image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 1
USO DE VÍDEOS EM ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
SOBRE BURACOS NEGROS E ONDAS GRAVITACIONAIS
USO DE VIDEOS EN ACTIVIDADES DE DIFUSIÓN CIENTÍFICA
SOBRE AGUJEROS NEGROS Y ONDAS GRAVITACIONALES
USE OF VIDEOS IN SCIENCE DISSEMINATION ACTIVITIES ABOUT
BLACK HOLES AND GRAVITATIONAL WAVES
João Pereira NETO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: jpn.mnb@gmail.com
Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
e-mail: rteixeira@ifsp.edu.br
Como referenciar este artigo
PEREIRA NETO, J.; TE
IXEIRA, R. R. P. O uso de vídeos em atividades de divulgações
científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8, e022003,
2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
Submetido em
: 23/01/2021
Revisões requeridas em
: 10/05/2021
Aprovado em
: 05/06/2021
Publicado em
: 01/01/2022
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 2
RESUMO
: Esta pesquisa analisou a utilização didática de apresentações audiovisuais de
divulgação científica para o ensino de temas de astronomia, tais como buracos negros e ondas
gravitacionais, nas quais foram usados vídeos de curta duração e cenas de filmes e de
documentários. A investigação realizada caracterizou-se como exploratória e qualitativa,
mediante um processo interrogativo e reflexivo, buscando compreender os fatos observados
com o intuito de apontar para novas possibilidades para a educação científica. As ações de
divulgação científica realizadas indicaram um grande interesse dos alunos por temas de
astronomia e astrofísica.
PALAVRAS-CHAVE
: Divulgação da ciência. Astronomia. Recurso audiovisual. História da
ciência.
RESUMEN
: Esta investigación analizó el uso didáctico de presentaciones audiovisuales de
divulgación científica para la enseñanza de temas de astronomía, como agujeros negros y
ondas gravitacionales, en las que se utilizaron videos cortos y escenas de películas y
documentales. La investigación realizada se caracterizó por ser exploratoria y cualitativa, a
través de un proceso interrogativo y reflexivo, buscando comprender los hechos observados
con el fin de señalar nuevas posibilidades para la educación científica. Las acciones de
divulgación científica realizadas indicaron un gran interés de los estudiantes por temas de
astronomia y astrofísica.
PALABRAS CLAVE
: Difusión de la ciencia. Astronomía. Recurso audiovisual. Historia de la
ciencia.
ABSTRACT
: This research analyzed the didactic use of audiovisual presentations of scientific
dissemination for the teaching of astronomy themes, such as black holes and gravitational
waves, in which short videos and scenes from films and documentaries were used. The
investigation carried out was characterized as exploratory and qualitative, through an
interrogative and reflective process, seeking to understand the facts observed to point to new
possibilities for scientific education. The scientific dissemination actions carried out indicated
a great interest by students in astronomy and astrophysics themes.
KEYWORDS
: Dissemination of science. Astronomy. Audiovisual resource. History of science.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 3
Introdução
Desde a Antiguidade, a humanidade vem observando e estudando as estrelas e outros
objetos existentes no céu; de início, a partir da fenomenologia daquilo que era observado, na
maior parte das vezes. O estudo da astronomia possibilita que o ser humano entenda melhor a
sua posição espacial e compreenda alguns dos fenômenos observáveis na natureza: para
entendermos os fenômenos presentes em nosso planeta, em alguns casos, é vital “olhar” para
além da atmosfera terrestre, como o homem tem feito desde tempos imemoriais. A compreensão
acerca do céu e do universo foi uma preocupação que permeou diversas culturas, desde as mais
simples até aquelas mais sofisticadas em termos tecnológicos (FERREIRA; MEGLHIORATTI,
2008).
No Egito e na Mesopotâmia, aproximadamente no terceiro milênio antes de Cristo,
tendo como ponto de partida os imperativos e as necessidades da vida cotidiana, associados ao
desenvolvimento da produção agrícola, às estações do ano (conhecimento sobre em que época
semear) e à troca de produtos (necessidade de contagem e de quantificação), surgiram a
astronomia e a matemática, as duas primeiras ciências (ROSMORDUC, 1983).
No século XVII, Isaac Newton (1643-1727) estruturou matematicamente a ideia da
existência de uma força de ação à distância para explicar a atração gravitacional entre quaisquer
dois objetos com massa, ou seja, também entre os corpos celestes. Newton começou a observar
as modificações de marés e, como muitos pescadores atentos já haviam notado, percebeu existir
uma coincidência entre as fases da Lua e as marés altas e baixas. Assim, depois de anos de
estudos e observações, ele chegou à famosa expressão que explica o comportamento da força
gravitacional, concluindo que todos os astros estavam sujeitos a essa força e que massa atrai
massa. A gravidade da Terra se enfraquece de maneira inversamente proporcional ao quadrado
da distância: assim, ela é dividida por quatro quando duplicamos a distância. A lei da gravitação
é muito importante em escalas cosmológicas, para explicar o funcionamento do Universo
(FEYNMAN, 2012).
Newton unificou duas áreas que, até então, eram encaradas separadamente (VERDET,
1991): o estudo da queda dos corpos, cujas leis foram antes dadas por Galileu Galilei (1564-
1642), e o estudo da revolução da Lua ao redor da Terra, que seguia as regras empíricas
desenvolvidas anteriormente por Johannes Kepler (1571-1630).
Mais a frente historicamente, no século XIX, se consolidou, por meio do trabalho de
Michael Faraday, a ideia mais abstrata da existência de campos que permitem – fazendo uma
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 4
mediação – a atuação à distância de uma força (REIS, 2006).
A física moderna teve seu prólogo no estudo dos céus: as suas origens estão situadas no
estudo dos problemas astronômicos e esse vínculo foi mantido ao longo de toda a história da
ciência. Ao longo desse processo, ocorreram importantes transformações na visão de mundo
predominante, em particular o abandono da concepção do cosmo como sendo uma unidade
fechada e hierarquicamente ordenada, na qual o céu e a Terra estavam sujeitos a diferentes leis,
que foi substituída pela concepção de um universo aberto, indefinidamente extenso e unido
pelas mesmas leis fundamentais que governam todas as suas partes constituintes, o que implicou
na fusão newtoniana da física celeste com a física terrestre (KOYRÉ, 1943).
Buracos negros e ondas gravitacionais
Em 1783, no âmbito da mecânica newtoniana, o cientista inglês John Michell (1724-
1793) propôs o conceito de "estrela escura", uma estrela com densidade suficientemente alta
para que nem mesmo a luz pudesse escapar de sua atração gravitacional (GRAHAM, 2017).
Posteriormente, a relatividade geral, a partir do trabalho do físico Albert Einstein (1879-1955),
se desenvolveu durante a segunda década do século XX, utilizando uma sofisticada abordagem
matemática para estudar os efeitos da ação gravitacional: as equações tensoriais. A não-
linearidade dos problemas e a quantidade de equações que representam um único fenômeno
podem ser, hoje, superadas graças ao desenvolvimento computacional que facilitou a
compreensão de diversos fenômenos (HORVATH, 2007). Alguns físicos e matemáticos se
dedicaram a propor soluções para os problemas oriundos da relatividade geral, como as métricas
de Karl Schwarzschild (1873-1916), que descrevem um campo gravitacional externo a certos
corpos com simetria esférica, sem rotação. Com as novas tecnologias aplicadas ao campo da
cosmologia e da astronomia, sobretudo no campo da observação, as previsões teóricas foram
adquirindo corpo e se confirmando.
Um dos modelos de universo decorrentes da Teoria da relatividade era aquele em que a
tessitura de espaço-tempo poderia ser distorcida por eventos violentos associados ao choque de
corpos com abundância de matéria: o espaço-tempo, enquanto estrutura, sentiria os efeitos
desses choques na forma de ondas. As ondas gravitacionais são ondas do tipo transversal que
se deslocam na velocidade da luz. Elas são geradas por eventos cósmicos de proporções
inimagináveis que envolvem astros com massas gigantescas, como, por exemplo, a fusão de
buracos negros ou sistemas binários de estrelas de nêutrons. Embora a radiação gravitacional
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 5
apresenta muitas dificuldades experimentais para ser detectada, sua principal vantagem é que
ela pode diagnosticar o universo de modo integral, pois toda a matéria contida no universo
interage com as ondas gravitacionais (ASSIS, 2016).
Em 14 de setembro de 2015, cientistas do LIGO, “
Laser Interferometer Gravitational-
Wave Observatory
” ou “Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser”
1
,
puderam observar as ondas gravitacionais resultantes do choque entre dois buracos negros
supermassivos, que estavam situados a cerca de 1,2 bilhão de anos-luz de distância da Terra. A
interferometria a laser é um método experimental para determinar distâncias com muita
precisão, utilizando o fenômeno conhecido da interferência de ondas de qualquer tipo (de som,
de luz ou gravitacional), por uma estrutura em forma da letra L, com dois braços formando um
ângulo reto. Foi a primeira vez em que ondas gravitacionais formadas pela coalescência de dois
buracos negros foram detectadas diretamente. O decaimento orbital de sistemas binários de
buracos negros provoca a perda de energia do sistema que se propaga na forma de ondas
gravitacionais. O evento GW150914 foi revelado pela estrutura do laboratório LIGO em
Hanford e Livingston nos Estados Unidos (ABBOTT
et al
., 2016). Estas ondas gravitacionais
foram formadas pela coalescência de dois buracos negros, cujas massas (valendo 36 e 29 massas
solares) somadas eram de cerca 65 massas solares; neste caso cerca de 3 massas solares foram
irradiadas na forma de ondas gravitacionais (MOFFAT, 2016). Uma segunda observação de
ondas gravitacionais, feita também pelo LIGO, ocorreu em 26 de dezembro de 2015; este
evento, denominado de GW151226, também ocorreu devido à coalescência de um sistema
binário formado por dois buracos negros (BASSALO; CATTANI, 2016). A detecção destes
minúsculos tremores no espaço-tempo que resultam de buracos negros colidindo, o LIGO abriu
uma nova “janela” de observação do universo, em certo sentido, semelhante ao que Galileu fez
em 1609 quando apontou pela primeira vez um telescópio para o céu (WOLCHOVER, 2016).
Em janeiro de 2017, uma nova detecção de ondas gravitacionais foi feita pelo LIGO, o
evento GW170104 (ABBOTT
et al
., 2017). Nesta detecção a massa somada dos dois buracos
negros que se coalesceram era de cerca de 50 massas solares, com o evento tendo ocorrido a
cerca de 3 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Um problema existente foi a determinação
da região específica do espaço de onde provêm estas ondas gravitacionais: isto só pode ser
resolvido por meio de triangulação, o que ocorrerá no futuro próximo com o uso do observatório
VIRGO (na Itália), que será um terceiro ponto de observação junto com as duas instalações do
1
Disponível em: https://www.ligo.org. Acesso em: 10 fev. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 6
LIGO, existentes nos EUA, em Hanford e Livingston. Há interessantes desdobramentos
matemáticos a respeito desta questão que podem ser trabalhados em atividades de educação
científica: por exemplo, as analogias com a determinação da posição de uma pessoa por meio
do GPS (que necessita de três referências) e com a determinação do epicentro de um terremoto
ou de um tsunami, que é uma onda marítima gigantesca que guarda certas similaridades com as
ondas gravitacionais, em uma abordagem didática. A detecção de ondas gravitacionais teve o
papel adicional de confirmar a existência dos próprios buracos negros, uma classe de objetos
que se originam de estrelas supermassivas.
