms and shall foster understanding, tolerance and friendship between all
nations and all racial or religious groups, as well as the development of UN
peacekeeping activities (ONU, 1948, our translation).
At the end of the 1940s and in the early 1950s, approximately, there were in Brazil
certain of 40 institutions for the teaching of people with mental disabilities, with most belonging
to the public sector. An important point, in 1954, occurred the creation of the first special private
philanthropic school, the Association of Parents and Friends of The Exceptional (APAE).
The term education for the exceptional is explained in Article 88 of the Law of
Guidelines and Bases No. 4,024/61 (BRASIL, 1961), which says: "The education of
exceptional, must, in what is possible, fit into the general system of education, in order to
integrate them into the community". Subsequently, the law was repealed, being replaced by
Law No. 5,692/71, and this, supplanted by Law No. 9,394, of December 20, 1996, in force to
date.
Another important body for the development of special education in Brazil, in 1973,
was CENESP, Special Education Center, responsible for coordinating and developing special
education in all school stages, with the aim of promoting active and progressive participation
in society (MENDES, 2015, p. 46-47). The same body was later renamed as Secretariat of
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Special Education in 1986 and in 1990 called the Secretariat of Basic Education, which
eventually reached its current name, in 1992, as Secretariat of Special Education.
With the Federal Constitution of 1988, in Article 208, it is now guaranteed the
permanence of students with some type of disability in regular classrooms (BRASIL, 1988).
Between 1994 and 2002, we can highlight the document "Policy and Results Special
Education", prepared by the Ministry of Education (BRASIL, 2002). In this, it is possible to
find an analysis of education in Brazil in the period mentioned, a picture with perspectives and
advances (BAPTISTA, 2019, p. 8).
In terms of orientation to public educational policies, the "National Policy of Special
Education in the Perspective of Inclusive Education" of 2008 (BRASIL, 2008) remains as a
reference for Special Education in Brazil. It is considered a milestone for the history of Special
Education in Brazil, because it legally refers to the national option for the inclusive perspective
in the educational field. The document also explicitly presents the definition of the target
audience to be served by special education
–
people with disabilities, global development
disorders and high skills/gifted. It also establishes the fundamental aspects for Specialized
Educational Care - ESA.
Given the context presented, it is possible to observe that all individuals have the right
to education, however, to fully enjoy this right, this struggle is just beginning. It is up to us,
future teachers, to fight to conquer this right and thus bring to children, young people and adults
a quality inclusive education, and that everyone can actively participate in classes, with their
limitations and characteristics, which show how unique and extraordinary individuals are. Thus,
it will contribute to the improvement of the social development of the country.
Visual impairment
Visual impairment, according to the Department of Education, is characterized by the
total or partial loss of the sense of vision, thus losing the basic functions of the eyes. Enter the
category of visual impairment the blind or low-vision person:
Blind
: blindness presupposes lack of visual perception due to physiological
or neurological factors. Total blindness or simply amaurosis is characterized
by complete loss of vision without visual perception of light and shape.
Blindness can be congenital or acquired.
Low Vision
: the visual acuity of
people with low vision is very variable; but, in general, low vision is defined
as a condition in which a person's vision cannot be fully corrected by glasses,
interfering in their daily activities, as well as reading and locomotion
(CONDE, 2017, p. 1, author's emphasis, our translation).
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It is based on two ophthalmologic scales, which perform the grouping of people who
have some type of blindness or low vision, being them, visual acuity, characterized as what can
be seen at a certain pre-established distance, and the field of view, which corresponds to the
enlargement of the area that vision can reach. The person is considered blind if he meets one of
the following criteria: the corrected vision of the best of his eyes is 20/200 or less, that is, if he
can see at 20 feet (6 meters) what a normal-vision person can see at 200 feet (60 meters), or if
the wider diameter of his visual field means an arc not greater than 20°, although its visual
acuity in this narrow field may be greater than 20/200. This restricted visual field is often called
"tunnel vision" or "pintip" and these definitions call some "legal blindness" or "economic
blindness" (CONDE, 2017, p. 1).
The person with low vision has difficulty performing his personal activities from day to
day, and this individual can be diagnosed from some clinical conditions, namely macular
degeneration, glaucoma, diabetes, retinopathy or cataract.
