O (des)umanizado
Abstract
Onde habitam os seres miseráveis, ruas, sarjetas, lugares impalpáveis. Jogados por aí, em algum canto do canto, para viverem imperceptivelmente suas vidas de surda angústia, esperando alguma ajuda à custa. Nem que caia do céu, ou imerja do mar, toda ajuda é um véu, que afaga e mitiga o tempo a apedrejar. Calos, e além calos que calejam a pele d'alma, invisível aos olhos nus, sensível ao coração cru. Nem lágrimas hão de despejar para o sofrimento tentar abrandar, gerar uma poça de tristeza em um canto da cidade, para que alguém venha refletir-se nas mazelas alheias, nem ver a tristeza que permeia as rachaduras duras impuras desta cidade, que como todo as outras abrigam uma realidade, aparentemente incorruptível, inexorável, peremptória [...]