Em 13 de janeiro de 1916, foi publicado nos Anais da Academia Real de Ciências da
Prússia um artigo elaborado pelo físico e astrônomo alemão Karl Schwarzschild (1873-1916),
contendo um resultado obtido sobre o campo gravitacional de acordo com a relatividade geral.
Este primeiro trabalho de 1916 de Schwarzschild está disponível na internet na sua tradução
para o inglês, com o título “
On the gravitational field of a mass point according to Einstein's
theory
” ou, em português, “Sobre o campo gravitacional de um ponto com uma massa
puntiforme de acordo com a Teoria de Einstein” (SCHWARZSCHILD, 1916a). O resultado
desta pesquisa descreveu um tipo simples de uma nova classe de objetos, denominados buracos
negros. Schwarzschild em 1913 o foi eleito membro da Academia de Ciências de Berlim, em
1914 ingressou no exército Germânico e lutou pelo seu país na Primeira Guerra Mundial, contra
soldados Soviéticos, direcionando seus esforços para a realização de cálculos balísticos e
meteorológicos.
De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, a interação gravitacional não é mediada
por potenciais, mas sim pelas propriedades geométricas de espaço-tempo, conceito esse que foi
introduzido em 1908 pelo matemático Hermann Minkowski (1864-1909). A interpretação dos
efeitos da curvatura de espaço-tempo só se consolidou quando foi publicado um segundo artigo
de Schwarzschild, enviado em 24 de fevereiro de 2016, que levou em consideração uma
distribuição esférica e homogênea de matéria. Este segundo trabalho de 1916 de Schwarzschild
está disponível na internet na sua versão original em alemão com o título “
Über das
gravitationsfeld einer kugel aus inkompressibler flüssigkeit nach der Einsteinschen theorie
” ou,
em português, “Sobre o campo gravitacional de uma esfera feita com um líquido incompressível
de acordo com a Teoria de Einstein” (SCHWARZSCHILD, 1916b). É neste segundo artigo que
aparece pela primeira vez a quantidade r
s
, o chamado raio de Schwarzschild. A partir da
igualdade entre a velocidade da luz e a velocidade que um objeto precisa ter para conseguir
escapar da força de atração gravitacional de um corpo de massa M, é possível obter que
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 7
r
s
=2GM/c
2
, sendo c a velocidade da luz no vácuo, M a massa do objeto e G a constante de
gravitação universal (SANTI, 2018). Essa fórmula matemática está associada a um determinado
raio de curvatura da geometria de espaço tempo, causada por um corpo massivo, em que a
velocidade de escape é a mesma da luz. Ou seja, essa fórmula descreve um “local” perto de um
corpo com uma grande massa a partir do qual, todo objeto que cai nele (e está dentro deste raio),
permanece eternamente preso dentro deste corpo e mesmo que consiga adquirir a velocidade
da luz (a maior velocidade permitida pela Teoria da Relatividade), não consegue sair dele, pois
a velocidade de escape é maior que a velocidade da luz! Esse é o chamado Horizonte de
Eventos, uma espécie de superfície que circula um buraco negro: a ciência que explica por meio
de suas leis gerais o que acontece no universo, a partir dessa superfície, em direção à
singularidade, que é o centro do buraco negro, perde validade quanto aos seus princípios e às
suas leis.
O interesse sobre buracos negros renasceu na década de 1950 a partir do trabalho de
David Finkelstein (1929-2016), que interpretou a superfície esférica com o raio de
Schwarzschild como uma forma de membrana unilateral (FINKELSTEIN, 1958) entre duas
regiões, estando a região externa totalmente desconectada da região interna, sem possibilidade
de comunicação do interior do buraco negro com o seu exterior (SAA, 2017): influências
causais podem atravessar esta membrana, mas apenas em uma direção. Este trabalho foi
fundamental para que se passasse a aceitar a existência física do conceito de horizonte de
eventos e, por decorrência, dos buracos negros, encorajando o surgimento da área de pesquisa
vibrante na atualidade que é a astrofísica de buracos negros.
Os dois artigos de Schwarzschild sobre a Teoria da Relatividade publicados no início
de 1916, foram escritos em meados de 1915, quando o autor estava servindo no exército alemão
durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Pouco depois da publicação destes dois
artigos, em 11 de maio de 1916, Karl Schwarzschild viria a falecer de uma doença de pele
autoimune e dolorosa, o pênfigo.
Finalmente, é importante lembrar do trabalho de Stephen Hawking que em 1973,
descobriu que, graças a uma combinação de efeitos quânticos e gravitacionais, os buracos
negros não eram completamente negros e deixavam escapar uma radiação (a “radiação de
Hawking”), devido ao fato de que na borda do horizonte de eventos, os efeitos quânticos
permitiam que pares de partículas e antipartículas surgissem do nada, e devido aos efeitos
gravitacionais, um dos parceiros de cada uma destas duplas desaparecia dentro do buraco negro,
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 8
enquanto o outro escapava em direção ao espaço exterior (PANEK, 2014).
Ensino de astronomia
Muitos trabalhos de pesquisa têm destacado que é importante ensinar física de maneira
multidisciplinar, articulando em diferentes níveis conceitos dessa ciência com outros elementos
da cultura humana (PORTO; PORTO, 2008; OLIVEIRA, 2020). A astronomia é uma ciência
que por natureza, se apresenta com diversas relações interdisciplinares com outras áreas do
conhecimento, bastando lembrar para isso de termos como astrofísica, astroquímica,
astrobiologia, astro-informática e astro-estatística. Conceitos da astronomia fazem parte do
programa de ciências ou de geografia no ensino fundamental, além de serem abordados também
nas disciplinas de física e química no ensino médio (BRETONES, 2006; LEITE, 2006;
SOLBES; PALOMAR, 2013; VOELZKE; MACÊDO, 2020).
Há uma série de trabalhos que apontam diversas potencialidades que o ensino de
astronomia oferece para o processo educacional e que, muitas vezes, são desperdiçadas. Vários
trabalhos também indicam que a astronomia tem uma imensa capacidade para cativar os jovens
para a ciência. Portanto, temas de astronomia, astrofísica e cosmologia podem se constituir, se
bem trabalhados, em fortes recursos interdisciplinares, tendo em perspectiva o fato que
englobam conhecimentos de diversas áreas do saber.
A amplitude e diversidade de conhecimentos produzidos pelos seres humanos criou
aquilo que se denomina de cultura humana (TYLOR, 2014), que inclui as artes, as leis, os
costumes, os hábitos, as habilidades, as crenças e, também, as ciências. O conceito de cultura
humana está intrinsecamente relacionado ao conceito de civilização: a evolução cultural se
materializou no processo civilizatório e gerou a diversidade cultural existente na humanidade,
em certo sentido, um contraposto à unidade biológica da espécie humana (LARAIA, 2009).
Todavia, geralmente, quando se fala em cultura, raramente a física – e muito menos a
astronomia – é lembrada (ZANETIC, 2005). Entretanto, os conceitos físicos são criações da
mente humana – como um livro ou uma sinfonia – não sendo unicamente determinados pelo
mundo exterior (EINSTEIN; INFELD, 2008). O mundo acadêmico e universitário se vê
dividido entre duas culturas: há as humanidades e as artes de um lado (associadas
tradicionalmente à cultura erudita) e há as ciências naturais e as tecnologias por outro lado
(SNOW, 2015). A leitura de textos literários clássicos leva o leitor frequentemente a um estado
de envolvimento mental, pelo espaço permitido para o belo, o lúdico, as fantasias e as emoções;
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 9
da mesma forma, isto é possível ocorrer com a leitura de um bom livro de divulgação científica.
A sociedade atual tem no uso intensivo da imagem e do som uma das suas principais
características. Em particular, a ficção científica pode se tornar uma ferramenta didática pelo
estímulo à imaginação sobre questões originadas na ciência e na relação sociocultural das
pessoas com ela (PIASSI; PIETROCOLA, 2009). A ciência em geral – e a física e a astronomia,
em particular – devem fazer parte da formação cultural do cidadão contemporâneo,
independentemente das diferenças de interesses individuais que existem (ZANETIC, 2006):
esta é a bagagem de conhecimentos que temos, por fazermos parte do todo que chamamos de
humanidade. Apresentar o conhecimento científico acumulado pela humanidade para os alunos
da educação básica é sempre um desafio.
A linguagem audiovisual subjacente às novas Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) permeia boa parte das relações entre as pessoas no mundo moderno, tanto
nas horas de lazer, como nas horas de trabalho: por isso é que há um grande potencial educativo
no uso de recursos audiovisuais, dado a sua participação na vida cotidiana (ATANAZIO;
LEITE, 2018).
A parceria entre a área de ensino de ciências e o estudo sobre como usar vídeos como
recurso didático vem se consolidando há bastante tempo. Os recursos audiovisuais têm sido
utilizados para ilustrar, apresentar e discutir ideias, princípios e conceitos científicos, de modo
a motivar, sensibilizar ou problematizar. Os vídeos, porém, precisam ser pensados do ponto de
vista da formação de leitores de ciências, não somente no sentido de leitores de textos verbais
e escritos, mas também de leitores de imagens em movimento e sons em vídeos (RAMOS;
SILVA, 2014). Neste sentido, é fundamental educar os jovens para o domínio da leitura do
simbólico (ALMEIDA, 2004), ou seja, para a leitura da televisão, do cinema, da fotografia, da
música, das imagens e dos sons.
Atividades de divulgação científica realizadas
Nesta pesquisa de caráter exploratório investigou-se como intervenções educacionais,
usando vídeos de curta duração e trechos recortados de filmes ou de documentários científicos,
podem contribuir efetivamente para a criação de novas dinâmicas de ensino e para a
aprendizagem de conceitos científicos importantes. A internet – e seus sites armazenadores de
vídeos como o
YouTube
com capacidade quase que ilimitada – é um “celeiro” para descobrir
materiais audiovisuais específicos da área de astronomia, que pela sua originalidade podem ser
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 10
ferramentas educacionais poderosas e úteis.
Pelo tipo de linguagem e pelas imagens e sons apresentados, muitos vídeos científicos
sobre temas relacionados à astronomia podem de fato combater a indisposição existente entre
muitos alunos – em alguns casos, o sentimento é definido como sendo de “ódio”, nas palavras
de alguns estudantes – no que diz respeito à disciplina de física no ensino médio (MOREIRA,
2018). É paradoxal o fato de que a astronomia produzir um verdadeiro fascínio em uma parcela
considerável dos estudantes (e dos cidadãos em geral) e ao mesmo tempo a física – que na sua
gênese está intensamente relacionada à astronomia – produzir tanta aversão entre os alunos de
ensino médio: trata-se, em certo sentido, de uma mistura de amor e de ódio, voltados não para
o mesmo foco, obviamente.