Throughout history, we can observe that people with visual impairment, and others,
were seen as incapable and, with this, ended up being rejected by society, excluded in their own
families, suffered prejudices and intolerance, as Mendes (2015) states. According to the author,
the child who was born blind in Ancient Greece should be placed in a clay canister and
abandoned. Around the 5th century BC., the Greeks already seek a cure for blindness. One of
the doctors who receives prominence in this period is the Alcmeon of Cretona, known to
discover the optic nerve. In ancient Rome, people who had some kind of disability and,
consequently, could not be useful in a war, could end up condemned to death.
It can also be highlighted that, due to the more sensitive tact, there is the report of blind
people working as healers of judges in the mid-2nd and 3rd century BC.
In the first, there were blind people working, many worked in the ports and began to
receive aid, a type of pension, but this benefit did not have long duration. After, they lost their
help and began to receive only daily feed. In the second, one can highlight the movement whose
goal was to reduce the number of beggars in the streets, pressing the asylums and monasteries
to receive more people in their spaces.
Among the Maya, blind people had a function, that of potter, due to manual skills and
keen touch; individuals produced objects from raw materials such as stone, leather, wood, clay
(COSTA; PICHARILLO; PAULINO, p. 10).
We can also highlight some blind students who, at the time of feudalism, played an
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
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important role and worked as teachers, concertgoers, among other functions. Among they are
Domius of Alexandria, also known as Didymin, the early, who was a theologian and directed
catechesis for more than 50 years in his city.
Advances in medicine began from the 18th century on, with a deeper understanding of
the eye and its ligament with the brain. We can see that, over the centuries to the mid-nineteenth
century, blind people conquered more spaces, compared to what was before, which contributed
to the history undergoing changes.
At the end of the 18th century, the first school of the blind was established in Paris,
called the Royal Institute of the Blind Ovens. The main motivation for the creation of this
institution was the high number of blind people living as beggars. Being on the front line,
Valentin Hauy believed that blind people possessed the ability to learn through touch. From
this institute, others have emerged in several countries, including Brazil, with the Institute of
the Blind Boys, now called the Benjamin Constant Institute (MENDES, 2006).
In the Renaissance, we have some works that stand out with blind people being their
focus, since the period culminates in the change from the Middle Ages to the Modern, with
paradigms and beliefs being dismayed. The production depicts six blind people walking and
falling into a jack. Such writing is a criticism of society that has no idea about the future, without
knowing or having goals to be desired, completely lost.
The rights of people with disabilities gained evidence after World War II, through the
Declaration of Human Rights, then with the 1988 Constitution in our country, and with the
Salamanca Declaration. These were important milestones in the struggle for more equality,
respect and dignity for this section of the population.
Article 66 of the Salamanca Declaration states that:
Politicians at all levels, including school level, should regularly reaffirm their
commitment to inclusion and promote positive attitudes among children,
teachers and the general public with regard to those with special educational
needs (ONU, 1994, p. 15, our translation).
With the Salamanca Declaration (ONU, 1994), the proposal for inclusive education
gained emphasis and people with some kind of disability, including blindness, came to be
considered capable of learning.
School education was not considered necessary, or even possible, especially
for those with severe cognitive and/or sensory disabilities. Educational work
was relegated to an endless process of "readiness for literacy", without greater
perspectives since there were no expectations regarding the ability of these
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individuals to develop academically and enter formal culture (GLAT;
FERNANDES, 2005, p. 2, our translation).
In the 1970s, the emphasis was on the lack of structure of schools and the
unpreparedness of teachers to fully care for children with disabilities, and no longer on the
disability itself. We have, then, the beginning of a change of thought. The school has the role
of adapting and preparing to receive this student, both in the infrastructure part, with signs,
access to all areas of the school, as well as in its political-pedagogical project (PPP), thinking
about ways to evaluate, prepare materials and classes (GLAT; FERNANDES, p. 4, 2005).
According to Glat and Fernandes, the act of inclusive education is not only to insert the
student into the regular classroom, but rather to ensure that any student with disabilities has
access to an education that allows them to develop intellectually, social and physically,
respecting the individualities of each student. Also, according to the authors, the number of
studies related to special education in Brazil is scarce; thus, the inclusion process becomes
difficult.