A história da ciência foi uma parte importante dessa pesquisa, pois ela pode conferir
sentido ao ensino de ciências para crianças, adolescentes e jovens, em particular, com um
trabalho educacional que procure abordar temas da história da astronomia. O uso da história da
ciência na educação pode “humanizar” os conteúdos de ciências naturais ensinados, colocando
o estudante em um contexto que revela a complexidade da evolução histórica das teorias
científicas e das descobertas que aconteceram, permitindo compreender melhor os caminhos
geralmente não-lineares do processo de construção do conhecimento humano (EINSTEIN;
INFELD, 2008; WHITE, 2003). Trabalhar com a história da ciência em sala de aula é conferir
a devida importância ao valor cultural que a ciência tem em nossa sociedade; ela também
permite melhorar a compreensão das metodologias científicas de diversas áreas, enfatizando
assim o caráter diverso do conhecimento produzido pelas sociedades humanas (CHASSOT,
2014; PIASSI; PIETROCOLA, 2009; STANNARD, 2011).
Durante esta pesquisa, foram estruturadas e realizadas atividades educacionais de
divulgação científica, com o uso de materiais audiovisuais, em particular de vídeos. Os
resultados destas atividades foram avaliados tendo em vista os seus impactos e pela observação
atenta acerca de como elas transcorreram e das possibilidades de diálogo criadas com os
estudantes envolvidos. Deste modo, foram realizadas uma dezena de apresentações
audiovisuais de divulgação científica sobre ondas gravitacionais e as suas relações com buracos
negros, para diferentes tipos de público em 2017 e 2018. Essas atividades ocorreram em escolas
públicas da região do litoral norte paulista e em outros espaços, inclusive dentro do próprio
campus de Caraguatatuba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP-Caraguatatuba), geralmente
para alunos de instituições de ensino que estavam visitando essa instituição.
As ações de divulgação da ciência realizadas estiveram alicerçadas em trechos de
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 11
documentários científicos e em algumas cenas de filmes de ficção científica que estavam
disponíveis em plataformas de armazenamento de vídeos como o
YouTube
. De maneira
complementar a isso, foram utilizadas outras fontes de recursos audiovisuais, como as palestras
TED (“TED
talks
”) das conferências disponibilizadas no site < https://www.ted.com/>, vídeos
que também estão disponíveis em canais do
YouTube
, como o canal da “NASA”
2
e vídeos
produzidos por astronautas da “Estação Espacial Internacional” (“
International Space Station
”
- ISS).
O material produzido se estruturou na forma de um arquivo
powerpoint
com vídeos de
curta duração associados a alguns slides específicos. A palestra ou apresentação elaborada teve
como eixo o estudo das características das “Ondas Gravitacionais” sob a perspectiva da história
da ciência e da tecnologia e, na sua versão completa, foi pensada para durar 60 minutos.
Ainda são poucas as referências bibliográficas existentes sobre o tratamento e a
manipulação de cenas de filmes e de documentários com objetivos educacionais, em particular
para a divulgação científica (BERK; ROCHA, 2019), sendo que apenas alguns autores
dialogam com questões sobre critérios para a seleção de vídeos ou indicações de filmes que
possam ser usados com objetivos educacionais em determinados tipos de situações
(NAPOLITANO, 2013). Deste modo, para a estruturação da apresentação de divulgação
científica sobre ondas gravitacionais, foram selecionados vídeos e trechos de filmes e
documentários, tendo como referência a sua relevância em relação aos conteúdos principais que
se queria ilustrar, bem como aos conceitos científicos tratados durante a atividade.
Para isso, foi preciso investigar e conhecer diversos filmes, documentários e vídeos,
muitos dos quais não entraram na apresentação, para poder selecionar aqueles que possuíam
uma maior afinidade com o tema em foco e cujas cenas dialogavam melhor com os conceitos
abordados na palestra, de modo a provocar a reflexão e estimular a imaginação dos alunos.
No que diz respeito à utilização dos recursos audiovisuais, foi preciso um planejamento
da atividade por completo, levando em consideração tanto as representações que os estudantes
poderiam estruturar a partir das situações cotidianas vivenciadas por eles, quanto o incentivo
ao senso crítico e ao hábito de observar problemas e fenômenos de modo mais profundo. Esta
orientação foi importante para que os alunos não tratassem a exibição dos vídeos como um
momento apenas de entretenimento, não aproveitando-os para a aprendizagem de conteúdos
científicos. Foi incentivada uma atitude ativa dos estudantes na seleção e escolha dos vídeos
2
Disponível em: https://www.youtube.com/user/NASAtelevision. Acesso em: 10 fev. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 12
que assistem na internet no dia-a-dia, para pesquisas escolares ou para entretenimento, como
protagonistas de sua própria aprendizagem – e não como meros consumidores de materiais
videográficos –, trabalhando conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais que são
importantes para a formação cognitiva dos cidadãos (NOGUEIRA; GONÇALVES, 2017).
Na navegação espontânea que os alunos (na verdade, todas as pessoas) fazem pela
internet e em sites como o
YouTube
, as sugestões oferecidas aos usuários, indicando conteúdos
associados, são produzidas por um algoritmo de inteligência artificial cujo principal enfoque é
o número de visualizações e não a correção científica do material exibido ou a formação
acadêmica dos “produtores de conteúdos” para a internet. Isto torna ainda mais importante que
as atividades educacionais estejam fortemente focadas na tarefa de capacitar os alunos para que
consigam navegar pela internet com discernimento, responsabilidade e autonomia.
A escolha dos vídeos apresentados também levou em conta o objetivo de valorizar os
alunos como sendo os protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem. As cenas
extraídas de filmes de ficção científica procuraram ir além da metodologia da verificação de
erros (PIASSI; PIETROCOLA, 2009). Foram vários os fatores analisados nas obras
cinematográficas de ficção científica que foram consideradas para terem trechos incluídos
durante a apresentação: os fenômenos que são apresentados nos filmes; os conceitos científicos
que permeiam as narrativas; a precisão científica nas cenas presentes; os momentos em que
princípios científicos são contextualizados a partir de situações do mundo real.
Foram feitas, aos alunos, perguntas sobre a natureza da força da gravidade, sobre a
constituição dos objetos celestes e sobre a forma de “nascimento” das estrelas. Uma pergunta
que atraia, particularmente, a atenção dos alunos se referia ao chamado processo hipotético
denominado de “espaguetificação”, que se refere a um experimento mental no qual uma pessoa
cai em um buraco negro, com o eixo dessa pessoa alinhado com a direção radial: nesse caso, se
os pés da pessoa estiverem mais próximos do centro do buraco negro do que a cabeça, a atração
gravitacional sobre os pés será maior que a atração gravitacional sobre a cabeça. Neste
momento, nas apresentações realizadas, muitas vezes, a reação era inicialmente de silêncio, mas
na sequência surgiam, por parte dos alunos, perguntas sobre se era possível uma pessoa se
manter viva ao cair em um buraco negro e sobre se existiria alguma forma da pessoa,
posteriormente, conseguir sair do buraco negro. Foi observado, durante a investigação
realizada, que a utilização de exemplos hipotéticos deste tipo despertava a curiosidade dos
alunos, que passavam a associar uma situação concreta a um conceito bastante abstrato, como
o de um buraco negro.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 13
Foram investigados basicamente três elementos nos filmes analisados: elementos
linguísticos, relacionados ao uso da linguagem e à precisão quanto à terminologia empregada
para se referir a determinados fenômenos físicos; elementos “objetos”, que se referem aos
artefatos e outros elementos substantivos que aparecem; elementos fenomenológicos, que se
referem aos fenômenos que foram discutidos e trazidos em cena.
Tabela 1 –
Vídeos disponíveis na internet usados na apresentação
Tipo de
material
Título
Como foi usado
Vídeo
da
internet
Astronauta mostra como é incrível tor
cer um pano molhado no
espaço (<
https://www.youtube.com/watch?v=OmVAUHSoU-
o&t=72s>)
Para explicar como a gravidade
atua em um astronauta em
órbita em torno da Terra e para
explicar o conceito de
imponderabilidade.
Vídeo
da
Internet
Gravidade
-
Quer que desenhe
(<
https://www.youtube.com/watch?v=6DFYKiXSLF Y>)
Para explicar a lei da gravidade
segundo dois pontos de vista, o
newtoniano e o einsteiniano.
Vídeo
da
Internet
Ondas Gravitacionais
-
Nerdologia
(<https://www.youtube.com/watch?v=z71O5cHTOvM&t=30s
>)
Para explicar o experimento do
Laboratório de Ondas
Gravitacionais com
Interferometria a Laser
(LIGO), nos Estados Unidos.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021)
Foram investigados e analisados documentários de diferentes fontes, tais como a BBC
(canal da televisão pública britânica), a PBS (canal da televisão pública dos EUA) e alguns
canais de TV paga (por assinatura), como o
Discovery Channel
, o
National Geographic
(NatGeo) e o
History Channel
, todos eles produtores de documentários de divulgação de
conhecimentos relacionados à física e à astronomia. Em alguns casos, de materiais audiovisuais
de excelente qualidade e que podem ser úteis em palestras, oficinas e apresentações
educacionais. Outras fontes de pesquisa foram os vídeos que estão disponíveis na internet em
canais do
YouTube
, como os canais “Nerdologia”
3
e o “Um sábado qualquer” / “Quer que
desenhe”
4
.
A divulgação científica no âmbito da sociedade contemporânea é cada vez mais
importante, posto que é a forma como a sociedade percebe a atividade científica e compreende
os seus resultados (MASSARANI; ALVES, 2019). A divulgação científica – a popularização
3
Disponível em: https://www.youtube.com/user/nerdologia. Acesso em: 10 fev. 2021.
4
Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCeXoFprcU1KmMiGu1gREsFw. Acesso em: 10 fev. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 14
da ciência – serve como ponte entre a ciência e o público leigo que, muitas vezes, por mais que
use da ciência e da tecnologia em seu dia a dia, não nota a importância delas para o
desenvolvimento, econômico, social e educacional da coletividade (CHASSOT, 2003; ROSA,
2012).
Um dos fatores que influencia essa situação é o fato de que a ciência é cada vez mais
complexa e está cada vez mais apartada dos cidadãos. Adicionalmente, há uma incapacidade –
ou falta de disposição – por parte de muitos cientistas em difundirem suas pesquisas e seus
estudos ao público: ou eles não divulgam o seu trabalho ou, quando divulgam, de diversas
formas transparecem dificuldades em tornar a mensagem – ou seja, o conteúdo de seus trabalhos
– compreensível para grande parte dos cidadãos leigos (TORRESI; PARDINI; FERREIRA,
2012). Ser compreendido pelas pessoas é fundamental para pesquisadores e deveria ser, na
verdade, uma de suas obrigações elementares. Todo cientista deveria assumir um compromisso
com a sociedade em favor da circulação das ideias e dos resultados de suas pesquisas
(CANDOTTI, 2002), pois na grande maioria das vezes, é a sociedade que está financiando o
trabalho dos cientistas.
Dentro das escolas, o uso de textos de divulgação científica vem sendo difundido como
prática corrente por parte de alguns professores (SILVA, 2006). Um vídeo ou um documentário
científico também é um “texto”, composto de imagens em movimento e sons, que podem
colaborar para aproximar o discente dos conceitos científicos que são objetos de temas
trabalhados em sala de aula.