Basic issues such as the number of people with disabilities in Brazil; the age group of
these people; the number of individuals who have access to a school; what deficiencies are
present by segment; among others, they could serve as a support to develop a planning, aiming
to increase the number of people with disabilities in schools, improve the teaching-learning
process and carry out projects aimed at reaching people who fall into the teaching of young
people and adults, the EJA, in order to offer an education for all.
The plurality and diversity that the school environment offers, provides students,
teachers and all school staff, to grow and develop as a person, since one has the opportunity to
live with the other, learn to respect, decide and think about the objectives and projects, that is,
interact with the environment and with the other (ROGALSKI, p. 12, 2010).
The aspects presented were, therefore, the foundations of the research developed, whose
methodology and results are presented below.
The development of research
Once the contextualization of inclusive education in Brazil has been carried out and the
defining elements of visual impairment are presented, it is worth highlighting the
methodological path adopted in the qualitative research (BOGDAN; BICKLEN, 1994).
Initially, we intended to analyze the theses and dissertations found in the Capes Catalogue and
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Theses and Dissertations and, for this reason, we maintained in this work the definition of the
original general objective, since we understand it essential to highlight the circumstances that
culminated in the different directions of the research.
For the search, we used the following keywords: teaching mathematics visual
impairment, teaching mathematics and visual impairment, "teaching mathematics
” and
"visual
impairment", "first-degree equations" and "visual impairment", "mathematics teaching" and
“
disability". However, when performing the search, we did not obtain any results in the
thesis/dissertation format. Therefore, we chose to analyze the articles that fit the search. As a
definition of a database for the research, using the same described, we then search for articles
in the CAPES Journal Portal.
The first part of the research was composed of a bibliographic review of texts and
articles, with the purpose of conducting a survey about the historical context of inclusive
education in Brazil, with emphasis on laws that were created, aiming at improving teaching for
people with visual impairment. Thus, it was possible to draw a brief timeline of the historical
evolution of inclusive education, focusing on the most decisive points for the changes we see
today.
Next, a theoretical-descriptive study was carried out, with the objective of understanding
visual impairment and identifying the elements that characterize and define it. At this stage it
was possible to list possible diseases that, when treated incorrectly, can lead to blindness or low
vision. We also involved a brief history of blindness, already presented, considering the
different ways in which blind people were seen, in certain times, and how this notion was
changing with the evolution of medicine and the thought of society.
Soon after, the objective to be contemplated was to understand the process of teaching
and learning mathematical contents involving students with visual impairment or low vision,
especially the teaching of first-degree equations. In our search, we found nine articles that dealt
with the teaching of Mathematics to students with visual impairment, but only six fit our theme,
send the two with a broader approach. Finally, we present, below, the localized research,
together with the specificities of teaching mathematics to blind students.
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Visual impairment and mathematics teaching
The teaching of Mathematics for blind students presents, in essence, a complementary
challenge, since many of its concepts, aiming at the broad understanding of students, require a
parallel with the immediate visualization with the concrete result of the calculations. These are
said, the teaching resources available to assist the visually impaired in understanding graphs,
for example, are insufficient and often inefficient (MACHADO, 2004).
In addition, few publishers produce teaching materials for the visually impaired and the
scarcity of materials is great. Thus, it is necessary to develop alternative teaching methods so
that these students can actually be included in the school community (SILVA Y LAZZARIN,
2017).
In the case of visually impaired students, the situation is even more difficult, since some
adaptations are necessary, such as the use of the Braille Writing System, so that these students
can make their notes and read the textbooks and Soroban for mathematical calculations.
However, the teachers, for the most part, are not prepared to attend these students (MACHADO,
2004).
According to Vygotsky (1998), the limitations of visually impaired students are reserved
for questions of mobility and spatial orientation, since intellectual development and the
elaboration of concepts are identical to those of students who do not have this disability. Thus,
it is up to the educational system (Estado, schools and teachers) to seek methods that help the
learning of these students.