A escola deve formar o cidadão formado para viver no mundo contemporâneo de modo
a possuir as noções básicas e necessárias a respeito da ciência, de seus resultados e métodos, e
dos riscos e interesses envolvidos em seus processos e aplicações (MOREIRA, 2006). Este é
um dos motivos para a inserção de tópicos de história da ciência e da tecnologia no ensino e há
uma grande quantidade de vídeos curtos e documentários de duração maior disponíveis na
internet e que podem ser muito úteis para realizar esta tarefa.
Considerações finais
A linguagem audiovisual das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação está
cada vez mais presente na vida das pessoas, tanto nas suas horas de lazer, quanto nas horas
trabalhadas. Por isso, o potencial educativo do audiovisual é imenso, dado sua participação na
vida cotidiana. Nesta pesquisa, de caráter exploratório, investigou-se como intervenções
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 15
educacionais a partir do uso de vídeos curtos e de trechos recortados de filmes ou de
documentários científicos podem contribuir para a criação de novas dinâmicas de aprendizagem
e de ensino. Essas foram estratégias que se mostraram eficientes e viáveis para o público das
escolas que foram visitadas e do próprio IFSP-Caraguatatuba. É importante que novas pesquisas
com este perfil sejam realizadas junto a outros públicos, em outros contextos e trabalhando
outros conteúdos.
O que os educadores podem usufruir de benefício com as novas tecnologias associadas
ao uso de recursos audiovisuais? Quais serão os novos conhecimentos e habilidades que os
cursos de formação de professores terão de desenvolver em seus alunos para que eles possam
fazer um bom uso dessas tecnologias no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem?
Essas são perguntas que não têm propriamente respostas conclusivas, fechadas e definitivas,
mas que têm um grande potencial para motivar novas pesquisas que poderão colaborar para a
melhoria da qualidade da educação.
Finalmente, esta pesquisa permitiu um reconhecimento da grande importância do
trabalho educacional com temas de astronomia junto a estudantes com diferentes graus de
escolaridade. As relações interdisciplinares estabelecidas entre a astronomia e as disciplinas
científicas escolares, em particular com a física, possibilitam uma gama bastante diversificada
de abordagens que podem ajudar a superar dificuldades de aprendizagem. Além disso, há uma
grande potencialidade no trabalho educacional integrando a astronomia com a história da
ciência.
Em particular os buracos negros se mostraram como sendo um assunto que provoca o
fascínio por parte de muitos dos jovens que participaram das atividades de divulgação científica
que foram promovidas, talvez pelas características peculiares destes corpos celestes. A detecção
recente de ondas gravitacionais – que ocorreu pela primeira vez em 2015 – pelo destaque que
teve e continua tendo e pela forma como são produzidas ajuda também a colocar o conceito de
buraco negro em pauta na mídia e nas redes sociais, o que colabora para intensificar a
curiosidade do público a respeito deste assunto e que pode servir como motivação em atividades
educacionais e de divulgação científica.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 16
AGRADECIMENTOS
:
Agradecemos ao CNPq pela bolsa de iniciação científica concedida a
J. P. N., um dos autores deste trabalho.
REFERÊNCIAS
ABBOTT, B. P.
et al
. GW170104: Observation of a 50-Solar-Mass Binary Black Hole
Coalescence at Redshift 0.2.
Physical Review Letters
, v. 118, 221101, 2 jun. 2017.
Disponível em: https://journals.aps.org/prl/pdf/10.1103/PhysRevLett.118.221101. Acesso em:
27 dez. 2020.
ABBOTT, B. P.
et al
. Observation of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger.
Physical Review Letters
, v. 116, 061102, 12 fev. 2016. Disponível em:
https://journals.aps.org/prl/pdf/10.1103/PhysRevLett.116.061102. Acesso em: 28 dez. 2020.
ALMEIDA, M. J. P. M.
Discursos da ciência e da escola
. Campinas, SP: Mercado das
Letras, 2004.
ASSIS, A. S. G. B.
Excitação de ondas MHD através da emissão de ondas gravitacionais
produzidas por binárias de estrelas de nêutrons
. 2016. 142 f. Dissertação (Mestrado em
em Astrofísica) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, SP, 2016.
Disponível em:
http://www.inpe.br/posgraduacao/ast/arquivos/dissertacoes/dissertacao_adam_smith_2016.pd
f. Acesso em: 30 dez. 2020.
ATANAZIO, A. M. C.; LEITE, Á. E. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a
formação de professores: Tendências de pesquisa.
Investigações em Ensino de Ciências
, v.
23, n. 2, p. 88-103, 30 ago. 2018. Investigações em Ensino de Ciências (IENCI). DOI:
http://dx.doi.org/10.22600/15188795.ienci2018v23n2p88
BASSALO, J. M. F.; CATTANI, M. Detecção de ondas gravitacionais.
Caderno Brasileiro
de Ensino de Física
, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 879-895, dez. 2016. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/21757941.2016v33n3p879/32994.
Acesso em: 30 dez. 2020.
BERK, A.; ROCHA, M. O uso de recursos audiovisuais no ensino de ciências: uma análise
em periódicos da área.
Revista Contexto & Educação
, v. 34, n. 107, p.72-87, 28 mar. 2019.
DOI: https://doi.org/10.21527/2179-1309.2019.107.72-87
BRETONES, P. S.
A Astronomia na formação continuada de professores e o papel da
racionalidade prática para o tema da observação do céu
. 2006. 252 f. Tese (Doutorado em
em Ciências) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2006. Disponível em:
https://www.btdea.ufscar.br/teses-e-dissertacoes/a-astronomia-na-formacao-continuada-de-
professores-e-o-papel-da-racionalidade-pratica-para-o-tema-da-observacao-do-ceu. Acesso
em: 29 dez. 2020.
CANDOTTI, E. Ciência na Educação Popular.
In
: MASSSARANI, L.; MOREIRA, I. C.;
BRITO, F. (org.).
Ciência e público
: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 17
Janeiro: Casa da Ciência – UFRJ, 2002. Disponível em:
http://www.museudavida.fiocruz.br/images/Publicacoes_Educacao/PDFs/cienciaepublico.pdf.
Acesso em: 29 dez. 2020.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social.
Revista
Brasileira de Educação
, n. 22, p. 89-100, 2003.
EINSTEIN, A.; INFELD, L.
A evolução da Física
.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
FERREIRA, D.; MEGLHIORATTI, F. A.
Desafios e possibilidades no ensino de astronomia.
Cadernos PDE
, Paraná, v. I, 2008. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2356-8.pdf. Acesso em: 26 dez.
2020.
FEYNMAN, R. P.
Sobre as leis da física
. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
FINKELSTEIN, David. Past-Future Asymmetry of the Gravitational Field of a Point Particle.
Physical Review
, v. 110, p. 965-967, 15 May 1958. Disponível em:
http://www.strangepaths.com/files/finkelstein.pdf. Acesso em: 29 dez. 2020.
GRAHAM, Alister. Black holes are even stranger than you can imagine.
Phys.org
, 10 Feb.
2017. Disponível em: https://phys.org/news/2017-02-black-holes-stranger.html. Acesso em:
29 dez. 2020.
HORVATH, J. E.
et al
.
Cosmologia física
: do micro ao macro cosmos e vice-versa. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2007.
KOYRÉ, Alexandre. Galileo and the Scientific Revolution of the Seventeenth Century.
The
Philosophical Review
, v. 52, n. 4, p. 333-348, July 1943. Disponível em:
http://home.thep.lu.se/~henrik/mnxa09/Koyre1943.pdf. Acesso em: 28 dez. 2020.
LARAIA, R. B.
Cultura
: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LEITE, C.
Formação do professor de ciências em astronomia
: uma proposta com enfoque
na espacialidade. 2006. 274 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-
05062007-110016/pt-br.php. Acesso: 30 dez. 2020.
MASSARANI, L. M.; ALVES, J. P. A visão de divulgação científica de José Reis.
Ciência e
Cultura
, v. 71, n. 1, p. 56-59, jan. 2019. Disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000967252019000100015&l
ng=pt&tlng=pt. Acesso em: 26 dez. 2020.
MOFFAT, J. W. LIGO GW150914 and GW151226 Gravitational Wave Detection and
Generalized Gravitation Theory (MOG).
ArXiv
, 2016. Disponível em:
https://arxiv.org/pdf/1603.05225.pdf. Acesso em: 30 dez. 2020.
MOREIRA, I. C. A inclusão social e a popularização da ciência e tecnologia no Brasil.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 18
Inclusão Social
, v. 1, n. 2, 2006. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/100513.
Acesso em: 30 dez. 2020.
MOREIRA, M. A. Uma análise crítica do ensino de Física.
Estudos Avançados
, São Paulo,
v. 32, n. 94, p. 73-80, dez. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/s010340142018.3294.0006
NAPOLITANO, M.
Como usar o cinema na sala de aula
. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
NOGUEIRA, F.; GONÇALVES, C. Divulgação científica: produção de vídeo como
estratégia pedagógica para a aprendizagem de ciências.
Revista Areté/Revista Amazônica
de Ensino de Ciências
, v. 7, n. 14, p. 93-107, maio 2017. Disponível em:
http://periodicos.uea.edu.br/index.php/arete/article/view/128. Acesso em: 26 dez. 2020.
OLIVEIRA, S. R. Por que o céu é escuro à noite? Considerações geométricas com um olhar
histórico e pedagógico do paradoxo de Olbers.
Revista Brasileira de Ensino de Física
, v. 42,
e20200381, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126rbef-2020-0381
PANEK, R.
De que é feito o universo?
Tradução: Alexandre Cherman. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014.
PIASSI, L. P.; PIETROCOLA, M. Ficção científica e ensino de ciências: para além do
método de encontrar erro em filmes.
Educação e pesquisa
, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 525-540,
set./dez. 2009. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/28208. Acesso em:
29 dez. 2020.
PORTO, C. M.; PORTO, M. B. D. S. M. A evolução do pensamento cosmológico e o
nascimento da ciência moderna.
Revista Brasileira de Ensino de Física
,
v. 30, n. 4, p. 4601-
4609, 2009. Disponível em: http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/304601.pdf. Acesso em: 28
dez. 2020.
RAMOS, M. B.; SILVA, H. C. Educação em ciência e em audiovisual: olhares para a
formação de leitores de ciências.
Cadernos CEDES
, v. 34, n. 92, p. 51-67, 2014. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v34n92/a04v34n92.pdf. Acesso em: 27 dez. 2020.
REIS, J. B. A.
A Arquitetura Metodológica de Michael Faraday
. 2006. 124 f. Tese
(Doutorado em História da Ciência) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2006. Disponível em: https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/13360/1/HCS%20-
%20Joao%20Batista%20Alves%20dos%20Reis.pdf. Acesso em: 23 dez. 2020.
ROSA, C. A. P.
História da ciência
: a ciência e o triunfo do pensamento científico no mundo
contemporâneo. Brasília, DF: FUNAG, 2012. v. 3. Disponível em:
http://funag.gov.br/loja/download/1022-Historia_da_Ciencia_-_Vol.III_-
A_Ciencia_e_o_Triunfo_do_Pensamento_CientIfico_no_Mundo_Contemporaneo.pdf.
Acesso em: 28 dez. 2020.
ROSMORDUC, J.
De Tales a Einstein
: História da Física e da química. Lisboa: Editorial
Caminho, 1983.
SAA, A. Cem anos de buracos negros: o centenário da solução de Schwarzschild.
Revista
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Uso de vídeos em atividades de divulgação científica sobre buracos negros e ondas gravitacionais
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 19
Brasileira de Ensino de Física
, v. 38, n. 4, e4201, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v38n4/1806-1117-rbef-38-04-e4201.pdf. Acesso em: 23 dez.
2020.
SANTI, N. S. M.
Termodinâmica de buracos negros de Schwarzschild
. 2018. 67 f.
Dissertação (Mestrado em Física) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP,
2018. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10384. Acesso em: 14 jan.
2021.
SCHWARZSCHILD, K. On the Gravitational Field of a Mass Point according to Einstein’s
Theory.
ArXiv
, 13 jan. 1916a. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/physics/9905030.pdf.
Acesso em: 30 dez. 2020.
SCHWARZSCHILD, K. Über das Gravitationsfeld einer Kugel aus inkompressibler
Flüssigkeit nach der Einsteinschen Theorie.
Wikisource
, 24 fev. 1916b. Disponível em:
https://de.wikisource.org/wiki/Gravitationsfeld_einer_Kugel_aus_inkompressibler_Fl%C3%
BCssigkeit. Acesso em: 30 dez. 2020.
SILVA, H. C. O que é divulgação científica?
Revista Ciência & Ensino
, v. 1, n. 1, p. 53-59,
dez. 2006.
SNOW, C. P.
As duas culturas e uma segunda leitura
: uma versão ampliada das duas
culturas e a revolução científica. São Paulo: EDUSP, 2015.
SOLBES, Jordi; PALOMAR, Rafael. Dificultades en el aprendizaje de la astronomía en
secundaria.
Revista Brasileira de Ensino de Física
, v. 35, n. 1, 1401, 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v35n1/v35n1a16.pdf. Acesso em: 20 dez. 2020.
STANNARD, R.
Relatividade
. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011.
TORRESI, Susana I. Córdoba de; PARDINI, Vera L.; FERREIRA, Vitor F. Sociedade,
divulgação científica e jornalismo científico.
Química Nova
, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 447,
2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/qn/v35n3/01.pdf. Acesso em: 29 dez. 2020.
TYLOR, E. B.
A ciência da cultura
. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
VERDET, J.-P.
Uma História da Astronomia
. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.
VOELZKE, M. R.; MACÊDO, J. A. Aprendizagem Significativa, objetos de aprendizagem e
o ensino de astronomia.
Revista de Ensino de Ciências e Matemática
, v. 11, n. 5, p. 1-19,
2020. Disponível em:
http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2726. Acesso em: 14
jan. 2021.
WHITE, M.
Rivalidades Produtivas
. Rio de Janeiro: Record, 2003.
WOLCHOVER, N. Colliding black holes tell new story of stars.
Quanta Magazine
, 6 set.
2016. Disponível em: https://www.quantamagazine.org/colliding-black-holestell-new-story-
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO e Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese,
Bauru, v. 8, e022003, jan./dez. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 20
of-stars-20160906. Acesso em: 20 dez. 2020.
ZANETIC, J. Física e cultura.
Ciência e Cultura
, v. 57, n. 3, p. 21-24, São Paulo, jul./set.
2005. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v57n3/a14v57n3.pdf. Acesso em:
22 dez. 2020.
ZANETIC, J. Física e arte: uma ponte entre duas culturas.
Pro-posições
, v. 17, n. 1 (49), p.
39-57, jan./abr. 2006. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643654. Acesso em:
19 dez. 2020.
Sobre os autores
João P
ereira NETO
Licenciando em Matemática pelo IFSP-Caraguatatuba, SP.
Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Doutor em Física pela USP e Professor Titular do IFSP-Caraguatatuba.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 1
USE OF VIDEOS IN SCIENCE DISSEMINATION ACTIVITIES ABOUT
BLACK HOLES AND GRAVITATIONAL WAVES
USO DE VÍDEOS EM ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
SOBRE BURACOS NEGROS E ONDAS GRAVITACIONAIS
USO DE VIDEOS EN ACTIVIDADES DE DIFUSIÓN CIENTÍFICA
SOBRE AGUJEROS NEGROS Y ONDAS GRAVITACIONALES
João Pereira NETO
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: jpn.mnb@gmail.com
Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
e-mail: rteixeira@ifsp.edu.br
How to refer to this article
PEREIRA NETO, J.; TEIXEIRA, R. R. P. Use of videos in science dissemination activities
about black holes and gravitational waves.
Revista Hipótese
, Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec.
2022. e-ISSN: 2446-7154. DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
Submitted
: 23/01/2021
Revisions required
: 10/05/2021
Approved
: 05/06/2021
Published
: 01/01/2022
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 2
ABSTRACT
: This research analyzed the didactic use of audiovisual presentations of scientific
dissemination for the teaching of astronomy themes, such as black holes and gravitational
waves, in which short videos and scenes from films and documentaries were used. The
investigation carried out was characterized as exploratory and qualitative, through an
interrogative and reflective process, seeking to understand the facts observed to point to new
possibilities for scientific education. The scientific dissemination actions carried out indicated
a great interest by students in astronomy and astrophysics themes.
KEYWORDS
: Dissemination of science. Astronomy. Audiovisual resource. History of
science.
RESUMO
: Esta pesquisa analisou a utilização didática de apresentações audiovisuais de
divulgação científica para o ensino de temas de astronomia, tais como buracos negros e ondas
gravitacionais, nas quais foram usados vídeos de curta duração e cenas de filmes e de
documentários. A investigação realizada caracterizou-se como exploratória e qualitativa,
mediante um processo interrogativo e reflexivo, buscando compreender os fatos observados
com o intuito de apontar para novas possibilidades para a educação científica. As ações de
divulgação científica realizadas indicaram um grande interesse dos alunos por temas de
astronomia e astrofísica.
PALAVRAS-CHAVE
: Divulgação da ciência. Astronomia. Recurso audiovisual. História da
ciência.
RESUMEN
: Esta investigación analizó el uso didáctico de presentaciones audiovisuales de
divulgación científica para la enseñanza de temas de astronomía, como agujeros negros y
ondas gravitacionales, en las que se utilizaron videos cortos y escenas de películas y
documentales. La investigación realizada se caracterizó por ser exploratoria y cualitativa, a
través de un proceso interrogativo y reflexivo, buscando comprender los hechos observados
con el fin de señalar nuevas posibilidades para la educación científica. Las acciones de
divulgación científica realizadas indicaron un gran interés de los estudiantes por temas de
astronomia y astrofísica.
PALABRAS CLAVE
: Difusión de la ciencia. Astronomía. Recurso audiovisual. Historia de la
ciencia.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 3
Introduction
Since ancient times, humanity has been observing and studying the stars and other
objects in the sky; phenomenology of what was observed, most of the time. The study of
astronomy allows the human being to better understand his spatial position and understand
some of the phenomena observable in nature: to understand the phenomena present on our
planet, in some cases, it is vital to "look" beyond the Earth's atmosphere, as man has done since
time immemorial. The understanding about the sky and the universe was a concern that
permeated several cultures, from the simplest to the most sophisticated in technological terms
(FERREIRA; MEGLHIORATTI, 2008).
In Egypt and Mesopotamia, approximately in the third millennium BC , having as its
starting point the imperatives and needs of everyday life, associated with the development of
agricultural production, the seasons (knowledge about what time to sow) and the exchange of
products (need for counting and quantification), astronomy and mathematics arose, the first two
sciences (ROSMORDUC, 1983).
In the 17th century, Isaac Newton (1643-1727) mathematically structured the idea of
the existence of a force of action at a distance to explain the gravitational pull between any two
objects with mass, that is, also between the celestial bodies. Newton began to observe the tidal
changes and, as many attentive fishermen had already noticed, noticed there was a coincidence
between the phases of the Moon and the high and low tides. Thus, after years of studies and
observations, he came to the famous expression that explains the behavior of gravitational force,
concluding that all stars were subject to this force and that mass attracts mass. The earth's
gravity weakens in a way inversely proportional to the square of the distance: thus, it is divided
by four when we double the distance. The law of gravitation is very important on cosmological
scales, to explain the functioning of the Universe (FEYNMAN, 2012).
Newton unified two areas that, until then, were seen separately (VERDET, 1991): the
study of the fall of bodies, whose laws were previously given by Galileo Galilei (1564-1642),
and the study of the revolution of the Moon around the Earth, which followed the empirical
rules previously developed by Johannes Kepler (1571-1630).
Further historically, in the 19th century, the most abstract idea of the existence of fields
that allow
–
mediating
–
the action at a distance of a force was consolidated through the work
of Michael Faraday (REIS, 2006).
Modern physics had its prologue in the study of the heavens: its origins are situated in
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 4
the study of astronomical problems and this bond was maintained throughout the history of
science. Throughout this process, there were important transformations in the predominant
worldview, in particular the abandonment of the conception of the cosmos as a closed and
hierarchically ordered unit, in which heaven and earth were subject to different laws, which
was replaced by the conception of an open universe, indefinitely extensive and united by the
same fundamental laws that govern all its constituent parts, which implied the Newtonian fusion
of celestial physics with terrestrial physics (KOYRÉ, 1943).
Black holes and gravitational waves
In 1783, in the context of Newtonian mechanics, the English scientist John Michell
(1724-1793) proposed the concept of "dark star", a star with sufficiently high density that not
even light could escape its gravitational pull (GRAHAM, 2017). Later, general relativity, from
the work of physicist Albert Einstein (1879-1955), developed during the second decade of the
20th century, using a sophisticated mathematical approach to study the effects of gravitational
action: the tensorial equations. The non-linearity of problems and the number of equations that
represent a single phenomenon can be overcome today thanks to computational development
that facilitated the understanding of various phenomena (HORVATH, 2007). Some physicists
and mathematicians have dedicated themselves to proposing solutions to problems arising from
general relativity, such as Karl Schwarzschild's (1873-1916) metrics, which describe an
external gravitational field to certain bodies with spherical symmetry, without rotation. With
the new technologies applied to the field of cosmology and astronomy, especially in the field
of observation, the theoretical predictions were acquiring body and confirming themselves.
One of the universe models resulting from the theory of relativity was one in which
the space-time tessitura could be distorted by violent events associated with the shock of bodies
with an abundance of matter: space-time, as a structure, would feel the effects of these shocks
in the form of waves. Gravitational waves are transverse waves that move at the speed of light.
They are generated by cosmic events of unimaginable proportions involving stars with gigantic
masses, such as the fusion of black holes or binary neutron star systems. Although gravitational
radiation presents many experimental difficulties to be detected, its main advantage is that it
can fully diagnose the universe because all the matter contained in the universe interacts with
gravitational waves (ASSIS, 2016).