According to Miranda (2016), the mathematics teacher can use speech to facilitate the
understanding of images, graphs and tables, for example, in order to describe the content
contributing to the understanding of the blind student, but also of the visual students. For this
task, the teacher needs to have a good relationship with the students; should also have the
sensitivity to exercise empathy and put one's place in the place of others. So, the learning
teaching process can flow smoothly and pleasantly to both sides.
For the use of spoken mathematics, it is of paramount importance that the teacher and
the student have full access and science about the Braille system, because the student will use
it for annotation and reading purposes. If the teacher has no mastery in the way the blind student
writes and reads, communication between them will not be effective, directly impairing
teaching. Thus, it is necessary that the mathematics teacher knows not only the basics of braille,
but also about how mathematics is represented in this form of registration.
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Currently, there are free software that reads screens of notebooks, computers, mobile
phones, among other devices, facilitating communication, since it can be used as an alternative
means in relation to braille. In this technological environment, the mathematics teacher can also
rely on oral calculators.
Making the use of manipulated materials is a practice that can be adopted in order to
facilitate the understanding of the blind student, and make him appropriate the knowledge in
question. Simple and low-cost materials, with modeling mass, PET bottles, cardboard, among
others can also be used in mathematics classes (MIRANDA, 2016, p. 133).
Another resource that the mathematics teacher can use is soroban, whose origin dates
back to antiquity, when, for counting and marking purposes, we were made in ropes, counting
pebbles, scratches on stones or bones, among others, as Oliveira points out (2016, p. 44).
We can highlight that, according to Oliveira, with the use of Soroban, not only for blind
students, but for all, the benefits are relevant, because the tool improves logical reasoning,
develops thinking and mental calculus, and can be used for various mathematical operations.
Once the resources and materials that can be used for educational work with visually
impaired students have been identified, the research is focused on the survey of published
scientific papers that deal with the teaching of first-grade equations to students with said
disability.
Research focused on teaching first-grade equations to visually impaired students
To start the work of surveying the productions, a search was made with the terms
’
equations of the first-degree and visual impairment and no work was found, specifically in the
thesis/dissertation format, aimed at teaching first-degree equations to students with visual
impairment, as already exposed.
Based on the work of Ormindo (2019), it was possible to observe that, from 2008, there
is the beginning of a greater movement in relation to laws and changes in the context of
inclusive education in Brazil. In his research, Ormindo highlights the period in which the largest
number of researches related to the teaching of Mathematics for students with Asperger
syndrome appears.
Given this scarcity of theses and dissertations, we chose to look for articles related to
the teaching of mathematics to blind students, and later, the teaching of first grade equation for
blind students.
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
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The terms used for the search were as follows: teaching visual impairment mathematics,
teaching mathematics and visual impairment, "teaching mathematics
” and
"visual impairment",
"first-degree equations" and "visual impairment", "mathematics teaching"
and “
disability". By
using the quotation marks and the term and in place of "e", it was possible to close the
expression to be searched and perform the search with the same expressions appearing in the
same text, that is, the search can be more specific.
Thus, when closing the expression and searching for: "teaching mathematics" and
"visual impairment", seven articles were found. In new research, a few days after the first
search, it was possible to find two more articles, using the same descriptor, totaling nine articles.
The first article found, entitled "Dialogue with students with visual impairment (Dv's)
as a Formative Instrument for a Teaching of Inclusive Mathematics" written by Pereira and
Borges (2020) is research with four blind students, currently within the academic context, on
school life, focusing on the discipline of Mathematics. They report what their difficulties were,
how they faced them, how their teachers were, among other issues. The authors also highlight
the need for research such as this, given the scarcity of the cut, also focusing on inclusion,
aiming at practices that aim to reach all students in the regular classroom, respecting the
characteristics of each one:
Thus, investigating ways to propose inclusive practices that include the
individual needs of students with visual impairment, but at the same time, also
extend to all students, it is necessary, after all, we believe that including is
synonymous with making participation available in the debate about the same
knowledge. Beyond Educ. Math. Research., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 281-311,
2020 289 of this, we believe that this attitude develops in all students respect
and solidarity in relation to their colleagues with greater difficulties, which
constitutes one of the most important objectives of education (PEREIRA;
BORGES, 2020, p. 288-289, our translation).