On September 14, 2015, LIGO scientists, "
Laser Interferometer Gravitational-Wave
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 5
Observatory
" or "Gravitational Wave Observatory by Laser Interferometer"
1
, were able to
observe gravitational waves resulting from the shock between two supermassive black holes,
which were located about 1.2 billion light-years away from Earth. Laser interferometry is an
experimental method to determine distances very precisely, using the known phenomenon of
wave interference of any type (sound, light or gravitational), by a structure in the form of the
letter L, with two arms forming a right angle. It was the first time gravitational waves formed
by the coalescence of two black holes were detected directly. The orbital decay of binary
systems of black holes causes the loss of energy of the system that propagates in the form of
gravitational waves. The GW150914 event was revealed by the structure of the LIGO
laboratory in Hanford and Livingston in the United States (ABBOTT
et al
., 2016). These
gravitational waves were formed by the coalescence of two black holes, whose masses (worth
36 and 29 solar masses) added up were about 65 solar masses; in this case about 3 solar masses
were irradiated in the form of gravitational waves (MOFFAT, 2016). A second observation of
gravitational waves, also made by LIGO, took place on December 26, 2015; this event, called
GW151226, also occurred due to the coalescence of a binary system formed by two black holes
(BASSALO; CATTANI, 2016). The detection of these tiny tremors in space-time resulting
from black holes colliding, LIGO opened a new "window" of observation of the universe, in a
sense, similar to what Galileo did in 1609 when he first pointed a telescope at the sky
(WOLCHOVER, 2016).
In January 2017, a new detection of gravitational waves was made by LIGO, the event
GW170104 (ABBOTT
et al
., 2017). In this detection the combined mass of the two black holes
that coalesced was about 50 solar masses, with the event having occurred about 3 billion light-
years away from Earth. An existing problem was the determination of the specific region of
space from which these gravitational waves come from: this can only be solved by triangulation,
which will occur in the near future with the use of the VIRGO observatory (in Italy), which will
be a third observation point along with the two LIGO facilities, existing in the USA, in Hanford
and Livingston. There are interesting mathematical developments on this issue that can be
worked on in scientific education activities: for example, analogies with the determination of a
person's position through GPS (which requires three references) and with the determination of
the epicenter of an earthquake or tsunami, which is a gigantic maritime wave that holds certain
similarities with gravitational waves, in a didactic approach. The detection of gravitational
1
Available: https://www.ligo.org. Access: 10 Feb. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 6
waves had the additional role of confirming the existence of black holes themselves, a class of
objects originating from supermassive stars.
On January 13, 1916, an article prepared by the German physicist and astronomer Karl
Schwarzschild (1873-1916) was published in the Papers of the Royal Academy of Sciences of
Prussia, containing a result obtained on the gravitational field according to general relativity.
This first 1916 work by Schwarzschild is available on the Internet in his Translation into
English, with the title "
On the gravitational field of a mass point according to Einstein's theory"
or, in
Portuguese, "On the gravitational field of a point with a punctiform mass according to
Einstein's Theory" (SCHWARZSCHILD, 1916a). The result of this research described a simple
type of a new class of objects, called black holes. Schwarzschild in 1913 was elected a member
of the Berlin Academy of Sciences, in 1914 he joined the Germanic army and fought for his
country in World War I against Soviet soldiers, directing his efforts to perform ballistic and
meteorological calculations.
According to the Theory of General Relativity, gravitational interaction is not
mediated by potentials, but by the geometric properties of space-time, a concept that was
introduced in 1908 by mathematician Hermann Minkowski (1864-1909). The interpretation of
the effects of space-time curvature was only consolidated when a second Schwarzschild article
was published, sent on February 24, 2016, which took into account a spherical and
homogeneous distribution of matter. This second work of 1916 by Schwarzschild is available
on the internet in its original German version with the title
“
Über das gravitationsfeld einer
kugel aus inkompressibler flüssigkeit nach der Einsteinschen theorie
”
or, in English, "On the
gravitational field of a sphere made with an incompressible liquid according to Einstein's
Theory" (SCHWARZSCHILD, 1916b). It is in this second article that the amount r
s
, the so-
called Schwarzschild radius, first appears. From the equality between the speed of light and the
speed that an object needs to have to escape the gravitational pull force of an M mass body, it
is possible to obtain that r
s
=2GM/c
2
, being c the speed of light in the vacuum, M the mass of
the object and G the universal gravitation constant (SANTI, 2018). This mathematical formula
is associated with a certain radius of curvature of the geometry of space time, caused by a
massive body, in which the escape velocity is the same as that of light. That is, this formula
describes a "place" near a body with a large mass from which, every object that falls on it (and
is within this radius), remains eternally trapped inside this body and even if it manages to
acquire the speed of light (the highest speed allowed by the Theory of Relativity), it cannot get
out of it, because the exhaust speed is greater than the speed of light! This is the so-called Event
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 7
Horizon, a kind of surface that circulates a black hole: the science that explains through its
general laws what happens in the universe, from this surface, towards the singularity, which is
the center of the black hole, loses validity as to its principles and its laws.
Interest in black holes was reborn in the 1950s from the work of David Finkelstein
(1929-2016), who interpreted the spherical surface with the Schwarzschild ray as a one-sided
membrane shape (FINKELSTEIN, 1958) between two regions, and the outer region was totally
disconnected from the inner region, with no possibility of communicating the interior of the
black hole with its exterior (SAA, 2017): influences can cross this membrane, but only in one
direction. This work was fundamental to accept the physical existence of the concept of event
horizon and, consequently, black holes, encouraging the emergence of the vibrant research area
today that is the astrophysics of black holes.
Schwarzschild's two articles on the Theory of Relativity published in early 1916 were
written in mid-1915, when the author was serving in the German army during World War I
(1914-1918). Shortly after the publication of these two articles, on May 11, 1916, Karl
Schwarzschild would later die of an autoimmune and painful skin disease, pemphigus.
Finally, it is important to remember the work of Stephen Hawking who in 1973
discovered that, thanks to a combination of quantum and gravitational effects, black holes were
not completely black and let out radiation (Hawking's radiation), due to the fact that at the edge
of the event horizon, quantum effects allowed pairs of particles and antiparticles to emerge from
nothing, and due to the gravitational effects, one of the partners of each of these pairs
disappeared into the black hole, while the other escaped towards outer space (PANEK, 2014).
Astronomy teaching
Many research papers have highlighted that it is important to teach physics in a
multidisciplinary manner, articulating at different levels concepts of this science with other
elements of human culture (PORTO; PORTO, 2008; OLIVEIRA, 2020). Astronomy is a
science that by nature presents itself with several interdisciplinary relationships with other areas
of knowledge, just remembering for these terms such as astrophysics, astrochemistry,
astrobiology, astroinformatics and astro-statistics. Concepts of astronomy are part of the
program of science or geography in elementary school, besides being also addressed in the
disciplines of physics and chemistry in high school (BRETONES, 2006; LEITE, 2006;
SOLBES; PALOMAR, 2013; VOELZKE; MACÊDO, 2020).
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 8
There are a number of works that point to several potentialities that the teaching of
astronomy offers for the educational process and that are often wasted. Several studies also
indicate that astronomy has an immense capacity to captivate young people to science.
Therefore, themes of astronomy, astrophysics and cosmology can constitute, if well worked,
strong interdisciplinary resources, taking into perspective the fact that encompass knowledge
of various areas of knowledge.
The breadth and diversity of knowledge produced by human beings has created what
is called human culture (TYLOR, 2014), which includes the arts, laws, customs, habits, skills,
beliefs and also sciences. The concept of human culture is intrinsically related to the concept of
civilization: cultural evolution materialized in the civilizing process and generated the cultural
diversity existing in humanity, in a sense, a counter to the biological unity of the human species
(LARAIA, 2009). However, generally, when it comes to culture, physics is rarely
–
let alone
astronomy
–
remembered (ZANETIC, 2005). However, physical concepts are creations of the
human mind
–
such as a book or a symphony
–
not being determined solely by the outside world
(EINSTEIN; INFELD, 2008). The academic and university world is divided between two
cultures: there are the humanities and the arts on one side (traditionally associated with erudite
culture) and there are natural sciences and technologies on the other hand (SNOW, 2015). The
reading of classical literary texts often leads the reader to a state of mental involvement, for the
space allowed for the beautiful, the playful, the fantasies and the emotions; similarly, this is
possible with the reading of a good book of scientific dissemination.
Today's society has in the intensive use of image and sound one of its main
characteristics. In particular, science fiction can become a didactic tool for stimulating
imagination on issues originated in science and in people's sociocultural relationship with it
(PIASSI; PIETROCOLA, 2009). Science in general
–
and physics and astronomy in particular
–
must be part of the cultural formation of the contemporary citizen, regardless of the
differences of individual interests that exist (ZANETIC, 2006): this is the baggage of
knowledge that we have, because we are part of the whole that we call humanity. Presenting
the scientific knowledge accumulated by humanity to basic education students is always a
challenge.
The audiovisual language underlying the new Information and Communication
Technologies (ICT) permeates much of the relationships between people in the modern world,
both during leisure time and during working hours: that is why there is great educational
potential in the use of audiovisual resources, given their participation in everyday life
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 9
(ATANAZIO; LEITE, 2018).
The partnership between science teaching and the study of how to use videos as a
teaching resource has been consolidating for a long time. Audiovisual resources have been used
to illustrate, present and discuss scientific ideas, principles and concepts in order to motivate,
sensitize or problematize. The videos, however, need to be thought of from the point of view
of the formation of science readers, not only in the sense of readers of verbal and written texts,
but also of readers of moving images and sounds in videos (RAMOS; SILVA, 2014). In this
sense, it is essential to educate young people to the domain of symbolic reading (ALMEIDA,
2004), that is, for reading television, cinema, photography, music, images and sounds.
Scientific dissemination activities carried out
This exploratory research investigated how educational interventions, using short-
lived videos and cut-out excerpts from films or scientific documentaries, can effectively
contribute to the creation of new teaching dynamics and to the learning of important scientific
concepts. The internet
–
and its video storage sites such as YouTube with almost unlimited
capacity
–
is a "barn" for discovering astronomy-specific audiovisual materials, which by their
originality can be powerful and useful educational tools.
Due to the type of language and the images and sounds presented, many scientific
videos on topics related to astronomy can in fact combat the indisposition among many students
–
in some cases, the feeling is defined as being "hate", in the words of some students
–
with
regard to the discipline of physics in high school (MOREIRA, 2018). It is paradoxical that
astronomy produces a true fascination in a considerable portion of students (and citizens in
general) and at the same time physics
–
which in its genesis is intensely related to astronomy
–
produce so much aversion among high school students: it is, in a sense, a mixture of love and
hatred, focused not on the same focus, obviously.
The history of science was an important part of this research, as it can make sense of
science teaching for children, adolescents and young people, in particular, with an educational
work that seeks to address topics in the history of astronomy. The use of the history of science
in education can "humanize" the contents of natural sciences taught, placing the student in a
context that reveals the complexity of the historical evolution of scientific theories and the
discoveries that happened, allowing a better understanding of the generally non-linear paths of
the process of construction of human knowledge (EINSTEIN; INFELD, 2008; WHITE, 2003).
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 10
To work with the history of science in the classroom is to give due importance to the cultural
value that science has in our society; it also allows to improve the understanding of scientific
methodologies in various areas, thus emphasizing the diverse character of knowledge produced
by human societies (CHASSOT, 2014; PIASSI; PIETROCOLA, 2009; STANNARD, 2011).
During this research, educational activities of scientific dissemination were structured
and carried out, with the use of audiovisual materials, in particular videos. The results of these
activities were evaluated in view of their impacts and by attentive observation about how they
happened and the possibilities of dialogue created with the students involved. Thus, a dozen
audiovisual presentations of scientific dissemination on gravitational waves and their
relationships with black holes were held for different types of publics in 2017 and 2018. These
activities took place in public schools in the north coast region of São Paulo and in other spaces,
including within the Caraguatatuba campus of the Federal Institute of São Paulo (IFSP-
Caraguatatuba), usually for students from educational institutions who were visiting this
institution.
The actions of dissemination of science carried out were based on excerpts from
scientific documentaries and on some scenes of science fiction films that were available on
video storage platforms such as
YouTube
. In addition to this, other sources of audiovisual
resources were used, such as ted
talks
from conferences made available on the
<https://www.ted.com/> website, videos that are also available on
YouTube
channels, such as
the "NASA"
2
channel, and videos produced by astronauts from the
International Space Station
(ISS).
The material produced was structured in the form of a
PowerPoint
file with short
videos associated with some specific slides. The lecture or presentation elaborated was aimed
at studying the characteristics of "Gravitational Waves" from the perspective of the history of
science and technology and, in its full version, was thought to last 60 minutes.
There are still few existing bibliographic references on the treatment and manipulation
of film and documentary scenes for educational purposes, in particular for scientific
dissemination (BERK; ROCHA, 2019), and only a few authors dialogue with questions about
criteria for the selection of videos or film nominations that can be used for educational purposes
in certain types of situations (NAPOLITANO, 2013). Thus, for the structuring of the
presentation of scientific dissemination on gravitational waves, videos and excerpts of films
and documentaries were selected, taking as reference their relevance in relation to the main
2
Available: https://www.youtube.com/user/NASAtelevision. Access: 10 Feb. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 11
contents that were intended to be illustrated, as well as to the scientific concepts treated during
the activity.
For this, it was necessary to investigate and know several films, documentaries and
videos, many of which did not enter the presentation, in order to be able to select those who had
a greater affinity with the theme in focus and whose scenes dialogued better with the concepts
addressed in the lecture, in order to provoke reflection and stimulate the imagination of students.
With regard to the use of audiovisual resources, it was necessary to plan the activity
completely, taking into account both the representations that students could structure from the
daily situations experienced by them, as well as the incentive to critical sense and the habit of
observing problems and phenomena in a deeper way. This guidance was important so that
students did not treat the display of the videos as a moment of entertainment only, not taking
advantage of them for learning scientific content. An active attitude of students was encouraged
in the selection and choice of videos they watch on the internet on a daily life, for school
research or for entertainment, as protagonists of their own learning
–
and not as mere consumers
of videographic materials
–
working conceptual and procedural contents that are important for
the cognitive formation of citizens (NOGUEIRA; GONÇALVES, 2017).
In spontaneous browsing that students (in fact, all people) make over the internet and
on sites such as
YouTube
, the suggestions offered to users, indicating associated content, are
produced by an artificial intelligence algorithm whose main focus is the number of views and
not the scientific correction of the material displayed or the academic training of the "content
producers" for the internet. This makes it even more important that educational activities are
strongly focused on the task of empowering students so that they can surf the internet with
discernment, responsibility and autonomy.
The choice of the videos presented also took into account the objective of valuing
students as being the protagonists of their own learning process. The scenes extracted from
science fiction films sought to go beyond the methodology of error checking (PIASSI;
PIETROCOLA, 2009). There were several factors analyzed in the cinematographic works of
science fiction that were considered to have excerpts included during the presentation: the
phenomena that are presented in the films; the scientific concepts that permeate the narratives;
scientific accuracy in the scenes present; the moments when scientific principles are
contextualized from real-world situations.
Students were asked questions about the nature of the force of gravity, about the
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 12
constitution of celestial objects, and the form of "birth" of stars. A question that particularly
attracted the students' attention referred to the so-called hypothetical process called
"spaghettiification", which refers to a mental experiment in which a person falls into a black
hole, with the axis of that person aligned with the radial direction: in this case, if the person's
feet are closer to the center of the black hole than the head, the gravitational pull on the feet
will be greater than the gravitational pull on the head. At this moment, in the presentations often
performed, the reaction was initially silent, but then questions arose on the part of the students
about whether it was possible for a person to stay alive when falling into a black hole and about
whether there would be any way for the person to later get out of the black hole. It was observed,
during the research carried out, that the use of hypothetical examples of this type aroused the
curiosity of the students, who began to associate a concrete situation with a very abstract
concept, such as that of a black hole.
Basically, three elements were investigated in the analyzed films: linguistic elements,
related to the use of language and the accuracy regarding the terminology used to refer to certain
physical phenomena; "objects" elements, which refer to artifacts and other noun elements that
appear; phenomenological elements, which refer to the phenomena that were discussed and
brought on the scene.
Table 1
–
Videos available on the internet used in the presentation
Type of
material
Title
How it was used
Internet
video
Astronaut shows how amazing it is to twist a wet cloth in space
(<https://www.youtube.com/watch?v=OmVAUHSoU-
o&t=72s>)
To explain how gravity acts on
an astronaut orbiting around the
Earth and to explain the concept
of weightlessness.
Internet
Video
Gravity
–
Quer que desenhe
(<https://www.youtube.com/watch?v=6DFYKiXSLF Y>)
To explain the law of gravity
from two points of view,
Newtonian and Einsteinian.
Internet
Video
Gravitational Waves -
Nerdologia
(<https://www.youtube.com/watch?v=z71O5cHTOvM&t=30s>)
To explain the experiment of the
Laboratory of Gravitational
Waves with Laser
Interferometry (LIGO) in the
United States.
Source: elaborated by the authors (2021)
Documentaries from different sources such as the BBC (British public television
channel), PBS (US public television channel) and some pay TV channels such as
Discovery
Channel
,
National Geographic
(NatGeo) and
History Channel
, all of which are producers of
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 13
documentaries on the dissemination of knowledge related to physics and astronomy, were
investigated and analyzed. Andin some cases, audiovisual materials of excellent quality and
that can be useful in lectures, workshops and educational presentations. Other search sources
were videos that are available on the internet on
YouTube channels
such as the channels
"Nerdologia"
3
and the "Um sábado qualquer" / "Quer que desenhe"
4
.
Scientific dissemination within contemporary society is increasingly important, since
it is the way society perceives scientific activity and understands its results (MASSARANI;
ALVES, 2019). Scientific dissemination
–
the popularization of science
–
serves as a bridge
between science and the lay public, which, often, however much it uses science and technology
in its day-to-day life, does not note their importance for the economic, social and educational
development of the collective (CHASSOT, 2003; ROSA, 2012).
One of the factors that influences this situation is the fact that science is increasingly
complex and is increasingly departed from citizens. In addition, there is an inability
–
or lack
of willingness
–
on the part of many scientists to disseminate their research and their studies to
the public: either they do not disclose their work or, when they disclose, in various ways, there
are difficulties in making the message
–
that is, the content of their work
–
understandable to a
large part of lay citizens (TORRESI; PARDINI; FERREIRA, 2012). Being understood by
people is fundamental to researchers and should actually be one of their elementary obligations.
Every scientist should make a commitment to society in favor of the circulation of ideas and
the results of his research (CANDOTTI, 2002), because in the vast majority of cases, it is the
society that is financing the work of scientists.
Within schools, the use of texts of scientific dissemination has been disseminated as a
common practice by some teachers (SILVA, 2006). A video or a scientific documentary is also
a "text", composed of moving images and sounds, which can collaborate to bring the student
closer to the scientific concepts that are objects of themes worked in the classroom.
The school must train the citizen trained to live in the contemporary world in order to
have the basic and necessary understandings regarding science, its results and methods, and the
risks and interests involved in its processes and applications (MOREIRA, 2006). This is one of
the reasons for inserting science and technology history topics into teaching and there are a lot
of short videos and longer-length documentaries available on the internet that can be very
3
Available: https://www.youtube.com/user/nerdologia. Access: 10 Feb. 2021.
4
Available: https://www.youtube.com/channel/UCeXoFprcU1KmMiGu1gREsFw. Access: 10 Feb. 2021.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 14
helpful in accomplishing this task.
Final considerations
The audiovisual language of the new Information and Communication Technologies
is increasingly present in people's lives, both in their leisure hours and in the hours worked.
Therefore, the educational potential of audiovisual is immense, given its participation in
everyday life. In this exploratory research, it was investigated how educational interventions
from the use of short videos and cut-out excerpts from films or scientific documentaries can
contribute to the creation of new dynamics of learning and teaching. These were strategies that
proved to be efficient and viable for the public of the schools that were visited and of the IFSP-
Caraguatatuba itself. It is important that further research with this profile be conducted with
other audiences, in other contexts and working other content.
What can educators benefit from the new technologies associated with the use of
audiovisual resources? What new knowledge and skills will teacher training courses have to
develop in their students so that they can make good use of these technologies with regard to
the teaching-learning process? These are questions that do not exactly have conclusive, closed
and definitive answers, but which have great potential to motivate new research that may
contribute to improving the quality of education.
Finally, this research allowed a recognition of the great importance of educational
work with astronomy themes among students with different levels of schooling. The
interdisciplinary relationships established between astronomy and school scientific disciplines,
in particular with physics, enable a very diverse range of approaches that can help overcome
learning difficulties. In addition, there is great potential in educational work integrating
astronomy with the history of science.
In particular, black holes proved to be a subject that provokes the fascination on the
part of many of the young people who participated in the scientific dissemination activities that
were promoted, perhaps by the peculiar characteristics of these celestial bodies. The recent
detection of gravitational waves
–
which first occurred in 2015
–
for the prominence it has had
and continues to have and the way they are produced also helps to put the concept of black hole
on the agenda in the media and social networks, which contributes to intensify the public's
curiosity about this subject and that can serve as motivation in educational activities and
scientific dissemination.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 15
ACKNOWLEDGMENTS
:
We thank CNPq for the scientific initiation scholarship granted to
J. P. N., one of the authors of this paper.
REFERENCES
ABBOTT, B. P.
et al
. GW170104: Observation of a 50-Solar-Mass Binary Black Hole
Coalescence at Redshift 0.2.
Physical Review Letters
, v. 118, 221101, 2 jun. 2017.
Available: https://journals.aps.org/prl/pdf/10.1103/PhysRevLett.118.221101. Access: 27 Dec.
2020.
ABBOTT, B. P.
et al
. Observation of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger.
Physical Review Letters
, v. 116, 061102, 12 fev. 2016. Available:
https://journals.aps.org/prl/pdf/10.1103/PhysRevLett.116.061102. Access: 28 Dec. 2020.
ALMEIDA, M. J. P. M.
Discursos da ciência e da escola
. Campinas, SP: Mercado das
Letras, 2004.
ASSIS, A. S. G. B.
Excitação de ondas MHD através da emissão de ondas gravitacionais
produzidas por binárias de estrelas de nêutrons
. 2016. 142 f. Dissertação (Mestrado em
em Astrofísica) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, SP, 2016.