This work highlights the blind student's point of view, becoming of paramount
importance for the understanding, by teachers and researchers in the area of education, since
the report of experience of the blind student will contribute to the teacher broadening his/her
view and understanding of the difficulties faced day by day by the blind students, especially in
the discipline of Mathematics, visualization is necessary for the understanding of various
concepts.
The second article found, "Training of Mathematics of Undergraduates in Pedagogy: an
analysis in the light of methodological pluralism", authored by Costa
et al.
(2017), brings the
importance of methodological pluralism for the teaching of Mathematics. The research was
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID6
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carried out with a class of the pedagogy course, in order to verify if the knowledge about
mathematics teaching had been realized, after all, they would, in the future, be in front of a
regular classroom ministering the proper contents.
At one point in the research, the students had to answer a sequence of exercises with the
help of Soroban, material also used by blind students, to aid in mental calculus.
The third article found, "Teaching Mathematical Concepts to students with visual
inclusion impairment", authored by Viginheski, Silva and Himazaki (2020) addresses the
teaching of algebraic thinking to a regular classroom of public education of the 8th year with
42 students enrolled, being a blind student. At the end of the research, the authors found that,
making the necessary adaptations, all students in the room appropriated the content in question:
In an interview with the student T. A., it was observed from her report that the
greatest difficulties faced, when attending regular education, were related to
the lack 264 Educ. Math. Research., São Paulo, v.21, n.3, 250-271, 2019 of
teachers' knowledge about their visual condition and the lack of modified
materials that would enable their access to the knowledge taught. Most
teachers used orality to explain the contents to her, but she could not
understand many unmodified visual things, such as the development of an
equation (VIGINHESKI; SILVA; HIMAZAKI, 2020, p. 263-264, our
translation).
Again, it is clear the role of the teacher in the process of teaching learning of a blind
student. Previously said, mathematics requires a degree of abstraction on the part of students,
so it is up to the teacher to reflect on the paths he can use so that all students, including students
with visual impairment, can appropriate the knowledge in question.
In the fourth article found, "Math2text: Software for generation and conversion of
mathematical equations into text - limitations and possibilities of inclusion", authored by Szesz
Júnior, Mendes and Silva (2020), the focus is the Math2Text software, which presents the blind
student with the equations in a read text format. The results obtained through the
experimentation of the software by a teacher and a group of blind students are presented.
According to the authors, the process is valid and brings good results.
As stated earlier, there are applications and software that transform text into audios so
that blind people can be more connected with information, facilitate and contribute so that the
person with visual efficiency, or low vision, can also use this tool in the school environment.
The fifth article, "The use of (auto)biographical narratives as a possibility of researching
the practice of teachers about inclusive Education (Mathematics)
”
, authored by Rosa and
Baraldi (2015), brings pertinent reflections. Although it has a broader perspective on the
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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inclusion and adaptation of materials, it offers the reader a moment of reflection through the
reports, not specifically related to visual impairment, or other deficiency, but presenting a more
general character of the theme, from a differentiated and relevant perspective.
Experience reports and training memorials, for example, can be used in case studies and,
through debates or round tables, contribute to the training of graduates and teachers already
graduated. Since they offer the possibility of the reader putting into practice empathy and, with
this, put themselves in the place of the other, also favoring the growth of the person as an
individual.
The sixth article found in the search, "Mathematics Education: The articulation of
inclusive and collaborative conceptions and practices", authored by Santos
et al.
(2019), deals
with a grouping of parts of three studies related to inclusion, two researches of the Master's
course and one of Scientific Initiation, from the São Paulo State University, UNESP, campus
of Presidente Prudente-SP.
The article presents the data obtained in each research studied, which include the
teaching of Mathematics to blind students, deaf students, among other disabilities. The authors
conclude by discussing the importance of the training of the mathematics teacher and the
willingness to try a new and differentiated methodology, in order to adapt some activities, and
thus be able to offer all students the opportunity to have access to knowledge (SANTOS;
LANUTI; ROCHA, 2019, p. 274).
The scarcity of research in the area of inclusion is a fact of the Brazilian academic
society, when it comes to an even more specific theme, such as the treatise in this work, the
teaching of a first-degree equation for students with visual impairment, the search does not
bring any results. We see the same fact occurring in relation to other deficiencies, corroborating
Ormindo's research: "As already mentioned, among the 70 papers located, only three belonged
to the area of knowledge studied in this work
–
mathematics". (ORMINDO, 2019, p. 58). Based
on this author, we note that there are studies that relate the deficiencies in some way, however,
the majority is centered in the health area, and the production of research in the educational
field is more recent.