Available:
http://www.inpe.br/posgraduacao/ast/arquivos/dissertacoes/dissertacao_adam_smith_2016.pd
f. Access: 30 Dec. 2020.
ATANAZIO, A. M. C.; LEITE, Á. E. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a
formação de professores: Tendências de pesquisa.
Investigações em Ensino de Ciências
, v.
23, n. 2, p. 88-103, 30 ago. 2018. Investigações em Ensino de Ciências (IENCI). DOI:
http://dx.doi.org/10.22600/15188795.ienci2018v23n2p88
BASSALO, J. M. F.; CATTANI, M. Detecção de ondas gravitacionais.
Caderno Brasileiro
de Ensino de Física
, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 879-895, dez. 2016. Available:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/21757941.2016v33n3p879/32994.
Access: 30 Dec. 2020.
BERK, A.; ROCHA, M. O uso de recursos audiovisuais no ensino de ciências: uma análise
em periódicos da área.
Revista Contexto & Educação
, v. 34, n. 107, p.72-87, 28 mar. 2019.
DOI: https://doi.org/10.21527/2179-1309.2019.107.72-87
BRETONES, P. S.
A Astronomia na formação continuada de professores e o papel da
racionalidade prática para o tema da observação do céu
. 2006. 252 f. Tese (Doutorado em
em Ciências)
–
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2006. Available:
https://www.btdea.ufscar.br/teses-e-dissertacoes/a-astronomia-na-formacao-continuada-de-
professores-e-o-papel-da-racionalidade-pratica-para-o-tema-da-observacao-do-ceu. Access:
29 Dec. 2020.
CANDOTTI, E. Ciência na Educação Popular.
In
: MASSSARANI, L.; MOREIRA, I. C.;
BRITO, F. (org.).
Ciência e público
: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 16
Janeiro: Casa da Ciência
–
UFRJ, 2002. Available:
http://www.museudavida.fiocruz.br/images/Publicacoes_Educacao/PDFs/cienciaepublico.pdf.
Access: 29 Dec. 2020.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social.
Revista
Brasileira de Educação
, n. 22, p. 89-100, 2003.
EINSTEIN, A.; INFELD, L.
A evolução da Física
.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
FERREIRA, D.; MEGLHIORATTI, F. A.
Desafios e possibilidades no ensino de astronomia.
Cadernos PDE
, Paraná, v. I, 2008. Available:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2356-8.pdf. Access: 26 Dec.
2020.
FEYNMAN, R. P.
Sobre as leis da física
. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
FINKELSTEIN, David. Past-Future Asymmetry of the Gravitational Field of a Point Particle.
Physical Review
, v. 110, p. 965-967, 15 May 1958. Available:
http://www.strangepaths.com/files/finkelstein.pdf. Access: 29 Dec. 2020.
GRAHAM, Alister. Black holes are even stranger than you can imagine.
Phys.org
, 10 Feb.
2017. Available: https://phys.org/news/2017-02-black-holes-stranger.html. Access: 29 Dec.
2020.
HORVATH, J. E.
et al
.
Cosmologia física
: do micro ao macro cosmos e vice-versa. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2007.
KOYRÉ, Alexandre. Galileo and the Scientific Revolution of the Seventeenth Century.
The
Philosophical Review
, v. 52, n. 4, p. 333-348, July 1943. Available:
http://home.thep.lu.se/~henrik/mnxa09/Koyre1943.pdf. Access: 28 Dec. 2020.
LARAIA, R. B.
Cultura
: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LEITE, C.
Formação do professor de ciências em astronomia
: uma proposta com enfoque
na espacialidade. 2006. 274 f. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006. Available: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-
05062007-110016/pt-br.php. Acesso: 30 Dec. 2020.
MASSARANI, L. M.; ALVES, J. P. A visão de divulgação científica de José Reis.
Ciência e
Cultura
, v. 71, n. 1, p. 56-59, jan. 2019. Available:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000967252019000100015&l
ng=pt&tlng=pt. Access: 26 Dec. 2020.
MOFFAT, J. W. LIGO GW150914 and GW151226 Gravitational Wave Detection and
Generalized Gravitation Theory (MOG).
ArXiv
, 2016. Available:
https://arxiv.org/pdf/1603.05225.pdf. Access: 30 Dec. 2020.
MOREIRA, I. C. A inclusão social e a popularização da ciência e tecnologia no Brasil.
Inclusão Social
, v. 1, n. 2, 2006. Available: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/100513.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 17
Access: 30 Dec. 2020.
MOREIRA, M. A. Uma análise crítica do ensino de Física.
Estudos Avançados
, São Paulo,
v. 32, n. 94, p. 73-80, dez. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/s010340142018.3294.0006
NAPOLITANO, M.
Como usar o cinema na sala de aula
. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
NOGUEIRA, F.; GONÇALVES, C. Divulgação científica: produção de vídeo como
estratégia pedagógica para a aprendizagem de ciências.
Revista Areté/Revista Amazônica
de Ensino de Ciências
, v. 7, n. 14, p. 93-107, maio 2017. Available:
http://periodicos.uea.edu.br/index.php/arete/article/view/128. Access: 26 Dec. 2020.
OLIVEIRA, S. R. Por que o céu é escuro à noite? Considerações geométricas com um olhar
histórico e pedagógico do paradoxo de Olbers.
Revista Brasileira de Ensino de Física
, v. 42,
e20200381, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126rbef-2020-0381
PANEK, R.
De que é feito o universo?
Tradução: Alexandre Cherman. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014.
PIASSI, L. P.; PIETROCOLA, M. Ficção científica e ensino de ciências: para além do
método de encontrar erro em filmes.
Educação e pesquisa
, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 525-540,
set./dez. 2009. Available: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/28208. Access: 29 Dec.
2020.
PORTO, C. M.; PORTO, M. B. D. S. M. A evolução do pensamento cosmológico e o
nascimento da ciência moderna.
Revista Brasileira de Ensino de Física
,
v. 30, n. 4, p. 4601-
4609, 2009. Available: http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/304601.pdf. Access: 28 Dec. 2020.
RAMOS, M. B.; SILVA, H. C. Educação em ciência e em audiovisual: olhares para a
formação de leitores de ciências.
Cadernos CEDES
, v. 34, n. 92, p. 51-67, 2014. Available:
https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v34n92/a04v34n92.pdf. Access: 27 Dec. 2020.
REIS, J. B. A.
A Arquitetura Metodológica de Michael Faraday
. 2006. 124 f. Tese
(Doutorado em História da Ciência)
–
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2006. Available: https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/13360/1/HCS%20-
%20Joao%20Batista%20Alves%20dos%20Reis.pdf. Access: 23 Dec. 2020.
ROSA, C. A. P.
História da ciência
: a ciência e o triunfo do pensamento científico no mundo
contemporâneo. Brasília, DF: FUNAG, 2012. v. 3. Available:
http://funag.gov.br/loja/download/1022-Historia_da_Ciencia_-_Vol.III_-
A_Ciencia_e_o_Triunfo_do_Pensamento_CientIfico_no_Mundo_Contemporaneo.pdf.
Access: 28 Dec. 2020.
ROSMORDUC, J.
De Tales a Einstein
: História da Física e da química. Lisboa: Editorial
Caminho, 1983.
SAA, A. Cem anos de buracos negros: o centenário da solução de Schwarzschild.
Revista
Brasileira de Ensino de Física
, v. 38, n. 4, e4201, 2016. Available:
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
João Pereira NETO and Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 18
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v38n4/1806-1117-rbef-38-04-e4201.pdf. Access: 23 Dec.
2020.
SANTI, N. S. M.
Termodinâmica de buracos negros de Schwarzschild
. 2018. 67 f.
Dissertação (Mestrado em Física)
–
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP,
2018. Available: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10384. Access: 14 Jan. 2021.
SCHWARZSCHILD, K. On the Gravitational Field of a Mass Point according to Einstein’s
Theory.
ArXiv
, 13 jan. 1916a. Available: https://arxiv.org/pdf/physics/9905030.pdf. Access:
30 Dec. 2020.
SCHWARZSCHILD, K. Über das Gravitationsfeld einer Kugel aus inkompressibler
Flüssigkeit nach der Einsteinschen Theorie.
Wikisource
, 24 fev. 1916b. Available:
https://de.wikisource.org/wiki/Gravitationsfeld_einer_Kugel_aus_inkompressibler_Fl%C3%
BCssigkeit. Access: 30 Dec. 2020.
SILVA, H. C. O que é divulgação científica?
Revista Ciência & Ensino
, v. 1, n. 1, p. 53-59,
dez. 2006.
SNOW, C. P.
As duas culturas e uma segunda leitura
: uma versão ampliada das duas
culturas e a revolução científica. São Paulo: EDUSP, 2015.
SOLBES, Jordi; PALOMAR, Rafael. Dificultades en el aprendizaje de la astronomía en
secundaria.
Revista Brasileira de Ensino de Física
, v. 35, n. 1, 1401, 2013. Available:
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v35n1/v35n1a16.pdf. Access: 20 Dec. 2020.
STANNARD, R.
Relatividade
. Porto Alegre, RS: LP & M, 2011.
TORRESI, Susana I. Córdoba de; PARDINI, Vera L.; FERREIRA, Vitor F. Sociedade,
divulgação científica e jornalismo científico.
Química Nova
, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 447,
2012. Available: https://www.scielo.br/pdf/qn/v35n3/01.pdf. Access: 29 Dec. 2020.
TYLOR, E. B.
A ciência da cultura
. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
VERDET, J.-P.
Uma História da Astronomia
. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.
VOELZKE, M. R.; MACÊDO, J. A. Aprendizagem Significativa, objetos de aprendizagem e
o ensino de astronomia.
Revista de Ensino de Ciências e Matemática
, v. 11, n. 5, p. 1-19,
2020. Available: http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2726.
Access: 14 Jan. 2021.
WHITE, M.
Rivalidades Produtivas
. Rio de Janeiro: Record, 2003.
WOLCHOVER, N. Colliding black holes tell new story of stars.
Quanta Magazine
, 6 set.
2016. Available: https://www.quantamagazine.org/colliding-black-holestell-new-story-of-
stars-20160906. Access: 20 Dec. 2020.
ZANETIC, J. Física e cultura.
Ciência e Cultura
, v. 57, n. 3, p. 21-24, São Paulo, jul./set.
2005. Available: http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v57n3/a14v57n3.pdf. Access: 22 Dec.
image/svg+xml
análise: discussões sobre a aplicabilidade do conceito de escalas nas pesquisas sobre formação de professores
Use of videos in science dissemination activities about black holes and gravitational waves
Rev. Hipótese
,
Bauru, v. 8, e022003, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2446-7154
DOI: https://doi.org/10.47519/eiaerh.v8.2022.ID7
| 19
2020.
ZANETIC, J. Física e arte: uma ponte entre duas culturas.
Pro-posições
, v. 17, n. 1 (49), p.
39-57, jan./abr. 2006. Available:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643654. Access: 19
Dec. 2020.
About the authors
João Pereira NETO
Graduating in Mathematics from IFSP-Caraguatatuba, SP.
Ricardo Roberto Plaza TEIXEIRA
PhD in Physics from USP and Full Professor at IFSP-Caraguatatuba.
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.