Three other articles found in the search, made by "mathematics teaching" and "visual
impairment", did not have a direct or indirect connection with the theme of this research, so we
decided not to include them in this analysis. Our research resulted, then, in 6 articles, two with
a perspective of the general theme about inclusive education.
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Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA; Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA e Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022002, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
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Final considerations
As presented in the previous chapter, we saw that the number of articles related to the
teaching of Mathematics and visual impairment is still extremely low. In our search, we found
only nine articles, only 6 related directly or indirectly to the proposed research theme. When
refining the search, filtering for a more specific content, the teaching of first-degree equation,
for example, was not found in any work.
By analyzing the studies found, we can list some points in common. It embodies the
scarcity of research in the area, the importance of further studies, teacher training, inclusion, in
fact inclusive, and the openness that teachers need to have to adapt to new teaching methods,
all in order to be able to reach all students.
The lack of research in the area of education leads us to the fact that, without the increase
in the number of more general research, the number of researches with more specific themes,
such as the contents of each discipline, will also not increase. Research covering a discipline,
for example, more broadly, opens the possibility for other researchers to choose a theme or a
front to be able to deepen.
For the teaching of Mathematics to blind students, for example, we see that there are
some tools, such as Soroban and software, for example, that help in teaching learning. The role
of the teacher is to facilitate this process, making it the least traumatic and most pleasurable for
all students, since there is a culture that mathematics is only for a few. We defend the point of
view that the student needs to know the historical process through which mathematics has
passed and developed in order to be able to elaborate a reasoning and appropriate that
knowledge in question.
Putting on the board a formula, explaining who are the parts that compose it, passing
examples and exercises, do not guarantee that the student appropriates knowledge and that the
teaching and learning process is properly completed. By using the historical part, how the
formula developed, how to use manipulated materials that involve the subject in question, we
can have a breakthrough in the development of students' learning.
Whether for visually impaired students or for normal-blind students, who have full
vision, or for students with any other type of disability or extraordinary characteristic, the
teacher needs to be prepared for an out-of-standards class, he/she needs to be willing to use
online and manipulatable tools so that the bridge that connects the student to knowledge is more
peaceful to cross. Thus, the student can be the protagonist of his own knowledge. By using
manipulatable materials, the teacher offers students the opportunity to think about the
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análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
The first-degree equation teaching for students with visual disabilities: Systematizing scientific studies
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development of the activity and, in the end, students could give suggestions for improvements
or even suggest ideas for new activities.
We also saw that the process to include the student with disabilities within the regular
classroom was complex, needed several laws, congresses and people fighting for the right to
access a quality education, as guaranteed by our 1988 Constitution, to be contemplated.
However, this process of placing the student with disabilities inside the classroom requires a
structure designed for that student, as well as a qualified teacher to be able to attend to the
students; teaching, finally, needs to be thought of for all students. Thus, the fact that the student
with disabilities is inside the classroom does not guarantee that he/she is learning and that
inclusion is established.
After the student's entry into the classroom, there is a moment of reflection, on the part
of teachers, management and school collaborators, about the possibilities for the subject to feel
part of the class and, thus, to actually include.
This research contributes to have a broad view of the number of articles existing in the
CAPES Journal Portal, since the Catalogue of Theses and Dissertations did not return any
results. This reveals that it is of paramount importance to have an increase in the number of
research and data related to the area of education, the teaching of mathematics and the teaching
of specific content. With this research, it was possible to make a survey of the data that has
been available until the end of 2020.
Finally, this study opened a range to look at other disciplines, such as History,
Geography, Physics, among others, and to reflect on the teaching of these curricular
components for visually impaired students.
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About the authors
Verônica Momberg Marques de OLIVEIRA
Graduated in Mathematics. Federal Institute of Education, Science and Technology of São
Paulo, Campus Itapetininga.
Aline de Cássia Damasceno LAGOEIRO
PhD in Education. Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo,
Campus Itapetininga.
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.